extrapartidária que não mostra a cara e quer desqualificar a política. Combater essa oposição sem cara, mas com voz é um dos objetivos do PT hoje' (Rui Falcão, presidente do partido)** Franklin Martins, ex-ministro do governo Lula, autor de um projeto de regulação da mídia até hoje engavetado, reuniu-se nesta 4ª feira, em Brasília, com a Presidenta Dilma Rousseff ** Leia aqui: 'A mídia e a lógica da senhora Watanabe '
"Nos anos 30, o capitalismo encontrou rapidamente uma saída para a crise abandonando o laissez-faire reinante e abraçando o keynesianismo; o New Deal de Franklin D. Roosevelt marcou uma virada radical no manejo da economia que contrasta com a falta de propostas que se observa na atual crise. Segundo o catedrático de economia comparada da Universidade de Cambridge, Gabriel Palma, o problema é político: "Ocorreu um esvaziamento intelectual da esquerda após a queda do muro de Berlim. O que ocorreu na Europa é que a esquerda terminou comprando o discurso neoliberal. A este beco sem saída político-intelectual soma-se uma inércia e automatismo do sistema financeiro que segue conservando seu lugar hegemônico por uma mistura de predomínio da lógica de curto-prazo, perigo de uma nova debacle e a duradoura influência do credo neoliberal. 'Enquanto essa hegemonia não for modificada não se pode falar de um novo modelo', assinala Palma". (Marcelo Justo, correspondente de Carta Maior em Londres)
Direita midiática aposta todas as fichas em Roberto Gurgel
O Script do Golpe vai sendo encenado com uma rapidez que supera várias previsões que foram feitas neste espaço nos últimos meses. Em 4 de novembro do ano passado, por exemplo, escrevi sobre tal script em post que antecipava o que estamos vendo acontecer. Abaixo, um trecho daquele texto profético.
—–
“(…) há poucas dúvidas – se é que existe alguma – de que o doutor Roberto Gurgel aceitará, gostosamente, a denúncia que a oposição faz àquele que responsabiliza por suas derrotas eleitorais (…)”
—–
Gurgel já encampou as denúncias contra Lula. E, agora, vai se cumprindo a segunda parte do “espetáculo do golpe” com a representação da oposição contra Dilma feita à instituição que o mesmo Gurgel chefia. Esta previsão foi feita em 27 de dezembro último, no post 2013, o ano do golpe. Abaixo, outro trecho profético.
—–
“(…) O golpe “institucional” à brasileira, pois, já está desenhado. Lula (…) dificilmente deixará de ser denunciado por iniciativa da mesma Procuradoria Geral da República que dispõe, também, da prerrogativa de denunciar presidentes da República. Roberto Gurgel (…) ficará mais sete meses no cargo. Uma eternidade, em termos de tempo para tentar inviabilizar Lula ou Dilma como candidatos (…).
—–
É tudo tão previsível que chega a dar sono. Inclusive, vale refletir que o noticiário imbecil sobre catástrofes na economia que tantos veem como má estratégia da direita midiática, pode vir a calhar em um momento em que seja preciso “justificar” alguma medida mais, por assim dizer, “radical”.
Devemos notar, portanto, que a inviabilização dos dois gigantescos candidatos que o PT tem para escolher para disputar a sucessão presidencial de 2014 (Lula e Dilma) com o anti-Lula da vez dependerá de um só homem.
Não serão Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes ou qualquer outro teleguiado da direita midiática no STF. Este precisa de uma provocação e só quem pode fazê-la também contra a presidente da República é ninguém mais, ninguém menos do que ele, Gurgel.
Como já foi dito repetidas vezes nesta página, no tempo que lhe resta à frente do Ministério Público Federal o atual procurador-geral pode fazer muito estrago, ainda. Além de arrolar algum parlamentar para remeter a ação contra Lula ao STF em vez de à primeira instância, ele tem a prerrogativa de denunciar a presidente da República.
Eis que o PSDB e a mídia fornecem o material para Gurgel moldar o golpe “institucional” à brasileira: a representação daquele partido contra o pronunciamento de Dilma na semana passada, quando ela foi à tevê e defendeu seu governo dos ataques tucano-midiáticos.
Detalhe: a representação contra Dilma que o PGR deverá aceitar baseia-se, exclusivamente, em matérias de Globo, Folha, Estadão e Veja ao criticarem a presidente por ter ido à tevê.
Restam poucas dúvidas, assim, de que Gurgel irá propor ao STF ações contra Lula e Dilma. E apesar de não haver tempo para tais ações serem julgadas até outubro do ano que vem, a iniciativa, em ano eleitoral, servirá de discurso para uma oposição que pouco tem a dizer.
Claro que restam a Dilma algumas cartas na manga. Ainda há mais dois ministros do STF para ela nomear (caso Celso de Mello antecipe mesmo sua aposentadoria). E, em agosto, ela nomeará o novo procurador-geral da República.
Do jeito que as coisas vão, porém, quem garante que a configuração atual do STF não cometa mais uma barbaridade jurídica e conclua os processos contra Lula e a presidente da República à moda paraguaia, de forma relâmpago? Eis por que o procurador-geral da República é a grande esperança da direita midiática.