Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Farsa de Dallagnol só embromou a Jô e suas “meninas”

dallagnol-capa

A superprodução farsante envolveu muitos agentes. Como de costume, a Lava Jato se valeu do que chama de “imprensa simpatizante” para, em pleno processo eleitoral, tentar enterrar de vez o PT, o que deveria fazer a Justiça Eleitoral agir, se este fosse um país sério.

A operação mata-PT pretendia ser sofisticada. A superprodução jogou no rosto da sociedade uma farsa embelezada a toques de power point.

Quando a farsa começou a ser encenada, Estadão e cia. ltda. Já tinham farto material pronto, preparado, obviamente, com vários dias – ou seriam semanas? – de antecedência.  Minutos após o pretenso “cruzado” Deltan Dallagnol começar a espargir sua “ira santa”, esse jornal eternamente golpista já jogava o embuste na rede.

dallagnol 

O nível de golpismo, de partidarismo, de messianismo e de cinismo envolvido nessa peça lamentável pode ser conferido na íntegra da denúncia, que você pode ler, ipsis-litteris, clicando aqui

Vale avisar, porém, que a peça extensa e redundante gasta 2/3 de seu espaço vasto e inútil para descrever o suposto esquema – não foi nem chover no molhado, foi um dilúvio no molhado.

A inépcia do material é tão grande, mas tão grande que até o rottweiler da Veja e da Folha de São Paulo teve, vejam só, “pruridos éticos” diante de tanta incompetência e partidarismo desabrido.

dallagnol-1E a OAB, que 

protocolou um pedido impeachment de Dilma, gostou do stand-up de Dallagnol? Reportagem do Estadão, abaixo, responde.


dallagnol-2

Para espanto geral, aliás, até a Folha de São Paulo, um dos quatro cavaleiros do apocalipse da mídia golpista, disse, em editorial, que a peça de Dallagnol é uma merda. O jornal conclui assim editorial publicado na última quinta-feira:

“(…) não se sabe que outras surpresas os procuradores trazem no bolso, mas, ao menos por ora, fica a impressão de que, sem conseguir apresentar evidências mais robustas contra Lula, o Ministério Público Federal tenta suprir a lacuna com retórica

O consenso de que a denúncia dos procuradores da Lava Jato contra Lula é geral? Não, não é. Houve uma exceção. Dolorosa, diga-se.

Há alguns meses, Jô Soares se rebelou contra o golpe que derrubou Dilma Rousseff e acabou sendo “demitido” da Globo por isso – seu contrato não será renovado após quase duas décadas na emissora.
Pelo visto, porém, Jô decidiu voltar a bajular as idiossincrasias políticas da emissora. Em seu programa da última quarta-feira, no quadro “Meninas do Jô”, ele e elas se derramaram em elogios à peça que tantos e tão insuspeitos agentes políticos consideram inepta.

No show de burrice, sabugice e oportunismo, Jô chegou ao ponto de criticar um belíssimo slogan do governo Dilma, o de que “País rico é país sem pobreza”. Como alguém pode ser contra uma premissa tão edificante? Certamente alguém capaz de vai-e-vem ideológico tão constrangedor.

Ao fim da exaltação da peça inepta de Dallagnol, porém, uma das “meninas” do Jô deu um aviso que todos esses fascistas que querem destruir o ex-presidente por seus méritos – nunca por seus defeitos – deveriam ter em mente: “Lula já mostrou que tem sete vidas”

Confira, abaixo, a apresentação constrangedora de Jô Soares e suas “meninas”

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Vem.aí. "MeninOs do JÔ!", com Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha, Miguel do Rosário e Paulo Nogueira.


Vem.aí. "MeninOs do JÔ, vida inteligente na madrugada!"

Jô estreia novo quadro: “MeninOs do JÔ”. A voz da blogosfera progressista. A bancada inicial será composta por Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha e Miguel do Rosário.
Jô promete anunciar o "encontro com os blogueiros" já na próxima semana, quando da gravação das “MeninAs do JÔ”. Os convidados são jornalistas e blogueiros dos sites: Conversa Afiada, Luiz Nassif Online, Blog da Cidadania, Viomundo e O Cafezinho.



Meninos do Jô, vida inteligente na madrugada!
London Connection. Paulo Nogueira, ex-diretor da Editora Globo, hoje do Diário do Centro do Mundo, residente em Londres, fará intervenções pontuais via Skype.


Tribuna. Trata-se de um sonho do humorista, finalmente concretizado. Jô, por várias vezes, disse ser ali uma “tribuna”, um espaço onde se expressa todas as opiniões e que nenhum assunto é proibido ou tabu.

Sem Censura. Está liberado falar bem do Lula, do Zé Dirceu, do Ricardo Lewandowski e do Bolsa Família. Abordar temas como sonegação fiscal, denúncias da CartaCapital, suposta corrupção em privatizações, criticar juízes do STF que condenaram petistas, envolvimento de jornalistas com bicheiros, cobrar celeridade no julgamento do mensalão tucano, Offshore, jornalistas contratados como PJ, monopólio da mídia, apoio dos órgãos de imprensa ao golpe militar de 64 e manutenção da ditadura, outras tentativas de golpes pela imprensa, "BV - Bônus sobre Volume", supostas interferências da mídia em processos eleitorais, processos judiciais contra blogueiros, lembrar a sua platéia jovem que foi no governo Itamar Franco o lançamento do Plano Real, retomar o assunto "Propinoduto Tucano", concessão pública de rádio e tv, et caetera.

A bancada será semanal - às segundas-feiras. As “meninas” continuam às quartas.

Navalha. Um dos meninos, o mais gaiato, já ensaia o bordão: "Meninos do Jô, vida inteligente na madrugada!"

Os meninos do sexteto já ensaiam uma música para a estreia. “A verdade é dura, a Presidenta Dilma combateu a ditadura!“

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 Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil. A União tem a receber mais de R$ 1 trilhão lançados na dívida ativa, principalmente de grandes empresas; outro R$ 1 trilhão é dinheiro de empresas e empresários brasileiros depositado em paraísos fiscais.

Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil
O Cafezinho - Miguel do Rosário - 05/09/2013

Editorial da última edição do Le Monde Diplomatique, assinado pelo próprio editor-chefe do jornal, denuncia a promiscuidade entre o judiciário brasileira e as grandes empresas, com o primeiro permitindo que dívidas tributárias sejam “proteladas por anos”:

“As dívidas pelo não pagamento dos impostos podem ser proteladas por anos; depois de vencido o último recurso, elas podem ser parceladas em até sessenta meses e ao final ainda receber abatimentos − descontos que chegam a 40% do valor principal no caso do agronegócio. Essas políticas públicas são um verdadeiro incentivo à sonegação.”


Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil. A União tem a receber mais de R$ 1 trilhão lançados na dívida ativa, principalmente de grandes empresas; outro R$ 1 trilhão é dinheiro de empresas e empresários brasileiros depositado em paraísos fiscais.


Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil
O Cafezinho - Miguel do Rosário - 05/09/2013


Editorial da última edição do Le Monde Diplomatique, assinado pelo próprio editor-chefe do jornal, denuncia a promiscuidade entre o judiciário brasileira e as grandes empresas, com o primeiro permitindo que dívidas tributárias sejam “proteladas por anos”:


“As dívidas pelo não pagamento dos impostos podem ser proteladas por anos; depois de vencido o último recurso, elas podem ser parceladas em até sessenta meses e ao final ainda receber abatimentos − descontos que chegam a 40% do valor principal no caso do agronegócio. Essas políticas públicas são um verdadeiro incentivo à sonegação.”


Confiram a íntegra do editorial


EDITORIAL


É muito dinheiro!


por Silvio Caccia Bava


Em meio a esta discussão sobre a falta de recursos para investir no social – no transporte público, no salário dos professores, no sistema de saúde e em tudo o mais que pode tornar a vida melhor para as maiorias – fomos procurar recursos públicos… e encontramos muito dinheiro! Mas não é fácil acessá-lo.


Durante décadas as grandes empresas investiram pesadamente, influenciando o Parlamento e o Executivo para moldarem uma legislação e políticas que atendam a seus interesses. Nos anos 1990, com a hegemonia do pensamento neoliberal se afirmando no Brasil, o governo orientou suas políticas para facilitar, ou amplificar, o processo de acumulação das grandes empresas. O dinheiro público é destinado a potenciar investimentos privados, ou a remunerar aplicações financeiras.

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Marilena Chauí: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”. Podem servir “não para acordar o Brasil, mas acordar o PT”.

Marilena Chauí: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”
Carta Maior - 11/09/2013


Carta Maior entrevistou Laymert Garcia dos Santos e Marilena Chauí por ocasião de debate ocorrido na USP. Enquanto Laymert nota os partidos “visivelmente anacrônicos” e “incapazes de falar com a juventude”, Marilena pensa que as manifestações podem servir “não para acordar o Brasil, mas acordar o PT”.
Carta Maior entrevistou Laymert Garcia dos Santos e Marilena Chauí por ocasião do debate Brasil em Tempo de Manifestações, ocorrido na Universidade de São Paulo (USP).

Para Laymert, professor de Sociologia da Unicamp e doutor em Ciências da Informação pela Universidade de Paris VII, o que as manifestações de junho trouxeram de novo foi a politização dos jovens, tanto nas ruas quanto nas redes.

Segundo o professor, “é extremamente importante pensar nessa relação rua/rede porque é no entre os dois que está a novidade da política”.

Além disso, Laymert faz coro com os que notam os partidos “anacrônicos” e “incapazes de falar com a juventude”.

Já Marilena Chauí, filósofa da USP e membro-fundadora do PT, foi lacônica e não menos polêmica do que em suas últimas intervenções públicas: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”, afirmou.

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Recontando a história. "Memória Globo" - “erros e acusações falsas” - Jornalista Sylvia Moretzsohn contesta, citando depoimentos, a versão global para o caso "PROCONSULT" - a suposta participação da Globo na fraude para tirar a vitória de Brizola nas eleições de 1982 para o governo do Rio.

O que é o caso Proconsult
Aqui a versão da Globo para o caso.


"Quem quiser acreditar nessa versão pode ficar à vontade. Mas há inúmeros outros depoimentos que a contestam. Um deles, o do jornalista Luis Carlos Cabral, editor regional de jornalismo da Globo em 1982, que anos depois deu seu testemunho ao semanário O Nacional, já extinto:


“Vamos contar essa história de uma vez por todas. O papel da Rede Globo de Televisão no caso Proconsult, nas eleições de 82, era apenas o de preparar a opinião pública para o que ia acontecer: o roubo, por Moreira Franco, dos votos de Leonel Brizola. Aliás, dos votos do povo”.Em seguida, apresenta os bastidores:

“Era lá [na sala de computação de O Globo] que as distorções aconteciam. O método correto de se computar as eleições do Rio é o seguinte: injetam-se dois votos da capital, um voto do interior e um voto da periferia. [Porém] Injetavam-se, digamos, dois votos do interior, onde Moreira tinha sabida maioria, nenhum voto da Baixada e um da capital”.A desculpa oficial da empresa era de que havia problemas estruturais:

“O sistema havia sido mal montado. Tratava-se, enfim, de uma questão de incompetência. A desculpa é, logo se verá, esfarrapada. Se há alguma coisa competente no Brasil, esta é, reconheça-se, O Globo e a TV Globo. Roberto Marinho sabe fazer o que quer”.Luis Carlos prossegue relatando as denúncias de fraude, como o roubo de urnas, que não puderam ir ao ar por ordens superiores, e o clima de revolta popular contra os jornalistas da Globo, diante da expectativa da vitória de Brizola e da discrepância entre os números apresentados pela emissora e os veiculados pelo Jornal do Brasil (o impresso e a rádio). Finalmente, o jornalista recebeu a autorização de um dos filhos de Roberto Marinho para injetar os votos em projeção correta.

Então o telefone tocou. Era a voz cavernosa do chefe:


“Você me desobedeceu. Eu disse que não era para projetar e você passou o dia inteiro projetando, dizendo que o Brizola vai ganhar. Você me desobedeceu”.
Não havia desobedecido, apenas a contraordem não lhe havia sido transmitida. "

MEA-CULPA DO ‘GLOBO’ - A autocrítica como autodefesa

Observatório da Imprensa - Por Sylvia Debossan Moretzsohn em 03/09/2013 na edição 762

Não, não foi um delírio, nem obra de algum hacker brincalhão. No fim da tarde de 31/8, em sua página na internet, O Globo anunciava o lançamento de seu Projeto Memória e destacava: “Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro”. Uma autocrítica inédita, previsivelmente louvada com as palavras protocolares de praxe pelos políticos e demais fontes chamadas a se pronunciar para “repercutir” a notícia, que ocupou página inteira na edição dominical (1/9) impressa.



O gesto, entretanto, está muito longe da nobreza pretendida. A começar pelo próprio texto de apresentação, que abre com um dos slogans mais enfáticos nas manifestações dos últimos meses: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. O redator assume a dureza dessa verdade, mas argumenta que, “há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro”. Não justifica o motivo para tanta demora em expor esse reconhecimento, uma lerdeza incompatível com a agilidade requerida para a atividade jornalística: afirma apenas que o lançamento do “Memória O Globo” – um projeto dedicado a “resgatar e preservar a história do jornal” – seria uma boa oportunidade para “tornar pública essa avaliação interna”. A coincidência com o recrudescimento das críticas à empresa seria apenas isso: uma coincidência, aliás muito bem-vinda, uma resposta ao “clamor das ruas”.

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terça-feira, 9 de julho de 2013

Na Globo, Jô e Cantanhêde passam a noite atacando Lula, Dilma e o PT


A madrugada de segunda para terça-feira foi uma farra para a oposição ao governo Dilma Rousseff. A concessão pública de TV entregue à família Marinho se transformou em palanque para ataques à presidente da República, ao ex-presidente Lula e ao partido de ambos.
Em clima de festa, o apresentador global Jô Soares e sua entrevistada principal da noite, a colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde, demonstravam uma excitação incontida com o cenário político desfavorável ao governo federal.
Quem tiver interesse em ver com os próprios olhos e ouvir com os próprios ouvidos o uso de uma concessão pública com fins político-partidários, pode clicar aqui. Ou, então, pode ler este relato.
Em um dos momentos mais bizarros, a dupla “acusou” Lula de ser o “culpado” por trazer para o Brasil a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e por Dilma Rousseff e Fernando Haddad terem sido eleitos.
Além de terem passado 41 minutos e 30 segundos falando exclusivamente mal de Lula, Dilma e PT, o apresentador e sua convidada também agiram como porta-vozes do que chamaram de “o movimento”, referindo-se à onda de protestos que eclodiu pelo país no mês de junho.
A dupla atribuiu esse movimento a uma revolta contra o “petismo”, que “ninguém aguenta mais”.
E não faltaram, claro, os elogios à “beleza” de um “movimento” que teve como subproduto 15 mortes, centenas de feridos, prejuízos bilionários ao patrimônio privado e público, desmoralização da imagem do país diante do mundo e problemas econômicos que ainda serão conhecidos.
Na maior parte do tempo, Jô e Cantanhêde referiam-se a Lula, Dilma e PT como “eles”, enquanto se dirigiam a uma plateia selecionada com o óbvio intuito de vibrar com os ataques, batendo palmas, assoviando e gargalhando.
Não houve o menor traço de jornalismo, no programa. O tom de voz afetado da dupla, as ironias, o foco exclusivo em políticos petistas, ignorava que governos estaduais e municipais ocupados por partidos de oposição ao governo federal também foram alvos de protestos.
Jô e Cantanhêde vibraram especialmente com as agressões que militantes do PT sofreram por todo país ao tentarem participar dos protestos. Contudo, não falaram em agressões. Disseram, apenas, que o PT tentou “infiltrar” membros e os “infiltrados” foram convidados a se retirar.
A isso, seguiu-se uma longa demonização de partidos políticos, apresentados como ilegítimos em manifestações populares, apesar de serem a mais legítima expressão da vontade popular.
Em determinado momento, Cantanhêde opinou que “os políticos” correm o risco de ser “tirados de lá”, ou seja, de serem depostos “pelas ruas”. Como os alvos dos ataques foram todos petistas, a impressão que ficou é a de que o risco vale só para eles.
Não poderia faltar, também, pouco caso ao povo. Sobre o plebiscito pela reforma política, Cantanhêde disse que “a Maria” – referindo-se claramente a uma empregada doméstica – não teria condições de entender a consulta ao povo por “não ter estudado para isso”.
O uso escancarado de grandes redes de televisão com fins político-partidários, a fim de atacar um grupo político específico, explica a situação política do governo Dilma e do partido do governo, o PT.
O ódio da classe social que mandou seus filhos à rua em junho nasceu do uso reiterado das televisões com finalidade de destruir aquele grupo político e seus expoentes, com a ajuda inestimável do imobilismo das autoridades diante do que é nitidamente ilegal, pois televisão não pode ser usada com esse fim fora do horário eleitoral do TSE.
Nenhum programa semestral de partido político adversário do governo federal foi mais agressivo a ele e ao seu partido do que têm sido programas como esse do Jô Soares. Esse uso ilegal de concessão pública, esse abuso de poder econômico desequilibra a disputa política.
No mínimo, o Partido dos Trabalhadores e o governo Dilma Rousseff deveriam representar contra a Globo na Justiça Eleitoral. Caberia, inclusive, uma declaração forte da presidente. Acontecerá? Nunca.
Eis por que vai ficando cada vez mais difícil a reeleição da presidente da República. Ela e seu partido se renderam. Continuam acreditando que após o fatídico mês de junho podem continuar impassíveis diante de ilegalidades como essa sem serem atingidos.
O grande erro do PT e de Dilma tem sido o de acreditarem que podem vencer um jogo de cartas marcadas. O outro jogador está cheio de ases na manga e o jogador prejudicado não reclama.
Para onde se olha, não há entendimento do país que emergiu do último mês de junho. O Brasil está à deriva, sem liderança política. E esse vácuo vai sendo ocupado por empresas de comunicação como a Globo. O Brasil está voltando ao passado.
Enquanto o barco afunda, a orquestra continua tocando. Alheia ao naufrágio iminente.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

“Meninas” do Jô revelam a tática da mídia para distorcer a CPI




Se alguém ainda tinha dúvida de que a mídia não queria investigação do Congresso sobre as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o PSDB e o DEM de Goiás e de que, sendo a investigação inevitável, trataria de distorcê-la, após assistir ao programa do Jô Soares que o blog graciosamente reproduz abaixo, terá tal dúvida sepultada.
Mais do que isso, por intragável que seja enfrentar aquela quase uma hora de mau-caratismo, há que prestar atenção no programa porque deixa ver, de cima a baixo, a forma como a mídia cobrirá as investigações da CPMI.
Apesar das aparências de socialites fúteis e desocupadas que têm as “meninas” demo-tucanas desse apresentador-humorista-escritor que se notabilizou pelo seu partidarismo político e pelo uso escandaloso de uma concessão pública de televisão com fins político-partidários, tratam-se de jornalistas tarimbadas que já passaram pelas mais importantes redações do país.
No programa de quarta-feira, 18 de abril de 2012, estiveram, além do próprio Jô Soares, Ana Maria Tahan, Cristiana Lobo, Cristina Serra e Lillian Witte Fibe. Lucia Hippolito, que integrava a formação original do quadro político, segundo o apresentador ela não participou do programa por “Estar na França”.
Jô começa o “debate” ironizando declaração da Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em recente cerimônia no Itamaraty na qual elogiou a administração da presidente Dilma Rousseff por haver estabelecido um “novo padrão” de combate à corrupção.
Contradizendo a norte-americana, o apresentador passa a bola para Cristiana Lobo perguntando se o governo daquela que Hillary elogiou estaria “atrasando a CPI”, apesar de esta ter sido criada em tempo considerado recorde.
A resposta de Cristiana Lobo começa com ela dizendo que “A notícia do dia” 18 de abril teria sido a de que o governo quereria “controlar a CPI”, o que combina muito pouco com a declaração da secretária de Estado dos EUA que elogiou a transparência desse mesmo governo.
Em seguida, a jornalista faz uma afirmação que mostra como a mídia não hesitará em criar as teses mais absurdas para tentar induzir a sociedade a julgar que os autores da investigação é que serão os réus: diz que “O PMDB quer investigar mais o PT, o PT queria mais investigar o PSDB, o Marconi Perillo, o PSDB quer dizer eu não tenho nada com isso, eu apoio a CPI”.
Apesar de o PMDB ser aliado do PT, tendo a vice-presidência da República, segundo essa “analista” quer investigar mais o aliado do que os opositores do PSDB, do DEM, do PPS e do PSOL. Para um público que nada entende de política e que não sabe quem é aliado de quem, provavelmente ignorando até o nome do vice-presidente da República, os malvados que querem investigar os adversários por razões políticas são PMDB e PT, enquanto que o PSDB “não tem nada com isso”.
Não poderia faltar, na boca de alguém como Cristiana, a boa e velha teoria de que “Pro governo nunca é bom uma CPI porque o PMDB vai lá e cobra mais caro”, ou seja, governo e partido que o sustenta tornam-se duas pontas de uma relação espúria de compra e venda de benesses.
Nada que ver, de novo, com a transparência do governo constatada por Hillary. Não foi à toa que o apresentador não perdeu a deixa e pediu esclarecimento da teoria de que o aliado do governo iria lhe “cobrar mais caro”, ao que é informado de que a CPI terá poder para convocar ministros e, para não vê-los convocados, a presidente subornaria o aliado.
Ao fim, Cristiana reconheceu que o governo “não tem muito o que temer, até agora”, mas asseverou que “tem muito cargo, tem muita obra”, mas como a investigação teria começado como uma CPI do Cachoeira e mudado de foco, agora quem deveria se preocupar seriam o governo, o PT e seus aliados.
Agora a inquirida pelo apresentador é Cristina Serra (que não tem relação alguma de parentesco com o ex-governador paulista, por mais tentadora que seja a ilação). A ela, coube discorrer, no âmbito de uma discussão sobre a CPI do Cachoeira, sobre como, antigamente, “Bastava dizer ele é do PT” para o contemplado receber um “aval de integridade” e sobre como “hoje em dia não é mais assim”.
Eis que, evidentemente treinada, Serra (perdão, não resisti) atribuiu a desmoralização do PT ao… Mensalão. O partido é citado como tendo sido descoberto como “mais tolerante ou menos tolerante com a corrupção” de acordo com suas correntes internas, ou seja, mais ou menos “tolerante”, o partido toleraria a corrupção em várias intensidades.
O que havia de intolerante com a corrupção no PT, segundo Serra (Cristina fez por merecer), saiu e formou o PSOL. Os que ficaram, seriam todos tolerantes. Não é à toa que vemos tantos psolistas dizendo, nas redes sociais, que a mídia não é tão má assim, chegando a fazer dobradinhas com um poder reacionário como o da Globo, autora intelectual da ditadura militar.
De resto, Cristina Serra reduziu o objetivo da CPMI a mero “acerto de contas”, a mera “vingança” de um adversário contra o outro. O programa tentou induzir o público à crença de que não existiriam motivos outros para a investigação. A intenção, claríssima, é a de desestimular as pessoas a acompanhar o processo, ficando apenas com as manchetes que já se pode prever que passarão mensagens de fácil assimilação pelo público idiotizado.
À ex-comentarista de economia Lillian Witte Fibe coube a pergunta sobre como a investigação prejudicará a economia, já para que o telespectador considere que irá prejudicá-lo pessoalmente. Brota a onomatopeia de um sorriso irônico que poderia ter encerrado o assunto e induzido à crença de que a CPMI será economicamente ruim para o país.
Socorro!
Mas a explicação verbalizada é ainda pior. A CPI, segundo alguém que de boba não tem nada, seria responsável pela “roubalheira do dinheiro público”. Ou seja: a CPI não é para combater a roubalheira, mas para gerá-la. Acredite quem quiser.
Em seguida, uma platitude apresentada como grande proposta: abolir o uso da expressão “desvio de dinheiro público”, substituindo “desvio” por “roubo”.  Sobrevêm os aplausos dos fantoches da platéia, do apresentador e de suas “meninas” diante de uma Lillian satisfeita com a própria frase de efeito.
Finalmente, Lula entra na dança – estava demorando. É acusado de ter incentivado a CPI do Cachoeira sem Dilma saber, aproveitando a ida dela aos Estados Unidos. O ex-presidente teria feito reuniões com ministros e secretários de Dilma sem ela saber e eles não a avisaram por achar que “não seria necessário”.
A presidente é apresentada como uma governante fraca que se deixa atropelar pelo antecessor, que dá ordens aos seus ministros. Dilma teria se “rendido” a uma mera estratégia de Lula e de José Dirceu para “desviar atenções do julgamento do mensalão”. Lillian diz que os dois teriam sido “ingênuos” ao acreditarem que poderiam fazê-lo.
Foi a deixa para Ana Maria Tahan começar a tagarelar sobre o mensalão, ou seja, a discussão sobre a CPI roda, roda e volta sempre para o tema “corrupção no PT”. Até aqui, nem sombra daquilo em que consiste o foco principal de uma investigação chamada de CPI do Cachoeira e que era o assunto em pauta.
Ana Maria começa repisando a notícia amplamente divulgada de que o STF não irá interromper o julgamento nem que coexista com o processo eleitoral deste ano. Jô a interrompe com a proibição legal para que jornalistas opinem sobre política durante o processo eleitoral, deixando o espectador sem entender o que tem o mensalão que ver com isso.
O assunto volta para Cachoeira, para a ligação entre a CPMI e o mensalão, remetendo ao episódio Waldomiro Diniz, desencadeado pelo bicheiro goiano. Os debatedores atropelam um ao outro, falando todos ao mesmo tempo, sedentos de continuarem mantendo o foco nos adversários políticos da família Marinho.
Ana Maria volta a falar. Sua tese é a de que, apesar de o governo ter maioria na CPI, não poderá impedir que seu foco seja contrário ao governo, do que se pode depreender que a estratégia será a de a oposição apresentar denúncias e a imprensa repercuti-las maciçamente e, assim, pautar a investigação.
Por 64 segundos, quando o programa já se aproximava da primeira meia hora, Cristiana Lobo interrompe os colegas de bancada e toca no nome de Demóstenes Torres, porém sem falar em oposição, DEM ou PSDB, sendo imediatamente cortada por Jô, que põe na roda o promissor tema “Dadá”, ou seja, o sargento Idalberto Matias de Araújo, preso na Operação Monte Carlo.
O foco volta a Demóstenes por mais 45 segundos, com o programa já se aproximando de 40 minutos. É apresentado trecho de entrevista do senador goiano em que pregava moralidade na política. Apresentador e convidadas fazem algumas gracinhas sem citar o DEM uma só vez e matam o assunto.
Assunto envolvendo a oposição, porém sem mencioná-la, até agora soma 119 segundos, quase dois minutos inteiros, contra cerca de 2.400 segundos de malhação do PT, do governo Dilma e de seus aliados.
Entra o intervalo. Quando o programa retorna, o assunto proposto pelo apresentador é uma “Comissão de Ética” que ao público não diz nada. Em vez de dizer para que servirá, no âmbito do assunto Cachoeira, constitui-se em mera desculpa para continuarem malhando o mesmo lado.
O apresentador e convidadas ironizam nomes dos integrantes da Comissão que julgará Demóstenes, tais como Renan Calheiros e Romero Jucá, insinuando que são corruptos e que, portanto, seria um contrassenso integrarem aquela Comissão.
Mais algumas gracinhas e Jô continua malhando o governo, agora dizendo que não entende que sejam nomeados ministros que não entendem do assunto da pasta que dirigem. O governo já está exangue de tanto apanhar e continua apanhando.
Cristiana Lobo ajuda a bater falando que a CPI enfraquecerá o governo. De novo.
Ana Maria Tahan se apressa em dar a sua contribuição para malhar o governo como se o assunto estivesse começando agora. Passa a discorrer sobre as alianças do governo dizendo que deveriam ser feitas em torno de um projeto, mas se dão através da distribuição de cargos. A CPI do Cachoeira, até agora, apesar de ser o tema do programa praticamente não foi abordada.
Mais gracinhas e o assunto, agora, muda do governo para o governo. Jô insere o caso das lanchas envolvendo a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o ministério da Pesca. Mais uma vez as “meninas” se esbaldam com a pergunta do apresentador sobre “Em que águas navegam” as embarcações. E cabe a Cristiana Lobo resumir o caso: “falcatrua”.
E o governo continua apanhando.
Lillian Witte Fibe rompe a carapaça de silêncio na qual fora encerrada pela verborragia do apresentador, de Ana Maria Tahan e de Cristiana Lobo para decretar que “O que vai ferver, agora, é uma tal de construtora Delta”.
Enquanto as “meninas” falam uma em cima da outra, sobressai intervenção de Serra (a Cristina, não o José):
– Essa CPI que ia nascer pra investigar Demóstenes e Cachoeira, na verdade o foco, agora, é Delta (…)
Aí se produz talvez a cena mais nonsense que já vi:
Lillian Witte Fibe — Eu não quero prejulgar ninguém, mas eu tô assustada com o que eu tô vendo…
Jô Soares – Antes de mais nada muito bem, porque a gente tem o hábito de prejulgar antes até do julgamento…
Lillian – Eu resisto demais a isso… Mesmo os réus do mensalão. São 38 réus. Gente, se tiver um inocente, ali, foi destruída a vida desse cara. Não sei se tem, mas eu não falo, antes, que ele… O condenado é bandido antes de ser condenado. Agora, eu tô assustada com o que eu tô lendo sobre a Delta. Eu tô assustada…
Jô – Mas, ó, parabéns pela postura de não condenar antes do fato acontecer (…)
A platéia aplaude, entusiasmada com a alegada repulsa da jornalista a julgamentos precipitados… A expressão da jornalista, diante da afirmação do apresentador de que ela não “condena antes”, merece ser vista (abaixo).
Cristiana Lobo “muda” de assunto. Agora é Lula. Diz que por ele estar com José Sarney no hospital paulistano Sírio Libanês, é lá que fica, agora, o “principal escritório político do Brasil”. De novo, a tese do “bumerangue”. Elas diz que quando o ex-presidente “estimulou a CPI, não tinha a Delta, ainda”. E que, agora, eles estão lá “pedindo moderação, sobriedade”.
Detalhe: não se sabe de onde saiu isso, mas foi dito como fato inquestionável.
A partir daí, até o fim do bloco o tribunal de exceção passa a debochar da aparência física dos desafetos políticos do patrão. Nada que valha a pena reproduzir. Só vale registrar que essa besteira durou umas dez vezes mais do que os 119 segundos gastos, até então, para citar Demóstenes Torres sem citar suas vinculações políticas.
Depois dessa chega. O resto do programa perdeu o foco e foi gasto com masturbação ideológica sobre política internacional e suas relações com a que é feita no Brasil e as platitudes de sempre sobre combate a corrupção. Ainda ressuscitaram o mensalão mais algumas vezes, mais algumas ironias sobre o governo e ficou nisso.
O uso político do programa contra PT, governo Dilma e aliados e acobertando a oposição, é claro. De acordo com a legislação brasileira, foi um uso ilegal como tantos outros que são feitos diuturnamente sobretudo pela Globo em concessões públicas de rádio e tevê. Constitui-se em uma espécie de demonstração de força: “Usamos mesmo a concessão em nosso favor e vocês não poderão fazer nada”.
Os que se beneficiam disso, hoje, ficam sorrindo de orelha a orelha. Esquecem-se de que muitos dos que já foram favorecidos pela manipulação midiática e pela usurpação de espaços públicos de comunicação por grupos privados, atualmente são alvo dessa manipulação. Desconhecem que só quem ganha sempre com isso são os concessionários de meios eletrônicos.
De qualquer forma, a postagem consegue antecipar o que irá prevalecer na mídia durante a CPMI que terá início na semana que vem. A menos, é claro, que os “ingênuos” Lula, José Dirceu, Dilma, PT e aliados saibam de alguma coisa que as meninas do Jô, o próprio, os patrões deles e os políticos seus amigos não sabem…



Abaixo, a íntegra do programa dividido em quatro vídeos





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Li o artigo do Edu , mas sinceramente , não tenho estômago para ver a cara dessa gente. É preciso conhecer para poder combater o bom combate. O qual é , na minha opinião , a verdade factual.
Essa gente parece saída de algum filme em que seus personagens vivem em um mundo à parte , vivendo uma realidade que de tão ficcional, passam a crer totamente nela.
Mas para quem tiver serenidade. Aí está em cima. Eu não aguento mais essa extrema direita golpista.


" Repetir tantas vezes forem necessárias uma mentira até que ela se torne uma verdade."  
 Goebels
Oapedeuta.









segunda-feira, 19 de março de 2012

Globo aciona “as meninas do Jô”


Por Altamiro Borges


Na quarta-feira passada (14), as “meninas do Jô” foram novamente acionadas pela TV Globo. Após um longo tempo de sumiço, Lucia Hippolito, Cristiana Lobo, Lilian Witte Fibe e Ana Maria Tahan voltaram ao programa comandado por Jô Soares. O retorno, em pleno ano de eleições municipais (coincidência?), deve causar preocupação. Afinal, o quarteto é conhecido por suas posições políticas direitistas.

As “meninas do Jô” não têm nada de inocente e neutro. Elas se projetaram no conturbado período do chamado “escândalo do mensalão do PT”, com a sua ácida oposição ao governo Lula. Tornaram-se um símbolo da partidarização da TV Globo, que apostou todas suas fichas no sangramento do ex-presidente da República – beirando inclusive a proposta do impeachment de Lula.
Gafe preconceituosa de Jô Soares

Na reestreia, as “meninas do Jô” evitaram comentários mais polêmicos e corrosivos. Elas trataram de temas gerais, sem a famosa verve oposicionista. O deslize coube ao próprio Jô Soares, que esbanjou preconceito contra os moradores das comunidades do Rio de Janeiro. Mesmo assim, é bom ficar esperto. Será que as “meninas do Jô” irão agora praticar um jornalismo mais isento?

Será que elas vão fazer algum comentário mais crítico sobre as ligações do mafioso Carlinhos Cachoeira com o líder dos demos Demóstenes Torres? Será que vão abordar as denúncias contidas no livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro? Será que irão destilar seu veneno contra os candidatos do PSDB e do DEM às principais prefeituras do Brasil?

“Haja bolinha de papel”

O próprio Jô Soares deu uma dica sobre qual será o papel das “calunistas” da TV Globo. Informou que “as meninas” voltarão uma vez por mês, pelo menos, “para comentar os fatos como, por exemplo, o mensalão que vai ser julgado agora”. Como já alertou o blog “Os amigos do presidente Lula”, é bom ficar atento às novas manipulações da poderosa emissora.

“Num ano eleitoral, a Rede Golpe escala toda sua programação para sua pauta única de sempre: campanha eleitoral negativa anti-Lula, anti-Dilma, anti-trabalhadores. Se preparem, porque haja bolinha de papel”.

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