Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Pesquisas mostram que o golpe irá gerar convulsão social


pesquisa

Por mais que a confirmação do impeachment de Dilma Rousseff seja prejudicial à democracia, seu principal efeito deletério não seria contra ela, mas contra seus algozes. É o que mostra a 5ª rodada da Pesquisa CUT / Vox Populi, divulgada nesta semana.
Vale rever os critérios da sondagem.
  1. Objetivos: Os objetivos da 5º rodada da pesquisa CUT/Vox Populi, realizada em junho de 2016, foram avaliar sentimentos e opiniões da população brasileira a respeito do governo de Michel Temer e seus primeiros atos como presidente interino.
  2. Metodologia: A pesquisa foi feita de acordo com a técnica de survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa da população.
  3. Data de campo: Os trabalhos de campo foram realizados entre os dias 07 e 09 de junho de 2016.
  4. População pesquisada: População brasileira com idade superior a 16 anos, residente em todos os estados brasileiros (exceto Roraima) e no Distrito Federal, em áreas urbanas e rurais, de todos os segmentos socioeconômicos e demográficos.
  5. Amostra: Foi adotada uma amostra estratificada por cotas, com o total de 2.000 entrevistas, para obter representatividade para o conjunto do Brasil. As cotas utilizadas para a seleção dos entrevistados foram de gênero, idade, escolaridade, renda familiar e situação perante o trabalho, sendo calculadas proporcionalmente a cada estrato de acordo com os dados do IBGE (censo de 2010 e PNAD 2013).
  1. Margem de erro: A margem de erro, para o total do estudo, é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
As conclusões da pesquisa são avassaladoras para o presidente de facto do Brasil. E para quem não gosta do instituto Vox Populi por considerá-lo “petista, vale informar que suas conclusões são quase idênticas às de recente pesquisa MDA feita para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), entidade declaradamente antipetista.
Tanto a pesquisa CUT / Vox Populi quanto CNT / MDA mostram Temer com 11% de aprovação, ou seja, com o mesmo percentual de Dilma. Os dois institutos detectaram que a sociedade acha que a corrupção será igual ou maior sob Temer, que a economia vai piorar e que o impeachment não resolverá nada. Tanto MDA como Vox Populi mostram forte pessimismo da população.
A seguir, o resumo da pesquisa CUT / Vox Populi para comparação com a pesquisa CNT / MDA
67% dos brasileiros avaliam de forma negativa o governo interino do vice-presidente, Michel Temer, 32% acham que ele é pior do que esperavam e o futuro não é nada animador: o desemprego vai aumentar (52%), os direitos trabalhistas (55%) vão piorar e medidas como idade mínima para aposentadoria vão prejudicar muita gente (77%). Essas são as principais conclusões da última pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre os dias 7 e 9 de junho.
Para 34% dos entrevistados o desempenho de Temer é negativo – 33% acham que é regular, 11% positivo e 21% não souberam ou não responderam. O Nordeste é a Região do País onde o vice tem pior avaliação – 49% negativo, 41% regular e 10% positivo. Em segundo lugar vem o Sudeste com 45% negativo, 42% regular e 13% positivo. No Centro-Oeste, 39% consideram o desempenho negativo, 43% regular e 18% positivo. No Sul, 31% negativo, 45% regular e 24% positivo.
Os trabalhadores e os mais pobres serão mais prejudicados
Com um mês de governo interino, pioraram todos os percentuais de avaliação sobre a gestão golpista com relação a classe trabalhadora e as pessoas que mais necessitam de políticas públicas para ter acesso à saúde, moradia, educação e alimentação digna.
Para 52% dos entrevistados, o desemprego vai aumentar – o percentual dos que acreditam que vai diminuir e dos que acham que não vai mudar empatou em 21%.  Na pesquisa anterior, realizada nos dias 27 e 28/4, 29% acreditavam que o desemprego iria aumentar; 26% que iria diminuir e 36% que não ia mudar.
Ainda com relação a pesquisa anterior, aumentou de 32% para 55% o percentual dos que acreditam que o respeito aos direitos dos trabalhadores vai piorar. Para 19% vai melhorar e 20% acreditam que não vai mudar.
Aumentaram também as expectativas negativas com relação aos programas sociais em relação a pesquisa feita em abril. Antes, 34% achavam que com  Temer na presidência os programas iriam piorar. Agora, são 56%.
O percentual dos que acreditavam que ia melhorar variou um dígito apenas – de 19% para 18%; e dos que acreditavam que não ia mudar que era de 36% caiu para 19%.
Foram consideradas ruins porque prejudicam a maioria das pessoas, as propostas de Temer de aumentar a idade mínima para aposentadoria (77%), a diminuição de verbas do Programa Minha Casa Minha Vida (54%) e a diminuição do número de pessoas que recebem o Bolsa Família (48%).
Acabar com o monopólio da Petrobrás no Pré-Sal e aumentar a privatização de empresas e de concessões de rodovias e aeroportos foram consideradas ruins porque prejudicam o Brasil para 50% dos entrevistados. Para 31% a questão da privatização e das concessões é uma medida necessária e não vai prejudicar o país, outros 19% não souberam ou não responderam. Quanto ao Pré-Sal, 25% acham que não vai prejudicar o país e 25% não souberam ou não responderam.
Temer é pior do que as pessoas esperavam
Para 32% dos entrevistados na pesquisa CUT-Vox Populi, Temer é pior do que esperavam. Empatou em 16% o percentual dos que acham que ele é tão ruim quanto achavam que ia ser e dos que consideram que ele é melhor do que esperavam. Só 7% acham que ele é tão bom quanto esperavam que ia ser e 29% não souberam ou não responderam.
Com relação ao combate a corrupção, 44% acham que vai piorar, 26% melhorar e 25% que não vai mudar. A equipe de ministros de Temer é considerada negativa por 36% dos entrevistados – 32% acham que é regular e 11% positiva. Para 33% foi um erro grave o governo interino não nomear nenhuma mulher, 30% acham que foi um erro, mas não muito grave e 30% que é normal.
O impeachment é a solução para o país?
O percentual de brasileiros que NÃO acreditam que a cassação de Dilma seja a solução para os problemas econômicos do Brasil aumentou para 69%. Na pesquisa CUT-Vox Populi, realizada em dezembro, o percentual era de 57%¨. Nos levantamentos feitos em abril, o índice foi de 58% (9 e 12/04) e 66% (27 e 28/04).
Para 26% o golpe é a solução. Nas pesquisas anteriores, os percentuais foram de 34% (dezembro), 35% 9 de abril e 28% em 27 de abril.
Antecipação da eleição presidencial
A grande maioria dos brasileiros quer eleição já para Presidente da República. 67% dos entrevistados acham que o Brasil deveria fazer uma nova eleição para presidente ainda este ano. 29% não concordam com uma nova eleição e 4% não sabem ou não responderam.
A percepção das pessoas de que suas vidas irão piorar vista nas duas pesquisas não leva em conta quanta piora haverá porque a esmagadora maioria nem imagina o que Temer está planejando. Se a sociedade soubesse do “teto” de gastos públicos que o governo de facto está preparando, haveria uma revolução.
O Brasil não cabe no teto de gastos de Temer. Os economistas dele querem reduzir o tamanho do governo federal em 30% nos próximos 20 anos. É o que diz a versão mais radical e duradoura para esse limite de gastos, o “teto”.
Temer enviará um Projeto de Emenda Constitucional ao Congresso nesta semana propondo tais medidas. Na versão mais nefasta desse plano, a despesa do governo chegaria a 2036 no mesmo nível de 1997.
Essa medida dá uma ideia de quais são os planos do governo golpista para a redução do deficit e, ainda, da sua intenção de reduzir o tamanho do Estado.
O “teto” temerário vai limitar o crescimento anual da despesa do governo ao valor da inflação do ano anterior. Ou seja, em termos reais, o gasto fica praticamente congelado no valor despendido neste ano.
Para que se possa mensurar o tamanho do estrago, o “teto” atingirá, prioritariamente, Previdência, Saúde e Educação, mas todas as demais despesas federais serão asfixiadas. O teto criaria uma situação inviável.
Essa fixação do “teto” é explicada pelos economistas de Temer como medida para que o governo faça mais com menos, seja mais eficiente. Porém, é um crime o que ele está fazendo. O país é desigual e pobre demais em renda e em iniciativas privadas de infraestrutura. Insistir no congelamento de gastos públicos por 20 anos é um plano deliberado de diminuir o tamanho do Estado e, assim, favorecer a privatização de serviços públicos.
Tudo isso cairá como uma bomba entre os setores da sociedade que precisam do Estado. Irá gerar uma “guerra civil”. A instabilidade política só tende a aumentar.
Mesmo a classe média-média nem sonha com medidas que vão impedir valorização dos salários e aumento do emprego formal. E muito menos com medidas que vão extirpar direitos trabalhistas.
As pesquisas citadas mostram, portanto, que, se o impeachment de Dilma se confirmar, pode ocorrer uma forte convulsão social no país.
Se antes mesmo de as medidas de Temer começarem a surtir efeitos a visão da sociedade sobre seu governo já está desse jeito, imagine, leitor, o que acontecerá quando as pessoas começarem a sentir esses efeitos.
O principal efeito do “teto” de Temer será piora na Saúde e na Educação. Pessoas que estão em vias de se aposentar, não vão conseguir. Os salários vão cair, muita gente vai ter que aceitar emprego sem registro em carteira.
A desidratação de programas sociais vai gerar aumento da violência e da criminalidade.
As pesquisas supracitadas comprovam a previsão de uma convulsão social no país. Muitos pensaram que o impeachment resolveria tudo, que traria de volta o bem-estar social da era Lula. Muito pelo contrário. Produzirá saudade dos governos do PT.
É por isso que o partido já está achando bom que o Congresso confirme o impeachment de Dilma. Deixar a direita governar é o melhor meio de pavimentar o caminho da esquerda em 2018. E agora temos até pesquisas a apoiar essa tese.
E você, o que acha? É melhor mesmo Temer ficar no cargo e afundar a direita, já que falta pouco para 2018 e até lá os golpistas se enforcarão sozinhos? Ou será que a democracia é mais importante e, assim, ele não pode ficar no cargo?

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Folha recorre ao tapetão contra Dilma 2014

A manchete principal da primeira página da última edição dominical do jornal Folha de São Paulo induz a crer que a grande mídia oposicionista já busca alternativas não-eleitorais para impedir a cada vez mais provável reeleição de Dilma Rousseff no ano que vem, conforme vêm mostrando as pesquisas eleitorais.
A reportagem “Cabos eleitorais de Dilma dizem ter recebido ‘por fora’” revela que está em curso uma busca desesperada da oposição midiática por algum mecanismo que possa melar a recandidatura da presidente da República.
O jornal afirma ter localizado “12 pessoas em Mato Grosso e no Piauí que dizem nunca ter atuado de graça, apesar de serem tratadas como prestadores de serviço sem remuneração nos papéis entregues pela campanha ao TSE”.  Mais adiante, confessa que “Identificou ao menos 43 ‘trabalhadores voluntários’ na prestação de contas da campanha” e que “No grupo, estão os 12 localizados pela reportagem”.
Que sentido haveria em pagar “por fora” a militantes “voluntários” e registrar os serviços deles na prestação de contas ao TSE? Não seria melhor a campanha de Dilma simplesmente não registrar que pessoas atuaram “voluntariamente”?
Pode uma campanha do porte da de Dilma ser tão ingênua? O gasto com “motociclistas” que passeavam pelas cidades portando bandeiras do PT não pode ter sido apenas reembolso de despesas e declarado de outra forma que não diretamente a cada voluntário?
Escreva aí, leitor: trabalho voluntário não significa pagar para trabalhar. Alguém pode não ganhar nada para trabalhar numa campanha, mas ter suas despesas pagas.
Surge, então, a primeira informação importante sobre essa matéria-militante do jornal paulista: a Folha anda esquadrinhando a campanha eleitoral que elegeu a presidente em busca de alguma coisa que possa comprometê-la.
Dessa informação, surge uma pergunta ainda mais relevante: trabalho tão meticuloso de busca de “furos” na prestação de contas da campanha que elegeu Dilma estaria sendo feito em relação a outras campanhas – a de José Serra, por exemplo – ou o jornal só se interessou pela campanha petista?
Sim, porque localizar uma incongruência de R$ 20 mil em uma campanha que declarou ao TSE gastos de R$ 153 milhões deve ter consumido um trabalho hercúleo do jornal. E como a matéria não diz que esquadrinhou todas as campanhas, pode-se supor que não houve preocupação com as campanhas dos adversários de Dilma.
Por que?
Alguém acredita que não se conseguiria localizar dúvidas semelhantes nas prestações de contas de campanha de outros candidatos e não só nas da presidente? Aliás, por que só pesquisar as contas de candidatos a presidente?
Nos próximos dias, é bem possível que apareçam incongruências nas prestações de contas dos adversários de Dilma na eleição de 2010. Um sabiá-laranjeira revelou ao Blog que, se se descer a tais detalhes, campanha nenhuma escapará de questionamentos.
O grande feito da matéria, portanto, foi revelar que começa a bater o desespero na oposição assumida e enrustida, que acredita cada vez menos em suas chances eleitorais. E que os grupos de mídia, mais uma vez, estarão a serviço da oposição ao governo do PT.
Talvez, porém, fosse bom a mídia tucana não ir tão fundo na busca por inviabilizar Dilma. Materializada a remota hipótese de que obtivesse êxito e a presidente não pudesse disputar a própria sucessão, os autores dessa estratégia poderiam ganhar de troco a candidatura de Lula a presidente, ano que vem.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Estadão “engrossa” e declara guerra a Dilma










O editorial do Estadão de hoje é uma declaração de guerra aberta ao Governo Dilma.
Acusa a Presidenta de fazer uma “armação” ao dizer que não permitiria o corte de gastos sociais, dentre eles o Bolsa-Família.
Diz que ela agiu com “estudado bom humor e cordialidade” e que visou, com isso, “a parcela insuficientemente informada da sociedade – cuja participação na queda do prestígio e da intenção de voto na presidente, embora menos intensa do que a dos setores mais escolarizados e de maior renda, decerto foi especialmente dura de engolir para Dilma”.
Numa palavra, acusou Dilma de falsa.
Depois, reclama de um “indireta” que teria sido dada às medidas tomadas por Geraldo Alckmin, cortando algumas despesas e extinguindo uma secretaria, ao afirmar que não ia ser demagógica ao cortar cargos que estão vagos e que não foram ou serão preenchidos. Será que foi um “vestir de carapuça”? Ninguém disse que Alckmin cortou cargos que estavam vazios, embora seja legítimo o jornal apurar se lá – ou se isso tivesse sido feito no Governo Federal – houve demissões para valer ou simples aparência de corte de despesas.
Não é preciso espionagem ou esforço de reportagem, é só olhar se houve exonerações em massa no Diário Oficial do Estado. Houve?
O editorial, é portanto, outra declaração de guerra – esta mais aberta e grosseira – ao Governo Federal.
Mas é uma guerra sui generis, onde um lado bate sem dó e o outro apanha quieto.
E água mole em pedra dura, tanto bate…
 Por: Fernando Brito

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Manifestações renderam gorjetas e agenda conservadora

O Brasil dos protestos de rua se assemelha a um trem desgovernado. Enquanto manifestantes exigiam recuo de Estados e municípios no aumento das passagens de ônibus e metrô, tinham uma causa concreta. A partir da vitória deles sobre prefeitos e governadores que ignoraram as contas públicas e cederam, as manifestações perderam completamente o rumo.
Há que lembrar que reduzir ou ao menos não aumentar o preço das passagens do transporte público é um sonho de consumo para qualquer prefeito ou governador. Assim sendo, tomemos como exemplo o caso de São Paulo, a partir de onde os protestos ganharam dimensão e se espalharam pelo resto do país.
Alguém consegue negar que seria a glória para o prefeito Fernando Haddad vir a público dizer que interromperia os aumentos das passagens que o seu antecessor impunha e que, em sua gestão, não haveria aumento algum? Por que Haddad não fez isso? Por maldade? Para se locupletar com propinas pagas pelos concessionários para que lhes concedesse aumentos?
Quem acha que o povo vai pagar menos pelas passagens não entende nada de administração pública. O povo vai pagar o aumento das passagens, sim. Não diretamente, mas através de seus impostos. As empresas de ônibus não vão perder nada, pois as prefeituras que cederam aos protestos irão subsidiá-las.
Dirão que é melhor o dinheiro no bolso do povo do que nas mãos do Estado. Essa, porém, não passa de desculpa que os sonegadores dão em meios sociais e até empresariais para fugirem do dever cívico de pagar impostos, quando se gabam de como enganaram o fisco – quem já não ouviu alguém contando, orgulhoso, como driblou o imposto de renda, por exemplo?
Os centavos que cada cidadão economizará nas passagens irão faltar em alguma outra área sob administração pública. Como as verbas da Saúde ou da Educação já estão autorizadas, os recursos que irão do mesmo jeito para o bolso dos empresários sairão dos investimentos.
Alguém consegue adivinhar que investimentos deixarão de ser feitos por conta da dinheirama oriunda de impostos que irá para o bolso dos concessionários de empresas de ônibus?
Os investimentos em transporte público irão diminuir. E, quando as demandas por esses investimentos tomar as ruas, aí se produzirá o impasse, porque existe uma coisinha chamada lei de responsabilidade fiscal, a qual impedirá que os diversos níveis de governo se endividem para fazer investimentos que não terão como fazer sem gastar mais do que arrecadam.
Tomemos, agora, o exemplo do governo do Estado de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin, tentando se antecipar a mais protestos contra o aumento contratual dos pedágios, deixou de aumentar a tarifa. Quem vai bancar o que os concessionários de rodovias tinham “direito” (por contrato) em termos de reajuste? Adivinhe, leitor…
O povo obteve uma gorjeta fictícia, portanto. E o que mais?
Bem, a Câmara rejeitou a PEC 37. Foi bom para você? Independentemente da sua opinião – a favor da proposta de emenda constitucional ou contra ela –, impedi-la era uma agenda conservadora encampada pela mesma mídia que tem tido no Ministério Público um joguete para seus ataques aos grupos políticos aos quais se opõe.
No Senado, o “clamor das ruas” foi ouvido pelo presidente da Casa, Renan Calheiros, que já promete encampar propostas conservadoras com fim do auxílio-reclusão e transformação de crimes de corrupção em crimes “hediondos”.
Você pode aprovar essas propostas, que, na verdade, distorcem a realidade, pois o auxílio-reclusão é pago a famílias de presos sob financiamento das contribuições ao INSS que eles possam ter feito caso tenham trabalhado com carteira assinada algum dia, e transformar a corrupção em crime hediondo pertence à esfera de propostas conservadoras como redução da maioridade penal e de implantação da pena de morte.
O governo Dilma e o PT vêm tentando impor uma agenda melhor às manifestações, como reforma política (Dilma) e taxação de grandes fortunas (PT), mas a mídia, que está cooptando e manipulando as manifestações, já trata de bombardear a principal causa da reforma, o financiamento público de campanha, e, por certo, fará o mesmo com a taxação.
Uma grande causa que poderia ser encampada pelas manifestações, jamais apareceu nelas – além de em um ou outro cartaz isolado. A democratização da comunicação no Brasil não foi incluída de fato em protesto algum, apesar de o suposto organizador desses protestos, o Movimento Passe Livre, dizer-se de esquerda, corrente ideológica que apoia essa causa.
É bem pouco provável que democratização das comunicações – o que seja, o fim dos oligopólios de mídia que, no Brasil, são os mais concentrados do mundo – venha sequer a ser cogitada pelos pretensos líderes dos protestos, pois eles estão em lua-de-mel com a mídia, sendo exaltados por ela e lhe prestando serviços como o extermínio da PEC 37.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A MATEMÁTICA ESPERTA DA 'FOLHA'



Manchete deste domingo da Folha adverte: "Programa social consome a metade dos gastos federais'.A 'grave denúncia' apoia-se num truque contábil escondido  em uma única e miserável linha. Assim: 'Foram excluídos da conta os encargos da dívida pública'. A partir daí até camelo passa em buraco de agulha. A pequena confissão subtrai do conjunto das comparações algo como R$ 200 bilhões. Quase 5% do PIB, custo médio dos juros da dívida pública nos últimos anos.O segundo desvão da calculadora dos Frias engole aspectos cruciais da previdência social urbana. No texto, ela é a ante-sala do inferno fiscal: equivale  a 60% dos tais 'gastos sociais' do Estado brasileiro. Um buraco de R$ 245 bi. Fatos: a previdência urbana é superavitária desde 2007, graças à criação de 16 milhões de empregos com registro em carteira nos últimos dez anos. Em 2012, teve o melhor resultado de sua história: um superávit de R$ 25 bi. O saldo cobre quase 35% do déficit da previdência rural, que estendeu o salário mínimo aos idosos do campo, com os seguintes desdobramentos: a) a renda rural nos últimos seis anos cresceu  36% a mais do que o próprio PIB agrícola;b) a década do governo Lula foi a primeira, em 60 anos, em que o êxodo rural brasileiro se estabilizou. É um corte histórico. Mas ele não cabe na matemática esperta da Folha. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BRASILEIRO É IGUAL A MULHER DE MALADRO....

Esse Barack Obama é tão bonzinho…

Notícias / Consumo – 21/12/2011
Brasileiros lideram gastos em Nova York e Flórida
Este ano, os brasileiros vão gastar 60% mais do que no ano passado
Por Época NEGÓCIOS Online, sugerido pelo Igor Felippe [para explicar a decisão de Barack Obama de facilitar a concessão de vistos a brasileiros]
Os turistas brasileiros ultrapassaram britânicos, alemães e franceses como os que mais gastam em viagem aos Estados Unidos. Na Flórida, os brasileiros jogaram os britânicos para segundo lugar, gastando mais do que o dobro em compras. E em Nova York, mesmo em número muito inferior a canadenses e italianos, por exemplo, os brasileiros se destacam pela voracidade de consumo, ficando acima de todos os outros em gastos de viagem. Com isso, as secretarias de turismo estão pedindo ao Congresso para diminuir a burocracia e até abolir a obrigatoriedade de vistos para o Brasil.
No ranking geral, os 1,2 milhão brasileiros que foram para os EUA em 2010 chegaram a terceira posição na lista de turistas que mais gastaram por lá, atrás de britânicos e japoneses, de acordo com o Departamento de Comércio americano. Porém, com o agravamento da crise na Europa e a catástrofe do terremoto e do tsunami no Japão, o ano pode fechar com os brasileiros em primeiro lugar. Considerando somente as compras feitas em Nova York e Flórida, já somos o número 1 da lista.
Segundo dados da secretaria de turismo de Nova York, 700 mil brasileiros devem visitar a cidade até o final deste ano. No ano passado, esses turistas gastaram um total de US$ 1,63 bilhão em Nova York, acima dos US$ 1,42 bilhão gastos por visitantes do Reino Unido ou US$ 1,27 bilhão dos canadenses e US$ 1,1 bilhão dos italianos.
Na Flórida, o movimento é similar. Os brasileiros deixaram US$ 1 bilhão no primeiro semestre do ano, um aumento de 61% sobre o mesmo período do ano passado e mais do que o dobro dos britânicos, que aparecem em segundo lugar no ranking. Entre 2003 e 2010, o brasileiro passou de 7º turista que mais gasta no país para 3º colocado, ultrapassando alemães, franceses, sul-coreanos e australianos. Foi um crescimento de 250%.
“Os turistas brasileiros agora estão no topo da lista dos varejistas. E se não estão, eles são o sonho de consumo deles”, disse Fred Dixon, vice-presidente do departamento de Turismo de Nova York, ao jornal “Wall Street Journal”. A organização está fazendo pressão junto ao Congresso para tornar mais simples e mais rápido o processo de visto para brasileiros, talvez até mesmo abolir os vistos, na expectativa que mais brasileiros decidam ir aos Estados Unidos – e deixar por lá muitos reais.
Mesmo com o aumento do câmbio, os brasileiros devem gastar 60% mais em compras no exterior do que no ano passado, estabelecendo um novo recorde. Cada brasileiro que vai aos Estados Unidos gasta, em média, US$ 5.918 – bem acima dos US$ 4.925 que eram gastos em 2010. Esse movimento se traduz também nas embaixadas que concedem visto para os Estados Unidos. O consulado de São Paulo é o que concentra o maior volume de pedidos em todo o mundo.
O Brasil não é o único país emergente que vem ajudando a movimentar a economia americana. O número de visitantes chineses quadruplicou desde 2003 para mais de 800 mil. E estudos já apontam que os chineses estão gastando mais do que muitos europeus. Resta saber quanto tempo vai demorar para que ultrapassem o entusiasmo dos brasileiros.
Leia também:
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