Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ouçam Dilma, golpistas. Ruptura democrática é cara

dilma capa

Os golpistas de sempre estão animados. Eles – e até alguns dos que se opõem ao golpe que partidos e setores da mídia acham que conseguirão dar sem reação, e sem custo – já veem a derrubada de Dilma Rousseff como favas contadas.
Esses grupos político-midiáticos deveriam ir mais devagar com o andor porque o santo é de barro e pode cair bem antes da presidente. E se esborrachar no chão.
Antes de prosseguir, estabeleçamos um fato: qualquer tentativa de afastar a presidente da República do cargo contra sua vontade, será golpe. Ao menos neste momento, não existe absolutamente nada que justifique tal pretensão.
Derrubar Dilma seria uma ruptura institucional clara, idêntica à de 1964. O fato de o instrumento do golpe, desta vez, ser o quadrinômio Justiça, Ministério Público, Polícia Federal e Congresso, em vez das Forças Armadas, não faz a menor diferença.
O que caracteriza um golpe não é o instrumento usado para concretizá-lo, mas a razão usada para justificá-lo – e justificar seria preciso não só para o Brasil, mas para o mundo.
A entrevista que a presidente deu à Folha de São Paulo no primeiro dia útil desta semana pode ter parecido um blefe, mas não é. Está longe de ser. Dilma sabe muito bem que a forma como estão tentando derrubá-la é inepta, escandalosamente golpista e não ficaria impune, caso vingasse.
Não que os golpistas seriam presos – como deveriam, pois forjar “razões” para atentar contra as instituições democrática é crime. Quem não ficaria impune seria o Brasil. Arcaria com um custo insuportavelmente alto e que deixaria marcas por muitos anos. Marcas na carne de cada brasileiro.
Quando dizem que Dilma não é Fernando Collor e que o PT não é o PRN, muitos entendem que essa é uma ameaça vã, pois os movimentos sociais – hoje, inclusive, um tanto quanto apáticos diante dos arreganhos golpistas – não iriam pegar em armas e instalar uma guerrilha como a que enfrentou a ditadura.  Porém, não é disso que se fala.
Collor foi derrubado facilmente, via Congresso, com caras-pintadas na rua e ninguém ousou contestar. Não se viu uma única manifestação a seu favor além de um pequeno grupo de deputados, a dita tropa-de-choque colorida, encabeçada por ninguém mais, ninguém menos do que Roberto Jefferson, o algoz do PT no escândalo do mensalão.
No caso de Dilma, é mais embaixo. Em primeiro lugar, o Brasil e o mundo está assistindo, desde o fim do ano passado, a essa busca frenética por uma razão para o golpe – seja via contas de campanha, seja via “pedaladas” fiscais.
O mais bizarro nesse processo que está sendo conduzido com uma cara-de-pau quase sobrenatural, de tão escancarada, é que todos estão vendo que a oposição e a mídia estão, há meses, buscando um motivo para atender à “pressão das ruas”, ou seja, de grupos ruidosos de extrema-direita que, aliás, pregam a volta dos militares ao poder sem nem mesmo passar por novas eleições.
Um eventual processo de cassação do mandato de Dilma, à diferença do que ocorreu com Collor, seria contestado nas ruas por dezenas e dezenas de milhares de pessoas. Instalar-se-ia um clima de guerra no país.
Muitos movimentos sociais e sindicais que inclusive ajudaram a derrubar a popularidade de Dilma acusando-a, tacitamente, de estelionato eleitoral sabem que o pós-Dilma, pós-PT, seria sua sentença de morte.
As perseguições políticas se dariam exatamente como em 1964. CUT, MST e outros seriam criminalizados. Lideranças seriam presas a la Sergio Moro – que prende antes e investiga depois.
Então, podem contar que os movimentos sociais e sindicais iriam às ruas.
Ah, mas os golpistas são maioria nas ruas. Mais ou menos. O que se viu em 15 de março e 12 de abril foram manifestações familiares. Os fascistas de classe média e média alta levaram até as vovós e suas crianças à rua. Em um clima como o que irá se instalar, famílias ficarão em casa.
Para impedir o confronto, a direita terá que colocar a PM ou até o exército para reprimir os inconformados com a ruptura democrática. Aí seria uma beleza de cenário para mostrar ao mundo sobre o nosso país: militares espancando e prendendo civis por protestarem contra a derrubada mal explicada e mal justificada de um governo.
A imagem de democracia frágil colaria no Brasil rapidamente. Muitos acham que o mundo inteiro é bobo e não iria perceber que encontraram uma desculpa para atender ao “clamor público”.
Ora, as “pedaladas fiscais” são prática antiga de todos os governos que antecederam Dilma, as doações às campanhas de Dilma foram feitas, também, para José Serra e para Aécio Neves. As mesmas empreiteiras que doaram a Dilma estão envolvidas no escândalo do metrô de São Paulo e ninguém diz que o cartel paulista rendeu doações à campanha de Geraldo Alckmin, por exemplo.
É óbvio que estão querendo aplicar a lei para o PT diferentemente do que fazem para o PSDB, por exemplo.
Mesmo que derrubassem Dilma e Michel Temer, impugnando a chapa em que foram eleitos, e fizessem nova eleição, a ruptura institucional continuaria clara. Não é a nova eleição que justificaria que a anterior fosse jogada no lixo porque a popularidade de Dilma está baixa.
Para derrubar Collor usaram um carro comprado com dinheiro de origem incerta e reformas na residência oficial do ex-presidente (a “Casa da Dinda”). Não há possibilidade de fazerem o mesmo contra Dilma.
Mesmo que arrumassem alguma coisa, o que desmoraliza todo esse processo são dezenas e dezenas de declarações que mostram que estão buscando um pretexto para derrubar Dilma.
Agora com a pecha de país de democracia frágil que acaba de romper a institucionalidade, os prejuízos para o Brasil seriam grandes. Mesmo sob o mais do que provável apoio dos Estados Unidos, o mundo todo passaria a enxergar uma potência como este país com a mesma lente que usa para olhar o Paraguai ou Honduras.
Reduzir o Brasil ao Paraguai, do ponto de vista de sua imagem internacional, não é pouco.
Sobre a economia, nem se fala. O PSDB e o PMDB estão votando todo tipo de loucura para a economia, no Congresso, para impedir que ela se recupere, pois sabem que se o país sair da crise a popularidade de Dilma irá se recuperar.
Porém, os malefícios que já foram causados vão deixar marcas. O partido que herdar o Brasil pós Dilma pegará um abacaxi de três metros de altura para descascar, pois quanto mais prolongam a crise política mais a economia se fragiliza.
O fato é que a parcela da população que até aceita o impeachment – que as pesquisas dizem ser em torno de 60% – acredita que, se Dilma for substituída, evitarão a crise, como se a mera substituição do governo resolvesse, como por mágica, todos os problemas do país.
Não vai rolar. Tudo que a oposição – aliada ao PMDB – está plantando deixará marcas. Além da falta de credibilidade internacional, teremos uma economia que irá demorar para se recuperar.
O provável discurso da “herança maldita do PT” terá prazo de duração. A grande ironia é que as pessoas esperam recuperar rapidamente os expressivos benefícios que auferiram ao longo dos governos petistas. E, como todos sabemos, com um PSDB ou outro partido de direita no poder, isso não irá rolar nunca, nem que a economia volte a crescer com força.
O caminho do impeachment é tortuoso e cheio de armadilhas. Será que os pesos pesados da economia estão dispostos a pagar esse preço só para atender a ganância política do PSDB e para que o novo governo salve os pré-falimentares grupos de mídia?
Aliás, nem o PSDB todo quer o impeachment. Está dividido. Por exemplo: Aécio quer o impeachment já para se beneficiar do “recall” (memória) da última eleição. Já Alckmin, prefere ser o candidato tucano em 2018, porque se Dilma cai e é convocada nova eleição ele não terá chance.
Dilma sabe que grandes empresários, bancos e parte da oposição esperam que ela fique sangrando até 2018 e deixe a economia arrumada para o sucessor – que, aí sim, todos (mídia, capital e oposição) tentarão fazer com que seja tucano ou similar.
Creia-me, povo: Dilma não blefou. Sabe que tem hoje o pior emprego do mundo e que quem tomasse o seu lugar iria se dar muito mal. Oposição e capital, aliás, devem torcer para que a presidente não se encha e mande tudo para o inferno.
Além disso tudo, ninguém ficará sentado olhando instalarem outra ditadura no Brasil.

terça-feira, 7 de julho de 2015

GOLPISTA, AÉCIO DIZ QUE SEU GOLPE NÃO É GOLPE

Fanático promete “matar petistas” e “expor corpos na Paulista”

horror capa
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Antes de ler este post, o leitor deve ser avisado de que seu conteúdo é EXTREMAMENTE pesado e não deve ser lido por pessoas sensíveis.
Tragicamente, porém, a publicação se faz necessária porque medidas legais terão que ser tomadas, já que, na noite do último sábado (4/7), um extremista de ultradireita colocou 14 comentários obscenos e ameaçadores no post anterior publicado neste Blog.
Vale explicar que, além das obscenidades e das ameaças ao signatário desta página e a todos aqueles que diz “petistas” – incluída, aí, a presidente Dilma Rousseff –, o indivíduo ainda postou cântico e código nazistas, o que agrava o que por si só já seria grave.
Trata-se de um criminoso, ainda que possa ser um psicopata. Desse modo, a divulgação desse ataque se faz necessária para que o conteúdo possa ser autenticado em cartório de forma a embasar as medidas legais que serão tomadas.
Apesar do evidente interesse público em denunciar alguém que pode ser apenas um louco querendo se “divertir”, mas que também pode ser um criminoso perigoso, este que escreve teve dúvidas em publicar o que por certo irá chocar a todos.
Diante dessa dúvida, este blogueiro fez uma consulta em seu perfil no Facebook, perguntando aos leitores desta página que frequentam aquela rede social o que pensavam da publicação de material tão contundente.
Em resposta, a postagem no FB rendeu 381 comentários (um para cada comentarista), nos quais o apoio à publicação desta denúncia venceu de forma esmagadora.
Após a publicação desta denúncia, os próximos passos serão levar o caso a uma delegacia especializada em crimes na internet e, depois disso, contratar um advogado para levar o caso adiante, para que não fiquemos dependendo, apenas, da disposição das autoridades.
Se as autoridades competentes entenderem que cabe ao Estado identificar e apreender o criminoso, será mais fácil. Porém, este que escreve sofreu ataque pessoal, há cerca de dois anos, e o Ministério Público não quis tomar providências porque entendeu que caberia apenas ao agredido tomar providências.
Como o autor do crime faz ameaças difusas, e não só a este blogueiro, é possível que o Estado se incumba de agir. Caso isso não ocorra, haverá que contratar um advogado para levar o caso adiante.
Infelizmente, o autor desta página, apesar das calúnias de que é alvo, não tem maiores recursos porque não recebe dinheiro público de ninguém e tampouco cobra alguma coisa de seus leitores.
Dessa forma, pela primeira vez, se houver necessidade de assessoria jurídica, será pedido aos que me leem há tantos anos que me ajudem com esse custo, se houver. Se houver esse apoio de um número razoável de pessoas, o valor individual da contribuição será irrisório.
Se não houver esse apoio e se as autoridades não agirem, infelizmente o criminoso ficará impune. Mas, pelo menos, este blogueiro terá cumprido sua obrigação ao denunciar.
Cumpre-me, agora, a parte mais dolorosa deste post – cuja publicação, confesso, demorou mais do que deveria porque fiquei buscando forças para mergulhar em todo esse horror que você, caro leitor, irá ler a seguir.
ATENÇÃO, O CONTEÚDO, A SEGUIR, É EXTREMAMENTE FORTE E NÃO DEVE SER VISTO POR CRIANÇAS E PESSOAS SENSÍVEIS A VIOLÊNCIA E A OBSCENIDADES.
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sábado, 4 de julho de 2015

Agressões a Maju e a Dilma têm natureza idêntica

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Racismo, homofobia, misoginia e até uma outrora impensável xenofobia (o caso do frentista haitiano, agredido no Rio Grande do Sul, ainda está fresco em nossa memória) – e algo mais que possa ter sido esquecido – são fenômenos que não param de crescer no Brasil no âmbito da onda ultraconservadora que se instalou por aqui de junho de 2013 para cá.
Além dos prejuízos econômicos que a instabilidade política tem promovido – afastou investimentos (investidor gosta de previsibilidade) e sabotou um evento (a Copa do Mundo) que poderia ter nos rendido lucros estratosféricos via turismo, e não rendeu porque protestos intimidaram turistas –, uma cultura do ódio começa a promover duro retrocesso em conquistas sociais – a partir da Câmara dos Deputados.
Nesse aspecto, episódios recentíssimos dão a medida de a quantas anda o retrocesso político-cultural-institucional a que a parcela pensante do país assiste boquiaberta.
A pedido de muitas pessoas – em grande maioria, mulheres –, não se deve reproduzir os adesivos asquerosos para automóveis vendidos por picaretas da internet nos quais a presidente da República, Dilma Rousseff, aparece em situação vexatória.
O abuso foi tão grande que a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu “nota de repúdio” à agressão praticada contra a presidente do Brasil, agressão que qualificou como “violência política sem precedentes”.
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Sem termos tido tempo sequer para respirar, chegam-nos imagens e áudio de outra agressão fascista, grotesca, selvagem praticada contra a primeira mandatária da nação por um infeliz que, em sua página no Facebook, espalha, além de tudo, homofobia, entre outros comportamentos intolerantes e odiosos.
Quase simultaneamente, o país é novamente afrontado com agressão igualmente descabida contra outra mulher, agora de origem diametralmente distinta da de Dilma Rousseff, mas afrontada de forma igualmente grotesca em sua dignidade humana, com expressões racistas intoleráveis e criminosas.
A jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, “moça do tempo” do Jornal Nacional, porém, à diferença do que ocorreu com a presidente da República, foi brindada com um justo desagravo não só pela Globo – cujo “núcleo de jornalismo” é comandado por alguém que afirma, em livro, que não existe racismo no Brasil –, mas, inclusive, pelas autoridades competentes, que já prometem providências legais contra os agressores.
Se faltasse alguma coisa para revoltar ainda mais nas agressões a essas duas mulheres, não falta mais. Simplesmente porque, enquanto a Maju foi justamente desagravada, sua colega de infortúnio ante a bestialidade de um setor da sociedade que ousa cada vez mais, a presidente Dilma, não recebeu nada além da solidariedade de alguns milhares de pessoas e de alguns sites na internet, além de nota de repúdio da ONU.
Mas o que difere nesses dois casos? Em que as agressões a Maju diferem das agressões a Dilma?
Resposta: uma é apoiada pela Globo, apesar de tudo que a emissora faz para manter vivo o racismo, com sua grade de programação no qual negros são ínfima minoria apesar de serem maioria esmagadora dos brasileiros – isso sem falar que o diretor de jornalismo da emissora renega a existência de racismo no país e, assim, ajuda a reforça-lo. A outra, é inimiga da poderosa Globo e, portanto, não mereceu nenhuma atitude tanto da grande mídia quanto das autoridades.
Alguns podem achar que, por haver especulações contra a idoneidade da presidente da República, isso justificaria esse tipo de “justiça” com as próprias mãos por parte de criminosos – ou quem produz aqueles adesivos para automóveis não é criminoso? Mas não há justificativa.
Só para pontuar, lembremo-nos de que os adesivos pornográficos não ferem apenas a presidente, mas, também, todas as mulheres, ao estimularem o uso de ataques sexistas e misóginos quando há divergência em relação a uma mulher; já os insultos do fascistinha nos EUA, demonstram bestialidade, falta de inteligência para fazer um protesto, pois qualquer imbecil pode disparar insultos e ameaças.
O que estimula esse tipo de comportamento que atingiu, igualmente, duas pessoas públicas do sexo feminino, portanto, é a seletividade. Na ditadura midiática que se abateu sobre o Brasil, ataques sexistas, misóginos, fascistas, racistas, homofóbicos, entre outros, só são punidos quando a mídia cai em cima, e essa só cai em cima se a vítima dispuser de sua simpatia.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

E se o doido que agrediu Dilma atirasse balas em vez de insultos?

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Os últimos atos dessa ópera bufa, desse filme de horror que é a ascensão do fascismo que desmorona sobre a nação dia após dia, com virulência crescente e cada vez mais “criativa”, têm ao menos um mérito: revelar que, do jeito que está, não pode continuar.
Se você, leitor, achou que o suprassumo de bestialidade foram os adesivos pornográficos agredindo, de forma psicótica e degenerada, não a primeira mandatária da nação, mas todas as mães, esposas, irmãs e filhas deste país, os fatos trataram de mostrar que o fundo do poço não foi atingido.
No hotel em que Dilma Rousseff se hospedou nos Estados Unidos, durante encontro com o presidente Barack Obama, um dos seguidores psicóticos de Jair Bolsonaro e de outros como ele conseguiu se Infiltrar, facilmente, na comitiva da presidente.
O tal Igor Gilly Teles interceptou Dilma e sua comitiva e passou a insultar a presidente e seu grupo, enquanto se dirigiam a algum compromisso em solo norte-americano: “ladra, assassina, terrorista e comunista de merda”.
Discordo de quem pregou agressão da comitiva ao moleque endinheirado que, obviamente, quis aparecer. Bastaria tê-lo retirado do local, entregando-o às autoridades norte-americanas, já que estava ameaçando uma chefe de Estado.
A questão, porém, não é essa. Para os que fazem adesivos pornográficos e insultam de forma descabida a mulher que preside a República, existe a Justiça. Basta processar. E processar é preciso, porque esse tipo de comportamento, contra qualquer pessoa, afronta a lei.
O que é inaceitável, no que aconteceu, é constatar que a presidente da República Federativa do Brasil não tem esquema de segurança.
Aliás, a falha da segurança de Dilma é pior por ter ocorrido nos Estados Unidos do que teria sido no Brasil, pois estando em solo estrangeiro, sobretudo em um país famoso por sofrer atentados terroristas, sua segurança deveria ser ainda mais reforçada, pois a imprevisibilidade do que pode ocorrer é maior.
Como cidadão, declaro-me assustado com a inépcia da segurança da governante do meu país. Dilma Rousseff estava nos Estados Unidos representando 200 milhões de Brasileiros. Portanto, repito: como Cidadão, sinto-me inseguro ao ver que a responsável pelos destinos de meu país passou por tal situação de ameaça.
A tranquilidade com que o agressor agiu revela, para espanto de todos, que ele poderia estar portando uma arma e teria tido todas as condições de tirar a vida da presidente da República. O relato de como o meliante agiu, feito por ele mesmo, com orgulho, em entrevista à imprensa, mostra a irresponsabilidade da segurança da presidente:
Fui de andar em andar no hotel procurando ela. Como eu fiz: eu ia no primeiro andar e colocava o ouvido de porta em porta para ver se eu ouvia a voz dela. E nisso eu acabava ouvindo vozes do pessoal da comitiva dela, falando em português, eu procurando a voz dela. Fui de porta em porta, andar por andar. Imagina, o hotel mais luxuoso de São Francisco é imenso, parece um castelo, e eu fui de porta em porta, todos os quartos, demorei uma hora e meia pelo menos tentando ouvir a voz da Dilma
Quanto tempo irá demorar para que outro psicopata decida que já que “todos” odeiam Dilma cumpre-lhe aproximar-se dela e meter-lhe um tiro na cabeça?
A escalada de ódio não para. A cada dia, surge uma agressão pior do que a outra. Nesse processo, quando o abuso mais impensável for cometido, só restará o abuso final, o recurso à violência física, já que nenhum abuso moral parece ser suficiente para esses psicopatas.
Se o Brasil fosse um país civilizado deveria ser aberta uma investigação sobre a falha de segurança que expôs, de forma inaceitável, aquela que o Brasil, democraticamente, elegeu para governá-lo. E os responsáveis deveriam ser exemplarmente punidos.

MORAIS: ‘SOMOS OU NÃO RACISTAS, ALI KAMEL?’

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Vendedor de adesivos criminosos contra Dilma tem “alta reputação” no “Mercado Livre”

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picaretas capa

Que a histeria antipetista criou um mercado do ódio para espertalhões explorarem, não é novidade. E que sempre há trouxas para alimentarem picaretas, também. Um dos aproveitadores mais notórios que acharam um jeito de ganhar dinheiro com a estupidez alheia é o “empresário Marcello Reis, do grupo fascista “revoltados on line”.
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O que ninguém imaginava é que esse comércio vil pudesse ir tão longe. Nos últimos dias, o país foi pego de surpresa pela comercialização de um adesivo criminoso para automóveis em que a presidente Dilma Rousseff aparece em uma montagem com “pernas abertas” sobre a boca do tanque de combustível destinada ao abastecimento.
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A comercialização de produtos anti Dilma e anti PT é antiga e muitos sites fazem. Mesmo após a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, ter pedido “ação urgente” ao Ministério Público e à Polícia Federal para “impedir a produção, veiculação, divulgação, comercialização e utilização do material” criminoso, vários sites na internet continuam anunciando o produto.
Clique nas imagens para visitar os sites
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Esses sites, porém, remetem à página do “Mercado Livre”, site que há muito vem explorando o comércio antipetista. Seguramente, mantêm com ele algum acordo de participação nos lucros pelos clientes que remetem.
O “Mercado Livre”, alias, explora há muito tempo o mercado de ódio contra o PT.
Clique na imagem para visitar o site
picaretas 5

O site “Mercado Livre” é polêmico por esse tipo de iniciativa e pela falta de critérios além do lucro em suas atividades. Para que se tenha uma ideia de como conduz seus negócios sem ética, basta ver a reputação que o site atribui à pessoa que andou comercializando o adesivo criminoso contra a presidente da República, uma mulher chamada “Raisa Siqueira (vide a imagem no alto da página).
Cada pessoa física ou jurídica que anuncia na “Mercado Livre” tem um escore de pontuação pelos produtos que oferece. No caso da tal Raisa – que, segundo as notícias divulgadas pela mídia, seria de Pernambuco –, o site informa que ela vem “vendendo há 5 anos na “Mercado Livre”, que é “vendedor em destaque por suas boas qualificações” e que 71 vendas dos adesivos criminosos foram concretizadas.
A história da “Mercado Livre” é interessante. Em março de 1999, Marcos Galperin, co-fundador do site e CEO, enquanto terminava seu MBA na escola de negócios da Universidade de Stanford escreveu o plano de negócios da “MercadoLivre” e começou a formar uma equipe de profissionais para colocá-la em execução.
O empresário norte-americano fez várias parcerias de negócios e atua em Argentina, Brasil, México, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Chile, Equador, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Panamá e Portugal.
A empresa utiliza seu site para intermediar os negócios entre vendedores e compradores cobrando “taxas de intermediação” via transferências bancárias eletrônicas. Para isso, utiliza outra empresa do grupo, a “Mercado Pago”.
O problema é que pesam na justiça várias denúncias contra esse grupo empresarial que vão desde contas excluídas sem motivo e retenção de dinheiro da “Mercado Pago” até  usuários que não conseguem realizar contado direto com responsáveis pelo site, pois a empresa resiste ao contato direto com o público consumidor, sejam vendedores ou compradores.
As regras que regem o site limitam-se somente às perguntas pré-estabelecidas que os usuários acessam e que, na maioria das vezes, não esclarecem adequadamente dúvidas referentes aos serviços prestados, provocando conflitos entre vendedores e o site.
Exemplo disso são as taxas criadas e cobradas através do braço financeiro do grupo, a “Mercado Pago”, para desbloqueio de anúncios a fim de que os vendedores continuem a exibir seus produtos no site.
São comuns, também, mensagens aos vendedores exigindo pagamentos por transferência (on-line) via cartão de credito (parcerias da “Mercado Livre” com as operadoras de cartão de crédito) com os seguintes dizeres:
Limite de Vendas – Seus anúncios ativos estão bloqueados, pois você alcançou o limite de vendas determinado por sua trajetória no site. Para continuar vendendo, adicione um crédito em sua conta no valor de R$xx,xx (quantia em Reais)“.
Como se não bastasse, a “MercadoLivre” é um dos sites com mais reclamações de cliente no site de reclamaçõesReclame Aqui.
Desde 2010, são 23.011 reclamações da “Mercado Livre” e 4.094 na “Mercado Pago”. Segundo o site de reclamações, apenas 2 foram resolvidas.
Além disso, como toda empresa que lida diretamente com dinheiro a “MercadoLivre” é constantemente alvo de fraudes praticadas por hackers e pessoas mal-intencionadas. E, diferentemente de bancos, a empresa não se responsabiliza por quaisquer danos causados aos seus clientes.
A “MercadoLivre” também vem sendo acusada de favorecer pirataria, pedofilia, prostituição, venda de produtos roubados ou furtados e de sonegar impostos.
Em ações judiciais, raramente o “Mercado Livre” é absolvido, pois, apesar de, em seus Termos e Condições, estar escrito que a empresa não se responsabiliza pelas negociações, a justiça brasileira têm entendido que quando a empresa cobra do vendedor uma comissão pelo anúncio e intermedeia com regras as negociações, ela é responsável também pelos negócios realizados.
Agora, o currículo desse obscuro grupo empresarial ganha um novo e triste capítulo. O que sobra, é a seguinte questão: até quando essa empresa continuará facilitando a criminalidade sob os olhos inexplicavelmente complacentes das autoridades?

A Onda: As serpentes da segunda noite estão nas ruas

O filme alemão 'A Onda' reforça o coro de vozes de alerta para o perigo do ovo da serpente do nazifascismo chocado no Brasil.

reprodução

















Vimos o filme Retorno a Ítaca, no último fim de semana. Filme decepcionante, de um diretor belga que até então admirávamos, Laurent Cantet, e coautor do roteiro de Leonardo Padura, festejado escritor cubano de O homem que amava cachorros, um amargo crítico do governo do seu país. Preparada para comentá-lo, antes nós assistimos ao vídeo amador da mais recente abordagem dos imbecis fanáticos de direita ao ministro Guido Mantega que almoçava com a mulher num restaurante de São Paulo - cidade cujo bairro dos Jardins e adjacências vão se tornando tristemente conhecidos como um vasto ofidário. 
 
Decidimos passar na frente da dupla Cantet-Padura a resenha do filme alemão A Onda, (de Dennis Gansel/ 2008), aguardando na fila de trabalho, para reforçar o coro de vozes de alerta para o perigo do ovo da serpente do nazifascismo chocado no Brasil. Ovo já estalado e transmutado nas serpentes que circulam pelas ruas – pelo menos nas ruas das nossas grandes metrópoles. 
 
Na época do seu lançamento, Die Welle causou grande comoção na Alemanha. Nas dez primeiras semanas foi visto por mais de dois milhões de espectadores. O ensaio no qual foi inspirado, The third wave, é de autoria de um professor americano que relata um experimento realizado com seus alunos de nível médio, em uma escola de Palo Alto, na Califórnia, em 1967. Os fatos são reais. 
 
Este trabalho do professor Ron Jones deu origem ao livro homônimo ao filme - The wave, de Morton Rhue – que se tornou leitura obrigatória no currículo das faculdades de ensino alemãs. O filme traz o assunto para o cenário alemão – poderia ser qualquer outro - , em uma adaptação livre, e para a época atual. 
 
Ron Jones conta como um professor de ensino médio, ao decidir fazer sua experiência pedagógica, pode manipular e intoxicar os garotos com uma ideologia autocrática atraindo-os com símbolos, uniformes, saudações, espírito de corpo, pichações, roupas com slogans, provocações públicas e, com muita sutileza, despertando e estimulando preconceitos adormecidos em relação aos que não se sentem à vontade e se contrapõem para aderir ao seu movimento. Discriminando, agredindo - até fìsicamente - e insultando.
 
Em A Onda, o professor Rainer Wenger propõe esse perigoso exercício “unificador” aos meninos que não acreditavam na possibilidade de se repetir um regime totalitário na Alemanha de hoje. A participação dos alunos, terceira geração pós Segunda Guerra, é entusiasmada. Rainer começa o experimento para demonstrar como é fácil manipular as massas. O método adotado é simular um governo ditatorial representado por ele próprio. Os alunos, a população governada por ele. 
 
O principal motivo do professor Wenger – assim como Jones na vida real – ao iniciar este processo foi se concentrar nos argumentos dos alunos que diziam não conseguir entender como tantos alemães foram coadjuvantes do nazismo. A obra mostra como ideologias nascidas da serpente podem estar acima de um povo que se cala. E, no final, acaba inocentado porque foi exposto à poderosa e hipnótica corrente mental.
 
A última sequência do filme, cuja narrativa todo o tempo é ágil e absorvente, com ritmo ajustado, mostra uma assembleia dos membros do movimento, afinal batizado de A Onda, convocada pelo professor no auditório da escola. Herr Wenger (como exigia ser chamado pela ‘população’ escolar) percebe que a experiência está fugindo do seu controle. Deseja esvaziá-la e terminá-la. Tarde demais. A história acaba em tragédia.
 
Outro cenário em um auditório – este, para dois mil alunos, lotado como o do professor Rainer: o da PUC/RS, em Porto Alegre, mês passado. O palco está montado para o Fórum da Liberdade*, é decorado com os logotipos dos patrocinadores oficiais do evento - Souza Cruz, Gerdau, Ipiranga e RBS (afiliada da Rede Globo) – e apresentam a atraente guatemalteca Gloria Alvarez, de 30 anos, filha de pai cubano e mãe descendente de húngaros. 
 
Companheira ideológica da blogueira cubana Yoani Sánchez com quem realizou um périplo de trabalho pelas capitais da América Latina este ano ( palestras, seminários, apresentações variadas) subvencionadas ambas por grupos e instituições da direita radical dos EUA e de think thanks conservadores americanos, Alvarez é recebida com aplausos pelos meninos da PUC-RS também eles entusiasmados assim como os do professor Rainer. Começa pregando perigosas besteiras. Sempre aplaudida, às vezes de pé, por uma plateia que ela sabe bem, com seu talento e graça, inflamar por meio da tal corrente hipnótica.
 
Algumas das suas perniciosas abobrinhas:
 
“Não há minorias; a menor minoria é o indivíduo, e a ele o que melhor serve é a meritocracia”.
 
“É essa a verdade, meus queridos amigos do Brasil - todos somos egoístas. E isso é ruim? É bom? Não, é apenas a realidade.”
 
“Imaginem que, nesse auditório, alguns queiram o direito à educação, outros o direito à saúde, outros o direito à moradia. ... se eu dou a vocês a educação todos aqui vão pagar por isso; e vocês vão ser VIPs e eles, cidadãos de segunda categoria. Se eu dou a eles a saúde, todos neste auditório vão pagar pela saúde deles, e eles vão ser VIPs. Se eu dou a esses as moradias, vou ter que tirar de todos vocês para dar moradia a eles, e eles vão ser os VIPs. Isso não é justiça social; é desigualdade perante a lei.” Risos, muitos risos de aprovação e aplausos.
 
A sequência na PUC-RS poderia ser encaixada, com brilho, no filme A Onda onde a manipulação política é apresentada através da escola. 
 
Aliás, a propósito da onda gaúcha lembramos um estudo produzido na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais que diz sobre o filme alemão: “O vazio de identidade com o qual a juventude sofre; o consumismo desenfreado presente na sociedade capitalista, a ausência de projetos coletivos e o desinteresse das pessoas, em geral, pela política, podem levar à alienação política e ao cultivo de lideranças autoritárias.”
 
Mas outras formas existem de produzir a tal poderosa corrente hipnótica que intoxica, aliena e entorpece. É a que estamos vivendo com exacerbo nesta hora do Brasil com a onda radical de lavagem de cérebros da nossa população por parte da mídia. Da velha mídia concentrada nas cinco famílias, mas em particular da mídia/globo monopolista agindo em cadeia nacional de televisão fechada e aberta, em jornais, rádios e revistas de ampla circulação.
 
A corrente se alimenta dos bonecos de pano enforcados de Lula e Dilma, na manifestação da Paulista. Da camiseta abjeta do cafajeste estampada com a mão do presidente Lula. Das ameaças de morte à deputada Maria do Rosário e da pichação diante da residência de Jô Soares. A temerária abordagem agressiva, na rua, a um pai petista com o bebê no colo. Os adesivos insultuosos. A provocação recente dos grupinhos ridículos – mas não inocentes -, no domingo da ciclovia paulista. A vulgaridade e a ignorância de um apresentador domingueiro barato, de TV. As duas agressões ao ex-ministro Mantega. As ironias e as caras-e-bocas das jornalistas que analisam (?!) movimentos políticos. A desinformação premeditada. A informação cuidadosamente manipulada. O jornalismo de esgoto.
 
Estes rebentos do regime ditatorial civil- militar, agora já adultos, este viveiro de serpentes brasileiras faz relembrar um poema que muitos acreditam, equivocadamente, ser de autoria de Brecht. Chama-se No caminho, com Maiakóvsky e é do niteroiense Eduardo Alves da Costa. Foi escrito em 1936, em plena Alemanha nazista. 
 
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. 
 
Neste momento nós estamos na segunda noite.
 
 
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