Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

A moral do Merval

mervaliviao

O acadêmico Merval Pereira, em sua coluna de hoje, torna-se o terceiro “ex-ministro” do STF a dar parecer pela regularidade da desapropriação por Aécio Neves de um trecho da fazenda de seu tio Múcio Tolentino para a construção de uma pista de pouso a apenas seis quilômetros da fazenda a qual o presidenciável tucano chama de “meu Palácio de Versalhes”.

Escreve ele em sua coluna, onde antes não havia se dignado a tratar do tema aeroportuário, que ” o pedido de investigação ao Procurador-Geral da República é uma maneira de fazer o caso repercutir nacionalmente, embora pareça apenas uma jogada publicitária, pois o Ministério Público de Minas Gerais já havia investigado o caso à (craseado? ui!)pedido da oposição, e arquivou o processo por não existir (ai!!!) irregularidades na desapropriação do terreno para ampliação do aeroporto que já existia.

Então está tudo certo, “seu” Merval?

Eu ouvi sua defesa do Aécio na CBN. Comovente. Sobretudo sua menção ao estudo técnico que justificaria o aeroporto ali, coisa que ninguém sabe, ninguém viu.
Deve ter escapado ao nosso jurisconsulto que o artigo 37 de Constituição brasileira diz que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…)

Você, como o rábula categorizado que se tentou mostrar ao longo de todo o caso do chamado mensalão, deveria prestar atenção nisso: impessoalidade, moralidade e eficiência são tudo o que não existe nesta obra.
“Ampliação do aeroporto que já existia”, Merval? Ali não tem aeroporto nenhum, nem nunca teve, o que havia era uma pista de terra – que agora é de asfalto – irregular, sem homologação, trancada a chave, sob o controle dos “desapropriados” que não serve a ninguém, exceto, talvez, ao candidato que recusou-se a dizer se já a tinha usado e aos aeromodelistas que este blog mostrou aqui, em seus folguedos aéreos.

E essa brincadeira, entre obras e indenizações,  custou mais de R$ 20 milhões, em dinheiro de hoje, ao contribuinte?

Merval, tome umas aulas com Elio Gaspari para ver como é possível ser direitista sem se afundar nessa lama, com o artigo, ontem, onde diz que  ”A explicação de Aécio não decola“!
Ao menos faça aquilo que era gozação nos tempos em que trabalhei aí, como foca, quando se dizia “leia o jornal em que trabalhas!” aos desatentos assim…

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Dr. Barbosa, o domínio do fato e o condomínio do fausto











Como o Dr. Joaquim Barbosa é um homem público e a revista Veja é seu principal cabo pré-eleitoral, tomo a liberdade de oferecer aos mastins de Policarpo material para uma bela reportagem sobre o condomínio onde o presidente do Supremo adquiriu, usando o artifício legal de montar uma empresa na Flórida sediada no seu apartamento na Asa Norte em Brasília.
O que me move é mostrar, da maneira mais evidente, como este lixo impresso se comporta. E, também, o dever de fidelidade à memória de quem, em 23 anos de convívio diário, pude ser aprendiz de lições de honradez e destemor.
Faço pelo que a imparcial Veja, em 2001, publicou: uma matéria sobre o “escandaloso” enriquecimento de Brizola, um amontoado de infâmias que, na época, como seu assessor de imprensa, cuidei, em respeito ao jornalismo, de promover um contato entre o então governador e a revista, no qual ele pedia que esperassem sua volta da viagem que fazia ao interior do Rio Grande do Sul para esclarecer todas as informações falsas ou distorcidas que recolheram. Num fax, a revista disse que não poderia aguardar e sugeriu que ele falasse por telefone ou comparecesse à delegacia, digo, à sucursal da Veja para explicar-se…
E também porque a Veja não publicou, em 1987, quando mandou seu entãorepórter Marco Damiani  ao Uruguai para ver como eram os bens que Brizola tinha no exterior, por conta do exílio a que foi mandado pelos militares. Transcrevo o que ele conta, para que se tenha ideia da monstruosidade:
E havia a fazenda de Brizola a descobrir. Foi preciso fazer muitas perguntas para saber onde ela ficava. Naquele 1987, Brizola, então governador do Rio em final de primeiro mandato, costumava passar alguns finais de semana e pequenas temporadas na própria fazenda. A propriedade era quase uma lenda: a misteriosa fazenda de Brizola…
Obtivemos a informação: chamava-se Repetchó (que significa pequena subida) e ficava no departamento de Durazno, no interior do país. Acertamos com um taxista e fomos para a estrada. Talvez duas, três horas de viagem, se me lembro bem. Numa estradinha de terra, depois de muito rodar, veio a pequena elevação e, pouco depois, do nosso lado direito, cercada por arame farpado, vimos as terras de Brizola. Perto das demais à sua volta, todas com grandes extensões, a fazenda mais parecia, na boa, um sítio de final de semana. Tinha uma casa simples e, ao lado dela, uma construção de acabamento humilde com janelão de vidro frontal. Era ali que Brizola gostava de ficar, me disse o caseiro, olhando um pequeno rebanho de ovelhas. Gerchman chegou a fazer a foto, lembro-me do cromo revelado. Para saber isso, tivemos, é claro, de empurrar a porteira de madeira com a mão e entrar. Não havia campainha a tocar. Não me pareceu o caso de berrar para chamar alguém. E eu tinha de entrar! Em fazendas, de resto, muita gente entra assim, abrindo a porteira com as próprias mãos e avançando até encontrar alguém responsável pela propriedade. Foram poucos passos até encontrarmos essa pessoa. Um homem, o caseiro. Ele foi econômico nas palavras e avisou que não poderíamos ficar. Acreditava que o govenador não iria gostar nada daquilo. Agradecemos, voltamos por onde havíamos entrado e retornamos, com a sensação de missão cumprida, para Montevidéo. Escrevi a matéria, que iniciava com um cálculo, em dólares, segundo os valores do mercado imobiliário local, do quanto valiam as propriedades de Brizola no Uruguai (o apartamento e a fazenda). Passei por telex, que não existiam celular, internet para todos, nada disso. Dei o tempo regulamentar para a matéria ser lida e telefonei para o editor de Brasil. “Vocês fizeram um ótimo trabalho”, me disse ele. “Mas não vamos publicar uma linha sequer”. Eu não perguntei nada, e mesmo assim me foi explicado: “O Brizola ligou aqui, disse que Veja invadiu uma propriedade particular dele e que, se sair uma linha, vai processar a revista. Estamos fora!”.
Imaginem o que faria Veja com as fotos abaixo se, em lugar de Joaquim Barbosa, fosse Leonel Brizola o dono do apartamento.
Bem, mas o Dr. Barbosa é “o menino pobre que mudou o Brasil”. E embora a revista conhecesse bem, há mais de um ano,  o fato de vários brasileiros estarem comprando imóveis ali, com certeza se lhes escapou o fato de que Joaquim Barbosa era um deles.
Brizola também foi um menino pobre, mas nunca – ao contrário de Joaquim Barbosa – foi nomeado para cargo algum, exceto o de modesto secretário de Obras no Rio Grande do Sul dos anos 50. O que tinha, todos sabem, originava-se da herança de D. Neuza, herdeira – como seu irmão Jango, do patrimônio dos Goulart.
Mas Brizola, ao contrário de Joaquim, tentou mudar o Brasil e não conseguiu, entre outras razões, porque uma imprensa podre como a Veja não permitiu que mudasse.
Então, com os meus cumprimentos, para a caterva de Veja, os cultores do “domínio do fato” barbosiano, as fotos do site oficial do faustoso condomínio Icon Brickwell, onde o Dr. Joaquim Barbosa -ou a sua empresa Assas JB, registrada na Flórida – é o feliz proprietário de um apartamento. As facilidades expostas estão também lá, num arquivo pdf.
condominio
 PS. Depois de publicar, vi que Luis Carlos Azenha já publicou uma foto do condomínio, como bom repórter que é.  Registro, portanto, que não é totalmente inédito por aqui o fausto do lugar. Aqui, o link para seu post
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

BBC:Escândalos em reality shows ameaçam reputação de emissoras, diz analista

Para Torin Douglas, especialista em mídia da BBC, incidentes podem ser 'facas de dois gumes'
Os produtores de reality shows como o Big Brother Brasil "têm de monitorar todo o tempo" as interações entre seus participantes, afirma um especialista em mídia da BBC.
Para o jornalista Torin Douglas, episódios como a polêmica sobre uma suposta relação sexual sem consentimento entre Monique Amin, 23, e Daniel Echaniz, 31, no BBB "são como uma faca de dois gumes" para a emissora.
A Polícia Civil está investigando o incidente que teria ocorrido na madrugada do último domingo e resultou na expulsão de Echaniz do programa.
Em depoimento à polícia na última terça-feira, no entanto, tanto Monique como Echaniz afirmaram que houve uma 'troca de carícias' consentida entre os dois.
Para o analista da BBC, o incidente guarda semelhanças com polêmicas ocorridas nos Big Brother britânicos, que levaram, segundo o especialista, a uma perda do interesse de telespectadores pelo formato.
Veja os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil – Episódios polêmicos geram mais interesse por reality shows ou prejudicam a reputação desses programas?
Douglas – São uma faca de dois gumes. No curto prazo, eles aumentam a audiência, mas no longo prazo podem prejudicar a reputação da emissora. Aqui (na Grã-Bretanha) certamente aconteceu isso com o Channel 4 no caso de Shilpa Shetty (que teria sido alvo de racismo de outra participante do programa Celebrity Big Brother em 2007).
Depois do incidente, o Big Brother continuou por alguns anos, mas depois parou.
Hoje o canal não apresenta mais o programa e o interesse pelo formato está caindo. Mas em outros países ainda é popular.
BBC Brasil – Esse caso do suposto estupro no Brasil é novidade em reality shows como o Big Brother?
Tourin Douglas – Não é a primeira vez que a polícia entra em uma casa do Big Brother. Na Grã-Bretanha, os policiais foram chamados para apartar uma briga entre duas pessoas (em 2004, quando um participante ameaçou matar o outro). Na ocasião, o órgão regulador das telecomunicações, Ofcom, considerou válidas as queixas contra a emissora (o Channel 4) por não intervir.
Também houve o caso de bullying e racismo de Jade Goody contra Shilpa Shetty, que virou um incidente internacional no Celebrity Big Brother.
Há inclusive obras de ficção sugerindo que crimes, até assassinatos, podem ocorrer na casa do Big Brother. O livro Dead Famous, de Ben Elton, é um exemplo. É ficção, mas as especulações sobre até onde pode ir a realidade dos reality shows vão longe. Na vida real, polêmica e ilegalidade não são novidade no Big Brother. A questão é se o problema é tratado como um problema do programa, na qual quem atua é o órgão regulador da programação, ou se a polícia vai adiante e indicia os envolvidos.
BBC Brasil – Alguém já teve de prestar contas por incidentes na casa?
Douglas – Sim, depois das duas reclamações contra o Big Brother aqui na Grã-Bretanha o canal teve de mudar seus procedimentos, melhorar seus processos e criar regras mais rígidas para situações assim.
BBC Brasil – Pode haver um lado positivo na exposição desses escândalos? Por exemplo, houve algum lado positivo na polêmica envolvendo racismo na Big Brother britânico?
Douglas – Sim. No fim das contas, o Big Brother levantou um problema que nunca havia sido exposto e discutido de maneira tão abrangente, e de lá para cá as pessoas têm tido mais cuidado com o uso das palavras.
Essas coisas às vezes podem ter um efeito positivo. O que não há dúvida é que com as mídias sociais essas coisas são discutidas muito mais rapidamente.
BBC Brasil – Qual a consequência dessa rapidez com que as imagens se espalham?
Douglas – Eu acho que as mídias sociais criam mais supervisão sobre os produtores dos programas, que ficam sob maior escrutínio do que eles fazem. Claro que eles querem mais audiência, mas ao mesmo tempo precisam estar cientes de que precisam prestar contas por episódios assim.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aécio e Requião põem Senado em xeque


Os que propõem a extinção do Senado Federal acabam de ganhar dois bons argumentos para a proposta. O principal argumento para a existência da Casa legislativa deixou de fazer sentido por ações de dois de seus membros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Roberto Requião (PMDB-PR).
O Senado, também conhecido por “câmara alta”, seria a instância ratificadora das decisões da Câmara dos Deputados devido a uma suposta maior envergadura, se não moral, ao menos intelectual dos senadores. O cargo de senador, pois, é considerado de maior importância do que o de deputado federal.
Os recentes comportamentos pouco abonadores de Aécio Neves e Roberto Requião escandalizaram a sociedade.
O primeiro, enche a cara e sai dirigindo pelas ruas do Rio de Janeiro. Estando ou não a sua carteira de habilitação vencida, a gravidade é a mesma. Aliás, se estava mesmo dirigindo ilegalmente, o senador mineiro e tucano feriu as leis que tem obrigação de formular e, acima de tudo, defender.
O segundo, talvez tenha tido um comportamento ainda pior. Ao tomar à força o gravador de um repórter da TV Bandeirantes que lhe fez pergunta da qual não gostou, agiu como os velhos coronéis truculentos, de triste memória. Sendo um servidor do povo, agiu como se fosse mais do que um cidadão comum.
Ora, quando senadores – políticos que, supostamente, seriam mais sábios, experientes e honoráveis do que seus pares da Câmara dos Deputados – agem como moleques, que justificativa resta para a existência dessa dispendiosa Casa Legislativa que é o Senado Federal da República?