Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 4 de julho de 2015

Agressões a Maju e a Dilma têm natureza idêntica

ódio
Racismo, homofobia, misoginia e até uma outrora impensável xenofobia (o caso do frentista haitiano, agredido no Rio Grande do Sul, ainda está fresco em nossa memória) – e algo mais que possa ter sido esquecido – são fenômenos que não param de crescer no Brasil no âmbito da onda ultraconservadora que se instalou por aqui de junho de 2013 para cá.
Além dos prejuízos econômicos que a instabilidade política tem promovido – afastou investimentos (investidor gosta de previsibilidade) e sabotou um evento (a Copa do Mundo) que poderia ter nos rendido lucros estratosféricos via turismo, e não rendeu porque protestos intimidaram turistas –, uma cultura do ódio começa a promover duro retrocesso em conquistas sociais – a partir da Câmara dos Deputados.
Nesse aspecto, episódios recentíssimos dão a medida de a quantas anda o retrocesso político-cultural-institucional a que a parcela pensante do país assiste boquiaberta.
A pedido de muitas pessoas – em grande maioria, mulheres –, não se deve reproduzir os adesivos asquerosos para automóveis vendidos por picaretas da internet nos quais a presidente da República, Dilma Rousseff, aparece em situação vexatória.
O abuso foi tão grande que a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu “nota de repúdio” à agressão praticada contra a presidente do Brasil, agressão que qualificou como “violência política sem precedentes”.
ódio 2

Sem termos tido tempo sequer para respirar, chegam-nos imagens e áudio de outra agressão fascista, grotesca, selvagem praticada contra a primeira mandatária da nação por um infeliz que, em sua página no Facebook, espalha, além de tudo, homofobia, entre outros comportamentos intolerantes e odiosos.
Quase simultaneamente, o país é novamente afrontado com agressão igualmente descabida contra outra mulher, agora de origem diametralmente distinta da de Dilma Rousseff, mas afrontada de forma igualmente grotesca em sua dignidade humana, com expressões racistas intoleráveis e criminosas.
A jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, “moça do tempo” do Jornal Nacional, porém, à diferença do que ocorreu com a presidente da República, foi brindada com um justo desagravo não só pela Globo – cujo “núcleo de jornalismo” é comandado por alguém que afirma, em livro, que não existe racismo no Brasil –, mas, inclusive, pelas autoridades competentes, que já prometem providências legais contra os agressores.
Se faltasse alguma coisa para revoltar ainda mais nas agressões a essas duas mulheres, não falta mais. Simplesmente porque, enquanto a Maju foi justamente desagravada, sua colega de infortúnio ante a bestialidade de um setor da sociedade que ousa cada vez mais, a presidente Dilma, não recebeu nada além da solidariedade de alguns milhares de pessoas e de alguns sites na internet, além de nota de repúdio da ONU.
Mas o que difere nesses dois casos? Em que as agressões a Maju diferem das agressões a Dilma?
Resposta: uma é apoiada pela Globo, apesar de tudo que a emissora faz para manter vivo o racismo, com sua grade de programação no qual negros são ínfima minoria apesar de serem maioria esmagadora dos brasileiros – isso sem falar que o diretor de jornalismo da emissora renega a existência de racismo no país e, assim, ajuda a reforça-lo. A outra, é inimiga da poderosa Globo e, portanto, não mereceu nenhuma atitude tanto da grande mídia quanto das autoridades.
Alguns podem achar que, por haver especulações contra a idoneidade da presidente da República, isso justificaria esse tipo de “justiça” com as próprias mãos por parte de criminosos – ou quem produz aqueles adesivos para automóveis não é criminoso? Mas não há justificativa.
Só para pontuar, lembremo-nos de que os adesivos pornográficos não ferem apenas a presidente, mas, também, todas as mulheres, ao estimularem o uso de ataques sexistas e misóginos quando há divergência em relação a uma mulher; já os insultos do fascistinha nos EUA, demonstram bestialidade, falta de inteligência para fazer um protesto, pois qualquer imbecil pode disparar insultos e ameaças.
O que estimula esse tipo de comportamento que atingiu, igualmente, duas pessoas públicas do sexo feminino, portanto, é a seletividade. Na ditadura midiática que se abateu sobre o Brasil, ataques sexistas, misóginos, fascistas, racistas, homofóbicos, entre outros, só são punidos quando a mídia cai em cima, e essa só cai em cima se a vítima dispuser de sua simpatia.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Folha recorre ao tapetão contra Dilma 2014

A manchete principal da primeira página da última edição dominical do jornal Folha de São Paulo induz a crer que a grande mídia oposicionista já busca alternativas não-eleitorais para impedir a cada vez mais provável reeleição de Dilma Rousseff no ano que vem, conforme vêm mostrando as pesquisas eleitorais.
A reportagem “Cabos eleitorais de Dilma dizem ter recebido ‘por fora’” revela que está em curso uma busca desesperada da oposição midiática por algum mecanismo que possa melar a recandidatura da presidente da República.
O jornal afirma ter localizado “12 pessoas em Mato Grosso e no Piauí que dizem nunca ter atuado de graça, apesar de serem tratadas como prestadores de serviço sem remuneração nos papéis entregues pela campanha ao TSE”.  Mais adiante, confessa que “Identificou ao menos 43 ‘trabalhadores voluntários’ na prestação de contas da campanha” e que “No grupo, estão os 12 localizados pela reportagem”.
Que sentido haveria em pagar “por fora” a militantes “voluntários” e registrar os serviços deles na prestação de contas ao TSE? Não seria melhor a campanha de Dilma simplesmente não registrar que pessoas atuaram “voluntariamente”?
Pode uma campanha do porte da de Dilma ser tão ingênua? O gasto com “motociclistas” que passeavam pelas cidades portando bandeiras do PT não pode ter sido apenas reembolso de despesas e declarado de outra forma que não diretamente a cada voluntário?
Escreva aí, leitor: trabalho voluntário não significa pagar para trabalhar. Alguém pode não ganhar nada para trabalhar numa campanha, mas ter suas despesas pagas.
Surge, então, a primeira informação importante sobre essa matéria-militante do jornal paulista: a Folha anda esquadrinhando a campanha eleitoral que elegeu a presidente em busca de alguma coisa que possa comprometê-la.
Dessa informação, surge uma pergunta ainda mais relevante: trabalho tão meticuloso de busca de “furos” na prestação de contas da campanha que elegeu Dilma estaria sendo feito em relação a outras campanhas – a de José Serra, por exemplo – ou o jornal só se interessou pela campanha petista?
Sim, porque localizar uma incongruência de R$ 20 mil em uma campanha que declarou ao TSE gastos de R$ 153 milhões deve ter consumido um trabalho hercúleo do jornal. E como a matéria não diz que esquadrinhou todas as campanhas, pode-se supor que não houve preocupação com as campanhas dos adversários de Dilma.
Por que?
Alguém acredita que não se conseguiria localizar dúvidas semelhantes nas prestações de contas de campanha de outros candidatos e não só nas da presidente? Aliás, por que só pesquisar as contas de candidatos a presidente?
Nos próximos dias, é bem possível que apareçam incongruências nas prestações de contas dos adversários de Dilma na eleição de 2010. Um sabiá-laranjeira revelou ao Blog que, se se descer a tais detalhes, campanha nenhuma escapará de questionamentos.
O grande feito da matéria, portanto, foi revelar que começa a bater o desespero na oposição assumida e enrustida, que acredita cada vez menos em suas chances eleitorais. E que os grupos de mídia, mais uma vez, estarão a serviço da oposição ao governo do PT.
Talvez, porém, fosse bom a mídia tucana não ir tão fundo na busca por inviabilizar Dilma. Materializada a remota hipótese de que obtivesse êxito e a presidente não pudesse disputar a própria sucessão, os autores dessa estratégia poderiam ganhar de troco a candidatura de Lula a presidente, ano que vem.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lula, na TV, diz que vai pedir votos para Dilma: “A vitória dela é minha vitória”

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Lula deu uma ótima entrevista à TVT, emissora dos trabalhadores do ABCD e deixou bem claro que vai “pedir votos” para Dilma. “A vitória da Dilma é a minha vitória”, disse: é como se fosse minha própria campanha.
O ex-presidente falou que a imprensa precisa evoluir. “Passaram de um pensamento único a favor do governo anterior, para um pensamento único contrário”. E que os políticos não querem mudar estas regras.
A inicativa dos “Mais Médicos”, segundo Lula, vai aumentar as reivindicações em matéria de saúde e lembrou que a CPMF foi encerrada para prejudicar seu Governo e para imepdir que, através dela, se pudessem acompanhar as movimentações financeiras e combater a sonegação.
Lula duvida que a reforma política possa ser feita exclusivamente pelos parlamentares, defendeu o financiamento público de campanhas e defendeu o plebiscito para sua aprovação.
PS. Quinta-feira, às 19:30, também na TVT, este modesto blogueiro vai discutir o leilão do campo de Libra.
Por: Fernando Brito

quinta-feira, 18 de julho de 2013

INFLAÇÃO NA META E PIB A 4% Fica mais difícil o jn “nacionalizar” a inflação do tomate na Móoca

No Blog do Planalto, a Presidenta Dilma Rousseff mostra como a inflação cai consistentemente.

http://blog.planalto.gov.br/ao-vivo-41a-reuniao-do-conselho-de-desenvolvimento-economico-e-social/


No Valor, o PiG (*) cheiroso, o respeitado economista Chico Lopes joga água na generalizada Urubologia: 

O PIB cresce 4% ao ano


O título deste texto não é uma piada, nem uma projeção, nem mesmo a expressão de um desejo. É apenas a constatação de um fato: os últimos números publicados para o Índice de Atividade do Banco Central, o IBC-BR, que pode ser considerado uma aproximação em base mensal para o PIB trimestral do IBGE, indicam claramente que no segundo trimestre de 2013 a economia brasileira estava crescendo ao ritmo de 4% ao ano.

Mas espere um momento! Não foram esses números que repercutiram de forma tão negativa na imprensa, sugerindo até que estamos novamente a caminho da recessão? Basta olhar os títulos de algumas das matérias publicadas: Indicador do BC mostra país na rota da recessão; Economia tem maior retração desde 2008; Cada vez mais difícil decolar; Bancos oficiais já prevêem crescimento abaixo de 2%; IBC-BR reforça sinais da lenta perda de gás da economia em 2013; Pibinho de inverno.

É no mínimo temerário extrair qualquer sinal de direção de movimento com base na observação de um único mês

Na realidade, a única coisa que fica clara aqui é que a mídia especializada e a grande maioria dos analistas da economia parecem sofrer atualmente de um pessimismo obsessivo. De fato a leitura que foi feita dos números do BC configura um caso clássico do que a psicologia cognitiva denomina de viés de confirmação (confirmation bias), que ocorre quando as pessoas só são sensibilizadas por informações que pareçam confirmar suas crenças ou hipóteses, ignorando qualquer evidência em sentido contrário.

Todo esse pessimismo foi produzido apenas pela observação de que a variação percentual de maio sobre abril do IBC-BR com ajuste sazonal foi de menos 1,4%. Acontece, porém, que essa série de variação mensal tem muito ruído. É no mínimo temerário extrair qualquer sinal de direção de movimento com base na observação de um único mês. Além disso, quando usamos dados mensais a introdução do ajustamento sazonal não aumenta muito o poder informativo de uma observação isolada. No dado mensal o padrão de sazonalidade pode variar muito ao longo do tempo em resposta a uma serie de fatores, como feriados, greves, paralisações ou mudanças institucionais. Sabemos que não existe técnica perfeita de ajuste sazonal, mas com dados mensais as dificuldades ficam ainda maiores.

Se quisermos ter uma ideia precisa do que está acontecendo com uma economia, o caminho mais seguro é trabalhar com variações em doze meses. Mesmo assim uma observação mensal isolada tem que ser vista com cautela. Por exemplo, a variação em doze meses do IBC-BR até maio de 2013 (portanto sobre maio de 2012) foi de 2,28%, mostrando sem dúvida uma desaceleração importante em relação à variação em doze meses de 7,3% até abril. Note-se, porém, que esse excepcional resultado de abril foi simplesmente ignorado tanto pela imprensa como pela maioria dos analistas de economia. Por outro lado, a variação em doze meses de maio significou aceleração em relação às variações de 1,16% até março e de 0,44% até fevereiro. Que direção de movimento estaria sendo sinalizada aqui?

Existe amplo consenso de que a forma mais segura para se analisar o movimento do PIB é usar dados trimestrais. Não é por outra razão que contas nacionais em toda parte são sempre elaboradas em base trimestral, como acontece também com o nosso IBGE. O que então pode ser concluído quando os dados do IBC-BR são transformados por média para uma base trimestral? Se compararmos o trimestre composto pelos meses de março a maio de 2013 com o mesmo período de 2012 obtemos uma variação de 3,74%. Podemos notar também que ao longo do ano essa variação em doze meses calculada para grupos sucessivos de três meses só aumentou: 1,55% até janeiro. 1,71% até fevereiro, 2,86% até março, 3,5% até abril e 3,74% até maio.

Para calcular a variação em doze meses do segundo trimestre de 2013 precisaremos ter também uma estimativa para o IBC-BR de junho. Para ser bem conservador, vamos admitir que o número de junho fique 2,5% abaixo do número de maio, repetindo um comportamento observado em 2012. Isto significa um número de junho 5,6% abaixo do de abril. Nesse caso a variação em doze meses para o PIB do segundo trimestre será de 3,95%. Ou seja, parece grande a probabilidade de que a taxa de crescimento em quatro trimestres do PIB do segundo trimestre fique muito próxima de 4%.

Se isso for também confirmado pelo IBGE (e é difícil imaginar porque não seria), poderemos estar falando de uma variação trimestral na serie com ajuste sazonal do PIB superior a 1%, talvez até próxima de 1,5%. Vai ser bem mais difícil sustentar o pessimismo quando esses números forem publicados em agosto. Ainda assim, é importante insistir de imediato numa leitura mais precisa dos dados da economia. Afinal ninguém pode razoavelmente desejar que o pessimismo de hoje venha a afetar negativamente decisões empresariais de produzir e investir, comprometendo nosso crescimento futuro.

Francisco Lafaiete Lopes – PhD por Harvard, sócio da consultoria Macrométrica e ex-presidente do Banco Central (BC).
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Globo veta plebiscito. “Não vale” para 2014



São 20 horas e a mensagem de Dilma propondo o plebiscito já caiu das principais chamadas dos sites de notícias.
No lugar dela, a morte do projeto da “cura-gay”.
Espero um pouco mais, e vem o Jornal Nacional. Lá no fim, depois de uma imensa reportagem sobre a indústria em queda e a inflação em alta, vem a matéria sobre o plebiscito.
O vice-presidente Michel temer só falta pedir desculpas por ter levado a proposta de Dilma ao Congresso.
Os líderes da base “não tão aliada” querem que isso vire referendo para 2014.
Aecinho, pontificando, diz que Dilma mandou uma proposta que até ela sabe que não é possível viabilizar.
Os líderes acharam tudo complicado e só vão falar isso na semana que vem.
Depois, destaque na nota do TSE de que, se o Congresso não implementar, até o início de outubro, o resultado do plebiscito   ”não haverá efeitos, no pleito eleitoral subsequente, o que pode ser fator de deslegitimação da chamada popular”.Claro, não houve menção ao final da nota, onde a Ministra Carmen Lúcia e os 27 presidentes de TREs dizem que “o sonho do povo brasileiro é a democracia plena e eficiente. O dever do juiz é garantir o caminho do eleitor para que o sonho venha a ser contado para virar a sua realidade. O juiz não se descuida do poeta. É a sua forma de atentar ao eleitor, única razão de ser da Justiça Eleitoral”.
Dois ex-ministros do TSE aparecem para dizer que “não haverá tempo”.
Resumo de tudo, nas palavras do líder do PT na Câmara, José Guimarães: “quando se quer, dá tempo; quando não se quer, não dá”.
Alguém acha que o Congresso quer reforma?
E assim, ficamos com a nossa triste ordem democrática, onde o povo votar e decidir qualquer coisa diferente do interesse de suas elites é inviável.
Por: Fernando Brito

terça-feira, 25 de junho de 2013

Constituinte da Dilma é pra fechar o caixa 2!


O pessoal que gosta de ir de borzeguins ao leito vai detestar, mas qual deve ser a essência da reforma política que a Constituinte exclusiva – não adianta a direita chorar, “a nega tá la dentro”, golaço de Dilma em tabelinha com Lula! – fará?

Fácil! Lutar contra o poder econômico nas eleições e, portanto, nos partidos, na política e nos governos!
E, portanto, contra a corrupção generalizada.
E, para isso, vamos ter de falar as coisas com toda a clareza, sem meias-palavras.
Só um completo alienado não sabe que não mais que uma meia-dúzia de senadores, deputados e vereadores se elege sem gastar milhões – e milhões aí não é força de expressão, é grana mesmo – de reais.
Em todos os partidos, sem exceção, ouviu, D. Marina Silva.
Doações dentro da lei – estas, há outras – mas que não são gratuitas.
(Aliás, tem umas contas de campanha que parecem livro de ficção, feito a  de um candidato a prefeito de uma grande cidade que declara ter gasto R$ 6 mil em programas de televisão. Deve ter gravado no celular, não é?)
É isso o que quer dizer a negativa do financiamento público das campanhas: cada um gasta o que consegue e, é lógico, vai conseguir com quem quer recuperar em dobro, triplo ou décuplo o que “investiu” nos seus candidatos.
Quer entender o preço das passagens e das obras públicas? Cherchez l’argent.
E se o “infeliz”, por acaso, não corresponder direitinho às expectativas dos financiadores, “vai pro saco” nas próximas eleições.
Até há gente que consegue separar o que é dinheiro de campanha do que é seu, pessoal, mas são cada vez menos…
O povo elege governantes, como Lula e Dilma que se vêm, muitas vezes, aprisionados por um legislativo que não apenas é eleito assim como só pensa nisso para se reeleger.
Não pode haver reforma política moralizadora sem isso, como não pode haver moralização do exercício da política e do governo com o voto distrital no Brasil.
Voto distrital, aqui, é voto de curral, dado em troca do asfalto, do “centro social”, da manilha, das práticas políticas que um povo abandonado por séculos, claro, preza e utiliza, porque não há outras.
E isso não é corrupção?
Sem voto distrital, prefeito, governador e Presidente já têm – alguns com muito gosto – de cooptar vereadores, deputados e senadores desta forma, imagine quando o eleitor de  Quixeramobim da Serra tiver de escolher apenas com o critério de “quem deu mais obras”?
Alguém duvida do esforço de Lula e, hoje, de Dilma, em se equilibrarem pressionados por um Congresso ávido por emendas, emendas, emendas? Isso quando não são pressões tão diretas como escusas, como se viu no caso da MP dos Portos.
Terceiro ponto: equilíbrio no uso das comunicações de massa. Televisão e rádio são concessões públicas: pertencem a todos e não podem, portanto,  privilegiar uns em detrimento dos que não lhe agradam.
Porque isso também corrompe. Nem sempre o bolso, mas inevitavelmente interfere na formação da consciência e da escolha popular.
Precisamos ser diretos e sinceros ao mostrar isso, sobretudo, aos jovens.
O Brasil tem um governo popular apesar da maioria dos políticos, não por causa deles.
E idem da mídia brasileira, que pode ser tudo, menos “ficha-limpa”, a começar da Globo, que engordou com a cumplicidade à ditadura e continua se fartando do dinheiro público, com publicidade e isenções de impostos.
Privilégio que, quando alguém ameaça, dizem estar “perseguindo a imprensa livre”.
Está certo que a Presidenta não possa falar assim nem Lula deva sair por aí cantarolado aqueles “300 picaretas”.
Mas nós não vamos deixar com que os picaretas da política e da mídia venham com essa cantilena de “inconstitucionalidade” quando o que querem é que permaneçam estruturas políticas corrompidas e, que, por serem assim, são dóceis e submissas ao poder econômico e indiferentes ao povo brasileiro.
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 19 de junho de 2013

PIG ENFIOU O PASSE LIVRE NO BOLSO. É O GOLPE DO CHÁVEZ Os jovens que não se “contaminaram” com a política realizarão uma obra-prima da política continental: o Golpe de Estado midiático.


Os jovens do Movimento Passe Livre são muito simpáticos.

São “puros”: não se deixaram contaminar pela “maldição” da política.

São inflexíveis como os milenaristas: serão os portadores da Justiça, da Harmonia e da Paz.

Sua arma é a Constituição.

E são de Classe Média.

Clique aqui para ler o que Marilena Chauí acha da “classe média”.

Essas manifestações de jovens “puros” ou não dão em nada ou derrubam o Governo.

Na Praça da Paz Celestial não deram em nada.

Na Praça Tahir, no Cairo, derrubaram um ditador decrépito.

No Occupy Wall Street não deram em nada.

Na Plaza Mayor, em Madrid, elegeram um Generalíssimo Franco.

Aqui no Brasil, há uma singularidade.

Uma jabuticaba.

É a concentração da mídia, expressa na exorbitante hegemonia da Globo – clique aqui para ler “jornal nacional, 40 minutos de Golpe na veia”.

Não existe movimento de massa “ingênuo”.

Muito menos onde a Globo e o PiG (*) têm o poder excepcional que preservam, impunemente, no Brasil.

O movimento do Passe Livre ultrapassou o alcance das redes sociais.

Ele foi abduzido pelo PiG – e sobretudo pela Globo.

O Globo convoca as manifestações – dá endereços e tudo.

A GloboNews se auto-intitula Governo e diz o que o Governo deve fazer.

A Globo aberta dá uma de João sem braço: enaltece o caráter pacífico, “constitucional” dos manifestantes – mas desequilibra a cobertura.

A Dilma no jornal nacional fala 4 segundos e o pau na Dilma dura 40 minutos.

Omite que o Haddad abriu espaço para negociar COM os empresários donos de ônibus – enquanto seus repórteres tentam dar a impressão de que ele recuou covardemente.

O que está nas ruas é menos importante do que o que está no espectro eletromagnético – que, como até o Bernardão sabe, pertence ao conjunto do povo brasileiro.

Ainda bem que a Polícia Militar do Alckmin, tão eficiente em Pinheirinho e na USP, demorou uma eternidade para chegar à sede da Prefeitura.

Melhor para a Globo.

O movimento se transformou num surto de vandalismo, num caracazo, no centro de São Paulo – melhor ainda para derrubar a Dilma !

Onde já se viu uma Secretaria de Segurança não saber com a devida antecedência para onde vão 50 mil manifestantes ?  – Clique aqui para ler “Alckmin recuou mais do que bateu”.

E os direitos constitucionais dos não-manifestantes ?

É o Golpe de dois dias que derrubou o Chávez: um Golpe da e na  televisão.

Que poderia ter sido dado ontem, terça-feira, quando Dilma saiu de Brasília para encontrar o Lula em São Paulo, o que, na prática, significou a destituição do ministro zé da Justiça.

A “vacância” do poder, diria o grande estadista paulista Auro de Moura Andrade …

Não há passeatas ingênuas.

Não há 100 mil, 80 mil, 50 mil pessoas ingênuas na rua.

Ou isso não dá em nada, pela inconsistência de suas posições políticas.

Ou serão a bucha do canhão do Golpe contra a Dilma.

A Globo, como se sabe, não ganha eleição.

A Globo dá Golpe.

Deu ao levar a segunda eleição de Lula para o segundo turno, ao montar o jornal nacional com a edição do debate do Lula com o Collor e ao puxar o gatilho do revólver que apontava para o peito de Vargas.

Roberto Marinho não perdoa.

Ele tem interesses.

Ele sabe que “essa gente” que governa o Brasil há dez anos não é de confiança.

E os jovens do Passe Livre, que se banharam no Rio Jordão, são instrumentos ideais para um Golpe – dentro da “Constituição” !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O FUNDAMENTAL NESTA HORA: REFORÇAR OS ESPAÇOS DEMOCRÁTICOS DE DIÁLOGO


 *A resposta é mais democracia  (leia mais aqui) 

A denominada "crise da representação" não é um conceito acadêmico abstrato. O déficit de democracia e de legitimidade das Instituições políticas colocam em xeque a capacidade dos atuais representantes em absorver e compreender as novas dinâmicas sociais e políticas que se expressam nas ruas do país. Nossa jovem democracia corre o risco de caducar precocemente, caso não tenhamos êxito em ressignificá-la e reaproximá-la dos setores sociais mais dinâmicos. Por fim, cumpre registrar que seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiros uma capacidade de mobilização que ela não possui e jamais possuirá. Refutar a ideia
de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das "elites" é o primeiro passo para não cair em um erro elementar que seria bloquear qualquer possibilidade de dialogo com esses novos movimentos. Melhor acreditar que é possível extrair do atual momento elementos para a renovação da agenda da esquerda brasileira e reforçar os laços que unem os governos progressistas da AL a todas as lutas contra as diversas formas de privatização da vida. É hora de reforçarmos a nossa capacidade de  diálogo, de escuta, e ouvir a voz nada rouca das ruas - a mesma que nossos adversários sempre buscaram silenciar. Estamos diante de uma oportunidade singular para renovarmos nossos discursos e nossas práticas, projetando o próximo passo da Revolução Democrática no Brasil com base na força sempre renovadora das mobilizações da juventude. (Vinicius Wu, Secretário-geral do governo do RS; leia a íntegra nesta pág)



Sobre o que dizem as ruas



Seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das "elites" é o primeiro passo para não cair em um erro elementar. Por Vinicius Wu.

  • A forma menos adequada de buscarmos a compreensão de um fenômeno social complexo é a simplificação. Não encontraremos uma única motivação para os recentes protestos que se espalharam pelas principais cidades do país, se o procurarmos. Temos questões mais gerais e universais ao lado de outros muitos temas locais e setoriais. Há aspectos que aproximam os manifestantes de São Paulo aos do Rio e de Porto alegre e, outros tantos, que os distanciam. 

O papel da internet e das redes sociais é central e, em geral, os políticos e formadores de opinião não o tem compreendido minimamente. Buscar algum grau de compreensão do atual fenômeno, a partir do ponto de vista de uma esquerda que se coloca diante do dificílimo desafio de governar transformando, é o objetivo desse breve artigo. 

O que se pode dizer preliminarmente é que estamos diante de uma expressão política do novo Brasil. A revolução democrática, levada a termo pelos governos Lula, redefiniu a estrutura de classes da sociedade brasileira, incluiu milhões de brasileiros à sociedade de consumo e possibilitou a emergência de novas expressões culturais e políticas. Mas o inédito processo de inclusão social e econômica ainda é imperfeito, inconcluso e contraditório. As dinâmicas políticas decorrentes do processo massivo de inclusão social em curso ainda são imprevisíveis, mas algumas pistas são visíveis e exigem da esquerda brasileira uma reflexão mais adensada.

As conquistas sociais dos últimos anos vieram acompanhadas da despolitização da política, de uma onda conservadora que constrange o Congresso Nacional e paralisa os partidos de esquerda, distanciando, ainda mais, a juventude da política tradicional. Lembremos que, recentemente, tivemos manifestações espontâneas, em todo o país, contra a indicação de Marcos Feliciano à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional. Na oportunidade, nenhum manifestante propunha o fechamento do Congresso ou a criminalização dos políticos. E o que fez nosso Parlamento enquanto Instituição? Nada. Esperou solenemente o movimento se dispersar. Frente à onda conservadora que estimula a homofobia, o racismo e a violência sexista, o que têm feito os partidos políticos? Os ruralistas de sempre se organizam no Congresso Nacional para anular os direitos dos indígenas e o que dizem nossos parlamentares progressistas?

Os dez anos de governo de esquerda no país nos deixam um legado de grandes conquistas, entretanto, há incerteza e imprecisão quanto aos próximos passos. Demandas históricas não atendidas carecem de respostas mais amplas. Além disso, novas questões sempre se impõem num cenário de conquistas sociais e políticas. Pois, se é verdade que os governos do PT incluíram milhões e possibilitaram acesso a inúmeros serviços antes inacessíveis, também é verdade que temos, em diversas áreas, serviços de baixa qualidade e, fundamentalmente, caros. 

O transporte nas grandes cidades é um drama cotidiano para milhões de brasileiros. Temos pleno emprego em diversas regiões metropolitanas do país e, no entanto, ainda temos um oceano de precariedade e informalidade. E aqueles que ingressaram na sociedade de consumo nos últimos anos, legitimamente, querem mais: anseiam por cultura, lazer, mais e melhores serviços, educação de qualidade, saúde, segurança e transportes. São os efeitos colaterais de toda experiência exitosa de redução das desigualdades sociais e econômicas.

Evidentemente, há ainda o afastamento e o desencantamento com a política e os políticos. A denominada "crise da representação" não é um conceito acadêmico abstrato. O déficit de democracia e de legitimidade das Instituições políticas colocam em xeque a capacidade dos atuais representantes em absorver e compreender as novas dinâmicas sociais e políticas que se expressam nas ruas do país. Nossa jovem democracia corre o risco de caducar precocemente, caso não tenhamos êxito em ressignificá-la e reaproximá-la dos setores sociais mais dinâmicos.

Essas seriam algumas das questões mais gerais que aproximam os movimentos do Sul, sudeste e nordeste. Mas há ainda temas locais que incidem sobre dinâmicas especificas e mobilizam pessoas a partir de questões mais sensíveis a partir de sua vivência concreta nos territórios.

O Rio de Janeiro, por exemplo, se tornou uma das cidades mais caras do mundo. Há uma reorganização em grande escala do espaço urbano e há setores sociais que se sentem completamente alheios (e marginalizados) ao processo de "modernização" da cidade. Em São Paulo, temos uma polícia orientada para o uso desmedido e desproporcional da força e da violência – e isso não diz respeito somente aos dias de protestos. Também há ali um tipo de violência estrutural contra homossexuais e mulheres sem que o Poder Público organize qualquer resposta mais contundente. Poderíamos estender a lista. 

Por fim, cumpre registrar que seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui e jamais possuirá. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das "elites" é o primeiro passo para não cair em um erro elementar que seria bloquear qualquer possibilidade de dialogo com esses novos movimentos. 

Melhor acreditar que é possível extrair do atual momento elementos para a renovação da agenda da esquerda brasileira e reforçar os laços que unem os governos progressistas da América Latina a todas as lutas contra as diversas formas de privatização da vida. É hora de reforçarmos nossa capacidade de dialogo, de escuta, e ouvir a voz nada rouca das ruas – a mesma que nossos adversários sempre buscaram silenciar. Estamos diante de uma oportunidade singular para renovarmos nossos discursos e nossas práticas, projetando o próximo passo da Revolução Democrática no Brasil com base na força sempre renovadora das mobilizações da juventude.

(*) Secretário-geral do governo do Estado do Rio Grande do Sul

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Contra a Petrobras, são “valentes”. Com a Vale…



Há uma exploração sem limites nesta questão judicial contra a Petrobras, que se refere a débitos fiscais supostamente devidos pela gestão Fernando Henrique, entre 1999 e 2002.
Como se sabe, o caso envolve a tributação de remessas da empresa efetuadas ao exterior para pagar o frete de plataformas de petróleo contratadas no exterior.
A empresa, como é seu direito, está discutindo a procedência da dívida e seu montante, tanto que já tem um provisionamento, em seu balanço, de R$ 4,5 bilhões em razão da pendência judicial.
Não houve condenação definitiva ao pagamento dos alegados R$7,4 bilhões e, portanto, não se justifica que a empresa perca, sem nenhum acordo para a solução do litígio, a Certidão Negativa de Débitos, sem a qual não pode operar importações e exportações nem participar de processos licitatórios, como os leilões de áreas petrolíferas.
É tão óbvio que suspender a capacidade da Petrobras  de prover estas necessidades do país em matéria de derivados de petróleo cria graves riscos sociais e é motivo mais do que suficiente para que, cautelarmente, ela não sofresse a suspensão da certidão durante a discussão do débito. Era, como dizem os franceses “ça va sans dire”, óbvio e não é possivel compreender porque o ministro Benedito Gonçalves tenha alegado que a empresa “não comprovou não demonstrou de forma convincente, em seu pedido, “o risco de danos irreparáveis”, como está nos jornais.
Nem o Ministério Público, que não costuma ter muita condescendência com ninguém, se opôs a uma cobrança intempestiva e açodada.
O que é interessante observar é que não se fez 10% deste alvoroço quando se condenou a Vale – a Vale do Agnelli – a pagar quatro vezes mais  - R$ 30 bilhões – em impostos devidos por operações no exterior. E olha que, no caso da Vale, já havia sentença executória do Superior Tribunal de Justiça em favor da Fazenda Nacional, o que não é o caso da dívida da Petrobras.
Você leu alguma notícia sobre tirarem uma certidão e impedirem a Vale de exportar? Não? Nem eu.
Aliás, a execução da sentença contra a Vale – expedida em maio de 2011 -está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal, primeiro por liminar e, depois, por decisão plenária, em abril último.
Mas era a Vale, uma empresa formalmente privada, embora a maior parte das ações esteja em mãos de bancos oficiais e fundos de pensão de estatais.
Não é a Petrobras, onde se garante a exploração da mídia, louca para a empresa enfrentar problemas e abrir espaço para as multinacionais.
Que, se a  gente bobear, engatam o navio lá fora mesmo e chupam o petróleo que pertence ao Brasil, como a Petrobras pertence.
Com ela, todos ficam “valentes”.
Ao contrá
 Por: Fernando Brito

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dor de cotovelo para os pessimistas


varejo

As matérias prevendo retração ou estagnação nas vendas do comércio para  Dia dos Namorados eram dor de cotovelo.
primeiro levantamento das vendas foi dado pela Braspag, do grupo de cartões Cielo: as vendas online cresceram 18% e o faturamento das lojas na internet subiu 39%.
Mesmo sendo natural que o movimento online cresça mais que no varejo convencional, à medida em que o uso da internet se difunde e desparecem as resistências a comprar pelo computador, o número é muito expressivo.
Hoje, na Folha, a consultoria A.T.Kearney  que, há 11 anos ,  mede o ânimo dos investidores em comércio varejista em 200 países, anuncia que manteve o Brasil no topo das preferências. É o terceiro ano consecutivo em que somos apontados como o país mais atraente para investimentos no varejo.
Muito bom para um país que está ardendo na crise, não é?

Por: Fernando Brito