Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rumos do vazamento da Satiagraha para a Globo


O ínclito delegado Protógenes será diplomado nesta sexta

Rumos do vazamento da Satiagraha para a Globo


Por Stanley Burburinho


Nassif, essa notícia é de 2 anos atrás. Coloquei no Twitter porque alguém perguntou se o Protógenes será diplomado e foi informado que sim e será na sexta às 10h na ALESP.


Mostraram um texto dizendo que o caso dele e do Mazloum iria para o STF porque o Protógenes é acusado no texto de ter vazado a Satiagraha para a Globo. Peguei esse texto que foi publicado há dois anos pelo o Globo para mostrar a tal pessoa que foi outra pessoa que vazou a Satiagraha para a TV Globo, inclusive o tal delegado Pellegrini confessou na entrevista.


Satiagraha: Arquivos bloqueados travam investigação da PF – O Globo


Satiagraha: Arquivos bloqueados travam investigação da PF


SÃO PAULO e BRASÍLIA – Parte estratégica do material apreendido do Opportunity e do banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha , está sendo considerada “indevassável” pelas autoridades que atuam no caso. Reportagem de Soraya Aggege publicada nesta sexta-feira no GLOBO mostra que o acesso aos discos rígidos e documentos apreendidos nos computadores do banqueiro sob suspeita de conterem operações ilegais depende de senhas, que estão todas criptografadas. Cada senha teria cerca de um bilhão de combinações possíveis, já avisaram os peritos que atuam na PF. ( Conheça os personagens da Operação )


Mesmo assim, sem parte importante das possíveis provas, o primeiro relatório da Satiagraha desenvolvido após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz, e que deverá embasar processo por lavagem de dinheiro, crime financeiro e outros supostos delitos do banqueiro, já foi concluído pelo delegado Ricardo Saadi. ( No que vai resultar o inquérito da Satiagraha? )


O documento, de 249 páginas e cinco anexos, não contradiz os relatórios produzidos por Protógenes, apesar dos argumentos da própria PF, que conduz outro inquérito para investigar vazamento de informações e até a produção de provas ilegais na Satiagraha.


- Não houve “refazimento” do trabalho do delegado Protógenes em nenhum momento. Foi feito um aprofundamento do relatório anterior. Já mandamos inclusive avisar isso ao ministro (Tarso Genro, da Justiça) – disse ao GLOBO uma das autoridades que atuam no caso.


O procurador da República Rodrigo De Grandis recebeu o relatório na sexta-feira passada. O GLOBO apurou que já há indícios para a denúncia de lavagem de dinheiro (pena de três a 10 anos de detenção, caso Dantas seja condenado), mas a falta de acesso aos discos rígidos ainda fragiliza a denúncia por crimes financeiros (três a 12 anos de prisão) e formação de quadrilha (um a três anos de detenção). Por isso, o MPF poderá apresentar as denúncias separadamente, mas ainda não definiu sua estratégia final no processo.


Leia mais: Se condenado, Daniel Dantas pode receber pena leve ou moderada )


Leia a matéria completa na edição desta sexta-feira do GLOBO


Tarso diz que relatório foi “desapaixonado”


Mais cedo, porém, Tarso não só confirmou que o relatório fora refeito como o elogiou publicamente. Segundo o ministro, o relatório refeito entregue ao Ministério Público é “desapaixonado” e “sem espetaculosidade” . Realizada em julho pela PF, a Operação Satiagraha levou à prisão Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, todos já liberados por determinação da Justiça.


- A única coisa que posso dizer é que é um relatório desapaixonado, tecnicamente bem feito, sem qualquer postura persecutória, todas as provas organizadas dentro da lei. É um relatório que foi feito sem espetaculosidade e que agora o Poder Judiciário e o Ministério Público vão avaliar.


(Leia mais: GSI afirma que vai acompanhar investigação da PF sobre vazamento na Satiagraha)


Procurador levanta novas suspeitas sobre vazamento da Satiagraha


Em manifestação de memorial sobre o caso enviada ao juiz Aliz Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal, o procurador de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, Roberto Dassié Diana, apontou o delegado da PF Carlos Eduardo Pellegrini Magro como o suspeito de vazamento de informações à imprensa durante a deflagração da Satiagraha. Dassiê isentou o delegado Protógenes Queiroz do crime de quebra de sigilo funcional.


Ele também lançou dúvidas sobre a isenção do delegado da PF Amaro Ferreira, que investiga o caso e que acusa Protógenes de ser o vazador. O GLOBO teve acesso ao documento enviado pelo procurador, no qual ele reafirma a validade das provas colhidas por Queiroz e diz que a participação da Abin é legal.


“Há algo de muito estranho nisso tudo e deve ser completamente esclarecido”, diz o procurador no documento. Segundo Dassiê Diana, embora a PF continue se recusando a entregar ao MPF a degravação de uma longa reunião da PF – em agosto, quando Queiroz reclamou que não teve apoio nem recursos para a operação Satiagraha e teria sido pressionado a sair do caso – os trechos do documento obtido pelo GLOBO permitem observar que o vazamento de imagens da operação para a “TV Globo” partiu de Pellegrini:


“Peço desculpas por ser o delegado mais velho e (…) não ter tido a capacidade de ter segurado a informação e vazado a informação pra imprensa”, teria afirmado Pellegrini Magro na reunião com os demais delegados, segundo citou o procurador no documento. “De qualquer forma, a existência do áudio dessa reunião indica como atual suspeito o delegado Carlos Eduardo Pellegrini Magro, o qual estava ciente da operação dias antes (…)”, alega Diana.


Os delegados foram procurados pelo GLOBO, mas, de novo não se manifestaram sobre o caso.

Começa nova temporada da sabotagem hidráulica comunista

— Hariovaldo @ 07:09 

 Sabotagem hidráulica

Mais uma vez a organização terrorista do PT usa a água para atacar São Paulo
São Paulo não pode parar a cada ataque terrorista do PT. Basta! Derrotados e humilhados como sempre, os bolchevistas ignaros partem para a vingança molhada entupindo as galerias de águas pluviais e fazendo chover aos cântaros sobre a mais bela cidade do Brasil para assim trazerem grandes transtornos aos homens bons bandeirantes. Esquadrilhas de aviões bolivianos e venezuelanos foram vistas sobre a capital espalhando nitrato de prata sobre as formações de nuvens para causar grandes precipitações e alagar diversas áreas da capital paulista. Agentes comunistas também foram vistos misturados entre os populares posicionando estrategicamente grande porções de lixo domésticos nas ruas após a passagem do eficiente serviço de coleta de detritos para propositadamente serem carregados pelas chuvas para entupirem as bocas de lobo das ruas.

Boca de Chê
As bocas de lobos estratégicas foram pintadas com a imagem de Chê Guevara para facilitar o entupimento pelos agentes comunistas
A capacidade maléfica dos comunistas é de estarrecer qualquer vivente honesto, é incrível a sanha deles em quererem macular as boas administrações dos homens bons em São Paulo com as mais torpes ações. Ao que pese as obras governamentais para evitar os alagamentos e o grande esforço que o governo do estado e da prefeitura faz para melhorar a cidade, os terroristas vermelhos sempre encontram um jeito de causar transtornos aos cidadãos com enchentes e alagamentos. Não  fosse o país dominado pelos marxistas essa gente já estaria há muito a ferros aguardando o julgamento e a execução.

Um palhaço endinheirado


Por Mauro Santayana

Os jovens voltaram ontem às ruas de Roma, cidade emblemática do Ocidente, protestando contra a decisão da Câmara dos Deputados, que manteve Berlusconi na chefia do governo. Houve vitrines de bancos arrebentadas a paralelepípedos. coquetéis molotov lançados contra a polícia, veículos oficiais e automóveis de luxo incendiados, centenas de prisioneiros, dezenas de feridos, As manifestações também ocorreram em outras cidades, entre elas, Milão e Bolonha.

As manifestações de ontem vieram depois dos graves incidentes em Londres, e há rumores de que se preparam novos protestos em Paris e em Berlim. Os jovens parecem retornar àqueles meses do vendaval de 1968, em que estavam dispostos a reconstruir o mundo, submerso na injustiça. O mundo, hoje, está bem mais injusto. De repente — é a sensação do observador — os jovens se dão conta de que lhes estão confiscando o futuro. Na Inglaterra, destruída nos últimos trinta anos pelo neoliberalismo de Mrs. Thatcher e seus seguidores, os empréstimos concedidos aos estudantes de classe média para custear os cursos superiores são um contrato Faustiano: muitos dos rapazes e moças se formarão já devendo de 70 a 100 mil libras ao governo, com esse aumento das taxas universitárias. Seus projetos de vida — entre eles os de casamento e formação de uma família — devem ser postergados.

No caso da Itália, grande parte da juventude — infelizmente, nem toda ela — também se considera ofendida e humilhada por um homem tão rico quanto insolente, que se esquiva da senilidade pagando a jovens prostitutas para que componham os seus serralhos eventuais, montados em luxuosíssimas mansões, e governa como quer. À custa dos favores públicos e de sua própria e inexaurível bolsa, ele tem comprado grande parte do Parlamento, para obter as leis mais esdrúxulas que o vêm mantendo no poder. Também agora foi assim, ao cooptar três parlamentares da oposição a fim de, com seus votos, impedir que a moção de desconfiança contra ele fosse vitoriosa. Além de outras diferenças entre ele e Mussolini, o fascista Benito era um intelectual, enquanto Silvio não passa de um palhaço endinheirado.


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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

SUBSERVIÊNCIA

MANCHETES CONEXAS DESTA 4º FEIRA


"Classe C já compra mais eletros que AB" (Folha )
"PSDB debate hoje agenda da refundação"(Folha)

 EUROPA ARDE, RANGE E RUGE
DE VOLTA ÀS GRANDES MANIFESTAÇÕES?
Greve contra arrocho salarial paralisa a Grécia nesta 4º feira;
14/12: protesto  contra Berlusconi reúne 100 mil em Roma (Folha)
9/12: no protesto mais violento desde os anos 90, estudantes atacam o carro do Príncipe Charles, em Londres (UOL)
 28/11: protesto contra arrocho  reúne 100 mil na Irlanda(Estadão)
10/11: protesto  contra anuidades estudantis reúne 50 mil em Londres (Reuters e agências)


O ‘TROLOLÓ' QUE  VAI MUDAR A VIDA NOS MORROS DO RIO
1400 empresas foram legalizadas em 10 favelas ocupadas pelas Unidades Pacificadoras em 12 meses (Valor 15/12)

Está praticamente pronto, em fase de testes, o teleférico que liga o Complexo do Alemão à estação de trens suburbanos de Bonsucesso, no Rio.  São 3,5 quilômetros de cabos suspensos que carregam 152 gôndolas, com capacidade para transportar até 30 mil passageiros por dia. A obra do PAC, que o candidato da derrota demotucana, José Serra, classificava como ‘ficção ‘ e trololó, vai reduzir para 16 minutos o tempo de deslocamento do alto da favela até o asfalto --um trajeto que hoje consome 1h30 na vida dos moradores do lugar. Bom seria se a São Paulo do tucanato tivesse trololós assim.

FED MANTEM JURO ENTRE ZERO E 0,25%
REVOADA ESPECULATIVA 
capitais especulativos continuarão migrando para mercados de commodities, o que afeta o custo dos alimentos e a inflação; intensificam também a busca  pelos mercados emergentes, sobretudo aqueles que aliam crescimento robusto e  taxas de juros elevadas, caso do Brasil (PIB de 7,5% e Selic de 10,75%). Ingresso excessivo de capitais valoriza o Real, encarece as exportações brasileiras e barateia importações. Cadeias fabris sofrem erosão como resultado da substituição de insumos nacionais pelos importados, mais baratos. Efeito por enquanto é limitado; grosso das importações é de máquinas e equipamentos para aumentar capacidade instalada e melhorar a produtividade. Mas o tempo conspira contra a produção local. Redução de juros e controle de capitais formam o núcleo duro da agenda alternativa para 2011. Ortodoxia defende, primeiro, corte de gastos públicos para reduzir necessidade de captação de recursos pelo Estado. Alega que assim os juros caem naturalmente. O fato, porém, é que as despesas com juros estão entre os maiores dispendios do Estado, cerca de 6% do PIB. Queda de um ponto na Selic já redundaria em corte significativo nas despesas públicas --  e no item de pior qualidade, que alimenta o rentismo. (Carta Maior, 15-12)  

A paz dos cemitérios

Quem optou por enfrentar a grande mídia durante a primeira década do século XXI pode ter uma surpresa a partir de 1º de janeiro próximo. A mídia tenta construir um pacto não escrito e não proferido com o governo Dilma Rousseff. E a proposta, para um projeto pessoal, não é nada ruim, mas para o projeto coletivo de país pelo qual votamos, é péssima.
Não se afirma, aqui, que Dilma aceitaria tal coisa. Mas a proposta existe e é tentadora. E muito simples: paz. O fim do bombardeio midiático – ou um arrefecimento até o nível de normalidade de cobertura de um governo por uma imprensa normal e não por uma facção política e ideológica como a que tenta, há quase oito anos, inviabilizar o governo Lula.
Em primeiro lugar, analisemos um dos muitos comentários do mesmo tipo que têm sido produzidos pelo colunismo de Globos, Folhas, Vejas e Estadões. No caso, de Eliane Cantanhêde, que disputa com Dora Kramer o título de colunista feminina mais tucana do mercado. Mas para não cansar o leitor com o tucanês da moça, reproduzo só o que interessa.
“(…) Dilma tem lá o jeito dela, diferente do de Lula. Quer menos improvisação, rompantes, tititi. Vai cobrar discrição. E só vai abrir a boca em questões de repercussão internacional quando tiver certeza (…).
Pois é, vejam só. Claro que Dilma se aproxima mais do aceitável para a elite branca paulista. Filha de europeus, “bem-nascida”, “bem-estudada”, quase doutora (só faltou defender a tese de doutorado), certamente conjugará verbos e dirá os plurais com maior acuidade. Além de ter nascido no Sudeste, é claro.
Enfim, além de “palatável”, ela tem a chance de, supostamente, fazer o Brasil avançar mais apenas não desencadeando um processo de regulação da nova mídia um único centímetro fora do que ditarem os barões da velha mídia. Dessa forma, o governo não perderia tempo com escândalos incessantes, fim de semana sim, fim de semana não.
Imaginem o que teria sido o governo Lula sem a sabotagem da mídia. Os mais pragmáticos dirão logo que teria sido melhor Lula condescender com a mídia e barrar qualquer tentativa de colocar ordem nessa bagunça que é a comunicação do Brasil. Mas não adiantaria. O ódio que sentem por ele é visceral, não decorrente, apenas, de interesses contrariados.
A mídia teme que o governo brasileiro, a exemplo do que fez o argentino, obrigue uma Globo a se desfazer de vários tipos de mídia que concentra – tevê, rádio, jornais e revistas, portais de internet… Teria que escolher um ou dois tipos e vender os outros. E vender mesmo, não entregar a laranjas. Haveria investigação. Seria como nos Estados Unidos, por exemplo…
Que escolha você faria, se fosse Dilma? Optaria por ter paz para tentar fazer um governo melhor e deixaria essa gente conservar o poder de controlar o país através da proteção ou da intimidação de políticos usando até concessões públicas ou concluiria que uma paz para governar como essa é, na verdade, a paz dos cemitérios?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O GROBO não Mente, Mas Também Não Fala a Verdade O pessimismo antibrasileiro do Globo



(As pinturas da capa e acima pertencem ao alemão Jonathan Meese.)
O Brasil deve crescer de 7,5% a 8% este ano, o maior crescimento em 24 anos. Mas essa comparação é enganosa. O crescimento verificado no início da redemocratização, sob o governo Sarney, vinha acompanhado de inflação galopante, desemprego em alta e uma dívida externa insustentável. A situação atual, portanto, não encontra paralelo nas últimas décadas. Durante a ditadura, houve picos de crescimento, mas igualmente amparados no endividamento externo e num cenário de profunda concentração de renda. Talvez pudéssemos lembrar dos “anos dourados” da era Vargas, sempre mencionado por setores sindicais por causa do alto valor do salário mínimo da época. Mas estes salários eram uma realidade somente em ilhas de prosperidade, como o Rio de Janeiro dos anos 30 ao 50, sede do governo – e era sustentada em parte pela proliferação de estatais (necessárias, mas que geravam vagas somente aqui), em parte pelo estágio ainda não avançado das indústrias, que exigiam grande quantidade de mão-de-obra para funções que, hoje, são desempenhadas por robôs. O crescimento econômico da época restringia-se a poucas regiões do país.
O crescimento econômico de 2010 inclui ampla distribuição de renda, tanto a nível regional, com maior desempenho de áreas menos desenvolvidas, como Norte e Nordeste, como a nível de classe, com inclusão social de milhões de pessoas antes alijadas do mercado de consumo.
Em suma, sem querer parecer ufanista, atendo-se unicamente aos números, o crescimento que devemos registrar nesse peripatético ano de 2010 corresponde a recorde absoluto na história brasileira moderna. E como seria ridículo atribuir a qualquer ano de nossa triste história pré-abolição qualidades superiores aos de nossa recente e pujante democracia republicana, não seria nenhum absurdo afirmar que 2010 será o melhor ano jamais vivido pelo Brasil!
Jornalismo econômico se faz comparando, e para isso se exige parâmetros racionais. Por exemplo, se o Haiti crescer, no ano que vem, 20%, e o Brasil, 5%, seria estupidez ou mau caratismo (ou ambos) menosprezar os números brasileiros em função dos haitianos.
Pois é justamente isso o que a nossa famigerada mídia faz sistematicamente. Repare a manchete do Globo desta sexta-feira, 10 de dezembro de 2010:

Quem são esses emergentes? Quem é a América Latina? Vamos ao caderno de Economia do jornal, onde está a matéria que originou essa melancólica manchete platinada:
Em relação à América Latina, o Brasil só pode ser comparado, por seu tamanho, ao México e um pouco à Argentina. O crescimento desta última tinha que ser muito grande mesmo, em virtude do rombo terrível vivido pelo país na década de 90, por ter seguido políticas neoliberais. Observe que a média de crescimento da Argentina nos anos de 2003 a 2010, de 7,3%, deve nos trazer à lembrança um nome, ou melhor, um sobrenome, Kirchnner. Sempre que você ler uma matéria nos jornais bombardeando o casal K, lembre-se que os presidentes Nestor Kirchner e sua sucessora, Cristina, tiraram a Argentina do buraco. E lembre-se também que a Argentina, nesse mesmo período, tornou-se a segundo maior compradora de produtos brasileiros, superando os Estados Unidos; e mais, a Argentina consolidou-se como o grande destino de nossos manufaturados; sim, porque a China é uma grande parceira comercial, mas ninguém enfatiza o fato dos chineses importarem somente matéria-prima barata do Brasil, enquanto a Argentina importa sobretudo autopeças, máquinas e aparelhos elétricos brasileiros.
Em relação aos “emergentes” que teriam crescido mais que o Brasil, na verdade a matéria se refere ao BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Vejamos: a China é incomparável. Ela tem que crescer muito porque sua renda per capita é baixíssima, e pode crescer rápido porque toda ditadura tem facilidade para gerir política econômica. A história mostra que os ditadores, quando são competentes tecnicamente, tem vantagens enormes para gerenciarem grandes projetos de crescimento. Não tem imprensa enchendo saco. Não tem Ibama enchendo saco. Não tem Tribunal de Contas. Não tem CPI. A ordem é construir a maior hidrelétrica do mundo? Remove-se 10 milhões de pessoas sem choro nem vela, alaga-se paraísos naturais, impõe-se silêncio a qualquer crítica, e faz-se a usina, ponto final. Assim até eu!
Quanto à Índia, é um país igualmente com renda per capita baixíssima, com grande parte da população totalmente marginalizada de tudo, vivendo em miséria absoluta, trabalhando a qualquer preço. O Brasil poderia, pelo tamanho da população, ser comparado à Rússia, que cresceu numa média de 4,8% nos últimos anos. Mas a Rússia não distribuiu renda, não controlou a inflação nem tem uma economia diversificada como a brasileira. Seu crescimento baseou-se unicamente na indústria do petróleo.
Portanto, e agora já com medo de parecer um ufanista ridículo, também se poderia afirmar que o crescimento do Brasil de 2003 a 2010 apresenta muito mais qualidades do que o dos outros países do Bric e do resto da América Latina. A manchete do Globo escamoteia a realidade. Como a maioria das pessoas sequer lêem com atenção as matérias do caderno econômico, restringindo-se a um passar de vista sobre as manchetes, o substrato informativo que fica na mente do leitor é confuso e equivocado.
E por que o Globo faz isso?
Ora, porque a orientação dos editores do Globo, assim como de toda grande imprensa, é filtrar qualquer notícia que possa beneficiar politicamente o governo Lula.
Eu tento ver o lado positivo de tudo isso. O crescimento do Brasil está quase acima do recomendado, tanto que há um pico inflacionário (nada grave, mas que requer atenção). O negativismo do Globo serviria para esfriar o entusiasmo excessivo das massas consumidoras. Mas não é essa a intenção do Globo, nem a imprensa deve assumir esse papel triste e obscuro de puxar para baixo o astral de um país, por uma duvidosa estratégia macro-econômica. O que o Globo faz é puro desespero de torcer a realidadade. O resultado, embora pífio (vide a popularidade recorde de Lula, que periga chegar a 100% até o fim do mandato), tem como objetivo manter viva um núcleo de antipetismo, que servirá de base para a construir a estratégia de oposição ao governo Dilma nos próximos quatro anos e emplacar Aécio Neves em 2014.  Não podemos subestimar a oposição midiática, que sequer se preocupa em disfarçar melhor suas intenções: veja como a matéria termina:
E se o Brasil conseguiu avançar no governo Lula, isso também se deveu aos esforços da era FH, destacou Agostini:
- São dois momentos. É que nem Maradona e Pelé.
O economista da Cepal não está totalmente errado. Todos os presidentes anteriores a Lula participaram um pouco da situação atual. Mas por que essa obsessão em defender FHC? Por que não usar o espaço para trazer mais informações sobre a qualidade do nosso crescimento? Por que a insistência em diminuir o valor simbólico do espetacular crescimento econômico de nosso país em 2010, num ambiente internacional fortemente negativo, com as grandes potências em crise?
Claro que há problemas graves que devem ser abordados. Há outras matérias na mesma edição mencionando o aumento forte das importações e o perigo que isso traz para a indústria nacional. O que me espanta é não haver, em parte alguma do jornal, um grama de alegria com o desempenho recorde da economia. Essa obsessão por uma visão negativista, irritada, rancorosa, de toda notícia boa para o Brasil, não estaria por trás desses surtos de ódio que explodiram nas últimas eleições? Arriscaria-me até a dizer que ela tem alguma influência sobre as manifestações racistas e homofóbicas que vemos em São Paulo, pois não posso crer que alguém que vê o Brasil com otimismo e esperança, e que votou em Dilma Rousseff, possa cometer o desatino de espancar gratuitamente uma pessoa apenas porque ela é gay ou nordestina. Sei que a maioria dos eleitores do Serra são pessoas boas, simples, honestas e pacíficas. Mas há uma minoria barulhenta, reacionária, cujo ódio é alimentado pela interpretação negativa de qualquer coisa boa que exista no Brasil. Onde está o governador eleito Geraldo Alckmin que até agora não fez declarações enfáticas contra os atos de agressão em São Paulo? Onde está Serra?
Eu não sou nenhum fanático do otimismo; ao contrário, procuro alimentar uma visão do mundo que seja imparcial neste sentido. Há coisas que se deterioram, outras que evoluem. Mas é claro que o otimismo tem uma função biológica e psicológica fundamental para o progresso de indivíduos e nações. Como dizia um grande filósofo (William James) dos Estados Unidos, nação fundada sobre um otimismo inquebrantável, messiânico: O pessimismo conduz à fraqueza, o otimismo ao poder!

DO Gonzum ex Óleo do Diabo
do  Miguel do Rosário
René Amaral

Vendilhão Serra já tinha combinado a entrega do Pré-Sal, mostra Wikileaks

WIKILEAKS, OS PAPÉIS BRASILEIROS
Petroleiras foram contra novas regras para pré-sal

Segundo telegrama do WikiLeaks, Serra prometeu alterar regras caso vencesse
Assessor do tucano na campanha confirma que candidato era contrário à mudança do marco regulatório do petróleo

Folha da Ditabranda
JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.

É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch). 
"Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo passado.

Segundo Biasoto, essa era a opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida em julho deste ano. "Mas é possível que ele tenha participado de outras reuniões com o setor", disse.

SENSO DE URGÊNCIA

O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.

O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem "senso de urgência". Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: "Vocês vão e voltam".
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.

Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.


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sábado, 11 de dezembro de 2010

Estadão acusa ministro com "documento" que sabia ser falso

Como o Estadão fabricou o escândalo

A sucursal de Brasília consegue um documento, uma declaração supostamente assinada pelo Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, avalizando o trabalho do INBRASIL, o tal instituto através do qual o relator do orçamento desviava recursos.

Procurou o Ministro. Na hora, constatou-se que o documento era falsificado. Havia inúmeras evidências, acessíveis a qualquer redação com um mínimo de análise técnica, conforme material que recebi agora à noite:

1. No brasão do documento, o telefone da Secretaria estava errado, assim como o email.

2. O padrão gráfico é diferente do papel timbrado da SRI.

3. O número do RG do Ministro é falso.

4. Sua denominação - "Ministro de Estado chefe da SRI" - incorreta.

5. O CNPJ da empresa avalizada é. Bastava colocar em um programinha simples para constatar que era inválido.
6. Havia mais. A assinatura do Ministro era scaneada, conforme se conferia a olho nu. Bastava clicar na assinatura para aparecer o contorno da imagem.
7. Bastava ir às propriedades do documento para saber que foi escrito em Br-Office, um editor de texto. Documentos legais são scaneados diretamente do papel. Documentos PDF a partir de um editor de texto é sinal evidente de manipulação. Qualquer adolescente medianamente informado sabe disso.


Tinha-se, enfim, uma reportagem sobre um documento falsificado envolvendo um Ministro de Estado. O repórter foi informado, até escreveu um boxe sobre isso. Essa informação não fo sonegada da direção de redação do jornal.

E tinha-se a principal suspeita - a ex-assessora que afirmava ter obtido a carta do Ministro.

A direção de redação - provavelmente Marcelo Beraba, um dos criadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que se supunha o último centro de reportagem correta da mídia - decidiu ignorar todos os sinais de falsificação e imputar o documento ao Ministro Padilha.

A manchete de primeira página foi esta:
Internamente, na página 4, a matéria principal foi essa:

Na parte inferior da página um boxe, com Padilha tentando explicar que o documento apresentado era falso.


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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bessinha dá votos de Feliz 2011 !

Um dilema para Dilma


Reportagem de quinta-feira (9) do Jornal Nacional sobre o crescimento do PIB no penúltimo trimestre pode ser interpretada como prova definitiva de que Globo, Folha, Estadão, Veja e suas ramificações combaterão Lula até o último dia de seu governo – e não se tratará de uma saudável fiscalização da imprensa, mas de combate político-partidário.
Impressionou a reportagem daquele telejornal sobre a economia. Transformou boas notícias em más notícias. A queda do ritmo da economia no terceiro trimestre, apresentada sob insinuação de que revelaria debilidade do crescimento sustentado, ganhou destaque. Abaixo, a reportagem. Continuo em seguida.

Falou-se sobre queda no ritmo da indústria, por exemplo, justamente em um momento em que a indústria costuma desacelerar. E o que é pior: no âmbito de medidas decididas tomadas pelo governo – inclusive durante a campanha eleitoral, na forma de aumento dos juros – para reduzir o ritmo do crescimento.
De forma quase inacreditável, o principal telejornal da Globo compara o crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre justamente com o crescimento de países que têm tido imensa dificuldade para crescer, como os Estados Unidos, o México ou o Chile.
Tratou-se de uma comparação descabida porque a economia brasileira vem recebendo estímulos do governo para diminuir sua taxa de crescimento – para controlar a inflação – e a economia americana, por exemplo, vem recebendo-os em sentido contrário. Crescemos sem querer no nível em que americanos crescem querendo e necessitando crescer mais.
Nas reportagens sobre o PAC, destacam o número de obras em vez de o empenho de recursos, ou seja, enquanto mais de oitenta por cento dos recursos ao programa terão sido investidos até o fim do governo Lula, essa imprensa destaca que o número de obras inconclusas – apesar de em execução devido à liberação de recursos – ficou pouco abaixo de quarenta por cento.
Estamos chegando a 2011 em uma fase inigualável de nossa história. O Brasil dos próximos anos tende a melhorar para todos, a distribuir renda, a fazer subirem os salários, a se impor como player global, a promover avanços revolucionários nos indicadores sociais, mas nada disso é informado à sociedade.
Há um quê de melancolia no noticiário. Destacam-se supostas e absurdas “rupturas” de Dilma Rousseff com o modelo de Lula com base em uma ou duas declarações que ela tem dado sobre diplomacia e comunicação. Surge um discurso, aliás, que poderia justificar uma redução da tensão entre essa imprensa e o novo governo, mas que não irá durar.
Tenta-se enquadrar a presidente eleita. A tese de que ela não levaria adiante as medidas para regular a comunicação – o que seja, levar adiante, por exemplo, a proibição decidida à propriedade cruzada de meios de comunicação – serve como uma proposta de redução do bombardeio se tais medidas não forem tomadas.
A grande questão política no ano que vem, portanto, será a postura que Dilma deverá adotar em relação à mídia conservadora. Se der sinais de que aceitará a proposta de não ser bombardeada em troca de não incomodar o setor, poderá ter um primeiro ano de governo mais tranqüilo.
Apesar de Lula ter sido acusado de ser excessivamente pragmático com a mídia, ela entende que não foi bem assim. Medidas para criar supostos “órgãos de controle da mídia”, a inaceitável (pela direita) questão das cotas para negros e a redução dos negócios com os americanos, entre outras, foram medidas que desencadearam a guerra midiática que se vê.
A decisão de Dilma sobre a proposta midiática pautará a situação política do país pelos próximos anos. Poderemos ter mais um governo sofrendo sabotagens diárias – ao arrepio do interesse da maioria de que o país vá bem –, com as inegáveis conseqüências deletérias previsíveis, ou a paz dos cemitérios.
Que escolha você faria, leitor? E qual acha que Dilma fará?

Impeça o choque de civilizações

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mídia inventa “rupturas” entre Lula e Dilma

EDUARDO GUIMARÃES _ BLOG CIDADANIA

Nos últimos dias, em duas oportunidades a mídia andou divulgando declarações da presidente eleita, Dilma Rousseff, que, segundo esses veículos, sugeririam alguma espécie de ruptura com políticas de seu antecessor direto, o presidente Lula.
Declaração dada por Dilma em várias oportunidades durante a campanha eleitoral, sobre a iraniana Sakineh, ameaçada de pena de morte em seu país, tornou-se novidade após ser repetida pela presidente eleita nos últimos dias.
A sucessora do presidente Lula declarou-se contrária ao apedrejamento da iraniana e a mídia interpretou tal declaração – ao menos para o seu público – como se representasse “ruptura” da política externa do novo governo em relação ao anterior.
O mais impressionante na teoria que essa forma de noticiar uma não-notícia encerra é a premissa de que o governo Lula algum dia teria apoiado a forma bárbara de execução da iraniana, contra quem não se sabe, de fato, o que pesa, mas que de maneira alguma justificaria forma tão bárbara de punição.
E agora surge outra notícia com o mesmo viés, de tentar sugerir outra ruptura que Dilma estaria ensaiando em relação ao governo de seu mentor político.
Durante a campanha eleitoral, Dilma afirmou várias vezes ser contra qualquer tipo de controle sobre a mídia, no que diz respeito a cercear opiniões e críticas ao governo. Na última quarta-feira, a presidente eleita voltou a repetir algo que já dissera várias vezes nos últimos meses.
Dilma afirmou o que já afirmara e de novo mídia volta a dizer que isso representaria ruptura.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo desta quinta-feira, “a presidente eleita, Dilma Rousseff, deu mostras mais uma vez de que, se decidir por enviar ao Congresso o projeto que cria o marco regulatório para as telecomunicações e radiodifusão, o fará sem qualquer previsão de controle de mídia”.
E para mostrar a suposta “ruptura” com o passado, o jornal ressalta que “Cerca de seis horas antes da manifestação de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma reunião com o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Recebeu do auxiliar um esboço da proposta que cria uma agência de controle do conteúdo de rádios e TVs.”.
A preocupação da mídia é a de que essa agência “substituiria a Agência Nacional do Cinema (Ancine), teria poderes para multar as emissoras que veicularem programação considerada – por ela mesma, por critérios subjetivos – ofensiva, preconceituosa ou inadequada ao horário”.
A parte mais engraçada é a de que uma agência de controle trabalharia sob critérios “subjetivos”, como se o trabalho da Anatel ou da Aneel dependesse dos humores dos dirigentes das agências.
Não há, no entanto, nenhuma garantia ou evidência concreta de que o governo Dilma promoverá mudanças na política externa ou que aposentará a regulação do setor de comunicação que, queiram ou não Estadão e companhia, ocorrerá.

Porque Nos Odeiam?


'Charge' Amoral Nato/ilariAmaral