Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 6 de março de 2012

Festejando a doença alheia. Em rede

Seleção de alguns comentários lidos na Folha.com no texto que anuncia que o ex-presidente Lula foi internado no Hospital Sírio-Libanês com pneumonia:

Marcos Alves (67) (19h18) há 58 minutos
EnenHhadad e demais corruptos devem estar apavorados.
Mig Noel (1003) (18h56) há 1 hora
Aguardem cenas dos próximos capítulos….rs…
Enqu anto isso vamos fazer uma aposta… Quem vei primeiro? Fidel, Chavez ou lu la ?
knight Ghost (19) (18h53) há 1 hora
O WALKINGG DEADD TA NO HOSPITAL:.
Luiz Gonzaga (2030) (16h06) há 4 horas
Pelo passeio em vários blogs percebi que o Lul@ é o político mais odiado. Aquela estória de 4% era propaganda de campanha! Em relação a sua saúde nada tenho a dizer porque foge do meu controle. Uma coisa é certa: ele será lembrado como um rec@lcado vingativo e um tremendo estelion@tário!
alvanir carvalho (216) (15h54) há 4 horas
Aki se faz, aki se paga! Não existe m_al que se perpetue!
Aeon Flux (44) (15h45) há 5 horas
Ja começou o ente/rro desse corru/pto lad/rao ?

jose luiz siqueira
(775) (15h18) há 5 horas
Êle não está internado, mas sim escondido ( leiam a matéria sobrê os caças francê ses e kanta ssujjeiira está atrás disso tudo ) . Lamentavél…………
knight Megatron (57) (15h07) há 5 horas
não recebe visita pq o futum deve estar muito forte:.
knight Megatron (57) (15h02) há 5 horas
M0RREU O MAIOR LADRÃ0 DE TODOS OS TEMPOS LUIZ INACIO ESTA M0RTINH0 DA SILVA:.

Vicente Portella
(13) (14h04) há 6 horas
Sorte dele que tem muita grana e não depende do SUS… senão… Ah, coitado… :-)

João Pires
(569) (13h43) há 7 horas
Sinceramente como brasileiro, espero que Llulla se recupera o mais rápido possível, e tb que a Procuradoria Geral da União, Ministério Público Federal e Policia Federal apurem seus possíves crimes de forma séria e rápida. E caso seja culpado, que seja condenado a vários anos de prisão e seus bens confiscados para servir de exemplo para outros políticos corruptos que assolam este país.
Llulla e Sarkozy tem muito a explicar sobre mais este escândalo dos caças.
Átilla Jr. (141) (13h27) há 7 horas
Agora saiu a noticia que os médicos proibiram visitas………xiiiiii!!!
R U I R U Z C A P U T I (873) (13h21) há 7 horas
Chega a causar estranheza a maciça quantidade de postagens em franca oposição contra o político L.UL.A e o petysmo. O povo ao que parece, está deverazmente decepcionado com a atuação politica de ambos.
ricardo machado (11) (13h13) há 7 horas
vaso ruim não quebra.
Mig Noel (1003) (13h11) há 7 horas
O pior é que se esse p i l a n t r a morre os pétebas (alienados como são) irão fazer pressão para tornar lu la um martir….
Mário Nunes (302) (12h21) há 8 horas
Rapaziada, eu tô preocupado é com a “laranja” pois sem o “molusco” pra dar as “ordens” ela vai ficar mais perdida que cachorro em mudança. Não que as “ordens” que ela recebe sejam as mais corretas e honestas.
Senhor Pimenta (407) (12h11) há 8 horas
Este indivíduo estava sob tratamento para remoção do câncer e é isso que está acontecendo: a pessoa inteira será removida! Não tem câncer maior do que ele no Brasil!
Fábio Nogueira (463) (11h49) há 8 horas
Quem passou essa infecção pulmonar para o L u l l a foi a D i l l m a !!!
Ela esteve visitando o sujeito na semana passada…
Em prol da saúde do nosso expresidente e para evitar as suas nefastas ingerências no governo atual vamos proibir essas visitas…

tereza flamengo
(60) (11h43) há 9 horas
o duro deste final feliz é ter q aguentar a dilma em 2014 até 2018, mas já dizia o grande filósofo….cada povo tem o governo q merece, pq aki seria diferente???
Eduardo Pinto (82) (11h19) há 9 horas
Usou sua goela de sapo para blasfemar contra JESUS CRISTO.
>>>> Seu fim será terrível!
Aleph Valvemark – SP (106) (11h21) há 9 horas
4.    Ele quis se comparar a Cristo, se deu muito mal. Deveria ser pregado na cruz, só que ao invés de ser elevado para o céu, deveria ir para o i/n/f/e/r/n/o!!
Aleph Valvemark – SP (106) (11h13) há 9 horas
Pensando melhor, acho que o L/u/l/a não passa deste ano!! Muito m/a/l contada esta infecção pulmonar, seria o t/u/m/o/r se a/la/s/t/r/a/n/d/o por toda a região ( garganta, laringe, pulmão ). Não sei não!!
Antonio Silva (320) (11h12) há 9 horas
Quem vai soltar rojões dá um positivo aí.
Célio Marques (318) (11h08) há 9 horas
AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA…BOTA ELE PRA SER ATENDIDO NO SUS…
licinia albuquerque (1316) (11h04) há 9 horas
Às vezes, eu até ficava com um pouco de remorso de mencionar a doença de Lulllla, nos comentários. Após ler a noticia de ontem sobre os e-mails sobre a compra dos aviões franceses(notícia de 03.03-às 12:41), francamente, não tenho mais pena dessa criatura. Isso não é brasileiro, não é homem. É um câncer.
Renan ….. (143) (11h01) há 9 horas
algum professor de estatística me ajude, porque tem algo que nao entendo. é possível tirar conclusão de algo demandamente grande com uma amostra correto? Isto posto, as nossas pesquisas, em que uma pequena parte responde por uma grande. Agora, 98% das pessoas que eu vejo em todo lugar NAO GOSTA DO MOLUSCO!!! COMO PODE TER ESSA PESQUISA QUE FALA QUE SÓ 4% O REJEITAM? EU VIVO EM OUTRO PAÍS NAO É POSSÍVEL…
1.   veranis rodrigues (901) – SAO PAULO/SP(20h00) há 16 minutos
É que os 4% são da juventude tucana, que nada tem a fazer na vida além de rogar pragas e pragas que certamente voltarão com a maior velocidade possível, ainda que vocês estejam sendo pagos prá isso.
João Crisóstomo (678) (10h57) há 9 horas
A fatura pode até demorar, mas um dia ela aparece cobrando os atrasados!
1.   Átilla Jr. (141) (13h55) há 6 horas
Agora entendi o pq do 9 dedos está tão doente, como vc mesmo disse: quem planta chuva, colhe tempestade! Obrigado pela dica!!

Ricardo Frota
(648) (10h49) há 9 horas
Me lembrei de Tancredo Neves, com esse vai e volta pra hospital. Só falta agora tirar uma foto com toda a equipe médica, Aí é tchau mesmo! A diferença é que ele não vai se encontrar com Tancredo…o lugar dele é mais embaixo!!!
1.    Senhor Pimenta (407) (12h14) há 8 horas
Ledo engano! Tancredo estará no mesmo lugar, junto com Ulysses e ACM!!! E todos compartilhando a caldeira! 
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
robinson jamil (1963) (10h43) há 10 horas
ta ocupando o leito de alguem que trabalha,paga imposto,o lugar dele é no sus ,ou em cuba junto com o cabeçao,é so o cabçao ficar ruim que lel tambem fica,o go-lpe de midia barato
Gilberto Mendes (3670) – SAO BERNARDO DO CAMPO/SP(10h41) há 10 horas
Destilou o ODIO entre os BRASILEIROS, iludiu os menos FAVORECIDOS com suas mentiras, e agora a fatura bate a sua porta.
Claudio Ajax (689) (10h25) há 10 horas
Estranho o que vem ocorrendo com os déspotas não ??? Falta o Weaselface sírio , um tumor naquele pescoço de ema , teria de ser um tumor de qualidade , pois são dois palmos de garganta

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O fascismo dos "meninos do Rio"

DEBATE ABERTO

Vítor Suarez da Cunha, o jovem de 21 anos, que teve 63 pinos implantados no rosto, deu uma magnífica lição de vida, de solidariedade humana. Muitos escreverão sobre sua atitude, mas nenhum texto será capaz de traduzir sua coragem, seu amor ao próximo, sua consciência de cidadania.

O que há em comum entre uma moradora de rua agredida a socos e pontapés no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, por três homens de classe média que a acusam de quebrar o retrovisor do carro e Vítor Suarez da Cunha, jovem estudante brutalmente espancado ao tentar proteger um mendigo que apanhava de cinco delinquentes no bairro Jardim Guanabara, na Ilha do Governador? Ambos foram vítimas de um estrato social que tem como traço ideológico funesto a recusa da cidadania.

Em menos de uma semana, a violência de um segmento incapaz de distinguir o público e o privado, que tem na venalidade uma de suas marcas, que trata a rua como prolongamento da casa e do quintal, desconhece direitos sociais e políticos, menospreza a condição humana dos que não pertencem à sua geografia social, reiterou, em pontos do estado do Rio de Janeiro, o caráter fascista que lhe é inerente.

Para eles, a liberdade se reduz ao ato de escolher entre várias marcas do mesmo produto e a felicidade é o fim de semana em família esvaziando shopping centers, o consumo do Natal e o réveillon em uma boate "superluxo". A protegê-los, vigias, olhos eletrônicos, cães de guarda, grupos de extermínio e a polícia violenta que conhecemos, protetora de “gente de bem”. Quando se lançam em busca das ilusões perdidas, dão início a uma busca feroz, mostrando uma força ideológica assustadora.

Num tempo em que pessoas têm sua condição humana aviltada, morrendo como moscas, fatos como estes não podem, após algum tempo de exposição midiática, provocar, no máximo, bocejos. É preciso deixar de contentarmo-nos em sobreviver, de acreditar que "com a gente não acontece" ou, o que é pior, fazer da vítima o culpado. Recusar a indiferença, persistindo em chamar de acidente uma rotina de mortes e de mutilações, conhecida, anunciada e burocraticamente executada cotidianamente. Nas ruas do Leblon e do Jardim Guanabara, o que aconteceu foi um fato político. E como tal precisa ser combatido.

Como classificar o comportamento dos fascistas de "boa aparência”? Perversão? É pouco. Isto é sordidez, abjeção, cegueira de valores. Mais ainda: é sintoma de uma cultura que faz da sarjeta sua medida moral e que, pouco a pouco, destrói um legado histórico, construído com sacrifício de homens, de povos e de nações. O que está em jogo é a consciência de que a vida é um bem, cuja posse não temos o direito de negar a quem quer que seja. O que estamos esperando? Que a lei da oferta e da procura regule o mercado de massacres e extermínios?

A punição exemplar dos agressores, "gente de boa cepa", é fundamental para que não continuemos a ser uma sociedade moralmente idiotizada. A barbárie não pode continuar satisfazendo o apetite de quem faz do riso cínico a única saída para a impotência e a covardia. Os fascistas têm que saber que já não contam com o "jeitinho brasileiro" de lidar com o direito à vida e a dignidade física e moral de cada um. Do contrário, a certeza da impunidade continuará ampliando a lista de vítimas. Em um país democrático, não se confunde desejo de justiça com direito de vingança.

Vítor Suarez da Cunha, o jovem de 21 anos, que teve 63 pinos implantados no rosto, deu uma magnífica lição de vida, de solidariedade humana. Muitos escreverão sobre sua atitude, mas nenhum texto será capaz de traduzir sua coragem, seu amor ao próximo, sua consciência de cidadania. Ao afirmar que "faria tudo de novo se preciso fosse", torna-se um símbolo de que a luta política não só é possível como conta com bons combatentes.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Droga do Nem vinha de São Paulo. SP é o atacadão da droga nacional


Por que o Cerra não fez o que o Abadia sugeriu ?

O excelente produtor Ricardo Andreoni lembra a este ansioso blogueiro que faltou ressaltar um aspecto da reportagem que o Domingo Espetacular exibiu neste ultimo domingo: “Quem comprava cocaína do Nem ? Quem o Nem comprava ?”.

Além de fazer essas duas perguntas que a romaria de repórteres, âncoras, colonistas (*) e show-men da Globo se esqueceu de fazer na Rocinha, Andreoni e este ansioso blogueiro apuraram dois fatos centrais na questão do narcotráfico no Brasil:

1) Toda a droga que o Nem vendia provinha de São Paulo.

Nem não vendia crack.

Só vendia maconha, ecstasy e cocaína.

E vinha tudo de São Paulo.

Não vinha um grama do Rio ou de qualquer outro ponto do Brasil.

Tudo de São Paulo.

Nem foi preso poucos dias antes de fugir para São Paulo e, provavelmente, se associar ao PCC que, como se sabe, segundo o governador Alckmin, não existe mais.

É possível que o delegado e dois investigadores da delegacia de Maricá que disseram ter negociado a rendição de Nem quisessem – segundo avaliação de autoridade da Polícia Federal – levar Nem para São Paulo.

2) São Paulo é o entreposto da droga do Brasil.

É o atacadão.

Essa informação aparece na reportagem como declaração do delegado João Caetano de Araújo, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal.

Toda a droga “importada” vai para São Paulo e de lá é distribuída para o país inteiro.

A associação do Rio ao narcotráfico é uma obra da Rede Globo, nos bons tempos do Dr Roberto.
Para derrubar o governo trabalhista de Leonel Brizola no Rio, a Globo, especialmente os telejornais locais do Rio, aos poucos incutiu no Rio e no Brasil o estigma do “Rio, Capital do Narcotráfico”.
Este ansioso blogueiro costuma perguntar, como quem não quer nada.
Quem compra mais tela plana – o Rio ou São Paulo ?
São Paulo.
Quem compra mais pasta de dente ?
O Rio ou São Paulo ?
São Paulo.
Quem compra mais Nespresso ?
O Rio ou São Paulo ?
Agora, cocaína … cocaína o Rio compra mais que São Paulo …
A demonização do Rio faz parte, também, de uma política nacional de esvaziamento político do Rio, que é, historicamente, mal ou bem, um centro de uma resistência muitas vezes trabalhista.
(Embora o PT de lá não apite.)
Juscelino começou o desmonte do Rio, ao levar a capital para Brasília.
Que Deus o tenha, já que Brasilia não tem mais jeito.
Os militares desmontaram o Rio.
Dividiram o Rio e tiraram dinheiro do Rio. Com medo do Brizola.
O dinheiro dos royalties – como lembrou Brizola Neto outro dia – só chegou ao Rio quando Wellington Moreira Franco (que serve a todos os governos desde os militares, como serve ao atual) sucedeu Brizola no Governo do Rio.
A estigmatização do Rio serve muito à Globo: para atender às agencias de publicidade e ao GLOBOPE, que mede a audiência do Brasil inteiro em meia dúzia de aparelhos na Grande São Paulo.
Este ansioso blogueiro prefere o Abadia, aquele colombiano, especialista na materia: a melhor maneira de acabar com o tráfico em São Paulo é fechar a delegacia que combate o tráfico, o Denarc.



Em tempo: na inesquecível campanha presidencial de 2010 – clique aqui para ler as frases do capítulo I desta indigitada campanha e aqui as frases do capitulo II – o Padim Pade Cerra ameaçou invadir a Bolívia para acabar com o tráfico em São Paulo. Ameaçou criar – por sugestão de um lobbista do Daniel Dantas – o Ministério da Segurança. Mas, não fechou o Denarc. Ele é um jenio !


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Preconceito Social: Problema de Saúde Pública?

 Ganhe 10 minutos assistindo este vídeo 
Este vídeo foi criado na Oficina de Filmagem da Casa Jovem, com apoio das ONGs Amigos da Vida (www.ilsorrisodeimieibimbi.org), Viramundo (www.viramundo.org) e CO2 (www.www.theco2.org). O patrocínio é da TIM©.
Foi feito inteiramente por iniciativa de jovens moradores da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, preocupados com a questão do preconceito social, que muitas vezes apresenta-se camuflado e não ousa dizer o seu nome.
Seu título, provocativo, sugere a natureza doentia do preconceito. Sua oportunidade é tanto maior agora, quando as forças da ordem acabam de tomar a Rocinha, alegando tê-lo feito em nome dos moradores.
Poderá também gostar de:

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

As senhoras de Santana da imprensa

Cynara Menezes

Em 1980, surgiu em São Paulo um grupo de mulheres preocupadas com a “imoralidade” que tomava conta da televisão. Sobretudo com os programas que surgiam naquela década falando abertamente de sexo, como o da hoje candidata a senadora Marta Suplicy no TV Mulher. Apelidadas de “senhoras de Santana”, por serem moradoras do bairro com este nome, elas marcaram época e viraram sinônimo do atraso e do conservadorismo nos costumes.

Trinta anos depois, surge uma nova geração de “senhoras de Santana”. Desta vez, não descobertas por jornalistas: são jornalistas. Instaladas em número cada vez mais volumoso nas redações, premiadas com cargos de chefia e ascensão meteórica, as senhoras de Santana do jornalismo são o exato oposto da figura mítica do repórter talentoso, espirituoso, culto e algo anarquista: têm um texto ruim de doer e nunca leram nada a não ser seu próprio veículo, mas cumprem rigorosamente as tarefas que lhes são dadas. Seu maior ídolo é o patrão.

Esqueça a imagem do jornalista concentrado, batucando com rapidez sua reportagem com um cigarro pendurado no bico. As novas senhoras de Santana do jornalismo não fumam. Aliás, deduram quem estiver fumando em ambiente fechado, como reza a lei imposta por aquele político que seus patrões adoram e que eles, obedientemente, passaram a bajular. Fumar baseado, então, nem pensar. Os repórteres de Santana são contra a descriminação de todas as drogas, até da menos nociva delas. Se as senhoras de Santana do jornalismo soubessem que andam por aí fumando orégano, fariam matérias pela proibição do uso, mesmo na pizza.

As novas senhoras de Santana do jornalismo não questionam o poder ou os dogmas da Igreja católica. Pelo contrário, fazem questão de ir à missa todos os domingos. Pior: simpatizam com a Opus Dei, a ala mais conservadora do catolicismo. São contrários à liberação do aborto e defensores do papa sob quaisquer circunstâncias, inclusive quando o suposto representante de Deus na Terra é acusado de acobertar a pedofilia.

Ao contrário do que ocorreu no passado, quando os jornalistas tiveram papel importante na luta contra a ditadura, as novas senhoras de Santana do jornalismo se especializaram em denegrir a imagem daqueles que optaram pela ação armada para combater o poderio militar. Vilipendiam os guerrilheiros com fichas falsas e biografias inventadas. O repórter Vladimir Herzog morreu enforcado nos porões do regime. Não viveu para ver a triste transformação dos “coleguinhas” em senhoras de Santana. Quando Herzog morreu, a grande maioria dos jornalistas se dizia de esquerda. As novas senhoras de Santana do jornalismo adoram pontificar que não existe mais esquerda e direita, mas são de direita.

Nem pense nos papos animados após o fechamento dos velhos homens de imprensa, varando madrugadas pelos bares da vida. As novas senhoras de Santana não bebem, vão direto para casa depois de trabalharem mais de dez horas por dia – sem carteira assinada. E ainda patrulham a birita alheia, como se fossem fiscais de trânsito 24 horas a postos com seus bafômetros virtuais. “O presidente bebe cachaça”, torcem o nariz as jornalistas de Santana. “A candidata do presidente torceu o pé. Deve ser porque encheu a cara”, acusam.

Toda vez que as novas senhoras de Santana da imprensa encontrarem aquele ator famoso que andou se desintoxicando do vício de cocaína e por isso perdeu papéis em novelas, vão torturá-lo com as mesmas perguntas: “Você parou mesmo de cheirar?” “O tratamento funcionou ou não?” Sim, os jornalistas de Santana não saem para beber porque preferem ficar em casa vendo novela. Se duvidar, as novas senhoras de Santana do jornalismo nem fazem sexo. Talvez de vez em quando, vai. Mas só papai-e-mamãe. E heterossexual, claro.

No futuro, as escolas de jornalismo serão monastérios, de onde sairão mais e mais senhoras de Santana habilitadas não só a escrever reportagens como a rezar a missa.