Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Dilma engole Aécio. Bláblá perde a cabeça Bláblá já tinha agredido Luciana Genro. Olha o Rogerio Cerqueira Leite …

Lula, chamada geral: 'Tem que trabalhar muito. Não pode dar moleza. Se a gente pensar que já ganhou, os adversários podem atropelar a gente'

Debate Globo: Dilma dá uma aula a Marina sobre a diferença entre um BC independente e um BC autônomo: 'a política econômica é eleita com o Presidente da República; o presidente do BC não pode ter independência para afrontá-la'.

 Debate Globo: Dilma rebate Aécio sobre crise do país lembrando-lhe os 'feitos' do seu eventual futuro ministro Fazenda: um juro sideral de 45% em 1999 e dois estouros rombudos do limite superior da meta de inflação

Debate da Globo: Luciana Genro tira Aécio do sério com o caso do aeroporto e ainda o repreende pelo dedo erguido; mineiro acusa o golpe e se descontrola.

Debate da Globo: Dilma acua Marina lembrando-a que quando ministra um alto assessor do Meio Ambiente foi demitido por desvio de recursos. 'Nem por isso eu diria que você acobertava corrupção'

 Morales tem 59% das intenções de voto e deve ser reeleito na Bolívia dia 12 de outubro no 1º turno.
 


De Turquim, no twitter

Pouco depois da meia noite, Bláblá mostrou as garras, no debate da Globo.

Ela veio com o blablarismo da corrupção.

E que a Dilma nao tinha cumprido o que prometeu.

Dilma lembrou que o Brasil pratica hoje as taxas de juros mais baixas da História.

E que o Governo dela nao tinha Engavetador; Governo que deu autonomia ao Ministério Público e à Policia Federal.

“Nós investigamos”, disse Dilma.

E aí, Dilma lembrou que o diretor do Ibama, na gestão da Bláblá, ela, Dilma, demitiu por “desvio de recursos”.

E nem por isso acusou a Bláblá de corrupção.

E lembrou que a corrupção no metrô de São Paulo foi investigada pela Suiça.

O tempo se esgotou.

Aí, Bláblá perdeu a cabeça e tentou manter a discussão, com tom de voz mais alto, com o microfone desligado.

Em seguida, Dilma se esmerou em desmontar o Arrocho.

Lembrou que o Governo dele (e FHC e Cerra) quebrou o Brasil tres vezes, se ajoelhou diante do FMI, e o Ministro da Fazenda dele – o Arminio NauFraga – praticou a taxa de juros (45%) mais alta da História.

E sobre o Bolsa familia, se o Bolsa do FHC era de 5 milhões de pessoas, o meu, disse Dilma, é de 56 milhões !

Arrocho, nervoso, acusou Dilma de repetir o que o marqueteiro, João Santana diz…

Arrocho também tinha perdido o prumo quando Luciano Genro o apertou.
“Tu falando da Dilma pareces sujo falando do mal lavado. Quem não tem conexão com a realidade é você. É você quem anda de jatinho”, falou Luciana ao candidato do PSDB.
Genro também perguntou sobre mensalão tucano, Privataria Tucana e Aecioporto com chave do Titio.

Aécio perdeu a cabeça e tentou apontar o dedo para ela.

Não aponte o dedo para mim, disse ela.

E Aécio obedeceu.
Arrocho acusou Bláblá de cúmplice do mensalão do PT

Bláblá acusou Arrocho de cúmplice do maior dos mensalões, a compra da reeleição.

Arrocho não leu o livro do Palmério Dória e ousou dizer que não há prova de compra de reeleição.

Bláblá disse que saiu do PT para não compactuar.

Mentira.

Ela saiu do PT porque Lula cansou de bagrologia e preferiu a Dilma.
Bláblá vai passar gastos com a segurança de 600 (sic) para R$ 6 bilhões.
Bláblá agride a Luciana Genro, que lembrou como ela cedeu a quatro twitters do Malafaia.
“Quem muda de posição toda hora é a senhora e não eu”, disse Aecioporto a Bláblá.
Antes, a Presidenta Dilma sugeriu à candidata Marina Silva (PSB) que lesse o seu programa governo quanto à independência do Banco Central. “Acho que você deliberadamente está confundido autonomia com independência”, disse. “Acho importante a senhora ler o que escreveu em seu programa, repito”, continuou a petista ao afirmar que a adversária diz algo diferente do que está no seu plano de governo.

“Tem gente que combate a corrupção pra fortalecer a Petrobras e tem gente que faz para enfraquecê-la”, rebateu Dilma a Aécio Neves,em outro momento.

Abaixo, outras frases da Presidenta Dilma:


“Eu sugeri medidas concretas contra a corrupção”
“No caso da Petrobras eu demiti esse diretor que está envolvido nesse escândalo”
“Não acho que são alianças que define o corrupto. O corrupto está em todos os lugares”
“A abertura para as investigações estão no meu governo. Todos os crimes devem ser investigados e punidos”
“Não acho que tem alguém acima da corrupção. As instituições é que têm que ser fortes e estar acima da corrupção”
“Eu acredito que nós temos um programa muito importante que é o Pronatec”
“Eu sei que o senhor sabe que houve uma lei que proibia que o governo federal investisse em escola técnica”
“Eu concordo com o senhor que é muito importante valorizar o professor”
“Tanto é assim que enviamos para o Congresso que 70% do pré-sal fosse direcionado para a educação”
“Sem valorizar o professor não tem como melhorar a educação no Brasil”
“Eu primeiro gostaria de dizer que no tema corrupção eu gostaria de fazer um esclarecimento”
“Eu queria ler o depoimento do Paulo Roberto na CPI”, disse Dilma ao confirmar a demissão do ex-diretor da Petrobras.
“Eu sou a favor de reforçar toda a proteção à juventude pra previnir toda a gravidez precoce”
“Tem gente que combate a corrupção pra fortalecer a Petrobras e tem gente que faz para enfraquecê-la”
“Tem candidato que fala de corrupção na Petrobras para privatizá-la”
“Vocês praticamente entregaram para nós a Caixa e o Banco do Brasil num estado precário. Hoje são bancos sólidos”
“Foi no governo do senhor que um alto funcionário do governo disse: ‘estão tratando a privatização no limite da responsabilidade’
“Acho que você deliberadamente está confundido autonomia com independência”

“Esse diretor nós investigamos, nós prendemos. No passado, ninguém prendia ninguém. Os crimes do metrô de São Paulo foram descobertos pela Suíça”

“Se esses malfeitos estão sendo descobertos, é porque nós investigamos”

Acredito que cumpri todos os meus compromissos.”

“Porque o povo iria acreditar que nós que criamos o programa não sabemos fazê-los e vocês saberão?”


“Gostaria de dizer que 79% da matriz elétrica do Brasil é ambientalmente sustentável”

“Eu sinto muito, mas não sou imperial. Eu sigo a Constituição”

Do Blog do Mello, no twitter
  

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

TV: OPOSIÇÃO CHEGA AO FIM ONDE COMEÇOU. NA UDN Um é o Cristiano Machado. Outra, o Janio, a UDN tresloucada

De Rachel, no twitter



O último programa do horário eleitoral gratuito – uma das virtudes da Democracia brasileira – revelou a natureza dos dois lados em combate.

Como diz a Dilma, do lado dela, dos fracos e oprimidos, ela sozinha, com o Lula, num programahttp://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2014/10/02/dilma-governo-novo-ideias-novas/ de incomparável qualidade. 

Dilma teve o que mostrar e o que propor: 

- médicos especialistas;

- segurança integrada, como foi na Copa de estrondoso sucesso, apesar do Itaúúú ;

- a educação em tempo integral;

- a reforma do currículo do ensino básico;

- o pré-sal, que os adversários sequer mencionam, ou tentam hipotecar à Chevron como o Aecioporto;  e, pior, dele tiram a prioridade ;

- Dilma vai fazer o Pronatec Jovem Prendiz, para que as empresas possam contratar jovens entre 15 e 18 anos (é bom lembrar que nas trevas do Farol de Alexandria era proibido por lei fazer escola técnica ;

- vem aí a banda larga para todos (apesar do Bernardo Plim-Plim, esse campeao de votos !);

- o Brasil sem burocracia;

E ela pergunta: que ideias realmente originais a Oposição tem ?

Nenhuma !

Como diz ela: o que tá bom vai continuar, o que não está vai mudar.

(Lembra do Dudu, que dizia “dá pra fazer mais ?“)

E férias, 13o.,, FGTS e hora extra … mexer nisso ? Nem que a vaca tussa !

Bom, aí veio o programa da Bláblárina.

No programa da manhã, ela teve um surto histérico e lembrou o professor Rogério Cerqueira Leite : ela, de fato, pela manhã, pareceu não regular bem … 

À noite, ela foi fiel à sua mais genuina caracteristica: o bláblárismo.

Não disse nada.

Mas, fez menção à corrupção.

Aécio tinha feito o mesmo: corrupção.

Depois de uma melosa aparição com a mulher e os filhos em São João del-Rei – não haveria de ser em Cláudio , na sua Versalhes – vestiu a capa preta das vestais da UDN e se disse um homem honrado, paladino do combate à corrupção – menos em Furnas, por certo.

Corrupção.

Corrupção.

Foi só o que a Oposição teve a declarar nessa campanha.

(Lembra do Dudu, que disse que as ratazanas iam sair de costas do Palácio do Planalto ? Mal sabia ele que ia deixar de herança um jatinho sem caixa preta e Caixa Dois)

Corrupção.

É o que o PiG e seus instrumentos nos partidos politicos tem a invocar contra Vargas, Jango, Brizola, Lula e Dilma.

A Oposição se despede do horário eleitoral por onde começou.

Uma é o Janio da UDN tresloucada.

Outro é o Cristiano Machado, do PSD de Minas, como o Vovô Tancredo, miseravelmente traido pelos paulistas – e alguns poucos mineiros …

Em tempo: o amigo navegante observou que, desde Dutra, essa é a primeira vez em que não há um único paulista candidato a Presidente. O que significa isso ? Deve ter a ver com 20 anos de tucanos no poder … 

Paulo Henrique Amorim

É alta a probabilidade de Dilma vencer no 1º turno


Pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no início da noite de quinta-feira, 2 de outubro, a 3 dias da eleição, mostram quadro impensável há 30 dias: além de ser alta a possibilidade de Dilma Rousseff reeleger-se em primeiro turno, mesmo em caso de segundo turno sua vantagem é muito maior que a da (até aqui) segunda colocada, Marina Silva.
Precisamente às 18 horas e 52 minutos, a “Rádio Estadão” (na Web) divulgou os resultados da mais recente pesquisa Ibope (com 3010 entrevistados e campo de 29 de setembro a 1º de outubro) sobre a sucessão presidencial.
Cerca de 40 minutos depois, o portal UOL divulga pesquisa Datafolha (com amostra muito maior, de mais de 12 mil entrevistados, e mais recente, de 1 e 2 de outubro)
No Ibope, Dilma aparece com 47% dos votos válidos. No Datafolha, aparece com 45% dos votos válidos.
Se formos nos basear pelo pior resultado para a atual presidente da República (o do Datafolha), falta-lhe o percentual mais baixo de votos para vencer em 1º turno desde o início da campanha eleitoral. Precisaria crescer 2,5 pontos percentuais até domingo.
Difícil? Talvez. Impossível? Jamais. Até porque, os números do Datafolha divergem de sondagens do PT.
Nesse aspecto, vale dizer que fonte da campanha de Dilma com a qual conversei recentemente previu que ela seria “retida” abaixo do necessário para vencer em primeiro turno através do uso da margem de erro e, se necessário, de algo além dessa margem. Totalmente condizente com o que dizem as duas pesquisas recém-divulgadas.
Outro ponto que vale ressaltar é que candidatos que passam para o segundo turno com tal vantagem sobre o segundo colocado dificilmente perdem a eleição. Esse é, inclusive, um conceito dos próprios institutos de pesquisa, marqueteiros, cientistas políticos etc. Desse modo, haver segundo turno não mudaria em nada o favoritismo de Dilma.
Por fim, a pesquisa Datafolha mostra que há 5% de indecisos. Se Dilma herdar desse grupo os 45% que tem dos votos válidos, estará a poucas casas decimais de se reeleger em primeiro turno. Esses números esbarram na margem de erro das pesquisas.

Vantagem da oposição sobre Dilma no 1º turno caiu de 18 para 7 pontos


A opinião pública foi surpreendida na última quarta-feira (1/10) por uma “análise” esdrúxula de diretores do Datafolha relativa à série de pesquisas desse instituto sobre a sucessão de Dilma Rousseff. O texto foi publicado na Folha de São Paulo.

Segundo matéria assinada pelo diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, e pelo diretor de pesquisas, Alessandro Janoni, a “chance de 2º turno” entre Dilma e um candidato de oposição seria “cada vez maior”.
Confira, abaixo, a matéria


A tese dos diretores do Datafolha é maluca. Eles alegam que, como da penúltima pesquisa (dias 25 e 26 de setembro) para a última (dias 29 e 30 de setembro), em simulação de 1º turno houve afluxo de 2 pontos para Aécio (dentro da margem de erro), e como Dilma, apesar de ter chegado a 40% na penúltima pesquisa, nesta última não teria subido, a possibilidade de haver segundo turno seria “cada vez maior”.

Outro fator a que os “analistas” do Datafolha se apegam é o de que Aécio subiu 4 pontos em São Paulo – agora, fora da margem de erro. Como Dilma, na sondagem dos dias 29 e 30, não subiu, a chance de haver segundo turno estaria “aumentando”.
Será?

Vejamos gráfico sobre a vantagem dos candidatos de oposição sobre Dilma no 1º turno desde a primeira pesquisa da série Datafolha com Marina Silva incluída, que o instituto começou a apurar a partir de 15 de agosto, dois dias após a morte de Eduardo Campos.



De acordo com a série do Datafolha, em cerca de 30 dias (de 28 de agosto a 30 de setembro) a diferença entre a soma das intenções de voto dos candidatos de oposição e as intenções de voto de Dilma caiu de 18 para 7 pontos.

Ora, de onde é que os dois diretores do Datafolha tiraram essa história de que a chance de segundo turno é “cada vez maior”? Pela matemática que me ensinaram, os números mostram que essa chance é cada vez menor. Alguém tem alguma dúvida?

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A assombração na urna


Uma parcela majoritária dos brasileiros rejeita delegar o futuro do país aos candidatos dos mercados. Não é pouco. Mas está longe de encerrar a disputa.

por: Saul Leblon
 
Arquivo

Quando as urnas de outubro emitirem o seu veredito, sendo ele o que se espera, terá início um novo turno.

Ele desenhará um capítulo decisivo na história da luta progressista no Brasil.

É recomendável acalmar o país após um pleito encarniçado, aconselham setores do PT à Presidenta Dilma.

É verdade. A primeira obrigação de um Presidente vitorioso é desarmar os espíritos, reabrir canais de diálogo, propor uma agenda de negociação. Pacificar a crispação eleitoral.

Mas é preciso ter claro: repetir o que já vem sendo feito será pouco mais que mendigar indulgência aos mercados.

Eles não a concederão.

A menos que o vencedor adote o programa derrotado.

Não se trata, portanto, apenas de exercer um quarto e sucessivo mandato progressista em um país em desenvolvimento.

O ponto a reter é que estamos diante de desafios que prenunciam o ciclo mais delicado da trajetória nacional desde 2002.

A vitória nas urnas será um passo do caminho.

Entre outros recados, a reeleição de Dilma significará que uma parcela majoritária dos brasileiros se recusou a delegar a tarefa do futuro à livre escolha dos mercados.

Não é pouca coisa.

Dadas as condições da disputa, contra uma frente única conservadora local e global, em meio a uma crise internacional que se arrasta por seis anos, e considerando-se o desgaste inevitável de 12 anos de governos progressistas, chega a ser um feito histórico.

O safanão dos votos nos apetites plutocráticos, portanto, demarca as linhas de campo do jogo.

Mas está longe de encerrar a disputa.

O nome do jogo é construir uma alternativa à lógica dos puros-sangues cevados na alfafa rentista, que exaurem a sociedade, tem maioria no legislativo, detém meios financeiros para sabotar a economia e dispõem de um oligopólio midiático para acabrunhar as expectativas de toda a sociedade.

Indiferentes ao veredito das urnas, eles não cessarão de escoicear as estrebarias cobrando a validação da rédea solta que a vitória de Marina ou Aécio lhes facultaria.

Mudar essa correlação de forças é o turno histórico que começa imediatamente após a contagem do último voto em outubro.

Trata-se de encurtar a rédea do tropel xucro para devolver ao Estado e à sociedade a capacidade de mobilizar forças e recursos e assim coordenar o passo seguinte do país no século XXI.

O Brasil dispõe hoje de uma incontrastável rede de controles financeiros e ideológicos, públicos e privados, nativos e forâneos, com braços que se articulam de dentro e de fora do país, indo das universidades às consultorias de mercado, da prontidão midiática aos partidos políticos conservadores.

Esse redil articulado e eficiente trabalha sob prontidão máxima para não deixar escapar um objetivo central.

Qual?

Assegurar a valorização real à liquidez rentista, independente do seu custo social.
Garantir que anualmente se reserve algo como 3% do PIB em recursos fiscais ao pagamento de juros da dívida pública (cujo serviço efetivo atinge quase o dobro disso, somadas rolagens, vencimentos, capitalizações).

Esse é o dogma angular da catedral conservadora.

Foi sobretudo em torno dele que se estruturou a lengalenga do discurso da terceira via vocalizado pela doce Marina, assim como a promessa de resgate ‘dos fundamentos’, ecoada por Aécio e seus armínios.

Os efeitos colaterais da ração rentista –uma taxa de retorno irreproduzível no investimento produtivo, nas mesmas condições de liquidez, segurança e rentabilidade-- explicam em boa parte a anemia na formação bruta de capital fixo no país.

Com os desdobramentos sabidos.

O investimento (em máquinas, tecnologia) é a alavanca da inovação e da produtividade sistêmica.

Sem ele, a economia cresce pouco, a indústria murcha, os empregos de melhor qualidade escasseiam.

O país perde competitividade internacional. Seu mercado é invadido por importados.

Empregos, renda e impostos vazam para o exterior. Cadeias produtivas locais são corroídas, ademais de desequilibrar a contabilidade externa: hoje, mais de 1/5 da manufatura consumida no país é importada. O déficit cambial da indústria é de quase US$ 100 bi, o valor equivale a cerca de 25% das reservas brasileiras.

O conjunto favorece a arenga do ‘custo Brasil’, que em certa medida pretende compensar a atrofia do investimento com a hipertrofia da exploração dos assalariados.

Mas também com privatizações e sucateamento de serviços --recurso ortodoxo para emagrecer a máquina pública exposta a uma espiral de demandas que as receitas atrofiadas do baixo crescimento não dão conta de atender.

O saldo da condicionalidade rentista é tão compatível com o equilíbrio macroeconômico quanto enxugar o chão com a torneira aberta.

Não é uma questão técnica ou uma queda de braço apenas local.

Thomas Piketty que o diga.

A renda média da família norte-americana hoje é 8% inferior a existente em 2007, antes da crise. E já estava estagnada em relação ao nível de 1999.

Ou seja, há 15 anos a renda da classe média da nação mais rica da terra não cresce, enquanto nesse meio tempo a bocarra financeira já se empanturrou de lucros e bolhas suficientes para levar o capitalismo mundial a sua pior crise desde 1929.

Essa é a determinação central da luta de classe em nosso tempo, que tem na bomba norte-americana de sucção de capitais um abrigo seguro para o dinheiro arisco de todo o mundo.

É assim que a livre mobilidade dos capitais desautoriza as urnas e afronta governos progressistas em todo o planeta.

Ao mesmo tempo que impede o controle dos juros pelo Estado, sabota impostos e taxas que compensem a sua sangria no poder fiscal dos governos.

A ‘solução’ proposta pelo conservadorismo nas eleições presidenciais de 2014 consiste em resgatar o Estado mínimo, dar independência ao BC em relação à democracia, ‘flexibilizar’ a correção do poder de compra das famílias assalariadas.
 
Enfim, oficializar o descompromisso entre as urgências da população e as obrigações do Estado.

É forçoso repetir: se tudo ocorrer como se prenuncia, essa diretriz terá sido rechaçada nas urnas de 2014 no Brasil.

O desafio será substituí-la por uma coordenação –interna e de alianças internacionais-- que propicie a delicada sintonia política entre a agenda do Bem-estar Social e a produtividade capaz de suportá-la.

A prioridade recente à infraestrutura e o impulso industrializante do pré-sal em toda cadeia de fornecedores da Petrobrás constituem trunfos invejáveis do Brasil na disputa pela competitividade em nosso tempo.

O conjunto, porém, ainda carece da legitimidade de um projeto ancorado em amplo escrutínio social, que dê ao governo meios políticos para agir além da margem incremental que desacredita o Estado e enerva a cidadania.

Hoje, esse debate sobre custos, prazos, metas, concessões, sacrifícios e salvaguardas flutua acima da sociedade, restrito à linguagem cifrada do jornalismo econômico conservador.

Será preciso politizá-lo, como Dilma e Lula começaram a fazer na campanha em relação ao BC independente, para explicitar escolhas e pactuar compromissos de curto, médio e logo prazo.

Embora a Presidenta Dilma tenha repelido a ideia de promover desemprego e castrar direitos trabalhistas –‘nem que a vaca tussa’, disse ela-- para reduzir a inflação ou baixar custos’, hesita-se em transformar a encruzilhada brasileira em uma agenda de debate popular.

Tal blindagem permite que se difunda a confusão proposital entre eficiência e exploração.

Na vida real de uma nação, as urgências da sociedade, quando despolitizadas e tratadas em regime incremental de longo prazo, não raro levam ao desatino regressivo.

Massas de forças descomunais em conflitos insolúveis podem arrastar uma nação para correntezas incontroláveis, sujeitando-a a predadores ferozes.

Sacudir a agenda do futuro brasileiro a salvo da entropia do arrocho, requer uma alavanca capaz de irradiar impulsos tão fortes quanto aqueles derivados das assembleias históricas registradas no estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo nos anos 80.

Não será o PT exaurido por 12 anos de governo que fará isso sozinho –ele próprio carente de um aggiornamento só crível se tiver forças dirigentes que o reconduzam a um mergulho de volta à organização de base dos movimentos sociais.

O terceiro turno das eleições de 2014 é uma tarefa para o engajamento democrático de amplas forças da sociedade brasileira, cujo catalisador pode ser a luta pela Constituinte da reforma política.

Nisso o destino do PT e o do desenvolvimento progressista se entrelaçam firmemente.

Por exemplo, no desafio de engajar politicamente 24 milhões de jovens brasileiros moradores das periferias urbanas.

Eles representam cerca de 17% da população ,conforme estudo da Serasa Experian, divulgado esta semana, que traça o perfil de 11 segmentos que compõem o mosaico de renda da sociedade.

Hoje, a inserção desse contingente se dá, predominantemente, pelo rally do consumo.

Embora desfrutem de renda baixa, esse grupo de moços e moças entre 21 e 35 anos captou um quinto de todo o crédito liberado pelo sistema financeiro brasileiro.
Seu caso evidencia uma dimensão não mais adiável do terceiro turno à vista.

Nela, as forças progressistas vão se defrontar com seu principal fantasma e a mais grave omissão.

A abrangência das mutações econômicas e sociais registradas no país desde 2004 não se fez acompanhar de uma contrapartida no plano da representação política.

O economista Márcio Pochman, arguto observador desse assombração político, sugere que ele lança a luz mais esclarecedora sobre irrupção de protestos registrados nas ruas brasileiras em 2013.

Sua angulação expõe um flanco pouco debatido das políticas sociais desse período, na verdade, quase um tabu.

O carro-chefe delas, o decano Bolsa Família, chega hoje a 14 milhões de lares, reúne o formidável contingente de 50 milhões de beneficiados.

Não possui um único fórum próprio que os expresse.

O engajamento dos principais interessados talvez até barateasse a estrutura do programa, obsessão do conservadorismo que, todavia, vetou os comitês gestores formados por representações locais do Fome Zero, logo no início de 2003.

Do alto de seus 380 anos de casa grande e senzala, as elites brasileiras são acometidas de surtos psicóticos ao menor ensaio de organização democrática dos interesses populares.

‘Bolivarianismo’ , sapecam de bate pronto, como o fizeram agora contra a Politica de Participação Social do governo –um bem-vindo sinal de autocrítica do governo, ao lado da proposta de plebiscito pela Constituinte da reforma política.

Outros paradoxos associados às politicas e programas desenvolvidos nos últimos anos sugerem que o próprio PT se deixou amedrontar pelo preconceito conservador.

Cerca de 1,7 milhão de jovens beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) somam 31% do total das matrículas no sistema privado de ensino superior no Brasil.

Todavia, pergunta Pochmann, onde estão as entidades estudantis revigoradas por esse aluvião de juventude popular no ensino superior?

Não acabou.

Mais de 20 milhões de trabalhadores conquistaram um emprego no mercado formal desde 2003. Mas e a taxa de sindicalização? Ela permanece estagnada, fuzila o economista.

O Programa Minha Casa Minha Vida completou cinco anos em abril tendo contratado 3,39 milhões de unidades (das quais, 1,68 milhão já foram entregues).

Mais de seis milhões de pessoas foram beneficiadas. Quantas associações de moradores foram estruturadas e participam da agenda urbana atualmente?

Assim por diante.

As perguntas incomodas de Márcio Pochmann –já listadas mais de uma vez neste espaço-- indicam que certas dimensões do desafio do desenvolvimento foram perigosamente negligenciadas nos últimos anos.

Transformações democráticas fornecem, muitas vezes, a única alavanca capaz de remover obstáculos econômicos intransponíveis quando abordados no âmbito de sua própria lógica.

Por isso mesmo, o baixo incentivo ao engajamento dos contingentes ticados pelas políticas sociais nos últimos anos talvez tenha atingido seu ponto de saturação.

Os impasses sobrepostos na engrenagem do desenvolvimento brasileiro implicam romper estruturas anacrônicas e construir outras novas, ao mesmo tempo e com igual intensidade. Quase como atravessar um rio de dupla correnteza, uma puxando para cada lado.

Quem acha que pode haver equilíbrio macroeconômico nesse ambiente açoitado por ventos em litígio, acredita em fadas. A fada dos mercados autorreguláveis, por exemplo.

Mas quem acredita que é possível desencadear um novo ciclo de desenvolvimento sem um protagonista social que o conduza, incorre igualmente em perigosas ilusões.

O turno à vista após outubro oferece ao campo progressista a chance de se desfazer dessas miragens.

Talvez a derradeira oportunidade, para não ser engolido por elas.

Gilmar não terá última palavra sobre direito de resposta do PT contra Veja



No último dia 25 de setembro, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram, por unanimidade, que a reportagem “PT sob chantagem”, publicada na capa da edição de 13 de setembro da revista Veja, veiculou conteúdo ofensivo ao partido.

A revista afirmou um pseudo fato que investigações da Polícia Federal não comprovaram, ou seja, que o PT pagava o doleiro Enivaldo Quadrado para não trazer à tona suposto envolvimento do partido com desvios na Petrobras.

De acordo com a decisão do TSE, por conta de falta de provas Veja foi condenada a publicar em sua próxima edição uma página de direito de resposta a ser redigido pelo PT. Essa próxima edição seria a do próximo sábado, véspera das eleições em 1o turno.

Imediatamente após a condenação, os advogados de Veja protocolaram no STF a reclamação Rcl 18735.

O protocolo foi feito no dia 29 do mês passado e, no mesmo dia, a reclamação foi distribuída, ou seja, foi entregue aos cuidados do ministro Gilmar Mendes.

Para quem chegou agora de Marte e não sabe, Mendes é um dos ministros do STF indicados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no apagar das luzes de seu mandato, em 2002, e, dali em diante, tem se notabilizado por criticar duramente o PT em declarações à imprensa e por tomar decisões invariavelmente contrárias ao partido.

Apesar de, no início da tarde de quarta-feira 1º de setembro, ainda não ter sido proferida a decisão de Mendes, já é dado como certo que ele suspenderá a decisão do TSE.

Se as previsões se confirmarem, o direito de resposta do PT, que deveria ser publicado na edição da revista Veja que chegará às bancas de jornal no próximo sábado, a menos de 24 horas das eleições em primeiro turno, não será publicado.

Contudo, o caso não termina aí. Se Gilmar Mendes seguir o script que está sendo traçado pelos analistas políticos e decidir mais uma vez contra o PT, o partido poderá pedir que uma das turmas do STF (composta por metade do colegiado) tome a decisão final.

Devido à unanimidade da decisão do TSE, devem ter sido fortes as razões daquele colegiado para conceder direito de resposta ao PT. Sendo assim, dificilmente a turma do STF que for dar a última palavra sobre o assunto divergirá da decisão da Corte eleitoral.

Como é óbvio que a matéria de Veja que o TSE condenou visou interferir na eleição presidencial, caso essa eleição não termine em 1o turno é provável que a revista venha a ter que conceder no 2o turno o que Gilmar Mendes terá tentado impedir.

Mercado ainda compra o fim do Brasil na 2ª feira

:

Irracionalidade prevalece no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo a quatro dias da eleição; aumento das chances de Dilma Rousseff, estimadas agora em 70% para vencer no 2º turno, segundo a consultoria Eurasia, derruba pregão; baixa em setembro somou 11%, e outubro começou com queda de 1%; Petrobras abriu dia perdendo 3%, bancos também; candidatura do PT anunciou o que o mercado quis ouvir, como aumento dos combustíveis até o fim do ano e mudança da equipe econômica; birra impede reconhecimento de pleno emprego e inflação sob controle; disputa contra vontade política da população mostra que investidores não aceitam a realidade de carências e necessidades da sociedade; companhias de capital aberto apresentam resultados sustentados, mas o que conta são os números das pesquisas; fundamentos ignorados em benefício da opção partidária 

247 – O mercado financeiro está rompido com a realidade de carências e necessidades da sociedade brasileira. O discurso de atenção aos pobres, por meio da ampliação de programas sociais e condução de uma política econômica anticíclica que fecha os quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff com pleno emprego e inflação, apesar das predições negativa, dentro da meta, não combina com a voracidade dos investidores e especuladores. Nesta quarta-feira 1, após a divulgação, na véspera, de duas pesquisas importantes – Datafolha e Ibope -, a Bolsa manteve o movimento de queda e caiu, logo na abertura, mais 1%.

Com todas as baixas ocorridas no mês de setembro, as perdas chegam a 12% nos últimos 31 dias. O dólar, no mesmo passo atrás, valorizou-se 9% sobre o real nas últimas quatro semanas. Há quem, na Bovespa, projete os próximos pregões abaixo dos 45 mil pontos, em novas e fortes depressões. Hoje, o mercado abriu aos 53.333 pontos, mil a menos que no dia anterior.

O motivo para a entrada no buraco está num único fato: o mercado comprou a ideia de que a reeleição da presidente Dilma Rousseff vai provocar algo como o fim da economia brasileira. Sabe-se no entanto, por tudo o que a candidata disse em campanha e, especialmente, pelo que entrega de realizações do governo, que essa projeção não faz nenhum sentido.

É certo que Dilma pode encerrar a eleição, em primeiro turno, já no domingo 5, ou partir para 2º turno com prognósticos de 70% de vitórias sobre qualquer que seja seu adversário, Marina Silva, do PSB, o Aécio Neves, do PSDB. Mas isso não significa que a vontade política da população, a ser expressa nas urnas, aponte para o pior cenário imaginado pelos mais pessimista dos agentes do mercado.

Dilma entrega o governo, nem que seja para ela mesma, com uma situação de pleno emprego e, mesmo perto do teto, a inflação dentro da meta. O dólar, em razão de sucessivas intervenções do Banco Central, vinha estabilizado em cerca de R$ 2,40, mas disparou, nitidamente, por questões políticas desde que a mesma Dilma aumentou suas chances de vitória.

Na Bovespa, que até o ano passado se comportava em linha com as demais bolsas do mundo, os fundamentos das companhias abertas passaram a ser, desde o início de 2014, jogados de lado para trazer os números das pesquisas ao centro da cena. Nada a ver com a racionalidade que, de tempos em tempos, a própria direção da Bovespa diz existir como forma de atrair pessoas físicas para participar do pregão. Não é por menos que que o cidadão comum, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e em países nos quais o capitalismo está mais avançado, foge desses apelos pontuais. O mercado pertence mesmo aos tubarões e os tigres.

PETROBRAS CRESCE SOB ATAQUES - Nos ataques promovidos contra o valor de companhias como a Petrobras, as maiores empresas do País e todo os gandes bancos, privados e públicos, o mercado e sua aposta no caos não conseguem se explicar. Por mais que a estatal de petróleo tenha sido sacudida por denúncias de corrupção, o que o mercado também sabe é que a Petrobras foi a única grande petrolífera do mundo a aumentar, nos últimos seis anos, suas marcas de extração de petróleo.
Enquanto o pré-sal bate recordes, a companhia voltou a disputar a posição de maior companhia da América Latina, permanecendo nos últimos meses entre as três primeiras posições. Num pedido nítido do mercado, o governo afirmou que, sim, haverá um aumento nos preços dos combustíveis ao público até o fim do ano.

Não era exatamente o que se queria?

A equipe econômica, alvo das críticas mais duras dos últimos 20 anos, apesar dos resultados no campo do emprego, será outra, já disse a presidente Dilma por mais de uma vez nesta campanha. Igualmente, essa não é a vontade dos chamados investidores?

RESULTADOS DE BANCOS IGNORADOS - Como explicar, tecnicamente, por outro lado, como os bancos brasileiros podem somar perdas em suas ações de quase 6% apenas nos três primeiros dias desta semana? Até os arcos da entrada da Bovespa sabem que os resultados das instituições financeiras têm sido espetaculares, com quebras de recordes a cada divulgação de balanço trimestral. Os próximos balanços, num consenso entre diferentes analistas, deverão ser ainda mais fortes. E, entretanto, a diferença política do mercado com as pesquisas de intenção de votos os penaliza.

A irracionalidade dos investidores terá, necessariamente, de ser corrigida quando os resultados eleitorais aconteceram. Até lá, a sangria está contratada. Depois, o fim do Brasil e do mundo prometidos terão de ser adaptados à realidade – essa que insiste em fazer o sol se levantar todos os dias. A acomodação terá de acontecer, ainda que não se admita.

Datafalha e Globope “corrigem” DataCaf Dilma continua a dois pontos de vencer no primeiro turno



A generalizada esculhambação gerada pela multiplicação de “pesquisas” pigais é uma das evidencias de que o Brasil precisa de um plebiscito para convocar uma Constituinte Exclusiva e reformar a política, com financiamento público das campanhas.

São pesquisas manipuladas nas margens de acerto flexíveis (e previsíveis) , desde o primeiro dia, quando a campanha nem existia.

Nessas primeiras pesquisas, o Cerra não perde uma.

(Depois, se se elege, não cumpre um único mandato ate o fim )

São “pesquisas”, como nesta terça-feira (30/09), que se acasalaram no jornal nacional.

Mas, quando a eleição se aproxima, fica mais difícil manipular.

Até porque, com a remessa maciça de ouro de Havana, foi possível montar uma pesquisa diária, alternativa, que implode os institutos pigais.

Obriga-os a manipular menos.

É o DataCaf.

Como explicar, então, sem o ouro de Havana, que o Globope e o Datafalha possam fazer pesquisa carissimas todo dia ?

Quem banca ?

Ouro de quem ?

De onde ?

Ou serão pesquisas, como o jatinho da Bláblá, sem dono ?

Mas, vamos comparar os “resultados” do Globope e da Datafalha, com o DataCaf também de hoje.

O DataCaf dá 40 a Dilma, 24 à Bláblá e 18 ao Arrocho do Ataulfo (no ABC).

Portanto, Dilma está a dois pontos da vitória no primeiro turno.

O Globope tirou um da Dilma e dá um à Bláblá e ao Arrocho do Ataulfo.

O Datafalha mais comedido: dá só dois pontos ao Arrocho.

Na Dilma e na Bláblá não mexe.

Ou seja, os dois tentaram empurrar os candidatos da Casa Grande.

Portanto, prevalecem a consistência e precisão do DataCaf.

Aí está o retrato da opinião publica nesta terça-feira.

O Conversa Afiada se vê obrigado a gastar tanto tempo com pesquisas, que, de resto, são precárias e inutéis.

Mas, só no Brasil se leva isso a sério.

E, sendo assim, o jeito foi detonar as pesquisas pigais.

E, como se viu nessas pesquisas de hoje, o Globope e o Datafalha nada mais fazem do que confirmar o DataCaf, com acrobacias na margem de erro.

E para isso o ouro Havana foi providencial.

Não confundir com a “Providência Divina”: que matou o Eduardo …

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Marina quer governar com “núcleos vivos” ou núcleos DE vivos?

Não sei que diabo de fetiche é esse que a direita tem por alguns jogos de palavras que, a rigor, não querem dizer coisa alguma.
Querem ver?
Que porcaria é essa de “homens de bem”? É usada por outros autoproclamados “homens de bem” para definir os que consideram seus iguais.
Requisito básico? Ter bens, o que os torna, em vez de “homens de bem”, homens de bens.
De preferência, de muitos bens.
Para muito não me alongar, vamos ao ponto: agora importam, por aqui, expressão inútil, porém pomposa, que, faz tempo, encanta reacionários de países latinos onde o conflito com a direita acirrou-se de forma que nem podemos imaginar por aqui.
Quem trouxe essa belezura para cá? A candidata descolada, claro. Marina, a “nova política” das banqueiras, socialites e de toda uma “geração malhação” que, com papais, mamães e vovôs embonecados infestam shoppings, clubes e “points” invariavelmente ditos “exclusivos”.
Uma turma que, reunida, não enche o maracanã.
A expressão frequentemente usada por Marina em 2010, então chupada da direita latino-americana, voltou à tona. Segundo o Jornal Nacional, nesta semana ela citou uns tais de “núcleos vivos”, dizendo que governará com eles.
Conheci essa droga de expressão lendo o jornal local El Universo durante viagem a Guayaquil, Equador, em 2007. Só que, em vez de “núcleos”, o que se usava por lá era “Fuerzas vivas de la comunidad” ou “de Guayaquil”.
Grandes empresários, donos de veículos de mídia, setores ultraconservadores da Igreja Católica e um opositor do ainda hoje presidente Rafael Correa, o prefeito de então daquela cidade equatoriana, Jaime Nebot, reuniram-se em um evento contra o governo do país.
A direita equatoriana dissera-se “forças vivas da sociedade”, como se uma sociedade fosse composta por mortos e vivos.
Talvez o reaça equatoriano se referisse àquela maioria pobre de seu país que, até então, não vivia, mas sobrevivia, e que o presidente Correa começava a resgatar ao mudar o modelo comercial de extração de petróleo do país, que, naquele ano, era de concessão e mudou para partilha, como seria feito anos depois no Brasil, no caso do pré-sal.
Até então, a maior fonte de divisas equatoriana (o petróleo) ficava com as petroleiras estrangeiras na proporção de 90% para elas e 10% para o país. Correa mudou o modelo e inverteu esses percentuais. Com o modelo de partilha, agora quem ficava com 90% era o Equador.
Contra essa nova realidade, reuniram-se as tais “fuerzas vivas de Guayaquil”.
Destemido, carismático e sem papas na língua, Correa foi aos meios de comunicação no dia seguinte e disparou: “No son fuerzas vivas, son fuerzas DE vivos que saben muy bién por qué no quieren que este Pueblo disfrute de las ganancias del petroleo”.
Anos mais tarde, em 2012, agora na Venezuela, vejo na tevê local o anti Hugo Chávez de plantão, Henrique Capriles Radonski, em plena campanha eleitoral para presidente – que Chávez venceria antes de partir da vida –, referir-se a seus apoiadores como “fuerzas vivas venezolanas”.
Até nisso Marina endireitou.
Resgato, pois, resposta inesquecível de Correa, quem, até hoje, ostenta níveis estratosféricos de popularidade em seu país: Marina, você não quer governar com “núcleos vivos”, mas com núcleos DE vivos que pensam que você os colocará para cuidar do “galinheiro”.
As pesquisas, porém, já mostram que esses núcleos e sua candidata são muito menos “vivos” do que imaginam. Se bobearem, a festa se lhes acabará no próximo domingo.

Sem militância na rede, Aécio usa “robôs” indianos e sul-coreanos


A “virada” de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto tem várias razões, muitas das quais oferecidas pelos próprios adversários, sobretudo por Marina Silva e suas contradições, idas e vindas, discursos dúbios e alianças esdrúxulas. Contudo, por certo a militância petista na internet pode se arrogar grande parte desse mérito.
De meados de agosto em diante, uma certa apatia que vicejava entre essa militância, tanto nas ruas quanto na rede, foi cedendo espaço a forte engajamento de centenas de milhares de filiados e não-filiados do PT que passaram a enfrentar a avalanche pró Marina e Aécio Neves na grande mídia.
A força do PT na internet ou nas ruas tem razão de ser. Segundo a Justiça Eleitoral, o PT é o segundo partido com mais filiados no país. Porém, em termos de engajamento desses militantes, é, de longe, o primeiro.
Oficialmente, o PMDB é o partido com o maior número de filiados, com 2,3 milhões de inscritos (15,36% do total de filiados a partidos políticos no país). E, conforme dados divulgados em abril pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em seguida vem o PT, com 1,5 milhão de filiados (10,37% do total).
Vale dizer que o Brasil tem, ao todo, 15.329.230 de cidadãos filiados a partidos políticos.
O PMDB tem mais filiados porque, por muito tempo, foi um dos dois únicos partidos tolerados pela ditadura militar – o do governo (Arena) e o de oposição (MDB). É o partido político mais antigo do Brasil. Sob o nome de Movimento Democrático Brasileiro (MDB), foi fundado dois anos após o golpe de 1964 – em 1966. Já o PT, foi fundado 14 anos depois – em 1980.
O caráter aguerrido da militância do PT é histórico e nem os inimigos do partido negam tal caráter. Com o advento da internet e a popularização da rede no Brasil a partir do início do século XXI, a militância massiva das ruas tornou-se muito mais eficiente.
No início da campanha eleitoral deste ano, Marina, cuja militância na rede e nas ruas é insipiente, espalhou que o PT havia contratado militantes pagos para atuar na internet. Contudo, essa versão jamais foi comprovada. Até porque, o PT não precisa pagar militantes tendo tantos que trabalham espontaneamente, muitas vezes tirando dinheiro do bolso para militar.
Palavras de Marina: “Eles [o PT] têm milhares de pessoas pagas nas redes sociais para mentir. É um verdadeiro mensalete”. E, depois, ela se queixa de ser alvo de virulência dos adversários. Faz uma acusação dessas e não apresenta uma só prova. E quando o PT revida, Marina se faz de vítima.
Mas há candidatos usando militância paga, sim. O campeão é o PSDB. Mas esse uso de militantes pagos tem se resumido a eventos de rua, carreatas, comícios etc. Na rede, estudos recentes mostram que os tucanos preferem usar “robôs”.
O estudo mais recente foi feito pelo Laboratório de Estudos Sobre Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Espírito Santo. O campo de estudo escolhido pelo Labic foi o debate entre candidatos a presidente levado ao ar no domingo, pela TV Record.
O Laboratório da UFES passou a monitorar desde a tarde do último domingo as menções na internet aos candidatos Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves. O gráfico abaixo mostra um dado surpreendente – mas não tanto – que o Labic apurou.
Como se vê, desde as 16 horas do último domingo até o fim do debate na Record (por volta dos 45 minutos da madrugada de segunda-feira), as menções a Marina e a Dilma nas redes sociais se mantiveram, subindo levemente durante o início do debate. Já no caso de Aécio, as menções ao seu nome subiram abruptamente pouco antes do debate.
Pesquisando um pouco mais, descobre-se por que isso aconteceu. E que aconteceu porque o PSDB usa “robôs” – programas que simulam comentários humanos nas redes sociais – para suprir a falta de militantes, que sobram a Dilma e que Marina tampouco têm. Por conta disso, no gráfico acima o leitor percebe que fora do horário do debate da Record Aécio era bem menos mencionado nas redes sociais.
Faça-se Justiça a Marina: o estudo mostra que ela não usou os mesmos recursos de Aécio.
O mais surpreendente, porém, foi a descoberta de um estudo independente que mostra mais provas de que Aécio usa fraudes para suprir a falta de militância de seu partido. Esse estudo foi feito por um cineasta mineiro.
Esse cineasta produziu um documentário intitulado Gagged in Brazil (Amordaçado no Brasil).  Trata-se de Daniel Florêncio, cineasta mineiro radicado em Londres.  Ele produziu esse comentário para a Current TV, do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
O documentário mostra como o então governador de Minas Gerais Aécio Neves utilizou meios de comunicação comerciais do Estado para promover a sua imagem e calar adversários. Daniel Florêncio utiliza trechos do filme “Liberdade, Essa Palavra”, sobre o mesmo tema, realizado em 2006 como trabalho de conclusão de curso do então estudante de jornalismo da UFMG, Marcelo Baeta.
Florêncio descobriu que Aécio mandou fazer um vídeo para se contrapor ao documentário “Liberdade, Essa Palavra”. O título do documentário tucano: “Aécio Neves responde a Liberdade, Essa Palavra”.
O cineasta mineiro ficou intrigado porque o documentário-resposta do tucano em pouco tempo conseguiu cerca de 50 mil visualizações no You Tube. Assim, decidiu verificar as estatísticas que todo vídeo postado nessa rede social tem e que possibilitam saber quantos assistiram, quando assistiram e de onde são os que assistiram.
Como se vê, praticamente todas as visualizações ocorreram em duas datas específicas: outubro de 2009 e março de 2010.
Não satisfeito, Florêncio decidiu pesquisar de onde eram aqueles internautas que acorreram maciçamente ao documentário-resposta do tucano nas duas datas supracitadas e descobriu que praticamente todos os que assistiram eram da Índia e da Coreia do Sul… (?!!).

Isso mesmo, muito mais indianos e sul-coreanos se interessam por Aécio do que brasileiros.
Eis um dado interessantíssimo sobre o desempenho de Aécio Neves nesta campanha eleitoral. Apesar de tanto dinheiro para formular fraudes, apesar de todo o apoio da mídia e dos bancos, ele não consegue mais do que um pífio terceiro lugar na corrida pela sucessão de Dilma. Dá vontade de torcer para que substitua Marina no 2º turno, se houver.
Assista, abaixo, ao vídeo explicativo de Daniel Florêncio sobre as fraudes marqueteiras de Aécio.

Dia decisivo para a “sobrevida” da candidatura Marina Silva

queda
Vem aí uma maratona de pesquisas.

O Datafolha registrou nada menos que três: para hoje, amanhã e sábado.

O Ibope, outras três: hoje, sexta e sábado.

É uma vergonha, em matéria de indução do eleitorado, mas é assim que as coisas se passam em nosso país, com a mídia que temos, com seus “apêndices” estatísticos.

Vamos assistir uma guerra, que vai ter como cena central a “crise” econômica que está sendo criminosamente construída na Bolsa e no dólar.

Essa é a “frente de ataque a Dilma”, mas a direita, apesar ne ter deixado de lado toda a prudência nisso, não sabe o que fazer diante do caldeirão em que armou seus feitiços.

Marina foi uma aposta imprudente, na qual jogou todas as suas fichas, e ela, visivelmente, gorou.

Pode ter força residual para chegar ao segundo, mas isso se torna cada vez mais duvidoso.

O Globo, hoje, abre suas baterias sobre ela.

Reportagem mostra como foi financiada pela Natura e pelo Itaú.

Merval Pereira já admite que, entre os assessores de Aécio (isso é uma auto-análise?) é forte a percepção de que “é possível ir ao segundo turno passando por cima de Marina”.
E Ricardo Noblat, que havia se tornado um dos mais intransigentes “marinistas” da mídia, parte para o desaforo com a candidata.

Pare de se fazer de coitadinha, Marina! Ou vá à luta ou desista“, diz ele, sem meias-palavras.
E vaticina: “Agarre-se Marina com todos os deuses disponíveis para não morrer na praia antes de domingo próximo. Corre tal risco.’

Quem vai mostrar este “risco” são os números que as pesquisas de hoje terão coragem de assumir.

Marina abaixo dos 25% será sinal de desembarque da candidatura da ex-verde, ainda mais se acompanhado de Aécio com 20%.

A tendência é essa e é no um a mais, um a menos – que vai se estreitando quanto mais perto estamos da votação – que se formam as “ondas” de expectativas.

Para recordar: no primeiro turno de 2010, Dilma teve 46,9% dos votos válidos, depois de uma semana final com tendência de queda, o contrário do que ocorre agora, quando tem 45- 46% dos válidos

Serra teve 32,6%, e entrou estável na última semana, com uma percentagem entre os válidos que se aproximava dos 32, segundo o Datafolha. Como Marina virou o Serra de 2014, veja-se que ela tem, no último Datafolha, 30,3% dos válidos, em franca trajetória de queda.
E Aécio, o azarão que era Marina em 2010, quando esta teve 19,3% dos válidos, entra, em estabilidade ou leve alta, na semana final nas mesmas condições que ela terminou, pois tem, segundo o último Datafolha, 20,2% dos válidos.

Marina tornou-se um mulambo eleitoral. Imprestável.

Tornou-se evidente que a direita ou a mata ou corre o risco de morrer com ela.

Mídia protege Marina e omite o óbvio: ela mentiu

Quem é de quem: Neca do Itaú e Natura sustentam ONG de Marina, diz Globo; publicitário do PSDB 'ofereceu' o jingle 'viral' de Eduardo Jorge, conta a Folha; ex-secretário de Serra, o descolado candidato do PV vive idílio eleitoral com Aécio

'A seis dias da urna Lula faz um alerta geral: 'Essa é a semana da mentira na imprensa'

Nem o 'Hulk' aguenta a candidata eólica: Mark Ruffalo, interprete americano do personagem 'Hulk', e militante da luta contra a homofobia, desautorizou o vídeo já gravado de apoio a Marina; recuo é protesto contra a aliança entre Marina e o homofóbico Silas Malafaia

Marina muda de lado até sobre ela mesma: depois de sustentar durante um mês, desde o debate da Band, em 26/08, que votou a favor da CPMF, a candidata é pega na mentira por Dilma e admitiu, nesta 3ª feira, que votou contra a contribuição

Refugo: queda na Bolsa nesta 2ª feira é proporcional à taxa de credibilidade da revista 'Veja'; nem os mercados acreditam mais nas 'balas de prata' do gorduroso jornalismo feito para servi-los

 :
Por que será que é tão difícil dizer que a candidata Marina Silva, do PSB, mentiu quando disse, no debate da Band, que votou favoravelmente à CPMF; na Folha de S. Paulo, ela, a vítima, alvo do PT, "se contradiz"; no Valor, ela votou contra a CPMF quatro vezes no governo FHC, mas fez isso "sob orientação do PT"; no Globo, de novo vitimizada, "após ataque", Marina tenta explicar sua posição; a verdade é uma só: a candidata disse uma coisa e fez outra, ou seja, mentiu; no entanto, em Caruaru (PE), Marina tentou culpar a presidente Dilma Rousseff pela própria mentira, ao dizer que ela não tem experiência parlamentar e não sabe como funciona o Congresso; na verdade, é Marina quem enfrenta problemas de memória 

247 - No primeiro debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes, Marina tentou vender uma imagem de si própria que não correspondia à realidade. Disse que não fazia "oposição pela oposição", dando como exemplo o fato de ter votado a favor da CPMF, quando seu partido – na época, o PT – era contra.

Marina mentiu. Como foi demonstrado ontem pelo 247, nas quatro ocasiões em que teve a oportunidade de votar em relação ao imposto do cheque, criado para financiar a saúde, ela votou contra (leia mais aqui). E a mentira foi desmascarada no debate da Record, no último domingo, quando a presidente Dilma Rousseff a confrontou com dados do próprio Senado.

Pega numa situação desconfortável, Marina ontem soltou uma nota. Mais uma vez mentirosa. Disse que foi favorável à CPMF quando o assunto tramitou numa comissão do Senado. Nesta ocasião, houve apenas uma votação simbólica e quem representou o PT foi a liderança do partido no Senado – e não Marina Silva.

O fato de Marina ter sido pega na mentira foi, sem dúvida, um dos pontos altos do último debate. No entanto, chega a ser comovente o esforço dos jornais brasileiros para proteger a candidata do PSB das suas próprias fragilidades.

Na Folha, Marina foi vitimizada. Na manchete, ela, "alvo do PT", se contradiz sobre CPMF. No Globo, também vitimizada, Marina, "após ataque", "tenta explicar posição sobre CPMF". No Valor, joint-venture dos grupos Folha e Globo, mais uma tentativa de proteção. A manchete informa que ela votou quatro vezes contra a CPMF, mas "sob orientação do PT".

Ora, mas o discurso de Marina era justamente o de "não fazer oposição pela oposição" e de ter desafiado seu próprio partido.

Protegida pelos meios de comunicação familiares, Marina continua à vontade para alimentar mitos e inverdades. Ontem, em Caruaru, tentou culpar a presidente Dilma Rousseff por sua própria mentira. Disse que ela, por não conhecer os meandros do parlamento, teria "feito confusão".

“A CPMF tramita desde 1993. Entrei no Senado em 95. No processo da comissão, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM, já falecido) propôs um fundo de combate. Eu propus estudar medidas de combate à pobreza. Fizemos o bom combate na comissão. Aprovamos a proposta e no plenário houve mudança no texto e os recursos foram reduzidos pela metade. Aí sim votamos contrários”, disse a candidata. “Fico tranquila porque sei o que fiz. Obviamente, uma pessoa como a presidente Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, que não teve qualquer mandato político, tem uma certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta”.

Na comissão, Marina, quem se manifestou foi a liderança do PT. E no plenário, em quatro ocasiões, você votou contra. O resto é apenas conversa mole.