Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Filme (mudo) de horror. Vão censurar?

O João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, deveria cobrar um chope do marqueteiro do PT, João Santana.
É que ele deixou pronto o roteiro de imagens – não é preciso palavras – para um “comercial” do PT que eu gostaria de ver a Ministra Laurita Vaz, do TSE, censurar.
É uma “recortagem” fotográfica da mídia.
Um filme de terror.
Para proibir este, só se o PSDB apelar para a censura etária, exigindo que só seja passado de madrugada, sem as crianças na sala.
Porque, de fato, é imoral.
Esse, sim, deveria exigir o carimbo de “avisado” que tanta polêmica causou.
Carimbado no título eleitoral…




PRIVATARIA










QUALIDADE DE VIDA







ESCÂNDALOS



FMI




ECONOMIA






domingo, 25 de maio de 2014

NUNCA MAIS !



O leitor que entrou na loja para protestar contra a síndrome do viralata



Postei agora há pouco este link que resume a sensação de um bom observador de que há uma ação generalizada para menosprezar nossa cultura, nossa democracia e o Brasil. Pode ser ação política dos americanizados de sempre. Pode ser qualquer coisa.
Muitos acreditam que tudo isso se trata sempre de teoria da conspiração. Pode ser. Pode ser coincidência, pode ser senso comum. Mas me desagrada. Ontem à noite, fui ao Rio Sul e vi a vitrine abaixo, da loja Ellus do térreo. Fiquei muito puto da vida. Fotografei, entrei na loja e dei um esporro bem grande no gerente. Ele ficou com uma cara de bunda gigantesca. Eu queria que mais brasileiros tivessem atitude e patriotismo para brigar contra uma coisa dessa.
Como é que o cara tá lucrando no Brasil, vendendo camisas de malha a mais de cem reais e chama, na vitrine, meu país de atrasado? Qualé Nelson Alvarenga? Além de ser uma ofensa a todos os passantes brasileiros, trata-se de uma propaganda negativa do país num momento em que ruas e shoppings estarão lotados de turistas. Ou seja, é burrice, estupidez pura.
Qualé a sua, Adriana Bozon?

Vai ofender a pqp, Ellus.

PS do Viomundo:  O sonho da Ellus é morar em Miami.

Leia também:

Comentário opedeuta :  Ao lado a cara de babaca do Mickey que bem caracteriza os babacas que lhe dão atenção 

A oposição só acredita em desemprego




Aécio Neves não se fez de rogado: a saúde da economia depende de medidas impopulares, entre elas, claro, o aumento do desemprego.

Arquivo


















Ciclos de recessão e desemprego fazem parte da dieta normal da tristeza capitalista. Isso é história econômica banal. Mas nada triviais são os esforços para evitar, superar e em último caso amenizar as seqüelas que, como já diagnosticara Alexis de Tocquevile, constituem o outro lado da moeda da expansão do mercado.
 
Em favor da verdade, a necessidade de intervir nesses maléficos processos não foi desde logo reconhecida nem muito menos, mesmo depois de registrada em cartório, aceita como necessária. Para os que, julgando-se Isaac Newton, acreditavam que as leis dos mercados capitalistas copiavam as leis da física clássica, toda intervenção seria inútil, tentativa de emendar a lei da gravidade universal. Pior, seria desastrosa, desajustando as leis da oferta e demanda. Foram precisos muito desemprego e muitas recessões até que surgissem concepções não mecânicas do mundo humano. 

No Brasil criou-se o seguro-desemprego em 1986, embora já previsto na Constituição de 1946. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), instituído em 1990, foi outro grande marco de defesa do trabalho diante da imprevisibilidade capitalista. Finalmente, durante as três administrações petistas estenderam-se amplamente as políticas pró-trabalho. Não é à toa que organismos internacionais proclamam a excelência do programa Bolsa-Família, entre outros, copiada em vários países.

Mas o seguro-desemprego e equivalentes só compensam relativamente a perda de renda quando o trabalhador já está desempregado. Com o fim da estabilidade no emprego, na década de 80 do século passado, estabeleceu-se um buraco legislativo que a criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não preencheu. Trata-se de desenhar medidas que evitem ao ciclo de expulsão do mercado de trabalho sem onerar excessivamente a folha de pagamentos das empresas. É neste sentido que os Ministérios da Fazenda e do Trabalho preparam medida provisória regulamentando a flexibilização da jornada laboral. Por ela, as empresas em comprovada dificuldade financeira cortariam temporariamente em até 30% o salário do trabalhador enquanto o governo ficaria responsável por complementar metade da parcela reduzida. Com a dificuldade financeira conjuntural do FAT (com fundos destinados a outras demandas do crescimento econômico e proteção aos trabalhadores), o governo inclina-se para financiar o programa com recursos do FGTS. Na proposta, o empregado beneficiado continuará a descontar para o Fundo de Garantia do Trabalhador. As centrais sindicais estão de acordo com a futura medida provisória. 

Sem nenhuma surpresa, já se ouvem vozes críticas ao financiamento do novo programa, disfarce da real oposição que, no fundo, é à própria medida. Não importa que programas semelhantes tenham sido implantados em um punhado de países, desenvolvidos ou não: Bélgica, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, México, Hungria e República Tcheka. O Brasil, para esses arautos, nunca estará pronto para nenhuma iniciativa contrária ao mito do automatismo mercadista. Se o FAT, conjunturalmente, apresenta débitos em suas contas, o excedente real do FGTS não deveria ser utilizado em seu lugar, tendo em vista possíveis despesas futuras de origem sabida ou não sabida. Ou seja, uma possibilidade, que a seu tempo será administrada, como tudo em qualquer governo, seria motivo para abortar um extraordinário benefício atual, considerando as mais do que previsíveis oscilações do mercado.

O terrorismo fiscal sempre fez parte do embornal conservador. De nada valem os fracassos de suas previsões. Mudam de argumento. Os conservadores brasileiros estão, todavia, exagerando. Além de substituírem as verdadeiras estatísticas nacionais pelos sensacionalismos da mídia estrangeira, apelam para um indicador único para avaliar o “sucesso” de um governo: a taxa de desemprego. Quanto maior, melhor o governo. Deles.  

O problema, como se sabe, não faz parte da estratosfera sustentável em que Marina Silva desfila. Eduardo Campos é omisso neste quesito, assim como em vários outros, embora fosse interessante saber como ele faria mais e melhor em matéria de emprego e de proteção ao trabalhador. Aécio Neves não se fez de rogado: a saúde da economia depende de medidas impopulares, entre elas, claro, o aumento do desemprego. Só desemprego estima a saúde de uma economia. Repetindo: para a oposição quanto maior o desemprego, melhor o governo. Cáspite!  


DILMA: OS FANTASMAS NÃO VOLTARÃO !


Dra Laurita, dá pra proibir voto ?
No Globo Overseas:


BRASÍLIA – Em tom raivoso (sic), a presidente(a – PHA) Dilma Rousseff fez neste sábado o mais duro ataque aos adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Na abertura do 17° Congresso da União da Juventude Socialista, do PCdoB, seu mais fiel aliado, a presidente(a – PHA)disse que é ela quem tem a agenda do futuro e, novamente usando o discurso do medo (sic) usado pelo PT na propaganda oficial do partido, disse que não permitirá que o país volte ao passado e fique de joelhos. Disse que seus adversários vão tomar medidas impopulares e os chamou de “espectros fantasmagóricos”.

— Eu não fui eleita para desempregar o trabalhador, a trabalhadora, não fui eleita para colocar o país de novo de joelhos, não fui eleita para acabar com a política industrial do país, não fui eleita para privatizar empresas públicas e eu não fui eleita para varrer a corrupção para baixo do tapete ou engavetar como era a prática anterior — discursou Dilma em clima de campanha aberta
 (sic).

Diante de uma plateia barulhenta 
(sic), que passeou com um estandarte com sua foto de mão em mão, Dilma disse que tem lado, e que seu lado é o dos que mais precisam, dos que mais sofrem, o lado dos excluídos, é o lado dos jovens, dos negros, das mulheres, de todas as opções sexuais, o lado do Brasil, o lado do povo brasileiro.

— Quem tem lado sabe que é preciso estar atento, é preciso estar ao mesmo tempo com um olho no futuro e outro no passado. Este olho no passado é para evitar que outros incertos, espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiros, que voltam com que eles já chamam abertamente de medidas de impopulares e que significam arrocho salarial, desemprego e recessão e se traduzem sempre na redução de direitos que o povo e a Nação conquistaram com muito esforço.

(…)



Clique aqui para ver na TV Afiada: “O comercial do PT que enlouquece o PiG!”.

Aqui para ler “Comercial do PT doeu porque é verdadeiro”.

Aqui para ver sugestão de amigo navegante “Vamos deixar os fantasmas pra trás”.

Aqui para ver na TV Afiada: “Tem saudade dos fantasmas do PSDB ?”.

aqui para ler “Dra Cureau voltou: TSE suspende vídeo do PT !”.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

TV: DILMA TEM O TRIPLO DO TEMPO DO ARROCHO Serão 46 dias de produtos como aquele que ensandeceu a Direita


Saiu no PiG (*) cheiroso, o Valor, que a Dilma não lê e nem vê :

http://www.valor.com.br/politica/3557580/dilma-deve-ter-o-triplo-do-tempo-de-aecio


Com a adesão anunciada ontem do PTB, que apoiou os tucanos em 2010, o programa de Dilma Rousseff poderá ultrapassar 15 minutos e ocupar cerca de 60% dos 25 minutos de horário eleitoral.

A tendência é que Dilma tenha quase o triplo de espaço de propaganda em relação ao principal concorrente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Na última eleição, o programa da petista era 50% maior que o do então candidato do PSDB, José Serra, que contava com seis legendas em sua coligação.



A presidente, por enquanto, também conta com uma provável aliança de nove ou dez partidos, que são, porém, bem mais robustos. Cinco das seis maiores legendas na Câmara dos Deputados – cujas bancadas são critério para a distribuição da propaganda – devem integrar a chapa à reeleição.

Com isso, a propaganda eleitoral de Dilma poderá crescer até 50% em relação ao tempo que utilizou em 2010, 10min38.

Dilma terá 14′; Arrocho, 4′45”; e Dudu, 1′40”.
Portanto, cabe ao PiG destruir a Dilma até agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito.
Na verdade, tem menos tempo do que isso.
Porque a Copa começa 12 de junho e termina em 13 de julho.
Mesmo que o Paulo Coelho consiga, com sua incandescente literatura,promover uma explosão social, com a polícia tucana de São Paulo no apoio, mesmo assim, Dilma terá o triplo de tempo de tevê do Arrocho, de 19 de agosto a 3 de outubro.
Serão 46 dias de produtos como aquele que ensandeceu a Direita.
E ensandeceu, porque era verdadeiro.
E, por isso, o TSE mandou tirar do ar.
Porque é eficaz em demasia.
Daí, esse desespero da Big House e seus suaves Rottweilers do PiG (*).
Depois, em 2018, e se esse tal de Lula resolve voltar ?
A Globo já estará fechada há muito tempo.
Porque, como se sabe, a Globo vai morrer gorda: na liderançaClique aqui para ler “É Dilma vs Globo Overseas”.
E, depois que passar o encaixe publicitário da Copa, vai ser um Deus nos acuda no departamento do “Capital Humano” – porque o jn desabou 12% só este ano.


Clique aqui para ler “Wanderley: o Governo Dilma está sitiado”

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sábado, 17 de maio de 2014

Repórteres da grande mídia combinam pauta contra Lula

Não é fácil cobrir política no Brasil, segundo repórter de um dos grandes veículos de mídia que cobriram a palestra que o ex-presidente Lula deu a centenas de blogueiros na última sexta-feira. Informações que tal repórter me deu sem saber com quem falava serão úteis para a compreensão da manchete sobre o evento que ganhou as capas dos grandes jornais de sábado (17/05).
A grande imprensa compareceu em peso ao hotel Braston, no centro velho de São Paulo, onde está acontecendo o 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais. Havia repórteres de vários grandes meios de comunicação – O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, G1, UOL, Terra, IG… Só não foi visto repórter da Veja.
O corredor que dá acesso ao salão de convenções na sobreloja do hotel estava intransitável. Por ali, misturavam-se os participantes do evento e a imprensa. Esta, porém, tinha uma porta de acesso exclusiva ao salão, que desembocava em um cercadinho feito para os repórteres.
Salvo um ou dois incidentes entre blogueiros menos pacientes com as manipulações midiáticas e repórteres, a imprensa foi bem recebida. Porém, esses “operários da notícia” estavam tensos e este blogueiro descobriu que não era por medo do público que ali estava, mas devido à pressão que um desses “operários” – que, por razões óbvias, não será identificado – insinuaria que todo repórter de política sofre quando tem que cobrir Lula.
Para extrair sinceridade de um dos membros da imprensa que ali estavam, a solução foi este que escreve dissimular a razão de sua presença no local fingindo que participava de outro evento no salão de convenções contíguo àquele em que Lula palestraria. Travou-se, então, o seguinte diálogo com um dos repórteres:
Blogueiro — O que está acontecendo aí?
Repórter – O Lula vem falar.
Blogueiro – Quem é toda essa gente?
Repórter – São blogueiros aliados do PT; Lula vem falar pra eles.
Blogueiro – Lula é sempre notícia, né?
Repórter – Notícia cabeluda. Dá um trabalho danado.
Blogueiro – Por quê?
Repórter – A gente tem que achar a “pauta certa”…
(…)
Infira você, leitor, qual é a “pauta certa”.
A palestra em questão foi excelente. Lula estava inspirado, como sempre. Enquanto encantava a plateia com suas tiradas engraçadas, fiquei pensando o que a imprensa poderia encontrar para comprometê-lo. A presença maciça de repórteres em mais um encontro do ex-presidente com blogueiros certamente se destinava a encontrar algo que pudesse servir para a mídia tentar desgastá-lo publicamente.
Ao fim da fala de Lula, achei que ele não oferecera matéria-prima para que os robôs teleguiados pela grande mídia pudessem usar. E não havia mesmo. Por isso, foi preciso inventar.
Após Lula falar, participantes do Encontro de Blogueiros relataram uma cena inusitada presenciada por vários deles: repórteres de vários veículos distintos reuniram-se para discutir que pauta comum todos entregariam às suas respectivas redações.
Um repórter sugeria distorcer, omitir ou destacar este ponto, outro contestava aquela ideia e dava outra. Alguns dos blogueiros que presenciaram a cena aproximaram-se do grupo de repórteres inquirindo-os sobre se era comum fazerem aquilo, reunirem-se e combinarem o que iriam divulgar sobre o que haviam presenciado.
A interpelação dispersou os repórteres, que foram se reunir em outra parte. O resultado dessa reunião, porém, começou a ser visto no mesmo dia nos portais G1, UOL etc., e ganhou maior repercussão nos jornais de sábado (17). Abaixo, uma das manchetes principais de primeira página que decorreram de uma distorção criminosa da fala do ex-presidente.
Chega a ser inacreditável que a mídia tenha pinçado e distorcido uma frase de Lula dessa forma. O ex-presidente disse o seguinte:
Nós nunca reclamamos de ir a pé (ao estádio). Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. A gente está preocupado? Ah não, porque agora tem que ter metrô até dentro do estádio. Que babaquice que é essa?
O que Lula disse foi que, no Brasil, nunca ninguém pediu que estações de metrô fossem construídas dentro de estádios de futebol e que agora estavam cobrando alguma coisa que nunca foi pedida no Brasil. E emendou dizendo que brasileiro, para ver futebol, não mede esforços.
As palavras do ex-presidente, da forma como foram expostas, dão a entender que ele acha que o povo não merece ter estação de metrô dentro de estádio de futebol, o que seria não só uma “babaquice”, mas um desperdício de recursos públicos, pois o povo não vai a estádios todo dia, mas usa metrô todo dia e por certo os locais para construir estações devem ser mais adequados.
Pode-se construir estação de metrô em um hospital, em shoppings e em terminais rodoviários ou de trens porque são locais de grande afluxo diário de pessoas, mas não faz sentido construir dentro de um estádio de futebol. Durante a Copa até seria útil, mas e depois?
O que fica desse episódio é a confirmação de um procedimento da velha mídia que todo mundo conhece, mas que nem todos devem se lembrar. Em 2006, por exemplo, quando foi apreendido o dinheiro dos “aloprados”, aconteceu a mesma coisa – repórteres e policiais armaram um cenário com o dinheiro apreendido que fez seu volume físico parecer maior.
Infelizmente, mais uma vez se confirma que a luta para agradar as chefias leva jovens repórteres a praticar toda sorte de trapaças com a notícia. E que esta é “tratada” para dizer aquilo que os patrões desses jovens querem que seja dito, obviamente em prejuízo do direito do público a receber fatos em vez de versões e interpretações subjetivas como essa de que trata o post.
*
Palestra no 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais

Lula, Alexandre Padilha e Fernando Haddad com blogueiros em Sã Paulo (16/05/2014)

Foi um grande prazer palestrar ao lado dos blogueiros Iroel Sánchez, de Cuba, e de Osvaldo León, do Equador. Abaixo, resumo da palestra “A mídia na América Latina”, que proferi na sexta-feira para centenas de blogueiros e ativistas digitais no hotel Braston, em São Paulo.

“Boa tarde, blogueiros e ativistas digitais.
Quiero saludar a los compañeros de Cuba, Iroel Sánchez, y de Ecuador, Osvaldo León. Es muy placentero tenerlos en nuestro país y saber de sus experiencias y de la realidad sobre los medios de otras partes de nuestra Latino América.
Cabe-me a missão de compor o lado brasileiro desta mesa amparado pelas viagens de negócios que faço pela América Latina há cerca de duas décadas e relatar o que vi em relação à mídia da região.
Seja nos periódicos argentinos Clarín ou La Nación, seja nos bolivianos El Deber ou El Mundo, seja nos chilenos El Mercúrio ou La Tercera, seja nos brasileiros Folha de São Paulo ou Globo, seja nos equatorianos Últimas Notícias ou El Comercio, seja nos venezuelanos El Universal ou El Nacional, seja nas grandes redes de TV, enfim, em qualquer braço dos grandes impérios de mídia que há muito dominaram a comunicação nesta parte do mundo o que se vê é sempre a mesma coisa.
Da Argentina ao Brasil, passando por Uruguai e Paraguai, os grupos de mídia (quase sempre dominados por uma família) ajudaram a implantar ditaduras ferozes que cometeram toda sorte de crimes que se possa imaginar. Mas não é só.
A mídia latino-americana, sob o guarda-chuva da infame Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), atua em conjunto, como em uma sinfonia, para defender a desigualdade social que mantém quase meio bilhão de pessoas vivendo em sociedades que priorizam os interesses de poucos em prejuízo da grande maioria.
Um exemplo dessa sinfonia macabra que reúne a mídia latino-americana sob um mesmo guarda-chuva antidemocrático foi visto em 2007. Naquele ano, uma manifestação reuniu 40 lideranças dos movimentos sociais em São Paulo para protestar contra a presença em nosso país do dono da RCTV venezuelana, Marcel Granier.
O magnata dono do veículo que mais atuou no golpe de Estado tentado pela direita na Venezuela em 2002 foi convidado pelos donos da mídia brasileira. Granier palestrou no Hotel Meliá Mofarrej em um “ato em defesa da liberdade de imprensa”, organizado por diversas entidades dos magnatas da comunicação. Impedidos “democraticamente” de entrar no recinto, os manifestantes protestaram no hall e em frente ao hotel.
Pior do que isso é olhar, por exemplo, para um império de mídia como o Grupo de Diários América, dono de outros jornais de países sul-americanos como El Nacional, da Venezuela, El Tiempo, da Colômbia, El Mercúrio, do Chile, e La Nación, da Argentina.
É uma afronta à democracia desses países que um mesmo grupo estrangeiro controle veículos de comunicação em vários países simultaneamente.
Em certo aspecto, aliás, o que posso testemunhar do que vi ao longo de dezenas de viagens a Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Uruguai e Venezuela é que nesses países a mídia ainda é pior, mais desonesta, mais antidemocrática do que a que temos hoje no Brasil, talvez por em vários desses países estar encontrando resistência maior do que a que encontra em nosso país.
Nesse aspecto, sobressai a Venezuela. Se, no Brasil, achamos que a mídia é ruim, antidemocrática, capaz de toda sorte de manipulações, os grupos de mídia venezuelanos são controlados por criminosos. Ainda são. Bandidos que com suas ações nefastas causaram incontáveis mortes estimulando manifestações que sabiam no que terminariam.
Há muito material disponível na internet sobre as atrocidades da mídia Venezuelana e não só em 2002, quando se viu mais um golpe de Estado midiático na América Latina. Com a diferença de que foi no século XXI. Mas, para encerrar minha participação neste debate, sugiro a quem não conhece que assista ao documentário Puente Llaguno.
Trata-se de uma ponte em Caracas em que ocorreu um massacre de cidadãos que tentavam impedir a tentativa de golpe de Estado de 2002 na Venezuela. Apesar de os manifestantes pró Hugo Chávez terem sido cercados e fuzilados naquela ponte por franco-atiradores, com ciência de veículos de comunicação como a RCTV, a mídia, enquanto o golpe se desenrolava, invertia os fatos.
A mídia latino-americana ainda é um Kraken, espécie de polvo gigante que ameaçava navios, segundo o folclore nórdico. Seus tentáculos espalham-se por toda região, controlados por uma só cabeça, uma cabeça ianque, com interesses ianques, com métodos ianques. Nosso papel, aqui, é cortar os tentáculos dessa monstruosidade.
Muito obrigado pela atenção”

sexta-feira, 16 de maio de 2014

"QUESTÃO DA REGULAÇÃO DA MÍDIA É IMPERIOSA", DIZ LULA

quinta-feira, 15 de maio de 2014

3 donos da Globo=R$ 64bi. 12 estádios=R$ 8bi. E tem gente achando que o problema é a Copa.


Fala sério, qual é o maior problema brasileiro? A Copa ou a enorme desigualdade social, onde uns tem demais às custas de outros que tem de menos?

A família Roberto Marinho, a mais rica do Brasil, dona da TV Globo, deixa no chinelo o magnata da mídia internacional Rupert Murdoch em termos de fortuna (R$ 64 bilhões X R$ 31 bilhões), segundo a revista Forbes.

Já uma faxineira na TV Globo ganha muito menos do que uma faxineira que trabalha nas empresas do Murdoch na Europa e nos Estados Unidos.

E o jornal "O Globo" ainda tem a cara de pau de fazer editoriais de oposição à política do governo Dilma de aumentar o salário mínimo.

Vamos comparar a fortuna dos donos da Globo com o valor dos estádios?

Os 3 irmãos magnatas tem R$ 64 bilhões. Dava para fazer 8 Copas do Mundo, considerando o valor dos 12 estádios da Copa, ainda financiados (é bom lembrar).

O Brasil ficou 64 anos sem Copa do Mundo (desde 1950), e qual foi o legado de não ter Copa? A família Marinho aparecer na Forbes com uma fortuna de R$ 64 bilhões é um deles.

A Copa deixará de legado, além de obras materiais, milhões de brasileiros mais prósperos, com os novos empregos gerados ao longo dos anos no setor do turismo, entretenimento, construção civil, indústria cultural, milhares de pequenos negócios ligados ao turismo, centenas de milhares de trabalhadores que estudaram para se qualificar em idiomas ou outras atividades profissionais através do Pronatec-Copa e outros cursos.

E a Copa deixará de legado os próprios estádios que são também atrações turísticas e espaços de lazer, alem do uso para jogos, shows e outros eventos, metrôs, corredores de ônibus, vias expressas e viadutos, redes de banda larga de altíssima velocidade nas cidades sedes que beneficiam toda a região por onde passam, moradias (milhares de famílias que moravam em favelas foram assentadas em moradias decentes por onde houveram obras, mas isso ninguém noticia), centros de controle com alta tecnologia de inteligência para segurança pública e para prevenção de catástrofes como enchentes, centenas de novos hotéis, ampliação dos aeroportos, centros de convenções, toda uma infra-estrutura para dinamizar o turismo de lazer e de negócios no Brasil.

Se cidadãos manifestantes de boa-fé abrirem o olho, o problema do Brasil não é e nunca foi a Copa. O problema é quem é muito rico no Brasil pagar muito mal os mais pobres que trabalham para eles, só para ficar mais rico ainda do que já é. É a concentração de renda e das riquezas nas mãos de poucos. São os muito ricos pagarem pouco imposto, isso quando pagam e não sonegam.

Em tempo: E não me venha dizer que a fortuna dos Marinho é só produto de trabalho e competência, porque não é. 

Houve um toma-lá-dá-cá com a ditadura incentivando a TV Globo crescer, inclusive com capital estrangeiro, mediante apoio político. 

Esse toma-lá-dá-cá continuou com os filhotes da ditadura, como o finado ex-ministro das comunicações ACM, com a Caixa Econômica Federal nos anos 80, em vez de financiar a casa própria de trabalhadores, financiou a construção do Projac. 

Depois continuou com o governo FHC-Aécio socorrendo os maus negócios da Globo com o BNDES, e um rosário de negócios e privilégios de interesse duvidoso para os cofres públicos, lesivos para a livre concorrência, e sobretudo para a liberdade de expressão de quem não tem voz na mídia.

Só a partir do governo Lula que o BNDES parou de socorrer as Organizações Globo, e ela se beneficiou do crescimento do mercado publicitário para a nova classe média, e ainda cospe no prato que come.

Isso sem falar nas complicadas relações da TV com cartolas de futebol, com a CBF de Ricardo Teixeira, e com a FIFA de João Havelange pelos direitos de transmissão do futebol.

Mas o mais grave é usar o poder de influência da televisão como instrumento de pressão e de manipulação política para eleger políticos contrários à melhor distribuição de renda, para arrochar os trabalhadores e a classe média, para impedir reformas trabalhistas que aumentem os salários e para impedir reforma tributária que obrigue os mais ricos a pagar impostos de acordo com a fortuna que tem. O mais grave é a emissora ser usada contra o povo para concentrar a renda nas mãos dos mais ricos.

Como FHC tentou – e não conseguiu – trazer a Copa para o Brasil em 2006


Se houve um momento em que deveriam ter sido feitos protestos contra a realização de uma Copa do Mundo no Brasil foi em 1999, ano em que o governo do país consumou um dos maiores – se não o maior – estelionato eleitoral de sua história.
No ano anterior, o então presidente Fernando Henrique Cardoso se reelegera garantindo que, sendo reeleito, não desvalorizaria o real diante do dólar. Era mentira. Cerca de 60 dias após se reeleger ele desvalorizou a moeda e atirou o Brasil em uma terrível crise econômica.
No último ano da década de 1990, o desemprego alcançara incríveis 12% (contra 5,4% em 2013), a inflaçãobatera nos 8,94% (contra 5,91% em 2013), 26.093 empresas quebraram (contra  1.758 em 2013). Ainda assim, FHC apresentou candidatura do país a sediar a Copa do Mundo de 2006.
A iniciativa de um governo que no primeiro ano de seu segundo mandato quebrara o país refletiu a própria incompetência na proposta que apresentou à Fifa.
O caderno de encargos apresentado pela CBF à Fifa em 1999 continha um festival de erros e contrastava com propostas minuciosas e bem apresentadas como a inglesa. Por conta disso, a proposta do Brasil perdeu de todas as outras de goleada.
O projeto apresentado pelo governo tucano começava pecando pela apresentação visual. A CBF enviara à Fifa uma brochura – que se desmontava com facilidade – e um fichário. A brochura indicava as cidades que receberiam a Copa de 2006 e discorria sobre aeroportos, estádios, pontos turísticos etc.
As fotos deixavam a desejar. Algumas eram em preto-e-branco, apesar de não serem antigas, denotando desleixo. E as legendas muitas vezes não condiziam com as fotos.
Sobre a infraestrutura de São Paulo, por exemplo, uma rodovia era apresentada duas vezes e, na primeira, a legenda dizia que a imagem era do Monumento dos Bandeirantes (São Paulo) e, na segunda, a capital paulista era chamada de “Atibaia”.
Já o metrô paulistano, que em 1999 já era o mais lotado e o menor do mundo – em se tratando de grandes centros urbanos –, além de tudo não aparecia completo. O mapa de sua extensão não citava estações como Tucuruvi e Parada Inglesa.
Mas foi na infraestrutura dos estádios que o Brasil passou vergonha. O “certificado de segurança” das instalações mandado à Fifa denotava a fragilidade da candidatura brasileira.
Sobre o estádio do Morumbi, foi apresentada carta da Secretaria de Habitação de São Paulo afirmando que o estádio comportava 80 mil torcedores, mas o mesmo documento continha informação de que metade da arquibancada térrea, até então interditada, não tinha cadeiras, obrigando os torcedores a verem os jogos em pé ou sentados no chão, o que infringia as exigências da Fifa.
Outro mico pago pelo Brasil foi sobre o estádio Vivaldo Lima, em Manaus. A brochura (mal encadernada) apresentada pelo governo FHC oferecia 20 lugares para deficientes físicos, ou 5% do que ofereciam os rivais do Brasil na disputa para sediar a Copa de 2006.
Além disso, os números da brochura tosca entregue pelo governo FHC à Fifa não batiam com os números que figuravam no fichário improvisado. Sobre o Maracanã, a documentação citava duas capacidades de público diferentes. Na brochura, 120 mil torcedores; no fichário, 100 mil torcedores.
Sobre o estádio da Fonte Nova, o material dizia que comportava “comodamente” 82 mil torcedores, mas que “boa parte” deles teria que ficar sentada no chão (!?).
Já o estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, também teve capacidade inflada. Embora o material contivesse laudo atestando capacidade para 80 mil torcedores, a direção do estádio dizia que não cabiam mais de 70 mil.
O amadorismo da proposta do governo brasileiro foi tanto que um campo de treinos em Goiânia foi chamado de “Vila Nova”, mas esse era o nome de um time goiano. O campo de treinos era o do Estádio Serra Dourada.
A proposta inglesa continha 608 páginas, a alemã (que acabou vencendo) continha 1.200 páginas, a sul-africana continha 1.500 páginas. Todas bem encadernadas, com descrição detalhada das cidades-sede. A proposta brasileira, mal ajambrada, continha 208 páginas.
Por fim, a previsão de gastos apresentada pelo Brasil condizia com o estado de penúria econômica do país. O valor apresentado para “investimentos” era de US$ 360 milhões e não era detalhado. Na proposta inglesa, por exemplo, só para reconstruir o estádio de Wembley os gastos previstos eram de US$ 490 milhões, o que denotava o irrealismo da proposta brasileira.
Oito anos depois, mais exatamente em 30 de outubro de 2007, o Brasil apresentou a sua proposta para sediar a Copa de 2014.
A apresentação brasileira condizia com a euforia social e econômica que vigia no país. Agora, tínhamos inflação de 4,6%, desemprego (ainda alto, porém cadente) de 9,3% e o país sofrera com apenas 2.721 falências naquele ano.
O material primoroso apresentado previa prioridade para os investimentos privados na construção e na reforma dos estádios, deixando os recursos públicos para a modernização da infraestrutura (transporte, segurança etc.)
A apresentação ainda continha vídeos com depoimentos de artistas, cenas de paisagens naturais e narração em inglês. Ao fundo, a apresentação tocava samba.
Duas horas depois, Joseph Blatter, presidente da Fifa, disse que a escolha do Comitê Executivo da entidade fora unânime, confirmando a sede da Copa de 2014 para “o melhor futebol do mundo”.
Todos os governos brasileiros, ao longo da segunda metade do século XX, tentaram trazer para cá a Copa do Mundo. Porém, só o governo Lula conseguiu. No século XXI.
As obras de infraestrutura (aeroportos, meios de transporte etc.) ficarão e beneficiarão as populações das regiões que as receberam. Os estádios, em um país em que milhões comparecem a eles todas as semanas, continuarão recebendo o afluxo desses mesmos milhões de brasileiros. Só que com mais conforto.
Todos os recursos públicos gastos com a Copa voltarão (com lucro expressivo) através dos negócios com turismo. A realização de evento disputado há décadas por incontáveis países projetará o país no mundo.
É compreensível que as demandas sociais justas deste país sejam feitas. Quanto mais forem feitas, melhor. Porém, a Copa não irá tirar um único centavo do social. Pelo contrário: o lucro que a Copa de 2014 irá gerar ajudará a atender essas demandas.