Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Governo Temer é inviável

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Emir Sader

Bem que a direita tentou. Primeiro, buscando questionar a contagem de votos, depois buscando denúncias de corrupção contra a Dilma, para finalmente ficar com a via golpista de usar uma maioria parlamentar para aprovar um impeachment sem fundamento e levar Temer ao governo interino. Tudo foi devidamente montado, inclusive o circo midiático-parlamentar daquela vergonhosa votação na Câmara, para que se conseguisse o sonho da direita desde 2003: terminar com o ciclo de governos do PT.

Porém, muito cedo Temer demonstrou que não está à altura da pantomima. Seu governo revelou-se rapidamente ser inviável. A começar porque sofre as mais amplas manifestações de repúdio de todos os setores da sociedade, com a exceção da mídia monopolista e do grande empresariado, assim como amplos setores do Judiciário. Os outros setores, de jovens a mulheres, de torcidas de futebol a movimento de música negra, de advogados a professores, de trabalhadores da cidade a trabalhadores do campo, entre tantos outros, repudiam o governo e fazem ecoar diariamente o clamor das ruas do Fora Temer!

Mesmo resignado a governar para o 1% mais rico, o governo interino se revela inviável. Composto por um núcleo de políticos corruptos, cujas gravações já demonstraram seu objetivo de chegar ao governo para se verem livres das acusações de corrução que pesam sobre eles, que inclui o próprio presidente interino, o governo não tem a mínima estabilidade para atuar. Diariamente está convulsionado por novas acusações, por riscos de prisão e possibilidades de novas substituições no governo. Não tem a mínima estabilidade desde dentro mesmo do governo e está sitiado pelas manifestações populares.

Um presidente que, ao invés de transmitir confiança, esperança, de se congraçar com a população, não pode sair às ruas, nem sequer frequentar sua casa em São Paulo. Foge do povo, como foge das acusações que pesam também sobre ele de ter recebido recursos de forma ilegal. Além de que, vergonhosamente, é um politico ficha-suja, um presidente ficha-suja, inelegível por 8 anos.

O país não aguenta um presidente, mesmo interino, e um governo assim. O Brasil precisa, urgentemente, de uma condução politica legítima, eleita pelo povo, com apoio dos brasileiros, para resgatar o Brasil da crise profunda e prolongada que vive.

O governo Temer se revelou inviável, aumentou e não diminuiu a ingovernabilidade, apesar da maioria parlamentar e do apoio da mídia. Não conseguirá sequer abrir as Olimpíadas sem manifestações generalizadas de escracho contra ele, que confirmaram para o mundo sua ilegitimidade e o repúdio dos brasileiros contra ele.

Temer deve renunciar, porque não consegue governar, não consegue impor o programa econômico antipopular e antinacional que anuncia, porque não tem estabilidade interna e nenhum apoio democrático da população. Será um governo de espasmos, de sustos, de instabilidades, acuado, assustado, foragido.
Já não é apenas o clamor das ruas, é o próprio senso comum que diz, pelo bem do Brasil: Fora Temer!

Le Monde: Diante de caos político, Dilma pode voltar

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Em reportagem intitulada "A implosão do sistema brasileiro", o jornal francês Le Monde, um dos mais influentes da Europa, diz que "a terra treme no Brasil" e aponta que a falta de credibilidade do presidente interino Michel Temer e a crise política pela qual o país atravessa poderão fazer com que a presidente afastada Dilma Rousseff, que vinha sendo considerada "politicamente morta", retome o seu mandato; para a correspondente Claire Gatinois, o governo interino "ainda enfrenta uma sociedade revoltada.

A governabilidade continua frágil. E, sobretudo, a falta de credibilidade continua a envolver uma elite política implicada na operação Lava Jato"; jornalista observa que a população acabou descobrindo que a corrupção não afeta somente o PT e que "todo o sistema político está gangrenado"247 - Com uma matéria intitulada "A implosão do sistema brasileiro" (aqui, em francês), o jornal francês Le Monde diz que "a terra treme no Brasil" e aponta que a falta de credibilidade do presidente interino Michel Temer e a crise política pela qual o país atravessa poderão fazer com a que presidente afastada Dilma Rousseff, que vinha sendo considerada "politicamente morta", retome o seu mandato.

Segundo a matéria, a expectativa era de que com o afastamento de Dilma, no dia 12 de maio, Michel Temer implantasse medidas rápidas para tirar o país da crise econômica e política, o que não aconteceu. Para a correspondente Claire Gatinois, o governo interino "ainda enfrenta uma sociedade revoltada. A governabilidade continua frágil. E, sobretudo, a falta de credibilidade continua a envolver uma elite política implicada na operação Lava Jato".

O jornal destaca ainda que Temer, "antigo" parceiro de Dilma, prometeu criar um governo de "união nacional" e o que se viu de fato foi a queda de dois ministros do seu governo em menos de um mês. O veículo lembra que outros membros do ministério do governo Temer são investigados pela Operação Lava Jato. Um deles - Henrique Alves, do Turismo - foi mantido no cargo essa semana apesar da divulgação de gravações envolvendo seu nome
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A jornalista observa que a população acabou descobrindo que a corrupção não afeta somente o PT e que "todo o sistema político está gangrenado". "Mais de um terço dos parlamentares estão sendo investigados. Até mesmo a probidade do Supremo Tribunal Federal é questionada", diz o texto.

Glenn Greenwald: “Tudo ficou mais claro: é golpe”

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Em entrevista à Carta Capital, o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, disse que não há dúvidas sobre os motivos do impeachment; "Qualquer que seja a definição de 'golpe', ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça, da mídia e dos militares", afirmou; Greenwald não poupou críticas à atuação do ministro Gilmar Mendes, do STF; "É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos" 

247 - O jornalista e escritor Glenn Greenwald, do site The Intercept, disse em entrevista à revista Carta Capital que não há dúvidas de que a presidente Dilma Rousseff é vítima de um golpe parlamentar.
"Entendi que o impeachment foi desfechado para impedir a Lava Jato. Mas, em última instância, ele visa a aniquilar o PT e mudar totalmente os rumos do País, impondo políticas que nunca seriam aceitas pela população, pelo voto", disse ele.
Ele conta que começou a usar a palavra golpe para descrever a situação do Brasil após a divulgação da conversa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento do governo interino de Michel Temer.
"Eu, pessoalmente, nunca usava a palavra golpe porque, para mim, era como a palavra 'terrorismo'. Todo mundo usa essa palavra politicamente. Não tem um significado específico. Para mim, a gravação de Jucá mudou tudo, porque tive todos os ingredientes necessários para definir um golpe", diz Greenwald. "Qualquer que seja a definição de "golpe", ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça e dos militares, entre outros. O motivo não foram as alegadas 'pedaladas fiscais'. No dia da votação na Câmara, ninguém falou desse motivo", afirmou.
Ganhador de um Prêmio Pulitzer e personagem do documentário que fez com Laura Poitras sobre o ex-agente americano Edward Snowden, Glenn Greenwald se diz chocado com o fato de ver o Brasil relegado ao 104º lugar no quesito liberdade de imprensa no mundo, na avaliação imparcial da ONG Repórteres sem Fronteitas, que destacou em seu relatório de 2016.
"De maneira pouco velada, os principais meios de comunicação incitaram o público a ajudar na derrubada da presidenta Dilma Rousseff. Os jornalistas que trabalham nesses grupos estão claramente sujeitos à influência de interesses privados e partidários, e esse permanente conflito de interesses prejudica fortemente a qualidade de suas reportagens. Imagino que isso deve ter causado muita vergonha no Estadão, Folha, Globo, Veja e IstoÉ", afirmou.
Sobre a atuação de magistrados do Judiciário brasileiro, como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, Glenn Greenwald comparou ao que ocorre nos Estados Unidos. "Um juiz da Suprema Corte não pode falar publicamente sobre assuntos que estão em julgamento. A autoridade do Judiciário precisa ser e parecer independente da política. É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos. Para mim, como advogado que sou, esse processo é totalmente corrupto. Que confiança você pode ter num juiz que discute com políticos casos que está julgando?", questiona.
Leia na íntegra a entrevista de Glenn Greenwald à Carta Capital.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Não adianta reclamar de falta de pesquisas, há que mandar fazer


pesquisas capa

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Um dos assuntos mais comentados nas redações, no Congresso e, claro, na internet é uma pesquisa Datafolha sobre a aprovação ao governo Temer e o apoio dos brasileiros ao impeachment. A pesquisa teria sido engavetada após a Folha de São Paulo, que controla o instituto, ter descoberto que, agora, a maioria rejeita o impeachment de Dilma e o repúdio ao “governo” Michel Temer já seria uma quase unanimidade.
De fato, é estranho. Há quase 60 dias não é feita uma pesquisa sobre o impeachment e até agora não se sabe como a população está vendo o governo provisório de Temer.
A última pesquisa sobre o apoio ou rejeição dos brasileiros ao impeachment de Dilma foi divulgada em 10 de abril. Naquele momento, o apoio à queda da presidente da República havia caído de 68%, em 18 de março, para 61%. Além disso, 58% rejeitavam que Michel Temer assumisse o cargo de presidente.
Vale dizer que, na pesquisa divulgada em 10 de abril, também havia caído de 65% para 60% o apoio ao afastamento de Dilma pelo Senado.
A dinâmica do governo Michel Temer sugere que a situação pode ter melhorado para Dilma e piorado para o presidente em exercício. Em menos de um mês, o governo já perdeu dois ministros e outros três encontram-se na marca do pênalti.
Além disso, segundo a Folha de São Paulo, no despacho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede ao STF para abrir inquérito contra o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é dito que a doação de R$ 5 milhões que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro teria feito Temer seria propina cuja moeda de troca seria uma obra no aeroporto internacional de São Paulo.
Para completar o quadro, ministros de Temer andaram propondo reduzir o atendimento público de saúde à população e retirada de direitos trabalhistas como FGTS, férias, 13º salário etc. É praticamente impossível que a população não esteja assustada e revoltada com essas ameaças do governo provisório.
A versão sobre a reviravolta nas pesquisas cresceu tanto e ganhou tanta força que a presidente Dilma, em entrevista recente à rede de televisão do Catar Al Jazeera, insinuou que não estão sendo feitas pesquisas de opinião porque os institutos de pesquisa mais famosos são controlados por seus inimigos políticos e estes não querem que o povo saiba que agora a maioria dos brasileiros é contra o impeachment.

 http://www.blogdacidadania.com.br/2016/06/nao-adianta-reclamar-de-falta-de-pesquisas-ha-que-mandar-fazer/

Confira, abaixo, a recente entrevista da presidente à rede de televisão árabe na qual ela afirma que não estão sendo feitas pesquisas porque estas revelariam que, agora, a população é contra o impeachment.
A versão de que vão esconder as pesquisas que mostram que os brasileiros não querem mais o impeachment até que o Senado vote pelo afastamento definitivo de Dilma é preocupante para quem sabe que, no Brasil, esses grupos de mídia que controlam os institutos de pesquisa não hesitariam em manter os brasileiros “no escuro” até que a situação se torne irreversível.
Câmara e Senado abriram o processo contra Dilma Rousseff pressionados por pesquisas de opinião que diziam que a maioria dos brasileiros quereria que ela fosse destituída do cargo. Se não for mais assim, é óbvio que mais senadores poderão votar contra o impeachment. E todos sabem que faltam poucos para barrar o golpe.
Contudo, é preocupante que tantas denúncias sobre ocultação de pesquisas estejam sendo feitas por jornalistas, partidos políticos e até pela própria presidente da República sem que os denunciantes façam alguma coisa para impedir que esse golpe seja aplicado nos brasileiros.
É óbvio que um blogueiro ou os cidadãos comuns não podemos fazer nada quanto à ocultação de pesquisas, mas partidos políticos, movimentos sociais e sindicais que repudiam o impeachment têm todos os meios de encomendar sondagens da opinião pública.
A Central única dos Trabalhadores, por exemplo, vinha encomendando pesquisas ao instituto Vox Populi. A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, tem seu próprio sistema de pesquisas de opinião.
Não adianta ficar denunciando que os grandes institutos de pesquisa, controlados pela mídia antipetista, estão escondendo sondagens favoráveis a Dilma e desfavoráveis a Temer. Dilma tem sido uma valquíria na luta contra o golpe. Se tiver em mãos pesquisas mostrando que a população agora repudia o golpe, ninguém a segura mais. A mídia terá que tocar no assunto e, mais, não terá outro remédio além de divulgar suas pesquisas.
O tempo urge. A comissão golpista do impeachment, no Senado, está tentando acelerar o golpe porque sabe que o tempo trabalha contra os golpistas. Quanto mais o tempo avançar mais o povo perceberá a burrada que fez ao apoiar o impeachment. A ordem do dia, portanto, é a resistência ao golpe encomendar e divulgar pesquisas sobre a suposta nova posição dos brasileiros em relação a Dilma. Enquanto é Tempo.

Ao NYT, Dilma carimba turma de Temer como “parasita”

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Jornal americano New York Times volta a destacar o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; reportagem desta terça-feira ressalta que a presidente tem preparado seu contra-ataque no Palácio do Alvorada contra “aqueles parasitas” que assumiram o poder em um processo de impeachment sem base legal, de acordo com ela; diz ainda que o governo interino liderado por Michel Temer cometeu uma série de erros embaraçosos desde que o Congresso afastou Dilma da presidência; ontem, em editorial, o NYT disse que o Brasil leva ouro em corrupção

247 - O jornal americano The New York Times voltou a destacar o golpe contra Dilma Rousseff. Em reportagem nesta terça-feira 6, o jornal afirma que a presidente tem preparado seu contra-ataque no Palácio do Alvorada contra “aqueles parasitas” que assumiram o poder em um processo de impeachment sem base legal, de acordo com ela. O texto diz ainda que o governo interino liderado por Michel Temer cometeu uma série de erros embaraçosos desde que o Congresso afastou Dilma da presidência.
Ontem, em editorial, o NYT disse que o Brasil leva ouro em corrupção (leia aqui).
Abaixo, a reportagem desta terça, em inglês:
BRASÍLIA — The first time the lights went out in her presidential palace, Dilma Rousseff grimaced. The next time, she rolled her eyes. The third time, she jumped out of her chair, demanding that subordinates find out what was going on.
“This was my area,” she fumed during an interview, pointing out that she had made Brazil’s electricity grid a top priority before she was suspended last month as president. “I don’t know why this is happening.”
With Ms. Rousseff stripped of her authority, a sense of powerlessness and indignation pervades the Palácio da Alvorada, the cavernous residence where she is allowed to stay while the fight to oust her once and for all grinds on in the Senate.
It was not supposed to be like this. Brazil was hoping to celebrate its triumphs in the run-up to the Olympic Games in Rio de Janeiro, not play host to a jaw-dropping spectacle of political dysfunction.
Ms. Rousseff, Brazil’s first female president, was supposed to be preparing to greet world leaders, not enduring the humiliation of an impeachment battle that has her hanging by a thread.
“These parasites,” is what she called her rivals trying to impeach her, many of whom are facing their own scandals.
For now, she is still surrounded by the trappings of luxury in the palace designed by Oscar Niemeyer: the battalion of servants serving tiny cups of coffee, the heated pool in a well-manicured garden, the modernist masterpieces by Emiliano Di Cavalcanti and Alfredo Volpi hanging on the walls.
But the futuristic palace feels less like a lavish manor these days than a bunker. Stewing as she tries to make sense of her predicament and prepares for her impeachment trial, Ms. Rousseff compared her rivals to the strangler figs that envelop trees in the jungle, slowly choking them to death.
The interim government led by Michel Temer, the vice president who took over the nation last month after breaking with Ms. Rousseff, has suffered a series of embarrassing blunders since legislators suspended her.
First, one of Mr. Temer’s top allies stepped down as planning minister after a secret recording emerged late last month. On it, an aide laid out how their party — the Brazilian Democratic Movement Party, or P.M.D.B. — had pursued Ms. Rousseff’s ouster in order to thwart the investigation into the colossal graft scheme surrounding Brazil’s national oil company, Petrobras.
Then, the new transparency minister — essentially Mr. Temer’s anticorruption czar — resigned after another recording seemed to show that he had also tried to stymie the Petrobras inquiry.
Beyond that, Mr. Temer, 75, a lawyer who speaks an archaic Portuguese that flummoxes his countrymen, decided not to name any women or Afro-Brazilians to his cabinet. His choices opened him to withering criticism in a country where more than half of the people define themselves as black or mixed race, and where women feature prominently in the halls of Congress, the Supreme Court and the executive suites of large corporations.
“It’s a provisional government of rich white men,” Ms. Rousseff, a self-described leftist who was an operative in an urban guerrilla group in her youth, said about the administration of her adversary. “I never thought that I would see in Brazil a government as conservative as this one.”
Ms. Rousseff and her allies hope that the recent blows to Mr. Temer’s legitimacy can tilt the impeachment vote to her favor. She pointed out that all she needs is a handful of senators to change their votes for her to be reinstated as president.
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Ms. Rousseff’s bicycles at Palácio da Alvorada. She said that she hewed to routines each day, riding in the morning and reading at night. Credit Tomas Munita for The New York Times
Still, for every misstep by her adversaries, Ms. Rousseff and her own top confidants have also found themselves caught off-guard by new revelations in federal graft inquiries, reflecting the challenges that her Workers’ Party faces in its ambition to win her impeachment trial.
Ms. Rousseff remains rare among major political figures in that she has not been accused of stealing for personal gain. Instead, she faces charges of manipulating the budget in order to hide the depths of Brazil’s economic woes.
But a former Petrobras executive has also testified that Ms. Rousseff lied about her knowledge of a bribery-fueled refinery deal when she was the chairwoman of the company’s board. She denies the claim.
Potentially even more damaging, the Brazilian magazine Isto É reported in recent days that a construction magnate testified that Ms. Rousseff negotiated an illegal $3.5 million donation for her 2014 re-election campaign.
Ms. Rousseff rejected the account, calling it a “slanderous” part of a news media campaign attacking her “personal honor.” But together with other developments — her campaign strategist and the former treasurer of the Workers’ Party are among Ms. Rousseff’s allies already in jail on graft charges — the reports have further eroded her credibility.
Josias de Souza, a prominent political columnist, described the latest revelations tarnishing the camps of both Ms. Rousseff and Mr. Temer as “a classic power struggle between criminal factions” taking place before a recession-weary society.
Despite such grim assessments, Ms. Rousseff is avidly preparing her defense. She consults with aides, bounces strategies off lawyers. Sometimes, her legal team convenes in the quiet chapel on the grounds of the palace.
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Ms. Rousseff is still surrounded by the trappings of luxury in the presidential palace, designed by Oscar Niemeyer. But it feels less like a lavish manor these days than a bunker. Credit Tomas Munita for The New York Times
“They’ve always wanted me to resign, but I won’t,” she said, arguing that her rivals were carrying out a coup, albeit one with the Supreme Court’s stamp of approval. “I really disturb the parasites, and I’ll keep on disturbing them.”
Senate leaders said on Monday that the impeachment trial was expected to conclude sometime in early August, potentially producing embarrassing street protests as the Olympic Games get underway, regardless of how the Senate rules.
In the meantime, Ms. Rousseff expresses irritability, if not resignation, over the toll that the political upheaval has had on the young democracy established in 1985 in Brazil after a long military dictatorship.
“This is a turning point,” she said about the rupture producing Mr. Temer’s ascension. “A pact that existed has broken.”
Glossing over criticism that her policies laid the groundwork for Brazil’s economic crisis, she argued that the economy would already be on the mend if congressional leaders had not thwarted measures aimed at restoring confidence.
Otherwise, Ms. Rousseff said that she hewed to routines each day, riding her bicycle in the morning and reading at night, devouring each digital edition of The New York Review of Books. Lately, she has been reading “SPQR: A History of Ancient Rome,” by the English classical scholar Mary Beard.
Ms. Rousseff said that she found some bemusement in investigators comparing Eduardo Cunha, who led the impeachment campaign as the speaker of the lower house before he was suspended to face corruption charges, to Catiline, the senator who conspired to overthrow the Roman Republic in the first century B.C.
Cicero, the orator and constitutionalist, denounced Catiline in a series of speeches before the Senate, and Ms. Rousseff, smiling as she recalled her schoolgirl Latin, said: “Quam diu etiam furor iste tuus eludet?”
The sentence was from one of the speeches, which questioned how much longer Catiline would continue abusing the republic’s patience. In the question repeated by Ms. Rousseff, Cicero asked, “How long is that madness of yours still to mock us?”

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Nesta 2ª, no Rio, ato contra o golpe e em defesa do patrimônio nacional. Com Lula

Nesta 2ª, no Rio, ato contra o golpe e em defesa do patrimônio nacional. Com Lula

pblic
Quem puxa o movimento são os petroleiros, categoria que sabe, como nenhuma outra, que a Petrobras não pode ir fora junto com a água suja do que alguns diretores andaram fazendo por lá.
Mas também estão na mobilização os trabalhadores de Furnas,  do BNDES, da Caixa, do Banco do Brasil, dos Correios e muitas outras empresas federais, que têm forte presença aqui.
E tudo isso indica que vai encher o primeiro ato sindical contra o golpe, amanhã, na Fundição Progresso, com a presença de Lula, pela primeira vez, nas manifestações.
Mais ainda porque a presença de Moreira Franco como coordenador do desmonte das empresas do setor público, por aqui, deixa indisfarçado no ar um cheiro de Governo Collor.
O ato tem uma programação específica, com reuniões e debates, que começa às 14:30.
Mas às 19 horas passa a ser público, e vai receber a adesão do pessoal da Cultura, da juventude e dos movimentos sociais.
E, como tudo o que junta gente hoje, até festa junina em Campina Grande, vai virar “Fora, Temer”.

Grande imprensa também já acha que Dilma pode voltar




 
temeridade
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Os revezes que o governo de facto de Michel Temer sofreu em menos de um mês (desde que a presidente Dilma foi afastada pelo Senado, em 12 de maio) são surpreendentes. Esperava-se que ele tivesse ao menos 90 dias de “trégua”, mas, em 24 dias, seu governo envelheceu.
O que impressiona é a quantidade de erros políticos cometidos em tão pouco tempo e a incapacidade do “presidente interino” de usufruir da boa vontade que a mídia que derrubou Dilma tinha – e tem – para com ele.
E que não atribuam esses erros aos auxiliares nomeados pelo presidente de facto. Se falaram demais, divulgando planos de quem derrubou a presidente legítima que ainda não podem ser divulgados, é porque são mentalmente incapazes, ok, mas, também, é porque os ministros do golpe foram mal orientados.
Se Temer planejou com Ricardo Barros, seu “ministro da Saúde”, sobre a enormidade de encolher o SUS, é óbvio que um plano que prejudica a tantos brasileiros não poderia ser divulgado assim, antes mesmo que se confirme se o presidente de facto vai mesmo governar até 2018.
Como se não bastasse, o “ministro da Casa Civil”, Eliseu Padilha, divulgou assim, sem mais nem menos, que o “novo governo” vai extinguir direitos trabalhistas
Temer já perdeu quatro auxiliares em menos de um mês. Recuou de um sem número de medidas, como a de extinguir o Ministério da Saúde, e sofreu um forte revés na Justiça, que mandou reintegrar o presidente da EBC, Ricardo Melo, afastado de forma escandalosamente ilegal pelos usurpadores do Poder.
O que parece é que o governo ilegítimo, desde o presidente ilegítimo até seus ilegítimos auxiliares, acharam que a sociedade odiava tanto Dilma que aceitaria qualquer barbaridade que eles praticassem, contanto que ela fosse afastada.
Não se sabe de onde tiraram tal ideia.
Como resultado, a presidente afastada (e legítima) aparecerá na TV Brasil, em entrevista, para denunciar o golpe, o que constitui um revés mortal para os golpistas, uma prova de que estão tomando decisões ilegais.
Por todo Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, manifestações enormes contra o governo ilegítimo. O “fora, Temer” é ouvido sem parar. Artistas fazem manifestações públicas incessantes contra o governo de facto e pesquisas oficiosas já dão conta de forte aumento da popularidade de Dilma e queda ainda maior da popularidade de Temer e do impeachment.
O sumiço das pesquisas de opinião dos grandes institutos, ligados à mídia antipetista, evidencia a reviravolta política entre a opinião pública.
É alucinante o ritmo da deterioração do governo Temer. A sociedade já começa a perceber que, se a situação estava ruim com Dilma, ficará muito pior sem ela. E a prova disso é o verdadeiro pânico que se instalou no núcleo duro da imprensa antipetista.
Nos últimos dias, vários colunistas dessa imprensa partidarizada vêm fazendo “apelos” para que todos finjam não ver os absurdos produzidos em escala industrial pelo “novo governo”.
Um caso curioso ocorre com o Estadão, entre outros. Duas colunistas de renome entre os setores conservadores e antipetistas escreveram apelos quase idênticos para que a sociedade finja não ver as barbaridades cometidas pelo governo de facto.
Em 31 de maio, a colunista Eliane Cantanhede escreveu a coluna “Ruim com ele, pior sem ele”, no qual apela para que o país aceite aberrações como um “ministro da Transparência” mais sujo que pau-de-galinheiro e um “presidente interino” investigado pela Lava Jato para que uma presidente ficha-limpa volte ao cargo.
Para Cantanhêde, se Temer continuar “apanhando” assim, Dilma volta.
Neste domingo (5), outra colunista que faz a cabeça da direita brasileira escreveu um texto praticamente idêntico. O título é altamente sugestivo: “Sorte para o azar”. O texto inteirinho, assim como o de Cantanhêde, é dedicado a repisar ataques a Dilma, mas o título trai a intenção que o texto não cita.
“Sorte para o azar” é uma variação da tese de Cantanhêde de que, se Temer continuar apanhando assim, a sociedade vai acabar querendo Dilma de volta.
Pelas informações que o Blog vem apurando, é tarde demais. Já houve uma reversão na opinião pública.
O repúdio ao impeachment entre a opinião pública nacional e mundial vai ficando cada vez mais ensurdecedor. Não há um dia em que uma nova personalidade ou um novo grande órgão de imprensa não denunciem que está havendo um golpe de Estado “branco” no Brasil.
Esse alarido está invadindo o Brasil. As pessoas estão tomando posição rapidamente. Quem ficava em cima do muro por estar zangado com Dilma e com o PT devido à crise, já começa a entender que ruim com eles, pior sem eles – é irônico, mas a tese de Cantanhêde está funcionando ao contrário.
Para que se possa mensurar a força da reação ao golpe, um fato surpreendente. Acadêmicos, jornalistas e ativistas se reuniram e produziram 103 crônicas contra o golpe – uma delas foi escrita por este blogueiro -, reunidas no livro Resistência ao golpe de 2016.
temeridade 1
Até o Papa Francisco já tem um exemplar e se deixou fotografar com ele nas mãos
temeridade 2
Entendeu, leitor, por que a mídia está apavorada? Senador que votar a favor do golpe terá problemas eleitorais. Os mais espertos entenderão isso antes da votação do impeachment, e Dilma precisa de apenas mais 3 votos para não ser derrubada.

Janot esfregou a lei na cara de Gilmar. Foi de lavar a alma


gilmar 1
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Passou batido um dos momentos mais edificantes dos últimos tempos para aqueles que anseiam por Justiça. Um magistrado que, na OPINIÃO desta página, desonra o Poder Judiciário ao se posicionar de forma escancaradamente partidária e histriônica, apesar de seu cargo requerer distanciamento e circunspeção, acaba de levar um corretivo público de outra autoridade.
Em resposta de 41 páginas ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, usou um tom que beira a indignação e se assemelha a bofetada desferida em resposta a uma agressão.
Essa briga surda entre o ministro do Supremo e o Procurador Geral da República foi travada sem ser percebida como tal, mas ocorreu.
Por duas vezes seguidas, Gilmar devolveu a Janot pedidos de investigação do senador Aécio Neves feitos por ele. O argumento usado foi um insulto. Simplificando e resumindo, Gilmar perguntou a Janot se este tinha “certeza” de que queria mesmo investigar o tucano. Na prática, o ministro chamou o procurador de irresponsável, despreparado, desinformado.
Ou não seria irresponsabilidade, despreparo e desinformação de um procurador-geral da República ele pedir investigação de um senador dessa República sem ter verificado bem, antes, o que estava fazendo? Ou seja: sem ter motivos razoáveis para pedir a investigação.
Gilmar estava certo de estar baixando um decreto do Olimpo contra os mortais, já que parece acreditar que vale tudo contra uns e a favor de outros. A resposta do PGR pretendeu mostrar ao agressor que não é bem assim, que Gilmar deu um passo maior do que a perna ao achar que pode simplesmente enterrar investigação contra Aécio sem maiores explicações.
A resposta de Janot foi uma traulitada. Abaixo, a “capa” da resposta, que tem 7 tópicos
gilmar 2
1 – Processo penal [ainda não instalado]
2 – Inquérito [preparatório da ação penal]
3 – Termos de declaração colhidos no âmbito de acordos de colaboração premiada
4 – Indicação do envolvimento de parlamentar [Aécio] no recebimento de vantagens indevidas mediante estratégia de ocultação de sua origem
5 – Suspensão, a partir de simples petição do investigado, das diligências solicitadas pelo “Dominus Litis”
6 – Impropriedade
7 – Elementos suficientes ao prosseguimento das investigações
Chamam atenção os tópicos 5 e 6. Os anteriores tratam do processo penal que pode vir a ser instalado contra Aécio, do inquérito que deve prosseguir para apurar indícios e provas, das delações que originaram o inquérito, das suspeitas contra Aécio e da necessidade de o Supremo investigar o parlamentar.
Os tópicos 5 e 6, porém, contém críticas a Gilmar. O tópico 5 diz que ele suspendeu o processo a partir de “simples petição do investigado”, ou seja, que Gilmar suspendeu o trâmite legal da investigação ante uma simples petição argumentativa que não tinha prova alguma, ou seja, Aécio pediu, sem acrescentar nada ao que foi apurado, e Gilmar atendeu sem pedir nenhum fato novo, “confiando” no investigado.
O trecho final do documento de 41 páginas escrito por Janot ao ministro do Supremo revela a carraspana que o procurador-geral da República passou em Gilmar.
gilmar 3
Não se está, aqui, fazendo nenhum juízo de valor sobre Janot. Nem se é isento, nem se é parcial. Aqui está sendo apontado um fato: Gilmar foi duramente criticado pelo procurador-geral da República pelo ato inusual de perguntar a quem detém o “Dominus Litis”, ou seja, ao autor da ação, ao dono da lide, se sabe o que está fazendo.
Compete ao Ministério Público, na condição de dominus litis, avaliar se as provas obtidas na fase pré-processual são suficientes para a propositura da ação penal, não cabendo, pois, ao magistrado assumir o papel constitucionalmente assegurado ao órgão de acusação e, de ofício, determinar o arquivamento do inquérito policial.
Eis a carraspana que o PGR passou em Gilmar. Isso não apaga ou justifica eventuais decisões erradas que eu e outros como eu acham que o PGR tomou, mas mostra que nem todo mundo está disposto a ser desrespeitado por Gilmar e que este ficou bem quietinho diante da reação daquele, o que também diz muito sobre a situação.
O que vai dar a investigação de Aécio no Supremo? Não vai dar nada? Não tenho tanta certeza. Como a sociedade não está aceitando impunidade, e como está, até, exagerando na dose, tendo desencadeado uma cultura persecutória e “punitivista” que chega a preocupar, parece que Justiça, Ministério Público e Polícia Federal decidiram jogar merda no ventilador.
Nesse contexto, já sobrou até para FHC. E Aécio, esse já foi rifado. Se precisar, se as acusações de partidarismo dos órgãos de controle e investigação, da Justiça, do Legislativo e da imprensa brasileira continuarem ganhando o mundo, como estão, os tucanos serão sacrificados em prol da imagem das instituições, pois está claro que essas autoridades estão preocupadas com ela.
Aécio, como disse Romero Jucá, será “o primeiro a ser comido”, mas, como o delator Sergio Machado disse a Renan, no PSDB e no PMDB não vai sobrar ninguém, a menos que as instituições brasileiras estejam dispostas a virar chacota diante do mundo, tornando o Brasil uma republiqueta na qual nenhum país sério vai confiar.
Particularmente, acho que o Brasil passou desse estágio. Por sua importância, cedo ou tarde a lei vai ter que começar a valer para todos. Se não houver prisões dos corruptos tucanos e peemedebistas, a imagem do país estará destruída. O próprio mercado vai se preocupar com isso. Empresariado vai perder, todos vão perder.
De certa forma, o Brasil talvez saia mais forte disso tudo. O povo já está percebendo que foi enganado, a esquerda radical já está vendo que os governos do PT não foram de direita coisa nenhuma, está vendo agora o que de fato é um governo de direita. Muita gente que apoiou o golpe vai comer o pão que o diabo amassou por conta de suas próprias ações.
Tudo isso se chama aprendizado democrático. O que aconteceu no país nos últimos três anos, com “jornadas de junho”, “não vai ter Copa”, caça às bruxas, desmerecimento da governabilidade, chama-se aprendizado democrático. Este povo vai aprender muito com seus erros. Não é de todo ruim o que está acontecendo no Brasil.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Se popularidade de Temer piorar ainda mais nas pesquisas, Dilma volta


virada capa
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Os sinais estão todos aí, só não vê quem não quer. A reportagem que você vai ler a seguir mostra que o governo Michel Temer está se enforcando sozinho e explica porque o jogo político começa a experimentar uma reviravolta surpreendente no Brasil.
Confira:
“O ministro de combate à corrupção do presidente interino do Brasil, Michel Temer, renunciou segunda-feira depois de uma gravação secreta mostrar que ele tentou frustrar arrebatadora investigação de corrupção que gira em torno Petrobras, a empresa nacional de petróleo.
A queda de Fabiano Silveira, cujo título era ministro da transparência, é outro golpe para um governo que parece mancar de um escândalo a outro poucas semanas depois de o Sr. Temer substituir Dilma Rousseff.
Dilma foi suspensa como presidente para enfrentar acusações de manipulação orçamentária em um processo de impeachment.
Um dos principais assessores do Sr. Temer, Romero Jucá, deixou o cargo na semana passada como ministro do Planejamento após outra gravação indicaram que o centrista Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ou P.M.D.B., tinha provocado a queda de Dilma para frustrar o inquérito sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Em um ambiente cada vez mais paranoico na capital, Brasília, membros da elite política e empresarial do país estão gravando secretamente um ao outro com o objetivo de reunir o que oferecer em uma delação premiada. Sergio Machado, político que foi executivo-chefe de uma unidade de transporte da Petrobras por mais de uma década, transformou-se em um tesouro para os investigadores, com suas gravações.
Ao fazê-lo, o Sr. Machado, que foi acusado de ajudar a orquestrar o esquema de suborno na Petrobras, está traindo várias figuras políticas graúdas às quais gravou. Incluindo José Sarney, ex-presidente; Renan Calheiros, chefe do Senado; e Sr. Jucá, ex-ministro do Planejamento que continua um senador e presidente da P.M.D.B.
Na última revelação, o Sr. Machado gravou conversa telefônica neste ano envolvendo o Sr. Calheiros e o Sr. Silveira. Na época, o Sr. Silveira integrava o Conselho Nacional de Justiça, um órgão de supervisão do Judiciário do Brasil.
Nessa gravação, que teve partes transmitidos no fim de semana na rede de televisão Globo, o Sr. Silveira foi ouvido aconselhando o Sr. Calheiros sobre como enganar os promotores.
Um porta-voz do Sr. Silveira disse que os comentários foram ‘tirados de contexto’.
O Sr. Calheiros, juntamente com uma série de outros políticos poderosos, está sob investigação sob acusações de que embolsou enormes subornos no esquema Petrobras. Cerca de 40 políticos, magnatas de negócios, estrategistas de campanha e financiadores de campanhas foram presos desde que promotores começaram a investigar o esquema dois anos atrás.
O Sr. Temer tinha resistido a demitir o Sr. Silveira mesmo depois de funcionários do ministério anteriormente chamado de Controladoria Geral ter impedido o Sr. Silveira de entrar no prédio na segunda-feira por conta das investigações. Mas aumentou a pressão sobre o Sr. Silveira durante o dia e ele caiu.
‘É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita de fazer parte de uma operação de encobrimento’, disse Alejandro Salas, o diretor para as Américas da Transparência Internacional, um grupo internacional de combate à corrupção.”
A novidade contida na matéria acima é que não foi escrita por nenhum blog “petista”. Você acaba de ler tradução de reportagem do maior jornal do mundo, o The New York Times, publicada nesta segunda-feira (31/5), conforme mostra imagem abaixo.
Para acessar a matéria original do NYT, clique na imagem abaixo
virada 1

É impressionante como Temer não faz nem questão de disfarçar as suas intenções nefastas. Formou um ministério essencialmente composto de investigados por corrupção e, ó que surpresa, surgem gravações mostrando que eles são mesmo corruptos.
O humorista Gregório Duvivier foi quem melhor definiu esse aspecto impressionante do governo Michel Temer na divertidíssima crônica The ‘House of Soraya, que você pode ler abaixo.
virada 2
“A política nacional tá melhor que “House of Cards”! Quem diz isso nunca viu “House of Cards”. Acho uma falta de respeito com “House of Cards”.
Se fosse uma série, teria reviravoltas. Mas não. Desde o primeiro episódio que tá todo o mundo dizendo que é golpe. Tudo indica que é golpe. Eis que, na quinta temporada, os roteiristas escrevem uma grande revelação: ouvimos o ministro do Planejamento planejando (perceberam a sacada do roteirista?) um golpe. “Óóóóóóó”, grita a plateia, meu deus! “Que surpresa! Por essa não esperávamos!”
Se fosse uma série de qualidade, Temer não teria tanta cara de vilão. Desde “Super Xuxa Contra o Baixo Astral” não se vê um malvado tão caricato –até ACM, o Toninho Malvadeza, achava Temer uma escolha óbvia demais para o papel: “Parece mordomo de filme de terror”. Nem no pior filme de James Bond (“007 contra o Foguete da Morte”, que se passa, não por acaso, no Brasil) se pensou num malvado tão obviamente malvado. Qualquer criança de seis anos quando vê um sujeito pálido com rosto esticado e voz de sarcófago sabe que é “do mal”. “Foi ele, mamãe!”, as crianças gritariam no teatro infantil. “Foi o vampiro que matou!”.
Numa série de respeito, os vilões tentam, pelo menos, fingir que são “do bem”: não escalariam um ministério só com homens, não receberiam o Frota no Ministério da Educação e, sobretudo, não revelariam todo o plano maléfico nem para o melhor amigo.
Esse recurso de roteiro é um truque baixo. Nunca entendi por que o vilão, quando finalmente encurralava o super-herói, perdia tanto tempo explicando o plano para o mocinho, em vez de simplesmente matá-lo –o tempo que levava explicando o plano era o tempo necessário para o herói se livrar das amarras. O áudio de Jucá combinando tirar Dilma, não porque ela está investigada, mas porque ela deixava investigar, parece o capítulo final de “Maria do Bairro”, em que Soraya revela: “Sou eu, Soraya! Sua pior inimiga!”. Sim, todo o mundo já sabia que era você, Soraya. Quer dizer, todo o mundo, menos a Maria do Bairro, claro.
A maioria das pessoas que clamavam pelo impeachment recebeu o áudio de Jucá tal qual Maria do Bairro: com surpresa. Cristovam Buarque disse que estava perplexo, que “não imaginava” nada disso quando votou pelo impeachment. Ih, rapaz, tenho várias coisas pra te contar. Sabe o Clark Kent? Era a verdadeira identidade do Super-Homem. Sim! Por isso eram tão parecidos! Mas não espalha”
A situação está tão feia para os golpistas que a colunista mais tucana do Brasil, Eliane Cantanhêde, do Estadão, pediu arrego. Não se sabe a quem ela se dirigiu, mas escreveu um apelo para que “deem um tempo” para Temer, senão Dilma volta. Um trecho desse apelo “de$intere$$ado” de Cantanhêde pela salvação do governo golpista de Temer dá a medida da confusão mental dessa mulher.
“Tanto quem é a favor quanto quem é contra o afastamento de Dilma tem de ter em mente a responsabilidade coletiva com a história e que só há três saídas para um país mergulhado em tantas crises. Fora disso, não há alternativa, a não ser anarquia. Uma saída é dar uma trégua para Temer governar e a equipe de Henrique Meirelles tentar por a economia em ordem nesses dois anos e meio, para entregar para os eleitores em 2018 um país razoavelmente saneado. Temer não é perfeito e o PMDB tornou-se muito imperfeito, mas ele foi escolhido por Dilma e por Lula e eleito na chapa do mesmo PT que anima os queimadores de pneus, os invasores da Cultura, os que gritam “Fora Temer” e uma turma que mora fora – uns, há tantas décadas, que deveriam estar mais preocupados com o Trump”
A colunista deveria pedir “trégua” a Temer. Ele que pare de nomear bandidos para seu ministério, extinguir políticas públicas e alardear planos “brilhantes” como diminuir a assistência pública de saúde em um país que, de Norte a Sul, clama por mais atendimento médico, não menos.
Contudo, o desespero da colunista do PSDB (agora, peemedebista desde criancinha) mostra que, sim, a militância pela democracia está aproveitando tão bem as oportunidades oferecidas pelos golpistas para serem desmascarados que o jogo está mudando.
O mais importante nesse texto é que Cantanhêde confirma informação que este Blog obteve, de que no Congresso já é senso comum que Dilma vai voltar se Temer continuar sendo trucidado todo santo dia.
O que Cantanhêde não considera é que várias pesquisas dão Temer como mais impopular que Dilma. Inclusive, não para de circular boato de que a petista recuperou aprovação e aumentou muito a rejeição ao impeachment.
Não é à toa que os institutos de pesquisa estão congelados. Não pesquisaram mais nada depois do golpe. A mídia não tem absolutamente nenhuma curiosidade em aferir a (im) popularidade de Temer.
Contudo, apesar de essas Cantanhêdes da vida acharem que podem fazer as pessoas engolirem um governo como esse só por raiva de Dilma, vai ser difícil de mudar esse quadro. A imprensa internacional não acredita na grande imprensa brasileira, tanto que está mandando suas próprias equipes de reportagem para o Brasil para cobrir a crise política.
Nos EUA, por exemplo, há uma legião de blogueiros e vlogueiros importantes e respeitados difundindo os fatos reais sobre o golpe. Um desses jornalistas norte-americanos divulgou por web TV um comentário arrasador para os golpistas. Trata-se do excelente programa Os Jovens Turcos (The Young Turks).
Assista.


como bem relata o apresentador, não é ele quem está achando que houve um golpe no Brasil; a mídia de seu país e as de outras potências do dito “primeiro mundo” já sacaram que o golpe é golpe. Daí que a pressão sobre o Senado não vem só daqui, mas vem “de lá”…
A esta altura, qualquer pesquisa que surgir mostrando a quantas anda a popularidade de Temer e a opinião da opinião pública sobre o impeachment poderá influir fortemente sobre a decisão que o Senado tomará daqui a alguns meses sobre o mandato de Dilma.
Até aqui, os institutos de pesquisa ligados a impérios de comunicação, o Datafolha e o Ibope, abstiveram-se de divulgar pesquisas sobre a popularidade de Temer, de seu governo, de Dilma e do impeachment. Mas será difícil segurar por muito tempo.
A mídia espera que, daqui a pouco, Temer pare de cometer, digamos, temeridades, e de, assim, adiantar a bola para os adversários chutarem, para, só então, ir a campo pesquisar a opinião pública em busca de algum resultado menos ruim para o golpista.
Não é muito provável que isso aconteça. E o que é pior para os golpistas: se o clima que está se formando contra Temer no país mostrar piora de seu governo nas pesquisas, senadores que votaram pelo afastamento de Dilma podem mudar de ideia.
Detalhe: para Dilma recuperar o cargo, só faltam três senadores. Se aqueles que votaram contra seu afastamento mantiverem o voto e mais três votarem contra o golpe, não vai ter golpe. Nesse contexto, dois senadores já avisaram que agora vão votar contra o impeachment.
*
PS: Não sei se precisava dizer, mas é por tudo isso que não estão saindo pesquisas. Mas uma hora vão ter que sair. Senão, os interessados têm que pagar por ao menos uma pesquisa mostrando o que a maioria dos brasileiros está achando da troca de governo que apoiou.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Veja sofre protesto virtual; link de matéria da revista diz que ela mente

Veja sofre protesto virtual; link de matéria da revista diz que ela mente



veja 1

A imagem que você vê acima é print screen de matéria publicada no portal da revista Veja. Foi feito às 17 horas e 17 minutos de 31 de maio de 2016.
O link da matéria diz que é falsa informação contida no título de matéria que acusa o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Em geral, os links de postagens na internet são formados pelo título do que foi publicado.
Nesse caso, o link original dizia o seguinte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/titulo-falso-a-ordem-veio-de-cima.
Porém, a Veja corrigiu o link, mas a versão antiga pode ser recuperada em cache. O link é o seguinte:
http://web.archive.org/web/20160531163127/http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/titulo-falso-a-ordem-veio-de-cima
Se você for um dos felizardos que ler este post pouco após ser publicado, terá oportunidade de dar boas risadas com o protesto virtual de que Veja foi alvo.
Pode ser um hacker que fez a brincadeira, ou pode ser algum funcionário que não concorda com o jornalixo que a Veja produz
O fato é que, por volta das 17 horas desta terça 31 de maio, essa é a notícia mais lida no portal, apesar de que todos já sabem que Veja mente.
Clique aqui para ir à página com o título hilariante, se já não tiver sido apagado pela Veja.
veja 3

OAS inocenta Lula e Moro trava Lava Jato Delação só presta se for para prender o Lula!

bessinha arapuca
Saiu na Fel-lha:

Delação de sócio da OAS trava após ele inocentar Lula

As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A freada ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o acordo de delação.

Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido.

A versão é considerada pouco crível por procuradores. Na visão dos investigadores, Pinheiro busca preservar Lula com a sua narrativa.

O empresário começou a negociar um acordo de delação em março e, três meses depois, não há perspectivas de que o trato seja fechado.

Pinheiro narrou que Lula não teve qualquer papel na reforma do apartamento e nas obras do sítio, segundo a Folha apurou. A reforma do sítio, de acordo com o empresário, foi solicitada em 2010, no último ano do governo Lula, por Paulo Okamotto, que preside o Instituto Lula. Okamotto confirmou à PF que foi ele quem pediu as obras no sítio.

Já a reforma no tríplex do Guarujá, pela versão de Pinheiro, foi uma iniciativa da OAS para agradar ao ex-presidente. A empresa gastou cerca de R$ 1 milhão na reforma do apartamento, mas a família de Lula não se interessou pelo imóvel, afirmou ele a seus advogados que negociam a delação, em versão igual à apresentada por Lula.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sérgio Machado, a caminho da delação premiada: “Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan”

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Em conversa gravada, Renan defende mudar lei da delação premiada
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse em conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que apoia uma mudança na lei que trata da delação premiada de forma a impedir que um preso se torne delator — procedimento central utilizado pela Operação Lava Jato.
Renan sugeriu que, após enfrentar esse assunto, também poderia “negociar” com membros do STF (Supremo Tribunal Federal) “a transição” de Dilma Rousseff, presidente hoje afastada.
Machado e Renan são alvos da Lava Jato. Desde março, temendo ser preso, Machado gravou pelo menos duas conversas entre ambos. A reportagem obteve os áudios. Machado negocia um acordo de delação premiada.
Ele também gravou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), empossado ministro do Planejamento no governo Michel Temer. A revelação das conversas pela Folha na segunda (23) levou à exoneração de Jucá.
Em um dos diálogos com Renan, Machado sugeriu “um pacto”, que seria “passar uma borracha no Brasil”.
Renan responde: “antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação”.
A mudança defendida pelo peemedebista, se efetivada, poderia beneficiar Machado. Ele procurou Jucá, Renan e o ex-presidente José Sarney (PMDB) porque temia ser preso e virar réu colaborador.
“Ele está querendo me seduzir, porra. […] Mandando recado”, disse Machado a Renan em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Renan, na conversa, também ataca decisão do STF tomada ano passado, de manter uma pessoa presa após a sua segunda condenação.
O presidente do Senado também fala em negociar a transição com membros do STF, embora o áudio não permita estabelecer com precisão o que ele pretende.
Machado, para quem os ministros “têm que estar juntos”, quis saber por que Dilma não “negocia” com os membros do Supremo. Renan respondeu: “Porque todos estão putos com ela”.
Para Renan, os políticos todos “estão com medo” da Lava Jato. “Aécio [Neves, presidente do PSDB] está com medo. [me procurou] ‘Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'”, contou Renan, em referência à delação de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que fazia citação ao tucano.
Renan disse que uma delação da empreiteira Odebrecht “vai mostrar as contas”, em provável referência à campanha eleitoral de Dilma. Machado respondeu que “não escapa ninguém de nenhum partido”. “Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum.”
O peemedebista manifestou contrariedade ao saber, pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve com Michel Temer em março.
Em dois pontos das conversas, Renan e Machado falam sobre contatos do senador e de Dilma com a mídia, citando o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e o vice-presidente Institucional e Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho. Renan diz que Frias reconheceu “exageros” na cobertura da Lava Jato e diz que Marinho afirmou a Dilma que havia um “efeito manada” contra seu governo.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria, o presidente do Senado informou que os “diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações.”
Segundo a assessoria, “todas as opiniões do senador foram publicamente noticiadas pelos veículos de comunicação, como as críticas ao ex-presidente da Câmara, a possibilidade de alterar a lei de delações para, por exemplo, agravar as penas de delações não confirmadas e as notícias sobre delações de empreiteiras foram fartamente veiculadas”.
“Em relação ao senador Aécio Neves, o senador Renan Calheiros se desculpa porque se expressou inadequadamente. Ele se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação – e não medo – com a citação do ex-senador Delcídio do Amaral.”
A nota diz ainda que “o senador Renan Calheiros tem por hábito receber todos aqueles que o procuram. Nas conversas que mantém habitualmente defende com frequência pontos de vista e impressões sobre o quadro. Todas os pontos de vista, evidentemente, dentro da Lei e da Constituição”.
A assessoria do STF informou que o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, “jamais manteve conversas sobre supostas ‘transição’ ou ‘mudanças na legislação penal’ com as pessoas citadas”, isto é, Renan Calheiros e Sérgio Machado.
Segundo a nota, o STF “mantém relacionamento institucional com os demais Poderes” e o ministro Lewandowski “participou de diversos encontros, constantes de agenda pública, com integrantes do Poder Executivo para tratar do Orçamento do Judiciário e do reajuste dos salários de servidores e magistrados”.
Também por meio de nota, a Executiva Nacional do PSDB informou que vai “acionar na Justiça” o ex-presidente da Transpetro. A sigla diz ser “inaceitável essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benefícios de uma delação premiada”.
“Fica cada vez mais clara a tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique. As gravações se limitam a reproduzir comentários feitos pelo próprio autor, com o objetivo específico de serem gravados e divulgados.”
“Sobre a referência ao diálogo entre os senadores Aécio Neves e Renan Calheiros, o senador Aécio manifestou a ele o que já havia manifestado publicamente inúmeras vezes: a sua indignação com as falsas citações feitas ao seu nome.”
Sérgio Machado não é localizado desde a semana passada.
TRECHOS DOS DIÁLOGOS
Primeira conversa:
SÉRGIO MACHADO – Agora, Renan, a situação tá grave.
RENAN CALHEIROS – Grave e vai complicar. Porque Andrade fazer [delação], Odebrecht, OAS. [falando a outra pessoa, pede para ser feito um telefonema a um jornalista]
MACHADO – Todos vão fazer.
RENAN – Todos vão fazer.
MACHADO – E essa é a preocupação. Porque é o seguinte, ela [Dilma] não se sustenta mais. Ela tem três saídas. A mais simples seria ela pedir licença…
RENAN – Eu tive essa conversa com ela.
MACHADO – Ela continuar presidente, o Michel assumiria e garantiria ela e o Lula, fazia um grande acordo. Ela tem três saídas: licença, renúncia ou impeachment. E vai ser rápido. A mais segura para ela é pedir licença e continuar presidente. Se ela continuar presidente, o Michel não é um sacana…
RENAN – A melhor solução para ela é um acordo que a turma topa. Não com ela. A negociação é botar, é fazer o parlamentarismo e fazer o plebiscito, se o Supremo permitir, daqui a três anos. Aí prepara a eleição, mantém a eleição, presidente com nova…
[atende um telefonema com um jornalista]
RENAN – A perspectiva é daquele nosso amigo.
MACHADO – Meu amigo, então é isso, você tem trinta dias para resolver essa crise, não tem mais do que isso. A economia não se sustenta mais, está explodindo…
RENAN – Queres que eu faça uma avaliação verdadeira? Não acredito em 30 dias, não. Porque se a Odebrecht fala e essa mulher do João Santana fala, que é o que está posto…
[apresenta um secretário de governo de Alagoas]
MACHADO – O Janot é um filho da puta da maior, da maior…
RENAN – O Janot… [inaudível]
MACHADO – O Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês. Então o que que ele quer fazer? Ele não encontrou nada nem vai encontrar nada. Então ele quer me desvincular de vocês, mediante Ricardo e mediante e mediante do Paulo Roberto, dos 500 [mil reais], e me jogar para o Moro. E aí ele acha que o Moro, o Moro vai me mandar prender, aí quebra a resistência e aí fudeu. Então a gente de precisa [inaudível] presidente Sarney ter de encontro… Porque se me jogar lá embaixo, eu estou fodido. E aí fica uma coisa… E isso não é análise, ele está insinuando para pessoas que eu devo fazer [delação], aquela coisa toda… E isso não dá, isso quebra tudo isso que está sendo feito.
RENAN – [inaudível]
MACHADO – Renan, esse cara é mau, é mau, é mau. Agora, tem que administrar isso direito. Inclusive eu estou aqui desde ontem… Tem que ter uma ideia de como vai ser. Porque se esse vagabundo jogar lá embaixo, aí é uma merda. Queria ver se fazia uma conversa, vocês, que alternativa teria, porque aí eu me fodo.
RENAN – Sarney.
MACHADO – Sarney, fazer uma conversa particular. Com Romero, sei lá. E ver o que sai disso. Eu estou aqui para esperar vocês para poder ver, agora, é um vagabundo. Ele não tem nada contra você nem contra mim.
RENAN – Me disse [inaudível] ‘ó, se o Renan tiver feito alguma coisa, que não sei, mas esse cara, porra, é um gênio. Porque nós não achamos nada.’
MACHADO – E já procuraram tudo.
RENAN – Tudo.
MACHADO – E não tem. Se tivesse alguma coisa contra você, já tinha jogado… E se tivesse coisa contra mim [inaudível]. A pressão que ele quer usar, que está insinuando, é que…
RENAN – Usou todo mundo.
MACHADO -…está dando prazos etc é que vai me apartar de vocês. Mesma coisa, já deu sinal com a filha do Eduardo e a mulher… Aquele negócio da filha do Eduardo, a porra da menina não tem nada, Renan, inclusive falsificaram o documento dela. Ela só é usuária de um cartão de crédito. E esse é o caminho [inaudível] das delações. Então precisa ser feito algo no Brasil para poder mudar jogo porque ninguém vai aguentar. Delcídio vai dizer alguma coisa de você?
RENAN – Deus me livre, Delcídio é o mais perigoso do mundo. O acordo [inaudível] era para ele gravar a gente, eu acho, fazer aquele negócio que o J Hawilla fez.
MACHADO – Que filho da puta, rapaz.
RENAN – É um rebotalho de gente.
MACHADO – E vocês trabalhando para poder salvar ele.
RENAN – [Mudando de assunto] Bom, isso aí então tem que conversar com o Sarney, com o teu advogado, que é muito bom [inaudível] na delação.
MACHADO – Advogado não resolve isso.
RENAN – Traçar estratégia. [inaudível]
MACHADO – [inaudível] quanto a isso aí só tem estratégia política, o que se pode fazer.
RENAN – [inaudível] advogado, conversar, né, para agir judicialmente.
MACHADO – Como é que você sugeriria, daqui eu vou passar na casa do presidente Sarney.
RENAN – [inaudível]
MACHADO – Onde?
RENAN – Lá, ou na casa do Romero.
MACHADO – Na casa do Romero. Tá certo. Que horas mais ou menos?
RENAN – Não, a hora que você quiser eu vou estar por aqui, eu não vou sair não, eu vou só mais tarde vou encontrar o Michel.
MACHADO – Michel, como é que está, como é que está tua relação com o Michel?
RENAN – Michel, eu disse pra ele, tem que sumir, rapaz. Nós estamos apoiando ele, porque não é interessante brigar. Mas ele errou muito, negócio de Eduardo Cunha… O Jader me reclamou aqui, ele foi lá na casa dele e ele estava lá o Eduardo Cunha. Aí o Jader disse, ‘porra, também é demais, né’.
MACHADO – Renan, não sei se tu viu, um material que saiu na quinta ou sexta-feira, no UOL, um jornalista aqui, dizendo que quinta-feira tinha viajado às pressas…
RENAN – É, sacanagem.
MACHADO – Tu viu?
RENAN – Vi.
MACHADO – E que estava sendo montada operação no Nordeste com Polícia Federal, o caralho, na quinta-feira.
RENAN – Eu vi.
MACHADO – Então, meu amigo, a gente tem que pensar como é que encontra uma saída para isso aí, porque isso aí…
RENAN – Porque não…
MACHADO – Renan, só se fosse imbecil. Como é que tu vai sentar numa mesa para negociar e diz que está ameaçado de preso, pô? Só quem não te conhece. É um imbecil.
RENAN – Tem que ter um fato contra mim.
MACHADO – Mas mesmo que tivesse, você não ia dizer, porra, não ia se fragilizar, não é imbecil. Agora, a Globo passou de qualquer limite, Renan.
RENAN – Eu marquei para segunda-feira uma conversa inicial com [inaudível] para marcar… Ela me disse que a conversa dela com João Roberto [Marinho] foi desastrosa. Ele disse para ela… Ela reclamou. Ele disse para ela que não tinha como influir. Ela disse que tinha como influir, porque ele influiu em situações semelhantes, o que é verdade. E ele disse que está acontecendo um efeito manada no Brasil contra o governo.
MACHADO – Tá mesmo. Ela acabou. E o Lula, como foi a conversa com o Lula?
RENAN – O Lula está consciente, o Lula disse, acha que a qualquer momento pode ser preso. Acho até que ele sabia desse pedido de prisão lá…
MACHADO – E ele estava, está disposto a assumir o governo?
RENAN – Aí eu defendi, me perguntou, me chamou num canto. Eu acho que essa hipótese, eu disse a ele, tem que ser guardada, não pode falar nisso. Porque se houver um quadro, que é pior que há, de radicalização institucional, e ela resolva ficar, para guerra…
MACHADO – Ela não tem força, Renan.
RENAN – Mas aí, nesse caso, ela tem que se ancorar nele. Que é para ir para lá e montar um governo. Esse aí é o parlamentarismo sem o Lula, é o branco, entendeu?
MACHADO – Mas, Renan, com as informações que você tem, que a Odebrecht vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito.
RENAN – Tem não, porque vai mostrar as contas. E a mulher é [inaudível].
MACHADO – Acabou, não tem mais jeito. Então a melhor solução para ela, não sei quem podia dizer, é renunciar ou pedir licença.
RENAN – Isso [inaudível]. Ela avaliou esse cenário todo. Não deixei ela falar sobre a renúncia. Primeiro cenário, a coisa da renúncia. Aí ela, aí quando ela foi falar, eu disse, ‘não fale não, pelo que conheço, a senhora prefere morrer’. Coisa que é para deixar a pessoa… Aí vai: impeachment. ‘Eu sinceramente acho que vai ser traumático. O PT vai ser desaparelhado do poder’.
MACHADO – E o PT, com esse negócio do Lula, a militância reacendeu.
RENAN – Reacendeu. Aí tudo mundo, legalista… Que aí não entra só o petista, entra o legalista. Ontem o Cassio falou.
MACHADO – É o seguinte, o PSDB, eu tenho a informação, se convenceu de que eles é o próximo da vez.
RENAN – [concordando] Não, o Aécio disse isso lá. Que eu sou a esperança única que eles têm de alguém para fazer o…
MACHADO – [Interrompendo] O Cunha, o Cunha. O Supremo. Fazer um pacto de Caxias, vamos passar uma borracha no Brasil e vamos daqui para a frente. Ninguém mexeu com isso. E esses caras do…
RENAN – Antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação e estabelece isso.
MACHADO – Acaba com esse negócio da segunda instância, que está apavorando todo mundo.
RENAN – A lei diz que não pode prender depois da segunda instância, e ele aí dá uma decisão, interpreta isso e acaba isso.
MACHADO – Acaba isso.
RENAN – E, em segundo lugar, negocia a transição com eles [ministros do STF].
MACHADO – Com eles, eles têm que estar juntos. E eles não negociam com ela.
RENAN – Não negociam porque todos estão putos com ela. Ela me disse e é verdade mesmo, nessa crise toda –estavam dizendo que ela estava abatida, ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável, ela está gripada, muito gripada– aí ela disse: ‘Renan, eu recebi aqui o Lewandowski, querendo conversar um pouco sobre uma saída para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardião da Constituição. O Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável’.
MACHADO – Eu nunca vi um Supremo tão merda, e o novo Supremo, com essa mulher, vai ser pior ainda. […]
MACHADO – […] Como é que uma presidente não tem um plano B nem C? Ela baixou a guarda. [inaudível]
RENAN – Estamos perdendo a condição política. Todo mundo.
MACHADO – [inaudível] com Aécio. Você está com a bola na mão. O Michel é o elemento número um dessa solução, a meu ver. Com todos os defeitos que ele tem.
RENAN – Primeiro eu disse a ele, ‘Michel, você tem que ficar calado, não fala, não fala’.
MACHADO – [inaudível] Negócio do partido.
RENAN – Foi, foi [inaudível] brigar, né.
MACHADO – A bola está no seu colo. Não tem um cara na República mais importante que você hoje. Porque você tem trânsito com todo mundo. Essa tua conversa com o PSDB, tu ganhou uma força que tu não tinha. Então [inaudível] para salvar o Brasil. E esse negócio só salva se botar todo mundo. Porque deixar esse Moro do jeito que ele está, disposto como ele está, com 18% de popularidade de pesquisa, vai dar merda. Isso que você diz, se for ruptura, vai ter conflito social. Vai morrer gente.
RENAN – Vai, vai. E aí tem que botar o Lula. Porque é a intuição dele…
MACHADO – Aí o Lula tem que assumir a Casa Civil e ser o primeiro ministro, esse é o governo. Ela não tem mais condição, Renan, não tem condição de nada. Agora, quem vai botar esse guizo nela?
RENAN – Não, [com] ela eu converso, quem conversa com ela sou eu, rapaz.
MACHADO – Seguinte, vou fazer o seguinte, vou passar no presidente, peço para ele marcar um horário na casa do Romero.
RENAN – Ou na casa dele. Na casa dele chega muita gente também.
MACHADO – É, no Romero chega menos gente.
RENAN – Menos gente.
MACHADO – Então marco no Romero e encontra nós três. Pronto, acabou. [levanta-se e começam a se despedir] Amigo, não perca essa bola, está no seu colo. Só tem você hoje. [caminhando] Caiu no seu colo e você é um cara predestinado. Aqui não é dedução não, é informação. Ele está querendo me seduzir, porra.
RENAN – Eu sei, eu sei. Ele quem?
MACHADO – O bicho daqui, o Janot.
RENAN – Mandando recado?
MACHADO – Mandando recado.
RENAN – Isso é?
MACHADO – É… Porra. É coisa que tem que conversar com muita habilidade para não chegar lá.
RENAN – É. É.
MACHADO – Falando em prazo… [se despedem]
Segunda conversa:
MACHADO – […] A meu ver, a grande chance, Renan, que a gente tem, é correr com aquele semi-parlamentarismo…
RENAN – Eu também acho.
MACHADO -…paralelo, não importa com o impeach… Com o impeachment de um lado e o semi-parlamentarismo do outro.
RENAN – Até se não dá em nada, dá no impeachment.
MACHADO – Dá no impeachment.
RENAN – É plano A e plano B.
MACHADO – Por ser semi-parlamentarismo já gera para a sociedade essa expectativa [inaudível]. E no bojo do semi-parlamentarismo fazer uma ampla negociação para [inaudível].
RENAN – Mas o que precisa fazer, só precisa tres três coisas: reforma política, naqueles dois pontos, o fim da proibição…
MACHADO – [Interrompendo] São cinco pontos:
[…]
RENAN – O voto em lista é importante. [inaudível] Só pode fazer delação… Só pode solto, não pode preso. Isso é uma maneira e toda a sociedade compreende que isso é uma tortura.
MACHADO – Outra coisa, essa cagada que os procuradores fizeram, o jogo virou um pouco em termos de responsabilidade […]. Qual a importância do PSDB… O PSDB teve uma posição já mais racional. Agora, ela [Dilma] não tem mais solução, Renan, ela é uma doença terminal e não tem capacidade de renunciar a nada. [inaudível]
[…]
MACHADO – Me disseram que vai. Dentro da leniência botaram outras pessoas, executivos para falar. Agora, meu trato com essas empresas, Renan, é com os donos. Quer dizer, se botarem, vai dar uma merda geral, eu nunca falei com executivo.
RENAN – Não vão botar, não. [inaudível] E da leniência, detalhar mais. A leniência não está clara ainda, é uma das coisas que tem que entrar na…
MACHADO -…No pacote.
RENAN – No pacote.
MACHADO – E tem que encontrar, Renan, como foi feito na Anistia, com os militares, um processo que diz assim: ‘Vamos passar o Brasil a limpo, daqui para frente é assim, pra trás…’ [bate palmas] Porque senão esse pessoal vão ficar eternamente com uma espada na cabeça, não importa o governo, tudo é igual.
RENAN – [concordando] Não, todo mundo quer apertar. É para me deixar prisioneiro trabalhando. Eu estava reclamando aqui.
MACHADO – Todos os dias.
RENAN – Toda hora, eu não consigo mais cuidar de nada.
[…]
MACHADO – E tá todo mundo sentindo um aperto nos ombros. Está todo mundo sentindo um aperto nos ombros.
RENAN – E tudo com medo.
MACHADO – Renan, não sobra ninguém, Renan!
RENAN – Aécio está com medo. [me procurou] ‘Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa.’
MACHADO – Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan.
[…]
MACHADO – Não dá pra ficar como está, precisa encontrar uma solução, porque se não vai todo mundo… Moeda de troca é preservar o governo [inaudível].
RENAN – [inaudível] sexta-feira. Conversa muito ruim, a conversa com a menina da Folha… Otavinho [a conversa] foi muito melhor. Otavinho reconheceu que tem exageros, eles próprios tem cometido exageros e o João [provável referência a João Roberto Marinho] com aquela conversa de sempre, que não manda. […] Ela [Dilma] disse a ele ‘João, vocês tratam diferentemente de casos iguais. Nós temos vários indicativos’. E ele dizendo ‘isso virou uma manada, uma manada, está todo mundo contra o governo.’
MACHADO – Efeito manada.
RENAN – Efeito manada. Quer dizer, uma maneira sutil de dizer “acabou”, né.
[…]