Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Ex-ministro da Justiça acusa Janot de traição

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Em carta publicada no blog do jornalista Marcelo Auler, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão responde ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que atacou os críticos da Lava Jato durante discurso na posse da ministra Cármen Lúcia à presidência do STF; "Visto a carapuça, Doutor Rodrigo Janot", escreve Aragão, lembrando de opiniões que os dois compartilhavam sobre o Ministério Público, e inclusive a de que tinham "consciência da inocência de José Genoino", contra quem Janot pediu a prisão logo no primeiro mês no cargo; Aragão faz duras críticas à condução da Operação Lava Jato e diz, em referência ao Ministério Público: "Nossa instituição exibe-se, assim, sob a sua liderança, surfando na crise para adquirir musculatura, mesmo que isso custe caro ao Brasil e aos brasileiros"; Aragão diz ainda que Janot se calou sobre o golpe e questiona por que demorou para afastar Cunha 


Sobre a honestidade de quem critica a Lava Jato

Por Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça, via Blog do Marcelo Auler

“Praecepta iuris sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique  tribuere” (Ulpiano)
“Os preceitos do direitos são estes: viver honestamente, não lesar a outrem, dar a cada um o que é seu.” (Ulpiano)

“Disse o Senhor Procurador-Geral da República por ocasião da posse da nova presidente do STF, Ministra Carmen Lúcia, que se tem “observado diuturnamente um trabalho desonesto de desconstrução da imagem de investigadores e de juízes. Atos midiáticos buscam ainda conspurcar o trabalho sério e isento desenvolvido nas investigações da Lava Jato”.

Visto a carapuça, Doutor Rodrigo Janot. E lhe respondo publicamente, por ser esse o único meio que me resta para defender a honestidade de meu trabalho, posta em dúvida, também publicamente, pelo Senhor, numa ocasião solene, na qual jamais alcançaria o direito de resposta.
O Senhor sabe o quanto tenho sido ostensivamente crítico da forma de agir estrambólica dos agentes do Estado, perceptível, em maior grau, desde a Ação Penal 470, sob a batuta freisleriana do Ministro Joaquim Barbosa.

Aliás, antes de ser procurador-geral, o Senhor compartilhava comigo, em várias conversas pessoais, minha crítica, dirigida, até mesmo, ao Procurador-Geral da República de então, Doutor Gurgel. Lembro-me bem de suas opiniões sobre a falta de noção de oportunidade de Sua Excelência, quando denunciou o Senador Renan Calheiros em plena campanha à presidência do Senado.

Lembro-me, também, de nossa inconformação solidária contra as injustiças perpetradas na Ação Penal 470 contra NOSSO (grifo do original) amigo José Genoíno.

“Não foi uma só vez que o Senhor contou que seus antecessores sabiam da inocência de Genoíno, mas não o retiraram da ação penal porque colocaria em risco o castelo teórico do “Mensalão”, como empreitada de uma quadrilha, da qual esse nosso amigo tinha que fazer parte, para completar o número”.

Por sinal, conheci José Genoíno em seu apartamento, na Asa Sul, quando o Senhor e eu dirigíamos em parceria a Escola Superior do Ministério Público da União. Àquela ocasião, já era investigado, senão denunciado, por Doutor Antônio Fernando.

Admirei a sua coragem, Doutor Rodrigo, de não se deixar intimidar pelos arroubos midiáticos e jurisdicionais vindas do Excelso Sodalício. Com José Genoíno travamos interessantes debates sobre o futuro do País, sobre a necessidade de construção de um pensamento estratégico com a parceria do ministério público.

Tornou-se, esse político, então, mais do que um parceiro, um amigo, digno de ser recebido reiteradamente em seu lar, para se deliciar com sua arte culinária. De minha parte, como não sou tão bom cozinheiro quanto o Senhor, preferia encontrar, com frequência, Genoíno, com muito gosto e admiração pela pessoa simples e reta que se me revelava cada vez mais, no restaurante árabe do Hotel das Nações, onde ele se hospedava. Era nosso point.

Cá para nós, Doutor Rodrigo Janot, o Senhor jamais poderia se surpreender com meu modo de pensar e de agir, para chamá-lo de desonesto. O Senhor me conhece há alguns anos e até me confere o irônico apelido de “Arengão”, por saber que não fujo ao conflito quando pressinto injustiça no ar. Compartilhei esse pressentimento de injustiça com o Senhor, já quando era procurador-geral e eu seu vice, no Tribunal Superior Eleitoral.

Compartilhei meus receios sobre os desastrosos efeitos da Lava Jato sobre a economia do País e sobre a destruição inevitável de setores estratégicos que detinham insubstituível ativo tecnológico para o desenvolvimento do Brasil. Da última vez que o abordei sobre esse assunto, em sua casa, o Senhor desqualificou qualquer esforço para salvar a indústria da construção civil, sugerindo-me que não deveria me meter nisso, porque a Lava Jato era “muito maior” do que nós.
Mas continuemos no flash-back.

Tinha-o como um amigo, companheiro, camarada. Amigo não trai, amigo é crítico sem machucar, amigo é solidário e sempre tem um ouvido para as angústias do outro.

Lutamos juntos, em 2009, para que Lula indicasse Wagner Gonçalves procurador-geral, cada um com seus meios. Os meus eram os contatos sólidos que tinha no governo pelo meu modo de pensar, muito próximo ao projeto nacional que se desenvolvia e que fui conhecendo em profundidade quando coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR, que cuidava da defesa do patrimônio público.
Ficamos frustrados quando, de última hora, Lula, seguindo conselhos equivocados, decidiu reconduzir o Doutor Antônio Fernando.
 
Em 2011, tentamos de novo, desta vez com sua candidatura contra Gurgel para PGR.
Na verdade, sabíamos que se tratava apenas de um laboratório de ensaio, pois, com o clamor público induzido pelos arroubos da mídia e os chiliques televisivos do relator da Ação Penal 470, poucas seriam as chances de, agora Dilma, deixar de indicar o Doutor Gurgel, candidato de Antônio Fernando, ao cargo de procurador-geral.

Ainda assim, levei a missão a sério. Fui atrás de meus contatos no Planalto, defendi seu nome com todo meu ardor e consegui, até, convencer alguns, mas não suficientes para virar o jogo.
Mas, vamos em frente.

Em 2013, quando o Senhor se encontrava meio que no ostracismo funcional porque ousara concorrer com o Doutor Gurgel, disse-me que voltaria a concorrer para PGR e, desta vez, para valer.
 
Era, eu, Corregedor-Geral do MPF e, com muito cuidado, me meti na empreitada. Procurei o Doutor Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, meu amigo-irmão há quase trinta anos, e pedi seu apoio a sua causa.
Procurei conhecidos do PT em São Paulo, conversei com ministros do STF com quem tinha contatos pessoais. Enquanto isso, o Senhor foi fazendo sua campanha Brasil afora, contando com o apoio de um grupo de procuradores e procuradoras que, diga-se de passagem, na disputa com Gurgel tinham ficado, em sua maioria, com ele.

Incluía, até mesmo, o pai da importação xinguelingue ( Gíria paulista: produto barato que vem da China, geralmente de baixíssima qualidade) da teoria do domínio do fato, elaborado por Claus Roxin no seu original, mas completamente deturpada na Pindorama, para se transmutar em teoria de responsabilidade penal objetiva.

Achava essa mistura de apoiadores um tanto estranha, pois eu, que fazia o trabalho de viabilizar externamente seu nome, nada tinha em comum com essa turma em termos de visão sobre o ministério público.

Como o Senhor sabe, no início de 2012, publiquei, numa obra em “homenagem” ao então Vice-Presidente da República, Michel Temer, um artigo extremamente polêmico sobre as mutações disfuncionais por que o ministério público vinha passando.

Esse artigo, reproduzido no Congresso em Foco, com o título “Ministério Público na Encruzilhada: Parceiro entre Sociedade e Estado ou Adversário implacável da Governabilidade?”, quando tornado público, foi alvo de síncopes corporativas na rede de discussão @Membros.

Faltaram querer me linchar, porque nossa casa não é democrática. Ela se rege por um princípio de omertà muito próprio das sociedades secretas. Mas não me deixei intimidar.

Depois, ainda em 2013, publiquei outro artigo, em crítica feroz ao movimento corporativo-rueiro contra a PEC 37, também no Congresso em Foco, com o título “Derrota da PEC 37: a apropriação corporativa dos movimentos de rua no Brasil”.

(N.R. A PEC 37, derrotada na Câmara em junho de 2013, determinava que o poder de investigação criminal seria exclusivo das polícias federal e civis, retirando esta atribuição de alguns órgãos e, sobretudo, do Ministério Público (MP).

Sua turma de apoio me qualificou de insano, por escrever isso em plena campanha eleitoral do Senhor. Só que se esqueceram que meu compromisso nunca foi com eles e com o esforço corporativo de indicar o Procurador-Geral da República por lista tríplice.Sempre achei esse método de escolha do chefe da instituição um grande equívoco dos governos Lula e Dilma.
 
Meu compromisso era com sua indicação para o cargo, porque acreditava na sua liderança na casa, para mudar a cultura do risco exibicionista de muitos colegas, que afetava enormemente a qualidade de governança do País.

No seu caso, pensava, a coincidência de poder ser o mais votado pela corporação e de ter a qualidade da sensibilidade para com a política extra-institucional, era conveniente, até porque a seu lado, poderia colaborar para manter um ambiente de parceria com o governo e os atores políticos.

Não foi por outro motivo que, quando me deu a opção, preferi ocupar a Vice-Procuradoria-Geral Eleitoral a ocupar a Vice-Procuradoria-Geral da República que, a meu ver, tinha que ser destinada à Doutora Ela Wiecko Volkmer de Castilho, por deter, também, expressiva liderança na casa e contar com boa articulação com o movimento das mulheres. Este foi um conselho meu que o Senhor prontamente atendeu, ainda antes de ser escolhido.
 
Naqueles dias, a escolha da Presidenta da República para o cargo de procurador-geral estava entre o Senhor e a Doutora Ela, pendendo mais para a segunda, por ser mulher e ter tido contato pessoal com a Presidenta, que a admirava e continua admirando muito.
Ademais, Doutora Ela contava com o apoio do Advogado-Geral da União, Doutor Luís Inácio Adams. Brigando pelo Senhor estávamos nós, atuando sobre o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o amigo Luiz Carlos Sigmaringa Seixas.

Quando ouvimos boatos de que a mensagem ao Senado, com a indicação da Doutora Ela, estava já na Casa Civil para ser assinada, imediatamente agi, procurando o Ministro Ricardo Lewandowski, que, após recebê-lo, contatou a Presidenta para recomendar seu nome.
 
No dia em que o Senhor foi chamado para conversar com a Presidenta, fui consultado pelo Ministro da Justiça e pelo Advogado-Geral da União, pedindo que confirmasse, ou não, que seu nome era o melhor. Confirmei, em ambos os contatos telefônicos.

Na verdade, para se tornar Procurador-Geral da República, o Senhor teve que fazer alianças contraditórias, já que não aceitaria ser nomeado fora do método de escolha corporativista.

Acendeu velas para dois demônios que não tinham qualquer afinidade entre si: a corporação e eu.
Da primeira precisou de suporte para receber seus estrondosos 800 e tantos votos e, de mim, para se viabilizar num mundo em que o Senhor era um estranho. Diante do meu receio de que essa química poderia não funcionar, o Senhor me acalmou, dizendo que nós nos consultaríamos em tudo, inclusive no que se tinha a fazer na execução do julgado da Ação Penal 470, que, a essa altura, já estava prestes a transitar.

O dia de sua posse foi, para mim, um momento de vitória. Não uma vitória pessoal, mas uma vitória do Estado Democrático de Direito que, agora, teria um chefe do ministério público enérgico e conhecedor de todas as mazelas da instituição. Sim, tinha-o como o colega no MPF que melhor conhecia a política interna, não só pelos cargos que ocupara, mas sobretudo pelo seu jeitão mineiro e bonachão de conversar com todos, sem deixar de ter lado e ser direto, sincero, às vezes até demais.

Seu déficit em conhecimento do ambiente externo seria suprido com o exercício do cargo e poderia, eu, se chamado, auxiliá-lo, assim como Wagner Gonçalves ou Claudio Fonteles.

Meu susto se deu já no primeiro mês de seu exercício como procurador-geral. Pediu, sem qualquer explicação ou conversa prévia com o parceiro de que tanto precisou para chegar lá, a prisão de José Genoíno. E isso poucos meses depois de ele ter estado com o Senhor como amigo in pectore.

Eu não tenho medo de assumir que participei desses contatos. Sempre afirmei publicamente a extrema injustiça do processo do “Mensalão” no que toca aos atores políticos do PT. Sempre deixei claro para o Senhor e para o Ministro Joaquim Barbosa que não aceitava esse método de exposição de investigados e réus e da adoção de uma transmutação jabuticaba da teoria do domínio do fato.
 
Defendi José Genoíno sempre, porque, para mim, não tem essa de  abrir seu coração (e no seu caso, a sua casa) a um amigo e depois tratá-lo como um fora da lei, sabendo-o inocente.

Tentei superar o choque, mas confesso que nunca engoli essa iniciativa do Senhor.

Acaso achasse necessário fazê-lo, deveria ter buscado convencer as pessoas às quais, antes, expressou posição oposta. E, depois, como José Genoino foi reiteradamente comensal em sua casa, nada custava, em último caso, dar-se por suspeito e transferir a tarefa do pedido a outro colega menos vinculado afetivamente, não acha?

Como nosso projeto para o País era maior do que minha dor pela injustiça, busquei assimilar a punhalada e seguir em frente, sabendo que, para terceiros, o Senhor se referia a mim como pessoa que não podia ser envolvida nesse caso, por não ter isenção.

E não seria mesmo envolvido. Nunca quis herdar a condução da Ação Penal 470, para mim viciada ab ovo, e nunca sonhei com seu cargo. Sempre fui de uma lealdade canina para com o Senhor e insistia em convencer, a mim mesmo, que sua atitude foi por imposição das circunstâncias. Uma situação de “duress”, como diriam os juristas anglo-saxônicos.

Mas chegou o ano 2014 e, com ele, a operação Lava Jato e a campanha eleitoral. Dois enormes desafios. Enquanto, por lealdade e subordinação, nenhuma posição processual relevante era deixada de lhe ser comunicada no âmbito do ministério público eleitoral, no que diz respeito à Lava Jato nada me diziam, nem era consultado.

O Senhor preferiu formar uma dupla com seu chefe de gabinete, Eduardo Pelella, que tudo sabia e em tudo se metia e, por isso, chamado carinhosamente de “Posto Ipiranga”. Era seu direito e, também por isso, jamais o questionei a respeito, ainda que me lembrasse das conversas ante-officium de que sempre nos consultaríamos sobre o que era estratégico para a casa.

Passei a perceber, aos poucos, que minha distância, sediado que estava fora do prédio, no Tribunal Superior Eleitoral, era conveniente para o Senhor e para seu grupo que tomava todas as decisões no tocante à guerra política que se avizinhava.

Não quis, contudo, constrangê-lo. Tinha uma excelente equipe no TSE. Fazia um time de primeira com os colegas Luiz Carlos Santos Gonçalves, João Heliofar, Ana Paula Mantovani Siqueira e Ângelo Goulart e o apoio inestimável de Roberto Alcântara, como chefe de gabinete. Não faltavam problemas a serem resolvidos numa das campanhas mais agressivas da história política do Brasil. Entendi que meu papel era garantir que ninguém fosse crucificado perante o eleitorado com ajuda do ministério público e, daí, resolvemos, de comum acordo, que minha atuação seria de intervenção mínima, afim de garantir o princípio da par conditio candidatorum.

Quando alguma posição a ser tomada era controversa, sempre a submeti ao Senhor e lhe pedi reiteradamente que tivesse mais presença nesse cenário. Fiquei plantado em Brasília o tempo todo, na posição de bombeiro, evitando que o fogo da campanha chegasse ao judiciário e incendiasse a corte e o MPE. As estatísticas são claras. Não houve nenhum ponto fora da curva no tratamento dos contendentes.
Diferentemente do que o Senhor me afirmou, nunca tive briga pessoal com o então vice-presidente do TSE.

Minha postura de rejeição de atitudes que não dignificavam a magistratura era institucional.

E, agora, que Sua Excelência vem publicamente admoestá-lo na condução das investigações da Lava Jato, imagino, suas duras reações na mídia também não revelam um conflito pessoal, mas, sim, institucional. Estou certo? Portanto, nisso estamos no mesmo barco, ainda que por razões diferentes.

Passada a eleição, abrindo-se o “terceiro turno”, com o processo de prestação de contas da Presidenta Dilma Rousseff que não queria e continua não querendo transitar em julgado apesar de aprovado à unanimidade pelo TSE e com as ações de investigação judicial e de impugnação de mandato eleitoral manejadas pelo PSDB, comecei, pela primeira vez, a sentir falta de apoio.

Debitava essa circunstância, contudo, à crise da Lava Jato que o Senhor tinha que dominar. As vezes que fui chamado a assinar documentos dessas investigações, em sua ausência, o fiz quase cegamente. Lembrava-me da frase do querido Ministro Marco Aurélio de Mello, “cauda não abana cachorro”.

Só não aceitei assinar o parecer do habeas corpus impetrado em favor de Marcelo Odebrecht com as terríveis adjetivações da redação de sua equipe. E o avisei disso. Não tolero adjetivações de qualquer espécie na atuação ministerial contra pessoas sujeitas à jurisdição penal.

Não me acho mais santo do que ninguém para jogar pedra em quem quer que seja. Meu trabalho persecutório se resume à subsunção de fatos à hipótese legal e não à desqualificação de Fulano ou Beltrano, que estão passando por uma provação do destino pelo qual não tive que passar e, por conseguinte, não estou em condições de julgar espiritualmente.

Faço um esforço de me colocar mentalmente no lugar deles, para tentar entender melhor sua conduta e especular sobre como eu teria agido. Talvez nem sempre mais virtuosamente e algumas vezes, quiçá, mais viciadamente.

Investigados e réus não são troféus a serem expostos e não são “meliantes” a serem conduzidos pelas ruas da vila “de baraço e pregão” (apud Livro V das Ordenações Filipinas). São cidadãos, com defeitos e qualidades, que erraram ao ultrapassar os limites do permissivo legal. E nem por isso deixo de respeitá-los.
Fui surpreendido, em março deste ano, com o honroso convite da senhora Presidenta democraticamente eleita pelos brasileiros, Dilma Vana Rousseff, para ocupar o cargo de Ministro de Estado da Justiça.
Imagino que o Senhor não ficou muito feliz e até recomendou à Doutora Ela Wiecko a não comparecer a minha posse. Aliás, não colocou nenhum esquema do cerimonial de seu gabinete para apoiar os colegas que quisessem participar do ato. Os poucos (e sinceros amigos) que vieram tiveram que se misturar à multidão.
A esta altura, nosso contato já era parco e não tinha porque fazer “mimimi” para exigir mais sua atenção. Já estava sentindo que nenhum de nossos compromissos anteriores a sua posse como procurador-geral estavam mais valendo.

O Senhor estava só monologando com sua equipe de inquisidores ministeriais ferozes. Essa é a razão, meu caro amigo Rodrigo Janot, porque não mais o procurei como ministro de forma rotineira. Estive com o Senhor duas vezes apenas, para tratar de assuntos de interesse interinstitucional.

E quando voltei ao Ministério Público Federal, Doutor Rodrigo Janot, não quis mais fazer parte de sua equipe, seja atuando no STF, seja como coordenador de Câmara, como me convidou. Prontamente rejeitei esses convites, porque não tenho afinidade nenhuma com o que está fazendo à frente da Lava Jato e mesmo dentro da instituição, beneficiando um grupo de colaboradores em detrimento da grande maioria de colegas e rezando pela cartilha corporativista ao garantir a universalidade do auxílio moradia concedida por decisão liminar precária.
 
Na crítica à Lava Jato, entretanto, tenho sido franco e assumido, com risco pessoal de rejeição interna e externa, posições públicas claras contra métodos de extração de informação utilizados, contra vazamentos ilegais de informações e gravações, principalmente em momentos extremamente sensíveis para a sobrevida do governo do qual eu fazia parte, contra o abuso da coerção processual pelo juiz Sérgio Moro, contra o uso da mídia para exposição de pessoas e contra o populismo da campanha pelas 10 medidas, muitas à margem da constituição, propostas por um grupo de procuradores midiáticos que as transformaram, sem qualquer necessidade de forma, em “iniciativa popular”.

Nossa instituição exibe-se, assim, sob a sua liderança, surfando na crise para adquirir musculatura, mesmo que isso custe caro ao Brasil e aos brasileiros.

Vamos falar sobre honestidade, Senhor Procurador-Geral da República.
 
A palavra consta do brocardo citado no título desta carta aberta.

O Senhor não concorda e não precisa mais concordar com minhas posições críticas à atuação do MPF.

Nem tem necessidade de uma aproximação dialógica. Já não lhe sirvo para mais nada quando se inicia o último ano de seu mandato.

Mas depois de tudo que lhe disse aqui para refrescar a memória, o Senhor pode até me acusar de sincericídio, mas não mais, pois a honestidade (honestitas), que vem da raiz romana honor, honoris, esta, meu pai, do Sertão do Pajeú, me ensinou a ter desde pequeno. Nunca me omiti e não me omitirei quando minha cidadania exige ação.

Procuro viver com honra e, por isto, honestamente, educando seis filhos a comer em pratos Duralex, usando talheres Tramontina e bebendo em copo de requeijão, para serem brasileiros honrados, dando valor à vida simples.

Diferentemente do Senhor, não fiquei calado diante das diatribes políticas do Senhor Eduardo Cunha e de seus ex-asseclas, que assaltaram a democracia, expropriando o voto de 54 milhões de brasileiros, pisoteando-os com seus sapatinhos de couro alemão importado. Não fui eu que assisti uma Presidenta inocente ser enxovalhada publicamente como criminosa, não porque cometeu qualquer crime, mas pelo que representa de avanço social e, também, por ser mulher.

O Senhor ficou silente, apesar de tudo que conversamos antes de ser chamado a ser PGR. E ficou aceitando a pilha da turma que incendiava o País com uma investigação de coleta de prova de controvertido valor.

Eu sou o que sempre fui, desde menino que militou no Movimento Revolucionário 8 de Outubro. E o Senhor? Se o Senhor era o que está sendo hoje, sinto-me lesado na minha boa fé (alterum non laedere, como fica?). Se não era, o que aconteceu?

“A Lava Jato é maior que nós”?

Esta não pode ser sua desculpa. Tamanho, Senhor Procurador-Geral da República, é muito relativo. A Lava Jato pode ser enorme para quem é pequeno, mas não é para o Senhor, como espero conhecê-lo. Nem pode ser para o seu cargo, que lhe dá a responsabilidade de ser o defensor maior do regime democrático (art. 127 da CF) e, devo-lhe dizer, senti falta de sua atuação questionando a aberta sabotagem à democracia. Por isso o comparei a Pilatos. Não foi para ofendê-lo, mas porque preferiu, como ele, lavar as mãos.

Mas fico por aqui. Enquanto trabalhei consigo, dei-lhe o que lhe era de direito e o que me era de dever: lealdade, subordinação e confiança (suum cuique tribuere, não é?). E, a mim, o Senhor parece também ter dado o que entende ser meu: a acusação de agir desonestamente. Não fico mais triste. A vida nos ensina a aceitar a dor como ensinamento. Mas isso lhe prometo: não vou calar minha crítica e, depois de tudo o que o Senhor conhece de mim, durma com essa.
 
Um abraço sincero daquele que esteve anos a fio a seu lado, acreditando consigo num projeto de um Brasil inclusivo, desenvolvido, economicamente forte e respeitado no seio das nações, com o ministério público como ativo parceiro nessa empreitada.

Cunha ameaça contar como Temer conspirou contra Dilma e a democracia

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O estopim do desembarque foi uma ameaça direta de Cunha ao presidente Michel Temer. O recado, em tom de ameaça, era sobre a possibilidade de Cunha contar 'a quem quisesse ouvir' detalhes das reuniões mantidas com Temer para afinar a aceitação do impeachment de Dilma Rousseff", diz reportagem do jornalista Fábio Serapião, do Estado de S. Paulo, que confirma o que todos sempre souberam: Eduardo Cunha e Michel Temer conspiraram juntos para afastar a presidente eleita Dilma Rousseff 

247 – Uma reportagem do jornalista Fábio Serapião, sobre os bastidores da cassação de Eduardo Cunha, traído por Michel Temer e pelo Palácio do Planalto, revela um segredo de Polichinelo: os dois conspiraram juntos para afastar a presidente eleita Dilma Rousseff do cargo para o qual foi eleita com 54 milhões de votos.

Cunha esperava que "Michel" fizesse gestos para protegê-lo, mas acabou sendo abandonado. Pouco antes da votação, ele prometeu contar, "a quem quisesse ouvir", detalhes da conspiração que feriu de morte a democracia brasileira.

Leia, abaixo, a reportagem de Serapião:

BASTIDORES: Planalto abandonou Cunha após ameaça direta a Temer
Por Fábio Serapião, no Estado de S. Paulo

Os desdobramentos de duas reuniões iniciadas na noite de domingo, 11, resultaram no placar de 450 deputados a favor da cassação de Eduardo Cunha e apenas 10 contra. O resultado foi se consolidando após o Planalto abandonar Cunha e liberar a base para votar pelo fim de seu mandato. O Estado apurou que o estopim do desembarque foi uma ameaça direta de Cunha ao presidente Michel Temer. O recado, em tom de ameaça, era sobre a possibilidade de Cunha contar “a quem quisesse ouvir” detalhes das reuniões mantidas com Temer para afinar a aceitação do impeachment de Dilma Rousseff.

Enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reunia políticos e jornalistas na residência oficial, aliados de Cunha conversavam no escritório do advogado Renato Ramos. Estavam presentes, além de Maia, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e outros políticos. Todos comiam pizza quando o telefone de Maia tocou. A ligação partia de um dos convivas da outra reunião.

Convicto de que a reunião de Maia era um sinal do que o esperava na votação do dia seguinte, Cunha pediu para que dois de seus aliados fossem até a residência oficial para saber se o presidente da Câmara manteria a palavra de abrir a sessão somente com 420 deputados presentes. Maia confirmou que daria seguimento à votação apenas com esse quórum, mas informou que, em caso de tentativa de postergação, iniciaria a sessão com mais de 300 presentes.

Ao saber do posicionamento de Maia, já na madrugada da segunda-feira, 12, Cunha teria ficado nervoso. Na manhã de segunda, o clima piorou. Segundo aliados, Cunha fez a ameaça direta a Temer e acabou abandonado pelo Planalto.

Itamaraty extingue departamento de cooperação internacional para combate à fome

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Ministério diz que funções da CGFOME, legado do governo Lula, foram redistribuídas; coordenador-geral do programa havia sido exonerado em junho 

Do Opera Mundi O Itamaraty extinguiu a CGFOME (Coordenação-Geral de Cooperação Humanitária e Combate à Fome), órgão criado em 2004 para coordenar ações do governo brasileiro de combate à fome no âmbito internacional. A informação foi revelada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (13/09) e confirmada por Opera Mundi.

Nesta terça-feira (13/09), a reportagem de Opera Mundi tentou entrar em contato com a CGFOME por meio dos telefones que continuam disponíveis no site oficial do órgão, mas não foi atendida.

A reportagem ligou então para diversos números disponibilizados no site do Ministério e foi atendida pela Ouvidoria Consular, que afirmou que a CGFOME foi de fato extinta há cerca de dois meses.

Procurada por Opera Mundi, a assessoria do Itamaraty disse que a "extinção da Coordenação se deu no âmbito da reorganização administrativa e redistribuição de competências do MRE, refletidas no Decreto 8.817, de 21 de julho de 2016 e decorrentes do Decreto 8.785, de 10 de junho de 2016, que determinou o enxugamento da estrutura e a devolução de 46 cargos em comissão do MRE".A assessoria do Itamaraty afirmou que as funções realizadas anteriormente pela CGFOME "foram atribuídas a outras unidades do MRE a fim de se manter a continuidade, sendo as operações de cooperação humanitária assumidas pela Agência Brasileira de Cooperação e as atividades de coordenação política assumidas pela Divisão de Temas Sociais".

A CGFOME foi criada em 2004 como desdobramento do programa Fome Zero, inciativa de 2003 do governo Lula para combater a fome e a miséria no Brasil. O órgão promovia o combate à fome no cenário internacional a partir da experiência brasileira, tratando das ações de cooperação humanitária internacional do governo.

Em junho, o Ministério das Relações Exteriores já havia exonerado o diplomata Milton Rondó Filho, coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome da Secretaria Geral de Relações Exteriores, após ele ter enviado em março uma série de telegramas a embaixadas e representações brasileiras no exterior alertando para a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil.

Na época, o Itamaraty afirmou que as mensagens haviam sido enviadas sem autorização superior. Buscado por Opera Mundi na ocasião para esclarecimentos com relação à exoneração de Rondó, a pasta informou que se trata de “substituição natural de um ocupante de cargo em confiança, e da movimentação habitual de membro do Serviço Exterior Brasileiro”.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Cunha foge do Traíra e ataca o Moreira Não presta mais nem pro Moro

3/09/2016
Cunha.jpg

Na briga de gangs, Dudu Valentão chegou todo garboso de amarelo.

Aí, se deparou com o mais forte, mais poderoso.

E preferiu ir pra cima do coitadinho, com remela no nariz, o mais fraco.

Na hora da morte, Eduardo Cunha poupou o Traíra e culpou o Gatinho angorá.

Numa coletiva logo após a derrota acachapante ele disse que a culpa era do "binômio Governo-Globo".

Logo ele que lutou furiosamente pela Globo no Marco da Internet.

É outro que aprende que a Globo não perdoa - não volta para pegar os feridos.

O Governo não é o Temer, ele esclareceu, atrás daquela pança pornográfica.

Mas o Gatinho angorá que, lembrou ele, é sogro de Rodrigo Maia, presidente da Câmara.

Que o teria traído miseravelmente.

Mas vai delatar o Traíra?

Não, porque, segundo ele, quem delata é criminoso e ele não é criminoso.

O que fará o Cunha?

Vai escrever um livro para "contar tudo".

Quá, quá, quá!

Não tem caráter nem para entregar o sócio - segundo Ciro Gomes - , o Traíra.
Como perdeu a serventia, Cunha não serve mais nem ao Moro que vai dispensá-lo e a mulher de futuros transtornos.

E viva o Brasil e seus canalhas - sempre na histórica acepção do Dr. Tancredo.

PHA

Direitos fundamentais e o futuro incerto O Governo que aí está programou a demolição da Constituição através do sucateamento dos direitos fundamentais, arduamente conquistados.

Tarso Genro
Guilherme Santos / Sul21

Num livro publicado pela primeira vez em 1912, o constitucionalista mexicano, professor Emilio Rabasa (La Constituición y la Dictadura, Ed. Porrúa, México 2006), ao falar, sobre o sufrágio universal, reportando-se ao que ocorria na França, à época, diz que lá “são os operários das grandes fábricas, mediante a intervenção de patrões benquistos (que não chegam a prevalecer como grupos subordinados) “e portanto são apenas perturbadores”. Era a época em que o Estado de Direito não aparecia, ainda, como Estado Social de Direito, no qual os “perturbadores” passam a ter um protagonismo democrático que redesenhou a sociedade de classes, ao longo do século passado.

Uma separata recente da “Revista de Derecho Social”, traz um poderoso artigo do jurista Antonio Baylos Grau, relatando e comentado uma sentença da Primeira Seção da Sala Penal da Audiência Nacional Espanhola, que julgou “delitos contra as Instituições do Estado, atentados, associação ilícita, e um delito de danos”, por fatos que teriam ocorrido em junho de 2011, numa manifestação que o Movimento 15-M convocou ante o Parlamento da Catalunha.

A palavra de ordem da convocatória foi ‘bloquear o Parlamento’ (…), “não permitiremos que aprovem os cortes!” (sociais, no Orçamento Público). A sentença, que teve uma grande ressonância midiática, absolveu todos os acusados, excetuando um imputado por delito de “dano”, condenado pela ação individual de autoria comprovada, que arruinou com um “spray” a indumentária da deputada socialista Montserrat Tura.

Os manifestantes geraram incidentes com os deputados, tentaram bloquear a entrada dos mesmos no recinto do Parlamento e proferiram insultos contra eles. A sentença interpretou estas manifestações coletivas de uma ótica oposta à tradicional visão de Segurança do Estado. Construiu as premissas de absolvição dos acusados pelo Ministério Público, a partir do reconhecimento de que elas, as manifestações, visavam a defesa dos “direitos fundamentais”. A sentença fez uma rigorosa separação entre as ações coletivas, que manifestam a sua indignação contra a agressão àqueles direitos, de uma parte, e as responsabilidades individuais por delitos comuns, de outra.

Os crimes comuns, ou contravenções -extraí-se da sentença- devem ser destacados da ação política coletiva, voltada para travar a agressão aos direitos fundamentais, representada pelos cortes orçamentários. Não só porque aqueles delitos se originam de comportamentos individuais, no interior da ação política (fora dos propósitos do movimento) como, a rigor, vem em seu prejuízo, sendo ordinariamente originários de infiltrados ou eventuais participantes que, na verdade, são indiferentes às finalidades das lutas em curso e estão ali por outras motivações.

Ao colocar a Segurança do Estado no mesmo plano dos direitos fundamentais, a sentença da Audiência Nacional integra a “segurança social” do Estado Social de Direito, no próprio conceito de Segurança do Estado. E exclui, do âmbito da intervenção penal, conduta que promove uma “legítima defesa” dos direitos sociais constitucionalmente amparados, recusando o conceito tradicional de “segurança nacional”, originário da “Guerra Fria”, acolhido pelos juristas mais conservadores. Estes conceitos são baseados na premissa de que o Estado pode, ou deve ser “seguro”, mesmo às custas da concreta insegurança da maioria dos seus cidadãos.

A questão da “ordem pública”, portanto, neste diapasão, deve repousar numa ordem social que gere o compartilhamento de certos níveis de segurança para todos, como elemento essencial do Estado, para o exercício do seu monopólio de violência legítima. A sentença leva em consideração que, na época em que a formação da opinião pública é facilmente manipulável pelos meios de comunicação, que massivamente transmitem as mensagens do “caminho único”, é preciso garantir a visibilidade de ideias que existem na sociedade e que tem, nas manifestações públicas, “o único meio de de difundir seus pensamentos opiniões”.

“Quando os leitos de expressão e de acesso ao espaço público -diz a sentença- se encontram controlados por meios de comunicação privados, quando setores da sociedade tem uma grande dificuldade para fazer-se ouvir ou para interferir no debate político, somos obrigados a admitir um certo excesso no exercício das liberdades de expressão ou manifestação, se queremos dotar de um mínimo de eficácia o protesto e a crítica, como mecanismos de imprescindível contrapeso numa democracia que se sustenta sobre o pluralismo, valor essencial que promove a livre igualdade das pessoas, para que os direitos sejam reais e efetivos, como anuncia a Constituição no seu preâmbulo”.

No momento em que o oligopólio da mídia faz um esforço combinado para legitimar o golpismo, que levou ao poder de maneira articulada a pior parte do Governo Dilma, aliada com a pior parte da oposição, uma sentença como essa não pode ficar desconhecida dos nossos Juízes e do Ministério Público. O Governo que aí está, programou a demolição da Constituição através do sucateamento dos direitos fundamentais, arduamente conquistados na Constituição de 88. E o que sustenta este Governo ilegítimo, senão o oligopólio da mídia e duas centenas de deputados com contas a prestar na Justiça? Nada. A não ser o temor reverencial sobre a insegurança de um futuro incerto.



Créditos da foto: Guilherme Santos / Sul21

Imagens que valem por mil palavras Enquanto a ordem democrática não for restabelecida, o presidente decorativo Michel Temer e os vendilhões do país não terão um só dia de sossego.




Tatiana Carlotti




Enquanto a ordem democrática não for reestabelecida, o presidente decorativo Michel Temer e os vendilhões do país não terão um só dia de sossego.

Nas ruas, apesar da repressão policial, milhares de brasileiros protestam em um uníssono “Fora Temer” e por “Diretas Já”.






Nas redes sociais, a criatividade explode em um turbilhão de memes, gifts, charges, vídeos e fotos denunciando o golpe e os absurdos da agenda neoliberal imposta ao país.

Em diversas plataformas sociais, trafega uma produção rica, crítica e combativa fortalecendo, dia sim e no outro também, a resistência contra o golpe. Confira abaixo um pouco desse vasto material.

Uma produção capaz de dar, de forma precisa, as dimensões do presidente decorativo:




Denunciando a miopia de alguns:


Que insistem:




Em esconder o óbvio:

Mas frente à consciência do povo:




O jeito deles é reprimir:


Até porque o test-drive já começou:

E como começou:

Enquanto isso, o decorativo roda o mundo:

Apesar de todas as previsões:

E os gritos por independência:

E aí você se pergunta, como alguém ainda apoia um golpe?

E se lembra que além da força reprimindo a voz das ruas:

Entre os golpistas está aquela meia dúzia de famílias:


Aquela contrária à EBC:


Que faz o trabalho sujo:



Diariamente:



Um escárnio, não?

Nas redes, vários denunciam:

Até quando meditam:

Em vários idiomas:

Em vários desenhos:
Em vários filmes:
E sarau de poesia:

https://www.youtube.com/watch?v=wTaUNmuvk8U

E aos amantes da música, que tal um funk?

https://www.youtube.com/watch?v=XcCO5oLpoW4

Uma bossa?

https://www.youtube.com/watch?v=-x3ED7GWQrY

Um samba?

https://www.youtube.com/watch?v=79tIyl79g3Q

Um rap?

https://www.youtube.com/watch?v=howLK4jkbpY

E um bom sertanejo:

E, claro, futebol! Um golaço narrado pelo Juca Kfouri:

https://www.youtube.com/watch?v=DCwqsReYkEs

Será impossível calar essa quantidade de voz:

E bota voz nisso:

Ecoando, em alto e bom som:

Uma sonora vaia:


Porque por mais que eles não admitam:

A gente sabe:


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O STF e os Factoides fascista Uma coisa é discutir as decisões do STF, o que pode ser feito por qualquer brasileiro, outra é querer colocar em seu lugar um monstrengo autoritário.

Mauro Santayana
 
José Cruz

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinava o bloqueio dos bens da Odebrecht no valor de até R$ 2,1 bilhões em processo voltado para apurar supostos desvios na construção da refinaria Abreu e Lima.

A decisão liminar do ministro liberou a movimentação dos bens, e reforçou o entendimento - já manifestado por ele mesmo em ocasiões anteriores - de que o TCU - cujo nome já passou da hora de ser mudado - não passa de um órgão administrativo auxiliar do Poder Legislativo, que não tem autoridade para bloquear, por ato próprio, dotado de autoexecutoriedade, bens de particulares e não possui atribuições típicas do Judiciário.

Mais uma vez, se pretendia matar os bois para acabar com os carrapatos.

Se houvesse sustentação jurídica para essa decisão espatafúrdia, o bloqueio-bomba de mais de 2 bilhões de reais já seria de uma desproporcionalidade absurda, irreal, principalmente quando se lembra que esses desvios não foram sequer comprovados.


Além  de trágico, fortemente ilógico, em suas consequências econômicas, acarretando a demissão de milhares de trabalhadores de uma empresa sob a qual paira a ameaça, tão absurda quanto, de uma multa-bomba de mais de 7 bilhões de reais, que já foi obrigada a eliminar 120.000 vagas nos últimos dois anos no Brasil, também como resultado direto da falta de bom senso da Operação Lava Jato em um pseudo combate à corrupção que provocou, ainda, a quebra de dezenas, centenas de pequenas e médias empresas de sua cadeia de fornecedores.

Como não há sustentação jurídica para essa decisão, e não é possível que os técnicos e ministros do TCU que "determinaram" o bloqueio - até mesmo diante de decisões anteriores - não soubessem disso, só se pode acreditar que se tratou, mais uma vez, da criação de um irresponsável factoide, dirigido contra o STF, entre os muitos que vem se acumulando nos últimos meses e semanas.

De uma ação premeditada, deliberada, destinada a manter em movimento e em evidência, com a cumplicidade da parte mais   venal e irresponsável da imprensa, o tigre de papel de uma espetaculosa, hipócrita e contraproducente "campanha" contra a corrupção, com o mal dissimulado propósito de desafiar os poderes instituídos e de provocar e testar, mais uma vez, os limites do STF e de seus membros.

A intenção, ou, ao menos, as consequências que parecem estar sendo procuradas, é jogar contra o STF uma opinião pública mal informada, manipulada, preconceituosa e burra, que, a cada vez que isso ocorre, agride de forma maciça o Supremo Tribunal Federal e os seus ministros, acusando-os de estarem envolvidos com corrupção - quanto o Exmo levou nessa? Qual terá sido o "pixuleco" para este membro da família Collor de Mello?, perguntaram dois leitores do Estadão - e propõe medidas surreais que vão da extinção da Suprema Corte à escolha de seus membros por meio - quem estabeleceria as condições e o conteúdo das provas? - de concurso público.

Esses esforços, que nada têm de descoordenados, ocorrem a cada vez que alguma decisão do Supremo Tribunal Federal desagrada certa parcela da plutocracia emplumada que se encastelou no Judiciário e no Ministério Público, e que se auto-outorgou, com a arrogância e a empáfia próprias da juventude, em muitos casos formada em universidades particulares de duvidosa qualidade e ungida por meio de concursos idem, a missão de punir a política e os "políticos" e de salvar a Nação, "exemplando" a República.

Não é outra a razão que se esconde nos insultos dirigidos ao Ministro Celso de Mello, quando da decisão de permitir que um cidadão recorresse em liberdade mesmo depois de condenado em segunda instância; ao Ministro Dias Toffoli, quando do Habeas Corpus concedido ao ex-ministro Paulo Bernardo; e da abjeta capa de Veja dedicada ao mesmo ministro Toffolli, no criminoso vazamento, ainda não investigado, de suposta "delação" da empreiteira OAS.

Os mesmos ataques feitos agora ao Ministro Ricardo Lewandowski, que se busca descaradamente constranger e pressionar com manifestações na porta de sua casa; e ao Ministro Marco Aurélio, por sua decisão de colocar em seu devido lugar o Tribunal de Contas da União - no qual se abrigam até mesmo personagens sob investigação - que, no embalo do estupro cotidiano da Constituição Federal vivido pelo país nesta vergonhosa fase de nossa história, pretende agir como se autêntica corte fosse, quando não passa de  órgão auxiliar do Legislativo Federal - instância, esta, sim, a quem cabe julgar com o poder do voto que parlamentares têm e "ministros" do TCU não têm, questões ligadas à fiscalização das atividades do Executivo.

É preciso que a mais alta corte do país organize, em torno da defesa de sua autoridade e prerrogativas, um sistema de monitoramento permanente desse quadro de abuso na internet e  interpele judicialmente - com tolerância zero - quem está por trás dos ataques - fazendo valer sua autoridade, antes que esta seja - como já está ocorrendo - definitivamente minada junto à população.

Uma coisa é discutir as decisões dos ministros, o que pode ser feito por qualquer brasileiro, usando, preferencialmente, como referência, a Constituição.

Outra, atacar a Suprema Corte, dentro do mesmo esquema que pretende diminuir o papel da política, do voto, da Democracia, para "reformar" de forma frankensteiniana a República, e colocar no lugar dela um monstrengo autoritário, por meio de novas leis, que limitam o direito de defesa e a liberdade dos cidadãos, ou pela eleição de um líder fascista em 2018.



Créditos da foto: José Cruz

PSDB vai fazer do Temer um Cunha O Temer está aí para fazer o serviço sujo: o programa do Pinochet!

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Acabou a serventia do Cunha.
A partir dessa segunda-feira 12/set, o Cunha começa a ser crucificado.
A serventia do Cunha se esgotou quando ele aprovou o impeachment da Dilma.
Até lá, o PiG reaplicou sua virgindade.
E o Janot o manteve intocado.
Até derrubar a Dilma.
É para isso que ele servia.
Ele é tão sem caráter que não vai cuspir os feijões.
Não vai contar o que sabe.
Nem ele nem a mulher.
O Traíra e sua Távola Redonda, portanto, não correm nenhum perigo com o Cunha.
Acontece que a serventia do Tinhoso e do PMDB começa também a se esgotar.
A função do Golpisto e seus pares de França foi derrubar a Dilma e botar na rua o programa econômico dos Chicago Boys do Pinochet: o neolibelismo radical.
Mas, como disse o Requião ao ansioso blogueiro, o Carlos Magno do Planalto não tem força nem vocação para enfrentar a adversidade – e não vai entregar a rapadura: o desmanche do Estado, a entrega do Brasil à Casa Grande e aos Estados Unidos!
Além do mais, o Traíra não tem as conexões nem o mapa da mina.
O Traíra não tem a ideologia, a doutrina, o caderninho do “como” fazer.
Quem tem é o pessoal do PSDB, especialmente o Fernando Henrique, que desenhou a Dependência quando fugiu do Brasil e foi para o Chile.
(Depois, os tucanos da democracia-cristã, os Frei, fizeram como o FHC, agora: aderiram ao Pinochet…)
A “Ponte para o Futuro”, do gatinho angorá, está para a Dependência do FHC como o Temer para o Gilmar!
Uma Baía de Guanabara de distância, como a que fica entre o Rio e Niterói, não é isso, Moreira?
Logo o Moreira…
Um sociólogo de décima extração, que estava na Escola de Sociologia da PUC do Rio mais preocupado em se tornar o genro do genro do que em estudar Max Weber…
(O ansioso blogueiro foi, ali, contemporâneo dele e de Celina Vargas do Amaral Peixoto.)
Os tucanos de São Paulo têm a arrogância de certos intelectuais da USP, aqueles do “Grupo do Capital” (ler em tempo) – detém a suposta hegemonia do pensamento reacionário brasileiro, devidamente destroçado pelo Jessé de Souza em “A tolice da inteligência brasileira”.
Os tucanos da USP saem na Fel-lha e pensam que estão no Monde!
Os tucanos de São Paulo toleram, de nariz tapado, a convivência com o Agripino, o Romero "essa porra" Jucá, o Eliseu que o ACM chamava de “Quadrilha”, o Geddelzinho boca da Jacaré, a latifundiária de Goiás, o Mendoncinha e os outros que se sentam à távola.
(O Jereissati e o Cunha chove Lima são tolerados como prova de gentileza.)
Os tucanos de São Paulo sabem que essa turma está aí para fazer o serviço sujo: quebrar o Brasil e a coluna do trabalhador, e entregar o poder em 2017.
O PMDB serviu ao PSDB, serviu ao PT e agora serve ao PSDB, que espera para dar a punhalada pelas costas.
O PSDB não quer convivência com esse pessoal do Sérgio Machado, que convém recordar, por iniciativa ao amigo navegante Marco Aurélio, no Facebook do C. Af:
"Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel"
"estancar a sangria"
"O primeiro a ser comido vai ser o Aécio"
"Quem não conhece o esquema do Aécio"
"Fui do PSDB 10 anos, não sobra ninguém"
"Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições sem ela. Enquanto ela estiver lá essa porra não vai parar nunca"
"Michel é Eduardo Cunha"
"É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. Com o Supremo, com tudo. Aí parava tudo.

Esse pessoal não tem condição: pode até não ir em cana, mas não governa.
Vai ficar trancado no banheiro do Henrique Alves.
O PSDB sabe disso.
Como também sabe que o Cerra e o Aecím, o mais chato, não correm nenhum perigo.
Eles estão blindados, tanto quanto o Sérgio Guerra: só depois de mortos!
Como diz o Oagara: suma justiça, suma injustiça.
Os tucanos de São Paulo farão do Temer um Cunha.
Usar e jogar fora.
Só precisa combinar com os 40…
Em tempo: os tucanos da USP, a certa altura de suas experiências universitárias, criaram o “Grupo do Capital”. Eles se reuniam vez por outra para ler o Capital de Marx. Dali não saiu nada. Nada que se compare ao Piketty………………………, por exemplo, que leu o Marx no Século XXI. Mas, na mitologia dos tucanos uspianos, esse grupo de intelectuais diletantes se tornou uma espécie de “Academia de Platão”, “Liceu de Aristóteles, “Escola de Frankfurt” da província paulistana. Não deu em nada. Mas, deu para tratar a “Ponte” do gatinho angorá como se fosse um romance do Diogo Mainardi. Ou de seu patrono, o Paulo Francis. Ninguém lê…
PHA

domingo, 11 de setembro de 2016

Enquanto Lula for elegível, o golpe não estará consumado


lula-capa

O anúncio da reforma trabalhista do governo Temer – que prevê aumento da jornada de trabalho de 8 para 12 horas – serviu para começar a despertar a sociedade. A proposta caiu como uma bomba e, como de costume, apesar de as medidas terem sido anunciadas pelo ministro do Trabalho, sobreveio desmentido do governo.

Porém, todos sabemos que o ministro falou demais e antes da hora, mas que ele apenas externou os planos do governo.

O anúncio dos planos do governo de piorar as condições de trabalho dos brasileiros, em pleno processo eleitoral, deixou-me bastante surpreso. Não esperava o anúncio das previsíveis medidas de retirada de direitos antes do fim da campanha eleitoral. É por isso que sobreveio o desmentido.

Mas bastou o anúncio da enormidade de aumentar de 8 para 12 horas a jornada de trabalho (sem contrapartida do aumento dos salários) para eclodir forte mobilização dos trabalhadores. Na mesma sexta-feira em que o ministro do Trabalho deu a declaração bombástica foi convocada mobilização com o presidente Lula, com o prefeito Fernando e com a CUT.

O evento ocorreu na quadra de esportes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e este blogueiro esteve presente.

Ao chegar à quadra dos bancários, encontro o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, que me levou para conversar com Lula, quem encontrei em um camarim com mais umas sete ou oito pessoas, preparando-se para ir ao palco montado na quadra, onde centenas e centenas de pessoas o aguardavam.

lula-1

Conversei com o “presidente” Lula por uns 15 ou 20 minutos e, após a conversa, tive certeza de que a única chance de escaparmos da farsa montada para devolver o poder à direita é evitar que ele seja alvo de uma manobra criminosa para inviabilizá-lo eleitoralmente, de modo a impedir que o povo o reconduza ao poder.

E, com efeito, apesar de todo massacre que Lula continua sofrendo, ele ainda é o único político de esquerda, atualmente, capaz de enfrentar a direita e vencê-la, como mostra a última pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial de 2018.

lula-2Na conversa com o ex-presidente, ele me relatou sua percepção sobre a campanha empreendida por autoridades, partidos de direita e pela mídia para impedir que participe da eleição de 2018.

Lula afirma, de forma convincente, que não haverá como condená-lo definitivamente pelas razões alegadas pelos seus inimigos, mas acha que poderá sofrer condenação em primeira instância com vistas a enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa, de forma a impedir que dispute a eleição presidencial daqui a dois anos.

Vendo Lula em ação nessa oportunidade, foi fácil entender por que a direita o teme tanto. Gravei os momentos iniciais da apresentação dele na quadra dos bancários. Fui convidado a ficar com ele no palco e, assim, gravei a entrada de seu grupo em cena e os primeiros momentos de sua apresentação.






Diante do que vi e do que ouvi de Lula, e refletindo muito, cheguei à conclusão de qual deve ser o plano principal para a esquerda até 2018 e esse plano tem que ser centrado exclusivamente nele, naquele que uma parte imensa dos brasileiros quer hoje que volte ao poder.

Após dois anos de governo Temer, Lula conseguirá se eleger com um pé nas costas.
Os setores democráticos e pensantes da sociedade têm que assumir defesa intransigente de Lula. É preciso iniciar uma onda de manifestações a favor dele, ou melhor, em defesa do ex-presidente, pois a direita irá tentar prendê-lo ou impedi-lo de disputar eleições sob alguma desculpa.

Todos sabem desses planos, mas, neste momento, ninguém está se mexendo em defesa de Lula sendo que é ele o principal alvo dos golpistas e dos setores partidarizados do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia.

Há que iniciar uma campanha nacional em defesa de Lula. Essa campanha, aliás, deve chegar ao exterior. Missões devem ser enviadas a outras nações, Lula deve ocupar a mídia internacional e denunciar que está sendo alvo de uma tentativa ditatorial de prendê-lo ou condená-lo judicialmente para tirá-lo da disputa política.

Enquanto Lula estiver livre e elegível, o golpe não estará consumado.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Vice do Janot: o escárnio é total! Lembra do Aecím, o mais chato? O canalha do Requião?

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Governador dá posse ao Andrada que Janot herdou (Créditos: Wellington Pedro/Imprensa MG)
No G1:
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou nesta quinta-feira (8) o subprocurador José Bonifácio Borges de Andrada para o cargo de vice-procurador-geral da República. Andrada vai substituir a procuradora Ela Wiecko no segundo posto mais importante da Procuradoria Geral da República (PGR).
José Bonifácio Borges de Andrada foi Advogado-Geral do Estado de Minas Gerais, de 2003 a 2010, durante o governo Aécio. Foi Advogado-Geral da União em 2002, no final do governo FHC.



Na Lista de Furnas... Toninho Andrada é o irmão de José Bonifácio. Foi deputado estadual e é o atual Prefeito de Barbacena. Largou o TCE/MG para disputar a prefeitura daquela cidade em 2012 pelo PSDB. Atualmente está no PSB e é candidato à reeleição.

Escárnio total!

Assinado: Mineirinho Afiado

Não era brincadeira: jornada de trabalho de 12 horas está nos planos de Temer





jirnada12

 Por

Para quem achou que aquela história de passar a jornada de trabalho para 12 horas diárias era piada, recomendo a leitura das reportagens sobre a entrevista dada hoje pelo Ministro do Trabalho.
Além disso, vai ser possível “fatiar” o empregado, contratando “por horas trabalhadas”.

Nas categorias organizadas, até se pode fiscalizar isso, mas para a regra vai ser burlar e aplicar a regra do “pague meio e leve um”.

Conversa fiada a história de que vai permitir a contratação em tempo parcial, porque o chamado “meio-expediente” já está regulado na CLT, desde que não exceda 25 horas semanais.

E isso tem uma lógica, porque do contrário o trabalhador fica refém de uma jornada menor (por exemplo, 7 horas por dias, cinco dias na semana – 35 horas semanais – ganhando quase 25% menos do que o salário da categoria, pela proporcionalidade.

Mas o Ministro do Trabalho, com a maior cara de pau, diz que “otrabalhador vai ter um cartão com chip, onde estará a vida funcional dele, e vai escolher se será contratado por jornada ou por produtividade” e que “o contrato de trabalho terá numeração com código, a fiscalização já vai ficar sabendo e fará checagens permanentes”.

Só rindo, mesmo, com um quadro de fiscais do trabalho que não dá para tapar o buraco da cárie…

Aragão detona abusos e prejuízos da Lava Jato: Não se mata uma barata, tocando fogo na casa toda




Procurador da República acusa Lava Jato de praticar arbitrariedades em busca de provas e cita “imensos prejuízos” ao País

do PT na Câmara

O ex-ministro da Justiça do governo Dilma e procurador da República, Eugênio Aragão, acusou a força tarefa da Lava Jato de “praticar arbitrariedades” na busca por provas contra possíveis suspeitos de corrupção.

Segundo o procurador, que participou nesta terça-feira (6) de audiência pública na Câmara para analisar o projeto de lei 4.850/16 – que trata das dez medidas de combate à corrupção proposta por procuradores integrantes da Lava Jato – esses abusos podem, inclusive, resultar na nulidade das provas obtidas de forma ilegal.

“A Lava Jato tem lá seus méritos por ter exposto aquilo que todo mundo já suspeitava, mas que ainda não havia comprovação, que é o sistema de irrigamento do sistema político. Mas tem que cuidar para que essas informações não venham se tornar nulas. Prender alguém para que delate, é o mesmo que extorsão. Deixar alguém apodrecendo na cadeia para que entregue outra pessoa, viola os direitos humanos, é o mesmo que tortura”, comparou Aragão.

De acordo com o procurador, a atual legislação já contém estímulos para a delação “como a possiblidade de redução de pena e de cumprimento da pena em regime semi-aberto”.

Ele disse ainda que integrantes do Ministério Público Federal (MPF) “não podem se comportar como cães raivosos” e devem respeitar “o direito a presunção de inocência e direito de defesa”, e que condenações, “mesmo por meio de adjetivações, só podem ocorrer após sentença transitado em julgado”.
“E o que eu mais vejo em peças do MPF hoje em dia são adjetivações”, lamentou.
Ainda criticando a Lava Jato, Aragão destacou que em nome do combate à corrupção a operação resultou em imensos prejuízos econômicos e sociais para o País.

“A Lava Jato se gaba de ter trazido para o país cerca de R$ 2 bilhões supostamente usurpados. Mas o que dizer da quebradeira da indústria naval e do desemprego na construção civil? O pré-sal alavancou a indústria naval e veio a investigação e acabou com tudo. Apenas a Odebrecht demitiu cerca de 50 mil trabalhadores, como estimar esse prejuízo? ”, argumentou o procurador.

Segundo Eugênio Aragão, o problema é que parte do Ministério Público Federal “não sabe resolver problemas sem achar um culpado, e como não entende de política pública acaba quebrando o País”.
“A Lava Jato terá um saldo negativo que vamos pagar por algumas décadas. Não se pode matar uma barata com um lança chamas colocando fogo na casa toda”, alertou.

E como solução para tentar mitigar o problema, Aragão defendeu a possiblidade de que as empresas comprovadamente envolvidas em corrupção possam firmar acordos de leniência para preservar o direito de serem contratadas pelo poder público. Porém, o ex-ministro defendeu que o Ministério Público não participe dessa negociação.

“O acordo de leniência é fundamental (para a recuperação das empresas) mas não deve ser feita pelo MP, que tem a boca torta por causa do uso do cachimbo persecutório”, avisou.

Projeto de Lei

Em relação ao projeto de lei 4.850/16, que trata das dez medidas de combate a corrupção, Eugenio Aragão disse que a proposta é um “populismo legislativo para alavancagem corporativa de setores que desejam mais competência”, e com intenção de “adquirir mais vantagens”.

“Na atual anarquia de ganhos- onde um general de quatro estrelas recebe R$ 14 mil, um professor universitário federal R$ 12 mil e um jovem procurador recém ingresso na carreira recebe R$ 24 mil – a disparidade torna o Estado fragmentado e categorias começam a sair no tapa para ganhar mais competências e, assim, justificar sua importância e ganhos”, explicou.

Ao criticar algumas das dez medidas de combate à corrupção, Aragão alertou para o perigo de se fragilizar direitos individuais garantidos pela Constituição federal, em nome de uma suposta cruzada anti-corrupção.
“O pior de tudo é a validação da prova obtida de forma ilegal, e isso chega a ser quase um escárnio quando ainda se considera isso como uma prova de boa fé. Mas há outras aberrações como a verificação (teste) de integridade do servidor público, que fere a dignidade humana. Chega a ser curioso que o Ministério Público, que deveria ser o defensor dos direitos fundamentais, proponha uma coisa dessa”, criticou.

Também presente à audiência pública, o ex-ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, afirmou que apoia a maior parte das dez medidas de combate a corrupção. Porém, ele destacou que também discorda da legalização da “prova de boa fé” e do teste de integridade para servidores públicos, além das restrições a concessão de Habeas Corpus e da flexibilização das regras para a prisão preventiva.

Héber Carvalho
Leia também:

Juíza proíbe candidata à Prefeitura de Salvador de chamar ACM Neto de “golpista”; o povo já apelidou-o de “Golpinho” 

Janot nomeia compa do Aecím Agora mesmo é que ele não vai abrir a caixa da OAS

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No Facebook do C Af:

Por Neusa Pivatto Muller:

"Ontem Janot abriu mão das sutilezas, dos rapapés, das manobras florentinas, dos disfarces para sustentar a presunção de isenção e rasgou a fantasia, nomeando o subprocurador Bonifácio de Andrada para o lugar de Ela Wieko, na vice-Procuradoria Geral. Não se trata apenas de um procurador conservador, mas de alguém unha e carne com Aécio Neves e com Gilmar Mendes", diz o jornalista Luis Nassif; segundo ele, as acusações contra o senador, apontado na pré-delação da OAS como beneficiário de propinas na Cidade Administrativa, desaparecerão de vez do noticiário e da PGR

Os jênios da Comunicação do Traíra Se depender deles, o Golpe não dura muito...

O Conversa Afiada reproduz nota de abertura do "Drive Premium", de Fernando Rodrigues, que faz um perfil dos "organizadores" das vaias e do "Fora Temer".
Imagem é tudo
A “swat” de Michel Temer na comunicação

Apareceu na web uma foto da elite do Planalto para assuntos de comunicação e propaganda. A imagem a seguir mostra, da esq. para a dir., Chico Mendonça (secretário-adjunto da Secom), Antonio Lavareda (marqueteiro), Elsinho Mouco (marqueteiro), José Bello (diretor de Comunicação da Área Social) e Duílio Malfatti (secretário de Comunicação Integrada).



Geografia do poder
Saiba quem é quem na comunicação do Planalto

O titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República é Márcio de Freitas. Jornalista de formação, acompanha Michel Temer há muitos anos. Tem total acesso ao peemedebista. É Márcio quem comanda o time da foto acima. A seguir, o Drive fala um pouco sobre os demais integrantes da equipe. Eles são responsáveis pela missão de tentar reverter a baixa popularidade do governo. Precisam evitar que Michel Temer seja vaiado todas as vezes que aparecer em eventos públicos

Chico Mendonça
É jornalista de formação com larga experiência na área política. É o número 2 da Secom, abaixo do secretário Márcio de Freitas. Tem amplo trânsito na elite dos jornalistas que cobrem o poder em Brasília.

Antonio Lavareda
Virou de repente o melhor amigo de Elsinho Mouco. É dono da agência BlackNinja (que teve Duda Mendonça como sócio). Comprou a Lua Branca de Luiz Gonzalez (marqueteiro que no passado fez várias campanhas para o PSDB). Estaria se posicionando para entrar na licitação de propaganda da Secom, cujo edital sai em cerca de duas semanas –e é coisa para R$ 250 milhões por ano.

Elsinho Mouco
É o marqueteiro de total confiança de Michel Temer. Original de Ribeirão Preto (SP), fez propagandas para o PMDB na época das vacas magras. Agora, ajuda a redigir discursos que o presidente da República lê em cadeia nacional de rádio e de TV.

José Bello
É diretor de Comunicação da Área Social da Secom da Presidência da República. Foi diretor comercial da Editora Três, que publica a revista "IstoÉ" e enfrenta sérias dificuldades. Junto com Duílio Malfatti, manda na distribuição geral de verbas publicitárias do governo federal. Coisa de R$ 2 bilhões por ano.

Duílio Malfatti
É secretário de Comunicação Integrada da Secom. Junto com José Bello, tem influência sobre o que o governo federal gasta com propaganda. Cada vez mais tem poder sobre esse tipo de despesa em grandes estatais como Banco do Brasil, CEF, Correios, BNDES e Petrobras.