Um dos momentos mais trevosos da televisão brasileira tornou-se um exemplo mundial de como a televisão pode manipular uma eleição.
Trata-se da edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno com o debate entre Collor e Lula.
Roberto Marinho mandou editar tudo o que Collor fez de bom e tudo o que Lula fez de mau.
A seguir, entrou um editorial lido por Alexandre Maluf Garcia que associava a vitória de Collor aos mais elevados princípios da Democracia.
Livros de jornalismo pelas faculdades do mundo afora tratam desse episódio com espanto e horror.
Vamos supor que esta seja uma das últimas balas de prata do Serra e do Ali Kamel.
Ou, o que dá no mesmo, do Ali Kamel e do Serra.
Ali Kamel, o mais poderoso e obstinado jornalista que a Rede Globo já teve, é especialista em levar eleições para o segundo turno.
Uma edição do jornal nacional que ignorou a tragédia da Gol levou para o segundo turno a eleição de 2006.
Clique aqui para ler: “O primeiro Golpe já houve, falta o segundo”.
O Conversa Afiada tem dito que o importante não é o debate mas, a edição do debate.
Vamos supor que a Globo resolva reeditar amanhã o debate entre Collor e Lula: tudo de bom do Serra e tudo de mau da Dilma.
Trata-se de uma suposição.
O que o Lula poderia fazer ?
O Lula poderia convocar uma rede de rádio e televisão na sexta à noite e no sábado e desmascarar o Kamel e a Globo.
Ao contrário de 89, na eleição de Lula e Collor, hoje tem Internet.
Hoje tem blog sujo.
Hoje tem Twitter.
E o debate, numa versão fidedigna, com uma edição equilibrada, estará no ar poucos minutos depois de encerrar-se e nessa entrada em rede nacional o Lula poderia exibir o debate de uma forma levemente diferente daquela que a Globo exibisse.
Este Conversa Afiada gostaria muito que isso acontecesse.
Este final melancólico de campanha permitiu que se afundassem nas límpidas águas do Tietê, uns enrolados nas tripas dos outros, como sugeria Voltaire, Serra, Dantas e Gilmar.
Se a Globo ousar fazer da edição do debate um novo exemplo de manipulação o Lula, por suposição, poderia enrolar as tripas do Ali Kamel nas tripas dos filhos do Roberto Marinho e jogar nas águas limpas do Rio Pinheiros.
Seria o glorioso funeral de um Brasil morto e provisoriamente insepulto.
Paulo Henrique Amorim
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
STF: Gilmar Mendes e José Serra perderam
O STF retomou o julgamento da exigência de apenas 1 documento para votar, após o mal-estar generalizado causado por Gilmar Mendes, ao paralisar a votação, pedindo uma inexplicável vista do processo.
O assunto ganhou ares de crise institucional quando notícias de hoje, deram conta de que o ato de Gilmar, com forte conotação política, se deu após um telefonema de José Serra (PSDB), testemunhado por jornalistas.
Falou-se nos corredores do STF em impeachment (expulsão) de Gilmar Mendes do Supremo. Até a OAB manifestou-se contrariada.
Com isso, a votação foi retomada hoje, e Gilmar Mendes destoou de todos os demais, votando por manter dois documentos na eleição.
Celso de Mello foi o nono a votar, e acompanhou os outros 7 votos, defendendo o fim de dois documentos para votar.
O placar de 7 x 0 ontem já garantia com folga a decisão de que os eleitores que não encontrarem o título de eleitor, poderão votar com outro documento de identidade com foto (como já acontecia nas eleições passadas).
O pedido de vistas feito por Gilmar Mendes, soou como manobra para impedir a decisão de vigorar nas eleições de domingo. A retomada da votação desmanchou qualquer manobra.
O assunto ganhou ares de crise institucional quando notícias de hoje, deram conta de que o ato de Gilmar, com forte conotação política, se deu após um telefonema de José Serra (PSDB), testemunhado por jornalistas.
Falou-se nos corredores do STF em impeachment (expulsão) de Gilmar Mendes do Supremo. Até a OAB manifestou-se contrariada.
Com isso, a votação foi retomada hoje, e Gilmar Mendes destoou de todos os demais, votando por manter dois documentos na eleição.
Celso de Mello foi o nono a votar, e acompanhou os outros 7 votos, defendendo o fim de dois documentos para votar.
O placar de 7 x 0 ontem já garantia com folga a decisão de que os eleitores que não encontrarem o título de eleitor, poderão votar com outro documento de identidade com foto (como já acontecia nas eleições passadas).
O pedido de vistas feito por Gilmar Mendes, soou como manobra para impedir a decisão de vigorar nas eleições de domingo. A retomada da votação desmanchou qualquer manobra.
Brizola Neto e o MPE
Nesta campanha que vai e encerrando, não foi raro que tivéssemos que defender o processo democrático de situações ameaçadoras que, infelizmente, vieram de onde esperávamos viesse a proteção às liberdades e o equilíbrio no processo eleitoral. Curiosamente, a única ameaça à livre imprensa, entre as tão faladas pela mídia, veio justamente da ação do Ministério Público Eleitoral contra a revista Carta Capital, enquanto outros órgãos, que interferiam e interferem com parcialidade e até mentiras absolutamente eleitoreiras ficaram livres para seus abusos.
A resposta de Mino Carta á Dra. Sandra Cureau parece ter posto fim a esta ofensiva, como parecem ter cessado também às que se fizeram ao presidente da República. Igualmente não prosperaram alguns ensaios feitos contra a liberdade de expressão, na tribuna, dos parlamentares. Coloco aí em címa o vídeo, que muitos ainda não assistiram, de um pronunciamento que fiz contra estas investidas, ainda em julho passado.
As curvas pirotécnicas do Datafolha
De acordo com o Datafolha, Dilma estava em curva de baixa, mas de repente acelerou de novo e ganhou um ponto.
Pode ser? Pode. As flutuações ficam sempre dentro da margem de erro, mas me parece incomum ver esses movimentos de “susto” estatístico em véspera de eleição.
No domingo, teremos um histórico confronto entre Vox Populi vs. Datafolha.
BLOG VIOMUNDO
Dallari: “Decisão de Gilmar Mendes prova que ele não tinha condições de ser ministro do STF”
por Conceição Lemes
Ontem à tarde os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram para julgar a ação direta de inconstitucionalidade (ADI), reivindicando o fim da exigência da apresentação de dois documentos para votar nas eleições do próximo domingo.
O placar estava 7 a 0. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor. Foi quando o ministrro Gilmar Mendes pediu vistas ao processo, e o julgamento interrompido.
Mais tarde circulou a informação de que a decisão de Mendes foi após conversar com o candidato José Serra (PSDB), que lhe telefonou.
Reportagem publicada hoje pela Folha confirma a conversa, testemunhada pelos repórteres. A Folha divulga na primeira página: “Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT”. Segundo a matéria, Serra chamou Gilmar de “meu presidente”.
Conversamos agora por telefone com o jurista Dalmo Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da USP, sobre os dois fatos.
Viomundo –O que o senhor achou da decisão do Gilmar Mendes?
Dalmo Dallari – Lamentável, não importa com que ele tivesse conversado. Do ponto jurídico, é uma decisão totalmente desprovida de fundamento. Seguramente causou prejuízo imenso à instituição. Foi péssimo para a imagem do STF.
Viomundo — O pedido de vistas do processo ocorre quando há alguma dúvida a ser dirimida. Havia alguma?
Dalmo Dallari -- Razão jurídica, nenhuma. Razão extra, não sei.
Viomundo — O que ocorrerá agora?
Dalmo Dallari – A repercussão foi tão negativa que possivelmente ele devolverá até amanhã o processo para o STF.
Viomundo — O ministro Gilmar Mendes conversou com o candidato Serra antes de tomar a decisão. Qual a implicação jurídica disso?
Dalmo Dallari – Eu vi as reportagens, elas insinuam a conversa. Mas, eu como advogado, raciocino em cima de provas. Só depois de tê-las é que posso me manifestar.
Viomundo — Em 2002, o senhor fez um artigo, publicado originalmente na Folha de S. Paulo, criticando a indicação de Gilmar Mendes para o STF. O senhor disse que ele “degrada o Judiciário”. E agora?
Dalmo Dallari – A decisão de ontem demonstra que eu tinha razão. Ele não tinha condições de ser ministro do STF. Hoje estou convencido de que ele não tem a seriedade e imparciliadade indispensáveis para um juiz.
************
Extraído do Viomundo antigo. Publicado em 11 de julho de 2008.
DALLARI SOBRE GILMAR MENDES: DEGRADAÇÂO O DO JUDICIÁRIO
FOLHA DE SÃO PAULO, EM 8 DE MAIO DE 2002
SUBSTITUIÇÃO NO STF
Degradação do Judiciário
DALMO DE ABREU DALLARI
Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.
Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.
Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.
Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou “ação entre amigos”. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Nota do Viomundo: Dalmo de Abreu Dallari, 79, advogado, é professor emérito da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina).
Por que Serra elogia ACM. Ou, como tratar jornalista
“Sem o apoio da Bahia e a liderança naquele momento de Antonio Carlos (Magalhães), que fundou a Frente Liberal e ajudou a eleger Tancredo Neves, não teríamos um governo democrático nos últimos 25 anos”.
Quem seria capaz de dizer essa sandice ?
Esse elogio extemporâneo a ACM, um dos mais fiéis defensores do regime militar ?
Fidelidade que só se compara, no meio civil, à de Marco Maciel ?
O autor dessa obscenidade é José Serra.
Ele estava na Bahia, onde foi receber o titulo de “cidadão soteropolitano”.
É o que diz o insuspeito jornal Globo, nesta quarta-feira desta semana, na página 10.
Palavras que Roberto Marinho subscreveria com lágrimas nos olhos.
Não tivesse sido a Rede Globo baluarte e maior beneficiária do regime militar (*).
Depois, apropriadamente, Roberto Marinho, pela mão de ACM, se converteu à democracia.
E hoje, de novo, dedica-se ao Golpe.
O que, amigo navegante, une Serra a ACM ?
Por que Serra elogiaria ACM ?
Ele pediu licença ao FHC para dizer isso ?
O Conversa Afiada se propõe a tentar decifrar esse enigma.
O jenio, como se sabe, é o nosso Putin.
Ele preservaria num nicho os colonistas (**) do PiG (***), aqueles que o chamam de “Serra” – e o resto … o resto … pau neles !
Leia, amigo navegante, como ele destratou uma jornalista portuguesa.
Como agrediu uma repórter da Folha (****).
E acompanhe neste vídeo uma seleta com os melhores momentos das agressões de Serra à imprensa não-pigueana – perceba, amigo navegante, como ele tem preferência por destratar mulheres.
Serra gosta de ACM porque ACM batia e ameaçava jornalista – é a hipótese aqui exposta.
Vou contar uma história que toda a Bahia conhece.
Antonio Carlos Fraga era jornalista estagiário da TV Itapoan, de propriedade de Pedro Irujo, que fazia oposição a ACM.
Fraga tinha 19 anos.
E foi escalado para cobrir o voto da última colocada nas pesquisas.
Vida de estagiário é dura.
Estávamos em 1986, primeira eleição direta para Governador, depois da intervenção militar.
O candidato de ACM era Josaphat Marinho.
O da Oposição, vencedor, Waldyr Pires, que Irujo apoiava.
Fraga pegou o pior carro da redação, o da Rádio Sociedade, também de Irujo.
Lá ia ele, quando soube pelo radio que o principal repórter da tevê tinha sido acometido de uma diarreia e não poderia desempenhar o papel mais importante daquele dia de eleição: cobrir a hora em que o filho de Irujo ia votar.
Fraga foi mandado para o aristocrático clube Bahiano de Tênis, que não existe mais.
Era onde votaria o filho do Irujo.
O filho do Irujo se demorou com Waldyr Pires e o Fraga, lá no Bahiano, à espera.
E começa a sentir a animosidade de correligionários de ACM, que odiavam a TV Itapoan.
Fraga, ali à espera.
Até que entra ACM, também para votar.
É recebido por uma retumbante vaia.
Cinco, seis minutos de vaia ao Ministro das Comunicações, o todo-poderoso ACM.
O Fraga lá, apertado, perplexo.
E corre com câmera e microfone até o vaiado.
No caminho, leva uns chutes e murros.
E segue o destemido estagiário, em busca do entrevistado.
Trava-se o seguinte diálogo:
Fraga – O senhor diz que vai ganhar a eleição e, no entanto, foi vaiado.
ACM – Você é um f … da p … ! Seu moleque, respeite o Ministro !
Fraga – Está tudo gravado !
ACM – Você é um f… da p … !
- Fraga – As vaias começaram quando o senhor chegou !
ACM abaixa o microfone, abafa o som e diz no ouvido do Fraga: “Vou mandar te matar, seu f … da p … !”
ACM dá um soco nas costas e um ponta-pé no Fraga.
Fraga tira a fita da câmera, esconde dentro da camisa e corre para o carro.
(Não esquecer que Serra confiscou a fita da gravação que fez com Márcia Peltier, na TV Gazeta de São Paulo …)
Diz no rádio para a chefia da redação: “Tenho um furo, tô com um furo gravado !”
E corre para a redação.
Carros da segurança de ACM perseguem o carro de Fraga pelas ruas de Salvador.
Ele chega finalmente à redação e recebe a notícia:
“Você está demitido !”
Como, “demitido por que ?”, perguntou o estagiário.
Por desacato à autoridade.
ACM tinha denunciado às autoridades policiais que Fraga o tinha agredido.
Fraga ficou paralisado na redação, aturdido, quando viu Pedro Irujo, o dono da emissora, passar no corredor.
Fraga correu e disse: “Sr Pedro, o ACM chamou o senhor de basco ladrão !”
O que ? , perguntou Irujo.
Fraga foi lá na ilha de edição e rodou a fita.
Estava lá, ACM de corpo inteiro: “f … da p …” e aquele “basco ladrão”.
Irujo chamou a editora: bote no ar como está ! Sem editar !
E assim foi feito, ao longo de todo o dia da votação, fita íntegra, várias vezes.
A partir daquele dia, Fraga, que andava de motocicleta, passou a receber ameaças de corpo presente e por telefone.
Fraga processou ACM.
ACM foi absolvido no Supremo, “por falta de provas”.
O Ministro das Comunicações tinha uma retransmissora da TV Manchete.
Tomou a Rede Globo para ele.
Irujo saiu do negócio de televisão.
Fraga abandonou o jornalismo e, hoje, é dono de uma empresa de produção de vídeo, muito bem sucedida.
Veja este vídeo histórico: como ACM tratou Fraga e, provavelmente, por que Serra ama ACM:
Polícia de Serra cerca casa de Netinho sem mandado
Conversa Afiada reproduz post do Viomundo, do Azenha:
Polícia paulista dispara bala de prata em Netinho
Netinho é alvo de blitze por suspeita de fraude
AE – Agência Estado
A Polícia Civil de São Paulo fez uma varredura na casa do candidato ao Senado Netinho de Paula (PC do B), na manhã de ontem, para apurar denúncias de fraude nos bens declarados por ele à Justiça. Netinho se tornou alvo de investigação criminal aberta na Promotoria Eleitoral de Barueri, na Grande São Paulo, após denúncia de que ele não teria declarado a casa onde mora com os filhos no condomínio Alphaville 8.
Polícia paulista dispara bala de prata em Netinho
Netinho é alvo de blitze por suspeita de fraude
AE – Agência Estado
Dois investigadores e um perito criminal vasculharam e fotografaram a parte externa, a piscina, o campo de futebol e o salão de festas, mas foram impedidos de entrar por um dos filhos de Netinho. O candidato não estava em casa. Segundo o advogado de Netinho, Alexandre Rollo, os policiais não tinham mandado de busca. O procedimento criminal para “apuração ?em tese? da infração do artigo 350 do Código Eleitoral (omissão de bens)” foi aberto pela promotora eleitoral da 386.ª zona, Bárbara Valéria Cury e Cury.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o motivo da visita foi fotografar a casa, objeto da denúncia, um procedimento rotineiro. Mas a coordenação da campanha promete entrar com representação na corregedoria da Polícia Civil contra o delegado Francisco José Alves Cardoso, do 2.º DP de Barueri.
“A ação da polícia é inaceitável. Para averiguar fraude, a primeira providência é sempre chamar o acusado para prestar esclarecimentos, o que não ocorreu. Houve, claramente, desvio de conduta, invasão de domicílio, constrangimento e abuso de autoridade por parte dos policiais”, defende a presidente estadual do partido, Nádia Campeão, que insinuou haver motivação eleitoral por trás das denúncias. Ontem, os vereadores da bancada, liderada pelo PT, protestaram contra a ação da polícia e o posicionamento da Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
PS: Fiquem de olho para descobrir onde as fotos feitas pela polícia paulista vão aparecer…
As duas faces da candidata
Jornal do Brasil
O SÚBITO INTERESSE, de alguns meios de comunicação e de setores empresariais poderosos, pela candidatura da senadora Marina Silva, recomenda aos nacionalistas brasileiros alguma prudência. A militante ecológica é apresentada ao país como a menina pobre, da floresta profunda, que só se alfabetizou aos 16 anos e fez brilhante carreira política. Tudo isso é verdade, mas é preciso saber o que pensa realmente a senadora do Brasil como um todo.
Convém lembrar que a senhora Silva (que hoje se vale do sobrenome comum para atacar Dilma Rousseff) esteve associada a entidades internacionais, e recebeu o apoio declarado de personalidades norte-americanas, como Al Gore e o cineasta James Cameron.
James Cameron, autor de um filme de forte simbolismo racista e colonialista, Avatar, intrometeu-se em assuntos nacionais e participou de encontro contra a construção da represa de Belo Monte. A respeitável trajetória humana da senadora pelo Acre não é bastante para faz er dela presidente da República. Seu comportamento político , ao longo dos últimos anos, suscita natural e fundada desconfiança dos brasileiros.
Seus admiradores estrangeiros pregam abertamente a intervenção na Amazônia, “para salvar o mundo”. Não são os ocupantes do vasto território que ameaçam o mundo. São as grandes potências, com os Estados Unidos de Gore em primeiro lugar, que, ao sustentar grandes e bem equipados exércitos, pretendem governar todos os povos da Terra.
Al Gore, que festejou a candidatura verde, é o mesmo que pron unciou, com todas as sílabas, uma frase reproduzida pela imprensa: “Ao contrário do que os brasileir os pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós”. Desaforo maior é difícil. Ninguém, de bom senso , quer destruir a Natureza, e será necessário preservar a vida em todo o planeta, não só na Amazônia.
A senadora Marina Silva tem sido interlocutora ativa das ONGs internacionais, tão zelosas em defender os índios da Amazônia e desdenhosamente desinteressadas em ajudar os nativos da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, dizimados pela doença, corrompidos pelo álcool e, não raras vezes, assassinados por sicários. Argumente-se, em favor da senadora, que o seu fervor quase apostólico na defesa dos povos da Floresta dificulta-lhe a visão política geral.
Mas seu apego a uma só bandeira, a da ecologia radical, e o fundamentalismo religioso protestante que professa, reduz em as perspectivas de sua candidatura. Com todos os seus méritos e virtudes, não é provável que entenda o Brasil em toda a sua complexidade, em toda a sua inquietude intelectual, em toda a sua maravilhosa diversidade regional. As conveniências da campanha eleitoral já a desviaram de alguns de seus compromissos juvenis.
Esse seu pragmatismo está merecendo a atenção do ex-presidente Fernando Henrique, que pretende um segundo turno com a aliança entre Serra e Marina. Como sempre ocorre com os palpites políticos do ex-presidente, essa declaração é prejudicial a Serra e, provavelmente, também a Marina. Ela, vista por muitos como inocente útil daqueles que nos querem roubar a Amazônia, é vista pelo ex-presidente como inocente útil da candidatura dos tucanos de São Paulo .
É possível desculpar a ingenuidade na vida comum, mas jamais aceitá-la quando se trata das razões de Estado. José Serra poderia ter tido outro desempenho eleitoral, se tivesse desouvido alguns de seus aliados, como Fernando Henrique, que lhe debitou a política de privatizações, e Cesar Maia, que lhe impôs o inconveniente e troglodita Indio da Costa como vice. O apego de Marina a uma só bandeira e o fundamentalismo religioso não a ajudam.
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