"As chuvas estão caindo no lugar certo, mas é preciso continuar chovendo. Temos hoje uma situação de oferta que nos dá tranqüilidade para passar por esse período conjuntural ruim", explicou.
Ainda de acordo com Mauricio Tolmasquim, entre 2001 e 2011, o país aumentou em 55% a capacidade instalada, e o consumo aumentou 49%. Uma conta que, segundo ele, fecha de forma favorável ao governo. "Em 2001 tínhamos energia sobrando no Sul e não tínhamos condições de levar para o Sudeste. Naquela época não tínhamos um parque termoelétrico como hoje, que nos possibilita não ficar na mão de São Pedro", enfatizou à reportagem.
A tranqüilidade, para o presidente da EPE, vem principalmente do aumento de oferta de energia elétrica no Brasil, que vai ganhar nove mil MWth e oito mil km de linhas de transmissão até abril deste ano. Cerca de 25% dessa oferta vem de novas usinas termelétricas, que nesse cenário de baixa nos reservatórios está contribuindo com 20% da geração de eletricidade total do país. Normalmente esse índice é de 10%.
"As termelétricas fazem parte do sistema elétrico. Se as temos disponíveis, temos que usar. Oitenta por cento do mundo faz uso dessa tecnologia. O Brasil concentra o sistema hidrelétrico por uma questão de geografia", enfatizou.
Quarenta e cinco por cento dos novos MWth vem de hidrelétricas, como Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira em Rondônia. O restante, cerca de 30%, vem de fontes alternativas, com destaque para a energia gerada pelos ventos, a eólica.
Mauricio Tolmasquim diz não acreditar em um aumento no consumo por conta dos descontos de até 20% na conta de luz, já que "mesmo com o abatimento, a conta de luz é cara". Mas explica que, se isso ocorrer, o governo "está preparado". Ele enfatiza, ainda, que um aumento da demanda na indústria "vai ser muito bem recebido", já que representa crescimento da economia.
O Globo está cada vez mais extremado em matéria de pensamento único. Continua inconformado com a decisão da Suprema Corte de Justiça da Venezuela confirmando que o Presidente Hugo Chávez não precisava tomar posse necessariamente no último dia 10. Mas é impressionante, o jornal da família Marinho a cada dia se supera em matéria de jornalismo ideologizado.
Para se ter uma ideia a que ponto chegaram os editores, na quinta-feira (10), página 28, apareceu uma foto de uma mulher cozinhando e a legenda dizia o seguinte: “Desabastecimento. Uma mulher cozinha sob a vigilância de um poster de Chávez - população já enfrenta problemas de escassez de produtos alimentícios na Venezuela”.
Seria uma legenda digna de humor ao estilo de O Pasquim se o texto não fosse criado de forma realmente séria. O sério virou ridículo
O Globo, claro, como impresso, tem o direito de fazer o que quiser, até mesmo em matéria de jornalismo de baixa qualidade, como tem demonstrado em suas edições diárias. Mas o que não pode ser aceito é transferir a manipulação da informação para os canais de televisão controlados pela família Marinho. E colocar, por exemplo, Arnaldo Jabor dando o recado do Instituto Millenium, para criticar de forma ignorante o Presidente Hugo Chávez, com o claro objetivo de demonizá-lo.
Televisão é uma concessão pública e não pode ser utilizada pelos proprietários para o esquema de lavagem cerebral, como acontece também diariamente nos informativos das emissoras da família Marinho.
O desespero das Organizações Globo em relação ao que acontece na Venezuela chega as raias do absurdo. Convocam os colunistas de sempre, que seguem a pauta do Departamento de Estado e do Instituto Millenium. Qualquer crítica ao que acontece em matéria de manipulação da informação é geralmente respondida, quando respondida, como restritiva à liberdade de imprensa e de expressão.
As Organizações Globo convocaram também figuras do espectro ideológico do grupo, como Ives Gandra e Ophir Cavalcanti, presidente da OAB, para criticar a decisão da Justiça da Venezuela.
E o governo de Dilma Rousseff também não foi poupado por sua posição admitindo que a Venezuela adotou uma solução democrática na questão da posse de Chávez.
Como se todo esse exemplo de jornalismo absolutamente parcial não bastasse, as Organizações Globo até anteciparam a morte do Presidente Hugo Chávez. Torcem visivelmente para que isso aconteça. E aí se perdem também, pois se Chávez incomoda vivo, morto vai ser incomodar ainda mais a direita carcomida.
Mas detrás de tudo isso se esconde o fato de as Organizações Globo, o Departamento de Estado, os colunistas de sempre, regiamente pagos, e as oligarquias latino-americanas temerem um fato real, qual seja, o caráter irreversível da Revolução Bolivariana. Eis aí a causa principal do comportamento aético das Organizações Globo, ou seja, o temor que mesmo se Chávez não puder completar o novo mandato designado pelo povo, a Revolução Bolivariana continuará. Não tem mais volta.
A direita venezuelana, que continua jogando todas as suas cartas em Enrique Capriles, perde eleição e quer aproveitar a atual situação para ver se consegue reverter o fato histórico do novo tempo que representou a ascensão de Hugo Chávez.
E, como prova ainda da maior parcialidade das Organizações Globo, em um dos editoriais desesperadores, o jornal tenta comparar os acontecimentos atuais na Venezuela com um episódio ocorrido na vigência da ditadura no Brasil, quando o vice Pedro Aleixo foi impedido pelos militares de assumir no lugar do general de plantão Costa e Silva. O Globo conta com a falta de memória de parte dos seus leitores e omite o fato de que sempre apoiou a ditadura e, como diria Leonel Brizola, ”engordou na estufa da ditadura”.
Em relação ao que acontece em matéria de manipulação de informação nas emissoras de televisão e rádio das Organizações Globo, mais do que nunca é preciso que o Brasil retome a discussão sobre o controle social da mídia, para que a democracia avance neste país, porque, sem isso, não se pode afirmar que no Brasil a democracia é cem por cento.
Esse debate não pode ser jogado para debaixo do tapete, como querem as poucas famílias que controlam as emissoras de televisão do país.
Nesse sentido, espera-se que a Presidenta Dilma Rousseff siga o exemplo de Cristina Kirchner e aceite enfrentar a questão. Primeiro, a continuidade do debate amplo pela sociedade brasileira, por sinal já iniciado. Depois, um posicionamento do Congresso e, finalmente, vontade política do Executivo para não evitar que haja avanço no setor.
Resta saber o que pensa sobre o tema o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Mário Augusto Jakobskind
No Direto da Redação