Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Paulo Nogueira: Colunistas estão querendo crucificar Zé de Abreu

Zé de Abreu

por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Estão querendo crucificar Zé de Abreu.

O colunista do Globo Jorge Bastos Moreno escreveu, no Twitter, que Zé de Abreu só tem autoridade para falar de dramaturgia.

De política, não.

Nesse campo, segundo Moreno, Zé de Abreu deveria se limitar a ouvir os sábios, aspas, jornalistas políticos das grandes empresas.

Isso porque Zé de Abreu questionou Moreno a respeito de uma série de tuítes em que ele afirmou que Lula está virtualmente morto no segundo governo Dilma.

Moreno listou colunistas que estão afirmando isso, os suspeitos de sempre, e com razão Zé de Abreu notou que há quatro anos eles dizem a mesma coisa.

Se você pegar material antigo da mídia, verá o número incrível de vezes, em 2014, em que Lula aparecia “querendo ” ser ele mesmo o candidato do PT à presidência.

Não bastaram os desmentidos, não bastaram sequer os gestos explícitos de apoio irrestrito de Lula a Dilma, mesmo nos momentos mais complicados de sua campanha. Lá estavam sempre os colunistas com uma informação de fonte privilegiada, aspas, segundo a qual Lula e Dilma guerreavam nos bastidores pela candidatura.

Deu no que deu.

Um desses colunistas é Josias de Sousa, do UOL, e por coincidência é outro que vem infernizando Zé de Abreu.

Josias publicou um texto em que criticou, asperamente, Zé de Abreu por uma série de tuítes em que ele, irreverentemente, registrou que pessoas como Lobão, Gentili e Aécio “se foderam”.

Zé de Abreu não foi exatamente um lorde inglês. Mas, comparado ao que os objetos de suas mensagens costumam escrever sobre ele mesmo e seu partido, foi suave, quase delicado. Atirou pedriscos em quem costumeiramente usa metralhadoras.

Josias não. Com sua prosa da Veja dos anos 70, quis matar Zé de Abreu.

Começou pelo título, em que o qualificou como “ator global”, com a clara intenção de intrigá-lo com a Globo.

Zé de Abreu, é verdade, representa o oposto do jornalismo da Globo, no qual há um exército de conservadores antipetistas em todas as mídias, de Merval a Jabor, de Míriam Leitão a Sardenberg, de Noblat a William Waack.

Mas ele é um ator e apenas um ator na Globo. Tem participação zero nas decisões jornalísticas da empresa.
Em seu campo de atuação, não se pode acusá-lo de propaganda ideológica: ele não enfia frases nos roteiros dos quais participa.

É um funcionário. Como ator, é pago para representar e representa. Ponto.

Fora da Globo, é um cidadão. Nesta condição, milita no PT, e está longe de ser um militante agressivo, intolerante, grosseiro. Se houvesse um ranking de petistas bem humorados, ele provavelmente ocuparia uma das primeiras colocações.

Sou apartidário. Entendo que o bom jornalismo não comporta compromissos com partido nenhum, e muito menos com interesses econômicos.

Como alguém de fora do PT, concordo com algumas ideias políticas de Zé de Abreu e discordo de outras.
Mas reconheço nele um cidadão inteligente e esclarecido, idealista e combativo – atributos que não enxergo nos “especialistas” em política da mídia que tentam crucificá-lo.

Escândalos abduzidos e a fonte de onde brota a corrupção, por Mauro Santaynna

bermudas

Do lúcido e vivido Mauro Santayanna sobre o “desparecimento” de escândalos e o manancial de corrupção que é o remédio que se recusam a usar contra a corrupção na política,  com eleições legal e imoralmente finaciadas pelas empresas.

“Nas últimas semanas, o Brasil tem vivido sob o impacto das notícias da “Operação Lava-Jato”, que, em busca de associar ao Mensalão, muitos chamam de Petrolão, esquecendo-se de que, enquanto se eleva esse novo escândalo ao posto de “o maior da história”, outros parecem ter se escafedido em um imenso Triangulo das Bermudas, como se tivessem sido reduzidos a pedacinhos pelas lâminas de Freddy Krueger, ou abduzidos por alienígenas.

Esse é o caso, por exemplo, do “Mensalão do PSDB” – perpetrado, de forma pioneira, com a ajuda do mesmo Marcos Valério, durante o governo do Sr. Eduardo Azeredo, em Minas Gerais.
Esse é o caso do “Escândalo do Banestado”, de desvio de mais de 100 bilhões de reais para o exterior, no qual foram indiciados vários personagens ligados ao governo FHC, incluído o Sr. Ricardo Sérgio de Oliveira, “arrecadador” de recursos de campanhas do PSDB, perpetrado, entre 1996 e 2002, também no Paraná, com a ajuda do mesmíssimo “doleiro” Alberto Youssef, do atual escândalo da Petrobras.

Esse parece ser também o caso, do Trensalão do PSDB de São Paulo, que, apesar de ter tido mais de 600 milhões de reais das empresas envolvidas bloqueados pela justiça no dia 13 de dezembro, parece ter sido coberto por um Manto da Invisibilidade digno de Harry Potter, do ponto de vista de sua repercussão.

Seria ótimo se – hipocrisias à parte – o problema do Brasil se resumisse apenas a uma briga entre “bonzinhos” e “malvados”.

Está claro que temos aqui, como ocorre em muitíssimos países, bandidos recebendo propinas no desvio de verbas públicas, atuando como “operadores” e facilitadores no trabalho de tráfico de influência, no superfaturamento e na “lavagem” de dinheiro e no envio de recursos para o exterior.

E também empresários que se acostumaram, com o tempo, a pagar ou a ser extorquidos, a cada obra, a cada licitação, a cada aditivo de contrato, pelos “intermediários” e oportunistas de sempre, e que já sofrem sucessivas paralisações, atrasos e adiamentos nas grandes obras que executam, que ocorrem devido a razões que muitas vezes escondem interesses políticos que nem sempre correspondem aos do próprio país e da população.

E padecemos, finalmente, ainda, da falta de coordenação e entendimento, entre os Três Poderes da 

República, em torno dos grandes problemas nacionais.

Leis, projetos e obras que são essenciais para o futuro do País, não são discutidas previamente entre Executivo, Legislativo e Judiciário, antes de serem encaminhadas para aprovação e execução, o que acaba levando, nos dois primeiros casos, a relações de pressão e contrapressão que acabam descambando no fisiologismo e na chantagem e que afetam, historicamente, a própria governabilidade.

Na contramão do que imagina a maioria das pessoas, com algumas exceções, ao contrário dos corruptos e dos “atravessadores”, os homens públicos – incluindo aqueles que trabalham abnegadamente pelo bem comum – estão muito mais preocupados com o poder, para executar suas teses, ideias e projetos, ou apenas exercê-lo, simplesmente , do que com o dinheiro.

No embate político, ter recursos – que às vezes chegam de origem nem sempre claramente identificada, pelas mãos de “atravessadores” que se oferecem para “ajudar” – é essencial, para conquistar o poder, na disputa eleitoral, e nele manter-se, depois, ao longo do tempo.

Esse é o elemento mais importante da equação. Mas ele só começará a ser resolvido se houver uma reforma política que proíba, definitivamente, a doação de dinheiro privado a agremiações políticas e candidatos a cargos eletivos, promova a cassação automática de quem usar Caixa 2 e aumente a fiscalização do uso dos recursos partidários ainda durante o período de campanha.

Por mais que sejam importantes, e impactantes, as prisões dos corruptos envolvidos no escândalo da Petrobras e a recuperação dos recursos desviados, se não for feita uma reforma política, de fato, elas não impedirão que mais escândalos ocorram, no financiamento de novas campanhas, já nas próximas eleições”.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FT ataca Petrobras: 'vergonha nacional'

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Jornal britânico Financial Times aumenta o tom da campanha de ataques à Petrobras; reportagem desta terça-feira, afirma que a empresa brasileira se tornou uma 'vergonha nacional', o que jamais foi dito por eles da BP, responsável por um dos maiores desastres ambientais da história, no Golfo do México; publicação prevê até 'calote técnico' da companhia; enquanto isso, o bilionário especulador George Soros compra ações e reforça sua posição na Petrobras 


247 - A imprensa britânica aumentou o tom de suas críticas contra a Petrobras. Reportagem desta terça-feira do Financial Times classifica a empresa brasileira, que ontem anunciou a viabilidade de novos campos do pré-sal (leia aqui), como uma 'vergonha nacional' – algo que jamais foi dito, diga-se de passagem, da britânica BP, responsável por um dos maiores desastres ambientais da história, no Golfo do México.

Enquanto prossegue a campanha de desqualificação da Petrobras, o bilionário investidor George Soros compra ações na baixa e se consolida como um dos maiores minoritários da estatal (leia mais aqui).
Confira, abaixo, reportagem do Infomoney sobre o ataque desferido pelo Financial Times:
A enxurrada de denúncias sobre a Petrobras ganha destaque na imprensa internacional. O jornal britânico Financial Times publica na edição impressa desta terça-feira, 30, uma ampla reportagem sobre a crise na maior estatal brasileira.

Para a publicação, o suposto esquema de corrupção na petroleira transformou a companhia que já foi "orgulho do Brasil" em motivo de "vergonha nacional". O texto destaca ainda a hipótese de a empresa entrar em "calote técnico" pelos atrasos na divulgação dos resultados financeiros.

"A Petrobras, que em 2007 era o orgulho do Brasil após anunciar as maiores descobertas de petróleo offshore do mundo em décadas, hoje corre o risco de se tornar um pária entre os investidores e uma vergonha nacional para os brasileiros", diz o texto do FT, ao lembrar das denúncias de corrupção que envolvem diretores da empresa e grandes empreiteiras. A reportagem lembra ainda que Maria das Graças Foster, que comanda a companhia desde 2012, já teria oferecido o cargo à presidente Dilma Rousseff.

O FT lembra ainda que, diante do caso, a empresa tem atrasado a divulgação de números e isso poderia acarretar situação de "calote técnico". "Se a Petrobras não for capaz de divulgar os resultados financeiros auditados até 30 de abril, a empresa, que é uma dos maiores tomadores de empréstimos corporativos do Brasil com dívida estimada pela agência Moody's em US$ 170 bilhões, poderia desencadear um default técnico", diz o FT.

Ary Fontoura e a arte do senso comum

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"O governo do PT é o pior governo que já passou pelo Brasil. Resta saber para quem. Essa é a pergunta que deixo para Ary Fontoura que, se preferir, pode até interpretar no palco a sua resposta", diz o jornalista Marco Piva; "A liberdade de expressão está garantida na Constituição. Falta agora assegurar a pluralidade de informação. Uma carta com esse pedido especial o ator global poderia enviar para a família Marinho"

Por Marco Piva, na Carta Maior

hoje que artistas mostram suas preferências políticas e, a partir de sua condição pública, dizem coisas mais sérias e ajudam, bem como podem escorregar e não passarem de ventríloquos do senso comum. Parece ser este o caso de Ary Fontoura que pediu, em postagem nas redes sociais, a renúncia de Dilma Roussef. Apesar de deixar claro a que tipo de renúncia se referia, o que faz no final do texto, o ator global desfia uma série de jargões que não fariam feio na boca do mais despolitizado dos brasileiros em conversa de botequim.

Como explicar, então, que uma pessoa com longa vida profissional e a vivência do teatro, local de excelência para o exercício da cultura, faça o papel de reprodutor inocente de frases comuns? Vejamos algumas delas. 

(...) renuncie à falta de vergonha e aos salários elevados de muitos parlamentares (...) renuncie ao apadrinhamento político, aos parasitas, ao nepotismo; renuncie aos juros altos, aos impostos elevados, à volta da CPMF; renuncie à falta de planejamento, à economia estagnada; renuncie ao assistencialismo social eleitoreiro; renuncie à falta de saúde pública, de educação, de segurança (Unidade de Polícia Pacificadora não é orgulho para ninguém); renuncie ao desemprego; renuncie à miséria, à pobreza e à fome; renuncie aos companheiros políticos do passado, a velha forma de governar e, se necessário, renuncie ao PT”. 

Ao juntar alhos com bugalhos, em nome de uma suposta indignação que teria atingido “200 milhões de brasileiros” pelo quais diz falar, Ary Fontoura perde a grande chance de colocar os pingos nos “is”. O pedido de “renúncia” à falta de vergonha e aos salários elevados de parlamentares, bem como aos parasitas, ao nepotismo e à velha forma de governar, caberiam bem numa ampla e profunda reforma política, expressão que não sai da boca do ator em nenhum momento. Esse tipo de reclamação óbvia continua quando pede a “renúncia” aos juros altos, aos impostos elevados, à volta da CPMF, combinando com a “renúncia” à falta de planejamento, à economia estagnada. Mais uma vez, nenhuma palavra, sequer um miado, sobre a estrutura econômica vigente no Brasil há décadas, há séculos, e que para ser enfrentada exige exatamente um tipo de governo que ele não quer, embora nos anos de chumbo tenha flertado com a rebeldia de esquerda. 

Merecem destaques as “renúncias” ao assistencialismo social eleitoreiro (bolsa-família, é claro), ao desemprego (onde ele vê isso, não sei), à miséria, à pobreza e à fome. Certamente seu olhar não passa do morro do Corcovado ou da ilha da fantasia Projac, onde aluga, como qualquer trabalhador, sua mais-valia às Organizações Globo, o maior conglomerado de comunicação brasileiro e que amealhou bilhões em verbas federais de publicidade entre 2000 e 2013. Cabe aqui, literalmente, a frase que se tornou popular nos discursos do ex-presidente Lula: nunca antes na história desse país se combateu tanto a miséria, a fome, a pobreza e o desemprego. Mas, isso não consta na indignação seletiva de Fontoura.

O “grand finale” vem do seu pedido à Dilma para que renuncie “aos companheiros políticos do passado, a velha forma de governar e, se necessário, renuncie ao PT” e “se permita que a sua história futura seja coerente com o seu passado”. Muito interessante. Dê banho na criança, jogue ela fora junto com a água suja e você terá um ser limpinho e cheiroso. Ou seja, passe uma esponja em tudo o que você acreditou e acredita que esta é a melhor forma de construir o futuro. Claro que ele se refere ao futuro na narrativa da mídia conservadora, da oposição golpista e dos interesses internacionais que não suportam uma soberania brasileira ativa e altiva.

O governo do PT é o pior governo que já passou pelo Brasil. Resta saber para quem. Essa é a pergunta que deixo para Ary Fontoura que, se preferir, pode até interpretar no palco a sua resposta. A liberdade de expressão está garantida na Constituição. Falta agora assegurar a pluralidade de informação. Uma carta com esse pedido especial o ator global poderia enviar para a família Marinho.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

“Choro” de Venina no Fantástico é igual a suas “denúncias”

venina
A entrevista que a ex-gerente da Petrobrás Venina Veloso da Fonseca concedeu ao programa Fantástico, daGlobo, no último domingo, não acrescentou nada ao que disse anteriormente. A entrevista apenas tratou de darcor e forma aos ataques que a nova “heroína” da mídia vem fazendo aos superiores na empresa e que, agora, estendeu, sem provas, ao ex-presidente Lula.
A entrevista inócua e politizada dessa senhora ocupou ¼ de um programa de cerca de duas horas de duração, mas, de novo mesmo, tal entrevista só “revelou” que o ex-diretor Paulo Roberto Costa teria lhe feito uma declaração que implicaria o ex-presidente Lula em irregularidades na Petrobrás.
Ao dizer que que Costa apontou o retrato de Lula ao insinuar que ele seria “derrubado” caso as “denúncias” da subordinada fossem investigadas, a ex-gerente implicou um ex-presidente da República com base em nada. A Globo, com essa entrevista, fez a mesma coisa que a revista Veja na véspera da eleição presidencial em segundo turno, há menos de dois meses.
Como tudo o que Venina diz não tem sustentação em nada mais do que sua palavra, na mesma linha do que faz poder-se-ia dizer que a investigação interna da Petrobrás a que está sendo submetida está por trás de suas denúncias tardias, que demoraram anos para ser feitas publicamente.
A “explicação” dessa senhora para a autorização que deu à Petrobrás em 2004 e em 2006 para que firmasse contratos de quase oito milhões de reais com a empresa do homem com quem se casaria em seguida, é risível. Dizer que tudo está esclarecido porque só se casou com ele um ano depois de lhe autorizar o segundo contrato, não dissolve suspeita alguma.
A Petrobrás, em resposta às denúncias de Venina, alega que mandou investigar tudo que ela fez chegar à direção da empresa. Porém, a empresa informa também que, paralelamente, a denunciante é alvo de suspeitas e investigações.
Esse fato foi minimizado pelo Fantástico.
A extensa entrevista dessa senhora ao programa global, portanto, parece ter tido o único objetivo de, em determinado ponto, envolver Lula da mesma forma covarde com que ele sempre foi envolvido em acusações de seus adversários políticos, ou seja, sem prova alguma e sem possibilidade de defesa eficiente, porque fica a palavra de um contra o outro.
Lá pelo fim da entrevista, como seria de esperar de quem faz o papel de heroína, coube a Venina apresentar a Pièce de résistance do que soa como farsa:  o choro.
A voz embargada e a longa pausa, apesar de sugerirem fortemente que a nova heroína midiática chorava, não se fizeram acompanhar de um elemento que falta ao pranto assim como as provas faltam às acusações: Venina chorou sem derramar uma mísera lágrima, sem seus olhos marejarem.
Dizer que o choro de Venina resumiu-se à modulação da voz é tão válido quanto ela fazer as acusações que fez. Nem este que escreve nem aquela que acusa têm provas de que, respectivamente, o choro foi simulado ou os fatos relatados pela ex-gerente são verídicos.
Diante da denúncia sem provas da tal Venina, portanto, é que decorre presunção igualmente sem provas de que o choro dela foi forjado. A tese é tão boa quanto a do Fantástico ao levar essa mulher ao ar para enlamear a imagem de Lula, quem a mídia partidarizada e os políticos que essa mesma mídia apoia temem que se candidate à sucessão de Dilma em 2018.
***
Confira, abaixo, a íntegra da entrevista e o choro “seco” de Venina

“A heroína do Fantástico e a Venina do Linkedin”

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"Duas vidas diferentes?", pergunta o jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço; ele resgata informações do perfil da ex-gerente da Petrobras na rede social corporativa Linkedin e constata que "durante ao menos sete anos era auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa"; ele contesta o fato de ela ter sido "afastada" da empresa em Cingapura, como afirmou, e de ter sido pressionada; "Quando PRC cai, Venina não é perseguida, mas promovida"; "Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os", escreve o blogueiro 

247 – Em um novo post no blog Tijolaço, o jornalista Fernando Brito compara informações dadas pela ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca durante entrevista ao Fantástico, na noite deste domingo, e as que constam em seu perfil na rede social corporativa Linkedin. "Duas vidas diferentes", pergunta o blogueiro.

Ele contesta os argumentos de Venina de que teria sido pressionada na Petrobras a deixar de denunciar irregularidades, ressalta que ela trabalhou por mais tempo do que revelou ao lado de Paulo Roberto Costa, alvo da Lava Jato, e questiona o isolamento relatado por ela em Cingapura, onde teria sido proibida de trabalhar.

Brito diz não acusá-la de nada, pois não há provas, mas argumenta que "não é possível afastá-la de todo deste caso. Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os". Leia abaixo:
A heroína do Fantástico e a Venina do Linkedin... Duas vidas diferentes?

Depois de aceitar que Paulo Roberto Costa passou ao menos três anos roubando “enojado” e “enojado” continuava recebendo parcelas de propinas por contratos mesmo depois de ter sido afastado da empresa, agora temos a história mais que capciosa de D. Venina Fonseca, a quem não posso, por desconhecimento, acusar de nada – a Petrobras não abriu os detalhes dos processos interno que correm contra ela, embora ela tenha ido ao Fantástico acusar a presidente da empresa de cúmplice de todos os malfeitos da empresa.

Mas posso, como qualquer jornalista deveria fazer, comparar o que ela disse na televisão com o que é, segundo ela própria, sua carreira na empresa.

Segundo a transcrição da entrevista feita pelo Diário do Centro do Mundo, ela diz que “eu trabalhei junto com Paulo Roberto, isso eu não posso negar. Na diretoria de abastecimento, a partir de 2005″.
Não é verdade, segundo a própria Venina informa em seu currículo no Linkedin.

Lá, consta que ela era – o texto eu cito em inglês, como está escrito – “Manager, Implementation of Integrated Management Systems at Natural Gas Logistics Supervision Centre. De “May 2002 – May 2004 (2 years 1 month)“.

Ora, de 2001 a 2003, Paulo Roberto Costa era responsável pela Gerência Geral de Logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras…

Depois, segundo a própria Venina, em  seu Linkedin, foi ser “Assistant Manager to the Downstream Director’s Office” (diretor de abastecimento), em maio de  2004.

Paulo Roberto Costa assumiu a diretoria de abastecimento em… 14 de maio de 2004.

Não seria justo inferir ligações anteriores, mas é a própria Venina quem documenta que não foi “na diretoria de Abastecimento, a partir de 2005″, mas que durante ao menos sete anos era auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa.

Mais adiante, Venina diz:

“A opção que eles fizeram em 2009 foi realmente me mandar para o lugar mais longe possível, isso está entre aspas, onde eu tivesse o menor contato possível. Com a empresa, aparentemente eu estaria ganhando um prêmio indo para Cingapura, mas o que aconteceu foi que realmente quando eu cheguei lá me foi dito que eu não poderia trabalhar, que eu não poderia ter contato com o negócio, era para eu procurar um curso”.

De fato, Venina foi para Cingapura, como “Chief Executive Officer, PM Bio Trading Pte Ltd”, uma joint-venture entre a Petrobras, a Mitsui e a empreiteira Camargo Correia, empresa subordinada a… Paulo Roberto Costa, o diretor de Abastecimento, o enojado …

Quando PRC cai, Venina não é perseguida, mas promovida.

Passa a diretora-gerente (“Managing Director, Petrobras Singapore Private Limited”).

E, segundo ela própria, com amplos poderes pois assim ela define suas funções, desde então:

“Responsável por conduzir o aumento das receitas junto com as margens de lucro e ser responsável por todos os contratos, a evolução dos negócios, as principais partes interessadas e clientes. – Reestruturação de toda a unidade, que resultou em significativa redução de custos e aumentando o lucro líquido três vezes nos primeiros seis meses de nomeação. – Liderou s Petrobras Singapore (PSPL) para atingir um lucro líquido recorde de US 59,5 milhões  em 2012 de US $ 18 milhões em 2011, e, posteriormente, outro avanço no lucro líquido, de US $ 184 milhões em 2013″

Nada de ficar “encostada”, portanto. E muito menos de viver trancada, numa situação de quase “escrava branca”, algo que justificasse a melodramática declaração ao Fantástico de que ” me afastar(am) do meu país, das empresas que eu tanto gostava, dos meus colegas de trabalho. Eu fui para Cingapura, eu não vi minha mãe adoecendo. Minha mãe ficou cega, transplante de coração, eu não pude acompanhar minha mãe.

Meu marido não pôde mais trabalhar, ele teve que retornar.”

O marido de Venina, Mauricio Luz, também segundo o seuLinkedin, “had been lived in Singapore from january 2010 to june 2012, working as a consultant and helping to implement the Braskem office in Singapore“.

A Braskem é uma empresa que tem, entre os principais acionistas … a Petrobras, com 47% e a Odebrecht, com 50%.

A saída de Luz, também casualmente, coincide com a queda de Paulo Roberto Costa.

Não se faz aqui, como se viu, nenhuma acusação a Venina, porque seria um absurdo acusar, como ela faz, alguém de irregularidades e cumplicidades sem ter provas cabais disto.

Mas não é possível afastá-la de todo deste caso. Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os.

O Brasil está mesmo virando uma fábrica de “santinhos”

Venina chora e convoca novos delatores à Globo

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Usada como ponta de lança na estratégia para derrubar a presidente da Petrobras, Graça Foster, a ex-gerente Venina Velosa concedeu uma longa entrevista à jornalista Glória Maria, do Fantástico, em que a principal revelação foi o fato de Venina ter admitido que contratou o então namorado, com quem depois se casou, para a realização de serviços de consultoria por R$ 7,8 milhões; sobre Graça Foster, ela disse que a alertou por email (o que não era novidade) e também pessoalmente (o que não pode ser provado); no ponto lacrimejante da entrevista, Venina disse que perdeu a família e não viu a mãe ficar cega, pois havia sido mandada para Cingapura; no fim, convocou outros funcionários a delatar superiores; "estou convidando você também" 

247 - "Foram dois contratos. Um em 2004 e outro em 2006. Mas nós só nos casamos em 2007", disse Venina Velosa, ex-gerente executiva da Petrobras. Assim ela justificou o fato de ter contratado, por R$ 7,8 milhões, seu ex-marido para a realização de serviços de consultoria para a Petrobras. Venina disse ainda que, após o casamento, os contratos foram interrompidos, mas não informou quanto havia sido pago até o enlace matrimonial.

Esta foi a principal revelação de uma entrevista de mais de vinte minutos, concedida por Venina à jornalista Glória Maria, e tratada como bombástica pelo programa Fantástico, da TV Globo. O que o Fantástico pintou com crores dramáticas foi algo que não pode ser provado: a frase dita por Venina sobre o alerta que teria feito, pessoalmente, à atual presidente da companhia, Graça Foster, em relação a supostas irregularidades na companhia.

De resto, apenas repetições, como os emails enviados a Paulo Roberto Costa e Graça Foster, publicados pelo jornal Valor Econômico nove dias atrás.

No ponto melodramático da entrevista, Venina foi às lágrimas, quando Gloria Maria a perguntou sobre sua família. "Eu tinha uma família. Não vi minha mãe ficar cega e meu marido teve de retornar para poder trabalhar", disse Venina, atribuindo o divórcio ao fato de ter sido enviada para Cingapura. Lá, ela insinua ter sido colocada na geladeira para não criar mais problemas para seus superiores.

No fim, Venina fez um convite para que outros funcionários da Petrobras denunciem seus superiores. "Estou convidando você também", disse ela, para que os brasileiros possam voltar a sentir orgulho da empresa.
Leia mais sobre Venina em "Ex-quase-heroína da mídia pode terminar vilã".

domingo, 21 de dezembro de 2014

EX-QUASE-HEROÍNA DA MÍDIA, VENINA PODE TERMINAR VILÃ

sábado, 20 de dezembro de 2014

Por que Globo e Folha brigaram com Ibope e Datafolha



pesquisas
Na última quarta-feira, o Jornal Nacional noticiou parte dos dados divulgados no âmbito da última edição da série histórica de pesquisas que o Ibope faz para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O site da CNI diz que a popularidade de Dilma Rousseff aumentou. Porém, o JN se limitou a exibir um gráfico que distorceu esse fato.

pesquisas 1


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Como se vê, o Ibope fez a pesquisa e concluiu que a popularidade de Dilma subiu. E os números do gráfico da CNI-Ibope não batem com os números do gráfico exibido no Jornal Nacional.
O que aconteceu é muito simples: o JN pegou números de outras pesquisas Ibope deste ano sobre a popularidade de Dilma e os apresentou como se fizessem parte da série histórica que o Ibope faz para a Confederação Nacional da Indústria.
Mas por que os números de outras pesquisas Ibope são diferentes dos números das pesquisas que o instituto faz exclusivamente para a CNI?, perguntará o leitor. Há vários fatores que explicam essa discrepância: índice de confiança, número de pesquisados etc.
Como cada pesquisa tem uma particularidade, não dá para misturar uma série histórica de pesquisas – que tem sempre o mesmo critério – com pesquisas aleatórias, feitas sobre base de dados diferente.
Ou seja: o Jornal Nacional perpetrou uma trapaça. Forjou uma série histórica da CNI para enganar seu telespectador.
Dez dias antes da divulgação da pesquisa CNI-ibope, a Folha de São Paulo estampou em sua primeira página uma pesquisa Datafolha que apresentou excelentes resultados para Dilma, mas que, tal qual ocorreu no Jornal Nacional, foi distorcida por quem a noticiou.

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O assunto foi tratado no post Folha manipula gráfico e inverte dado da pesquisa Datafolha. O texto mostra que, na primeira página, a Folha uniu os que achavam que Dilma tinha pouca responsabilidade pelo escândalo na Petrobrás com quem achava que tinha muita. Graças a esse artifício, o jornal chegou aos tais 68% que estariam culpando Dilma pelo escândalo.
Contudo, analisando a pesquisa encontra-se dados que mostram que, ao contrário do que sugeriu a manchete, Dilma está sendo muitíssimo bem avaliada por combater a corrupção não só na Petrobrás, mas de forma geral.

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Na própria Folha, um dos colunistas mais antigos e eminentes do jornal sugeriu que este manipulou a divulgação do estudo do Datafolha. Janio de Freitas insinuou que o instituto e o jornal que o controla fizeram uma pergunta ambígua para os entrevistados de forma a poderem construir a manchete.

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Os fatos supracitados levam a uma conclusão inevitável: tanto o Jornal Nacional quanto a Folha brigaram com os dois institutos que lhes fornecem pesquisas de opinião. Enquanto esses institutos dizem uma coisa, o telejornal e o jornal dizem outra.
A fabricação de uma realidade mais rósea para as famílias Marinho e Frias por empregados que tentam adivinhar os desejos dos patrões decorre de um fato surpreendente. Há meses e meses que Dilma está sob intenso bombardeio. E após o fim da campanha eleitoral, com a reeleição dela, a artilharia não parou. Parece que a campanha não terminou.
Com todo o aparato de desmoralização mobilizado contra a presidente, tanto a Globo quanto a Folha noticiarem pesquisas mostrando que o bombardeio pós eleitoral não só não produziu efeito negativo para o alvo como tampouco impediu resultados positivos, seria arrasador.
O que surpreende é a manipulação grosseira dos fatos. Aliás, o mais surpreendente – porém, nem tanto – é a manipulação de pesquisas dessa forma. Certamente esses veículos já foram tão longe, mas, de momento, não ocorre quando…
Para finalizar, relato um fato que pode explicar ao leitor o que está acontecendo – por que a mídia não consegue destruir a presidente da República.
Na semana que finda, fui jantar com dois amigos comunistas para planejarmos como transformar o Brasil em Cuba… Brincadeiras à parte, o fato é que, durante o jantar, o garçom que nos servia relatou que lê este Blog e quis me cumprimentar.

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 Os fatos supracitados guardam relação íntima com pesquisa recentemente divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República sobre os hábitos dos brasileiros em relação às mídias.
Essa pesquisa confirma o que aconteceu no restaurante em que fui jantar. Cada vez mais, os brasileiros informam-se pela internet e, cada vez mais, informam-se por blogs como este. Dessa forma, as versões dos JN’s e Folhas da vida não ficam mais sem contraponto.
É por isso que a velha mídia tem tido que recorrer a falsificações da realidade. É simples assim.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Putin: os EUA não vão empalhar o urso russo Quer dizer que tomar o Texas do México foi justo ?

Putin na coletiva: se tirarem o dente do urso, no dia seguinte eles entram na Sibéria


No auge da crise do rublo, com a aliança da Arábia Saudita e os Estados Unidos, para derrubar os preços do petróleo, o presidente russo Vladimir Putin deu a tradicional entrevista coletiva de fim de ano a uma plateia monstro de jornalistas, em Moscou.

Aqui vai uma seleção de trechos que a “mídia ocidental” e os pigueiros nativos provavelmente vão omitir:

- A Rússia não vai se dobrar à pressão externa.


- A Rússia vai se manter firme e proteger o interesse nacional.


- O Muro de Berlim nunca veio abaixo.


- No dia seguinte, eles e a OTAN estavam na nossa fronteira.


- Roubar o Texas do México foi justo ?


- Por que não podemos ter o controle de nossa própria terra (a Crimeia) ?


- Eles acham que venceram, se consideram um Império e os outros são seus vassalos que merecem ser oprimidos.


- Aplicaram sanções ilegítimas e unilaterais contra a Rússia.


- Não podemos baixar a guarda. Se o urso perder os dentes e as garras vai virar um animal empalhado.


- As nações ocidentais querem acorrentar o urso russo para incapacitar a sua defesa nuclear.


- Esse urso não pode ser empalhado !


- Se for, no dia seguinte eles entram na taiga da Sibéria !


- O que está em jogo é a proteção da nossa soberania.


- A campanha contra a Rússia começou antes da crise do rublo: com o apoio Ocidental ao terrorismo no norte do Cáucaso; a expansão da OTAN e a criação do sistema de misseis anti-balísticos na Europa do Leste;  a maneira de a mídia ocidental cobrir os Jogos de Inverno de Sochi.


- A cooperação com a China é um dos pontos centrais da recuperação da Rússia e sua futura prosperidade.


- O projeto do gasoduto com a China levará energia ao Extremo Oriente e construirá infra-estrutura em toda a região.


- As dificuldades da Rússia, hoje, são principalmente resultado de fatores externos e refletem a insuficiente diversificação da economia russa.


- A diversificação é difícil porque o empresario prefere investir no setor de energia onde os resultados chegam mais rápido.


- A recuperação econômica vai durar dois anos.


- Com o crescimento da economia mundial, serão necessários mais recursos energéticos.


- As medidas para conter a crise do rublo são adequadas.


(O Banco Central aumentou a taxa de juros de 6,5% para 17%.)


- Não há perigo de um golpe palaciano, porque não há palácios na Rússia.

Fernando Morais: 'quem criticou o porto de Mariel, vai ter de engolir'

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Cotado para o ministério da Cultura, o escritor Fernando Morais, autor do clássico 'A Ilha', comemora a reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos e afirma que o Brasil está muito bem posicionado; "quem criticou o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, agora vai ter que engolir. Mariel é uma cópia do processo que a China viveu, com a criação de zonas com leis específicas. A ativação vai transformar Mariel no entreposto mais próximo dos EUA em todo o mundo", diz ele 

247 - O escritor Fernando Morais, autor do clássico 'A Ilha', comemorou o que chamou de 'fim da guerra fria', com a reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos.

"Não é só uma frase de efeito, mas a Guerra Fria acabou", disse ele ao jornalista Lucas Ferraz (leia aqui sua entrevista). "Finalmente Obama fez jus ao prêmio Nobel que ganhou. O reatamento das relações vai produzir uma mudança imediata na economia cubana. A viagem de avião entre Miami e Havana leva 18 minutos. Certamente eles vão colocar ferryboat para as pessoas irem de carro. É uma revolução. É importante do ponto de vista político porque degela as relações, acaba com essa idiossincrasia que não serviu para nada."

Morais diz, ainda, que o Brasil está muito bem posicionado para essa reaproximação e afirma que, agora, fica provado o acerto na construção do porto de Mariel, financiado pelo BNDES. "Quem criticou o porto de Mariel, financiado pelo BNDES, agora vai ter que engolir. Mariel é uma cópia do processo que a China viveu, com a criação de zonas com leis específicas. A ativação vai transformar Mariel no entreposto mais próximo dos EUA em todo o mundo."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CARTA MAIOR IRÁ PROCESSAR A FOLHA DE S PAULO

ANTES ATACADO, PORTO DE MARIEL VIRA ESTRATÉGICO