Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

FMI exige mais cortes aos países do BRIC (Brasil, Rúsia, Índia e China)





O FMI (Fundo Monetário Internacional) fez um novo "alerta" para os chamados países "emergentes", os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), exigindo que os países não gastem mais que o necessário e orientando novos gastos públicos.
Segundo o relatório divulgado pelo FMI, "as economias emergentes devem resistir à tentação de aproveitar os ventos favoráveis no curto prazo para aumentar os gastos e optar por reconstituir suas reservas fiscais" (BBC, 12/4/2011). O FMI quer conter os gastos para que estes países aumentem os fundos que eventualmente possam ser usados para socorrer capitalistas e especuladores da crise econômica.
O fundo diz que mesmo com um certo alívio nos déficits fiscais das economias destes países os gastos devem ser evitados, ou seja, deve-se gastar menos e cortar mais. Ressalta ainda o fato de que os países do BRIC estão em uma posição melhor devido ao grande volume de exportações de commodities e os elevados preços desta categoria de produtos e também pela grande entrada de investimentos estrangeiros no País. Esta situação pode ser rapidamente revertida criando bolhas financeiras que afundariam as economias destes países.
Na China e no Brasil, por exemplo, a vasta disponibilidade de crédito para empréstimo nos bancos provocou um verdadeiro "boom" no mercado imobiliário destes países e criou as condições para o surgimento de uma bolha financeira neste setor. Prevendo o desenvolvimento desta bolha, o governo chinês já reduziu a disponibilidade de crédito e implantou outras medidas para evitar o aumento do consumo. No Brasil, o Ministério da Fazenda está adotando medidas semelhantes para inibir os empréstimos e frear a corrida ao crédito imobiliário. Estas medidas estão na verdade contendo a produção nestes países e levando estas economias à estagnação.
Cortes nos gastos públicos
Uma das recomendações do FMI é diminuir os gastos públicos para diminuir o endividamento dos países de capitalismo atrasado que compõem o BRIC. Para realizar estes cortes a indicação do FMI é diminuir os gastos principalmente com aposentadoria e na área da saúde.
Este é o verdadeiro sentido desta política apresentada pelo FMI, deixar que a crise seja paga pelos mais pobres, por países como o Brasil e China que já possuem os mais baixos salários de todo o mundo e que possuem um dos piores serviços públicos do mundo. Resumidamente, o recado do FMI é a imediata implantação de planos de austeridade nestes países.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A decadência do império Empregos perdidos nos EUA: Perdidos para sempre


As “privatizações” e a globalização voltam, para bater no lombo de quem as inventou

Counterpunch

Agora, quando alguns Democratas e o que restou da AFL-CIO [principal união sindical nos EUA, composta de 54 federações nacionais e internacionais de sindicatos] começam a acordar para o impacto destrutivo da exportação de postos de trabalho sobre a economia dos EUA e sobre a vida de milhões de norte-americanos, os defensores da globalização ressuscitaram um artigo de Matthew Slaughter, economista de Dartmouth, que já foi ridicularizado há alguns anos. O artigo demonstrava que a globalização, com exportação de postos de trabalho, seria fator que faria aumentar o emprego e os salários nos EUA.


Quando o artigo apareceu, dediquei-me a expor os erros de Slaughter. Mas economistas dependentes dos grandes salários das grandes transnacionais entenderam que seria mais lucrativo divulgar aqueles erros do que discutir números e fatos. Recentemente, a Câmara de Comércio dos EUA requentou o falso argumento de Slaughter, usado como arma contra os deputados Democratas Sandy Levin e Tim Ryan; e o Wall Street Journal mandou William S. Cohen, secretário da Defesa de Bill Clinton, regurgitar as ideias de Slaughter em sua coluna no jornal, dia 12/10.

Escrevi ao Wall Street Journal, mas os editores não se interessaram por o que tivesse a dizer um de seus ex-diretores e colunistas, e secretário-assistente do Tesouro para questões de economia política do presidente Reagan. A fachada de mentiras publicadas como fatos tem de ser mantida a qualquer custo. Ninguém questionará, no WSJ, os benefícios da globalização para os EUA.

Cohen disse aos leitores do WSJ que “para cada emprego exportado para Bangalore, criam-se cerca de dois empregos em Buffalo e em outras cidades norte-americanas”. Aposto que Buffalo “e outras cidades norte-americanas” adorariam saber o endereço desses novos empregos que teriam sido recentemente criados. Talvez descubram, se telefonarem a Slaughter, Cohen ou à Câmara de Comércio.

Mês passado estive em St. Louis, e impressionaram-me os quarteirões, quarteirões e quarteirões, de casas abandonadas, fábricas desertas e prédios de escritórios com as lojas de calçada com placas de “aluga-se”.

Detroit está tentando reduzir a área da cidade, abrindo mão de mais de 40 milhas quadradas do próprio território. Dia 25/10, no programa 60 Minutes, tratou-se do desemprego no Vale no Silício, onde viviam profissionais de altíssimos salários que, hoje, estão desempregados há mais de dois anos e já não encontram nem empregos de meio período pagos a $9/hora, na Target.

A ideia de que a exportação de empregos, pelas transnacionais norte-americanas globais, aumentaria o emprego nos EUA é das maiores falácias jamais divulgadas por especialistas e pela mídia. Como já demonstrei em inúmeros artigos e também em meu livro How The Economy Was Lost [Como a economia perdeu o rumo] (2010), Slaughter consegue montar sua conclusão errada, porque conta o crescimento dos empregos nas multinacionais nos EUA, sem corrigir os dados de modo a que reflitam as aquisições e fusões de empresas: empresas norte-americanas compradas por conglomerados globais e empresas que já existiam, mas se converteram em empresas globais pela primeira vez. Não há novos empregos em transnacionais nos EUA. Os empregos simplesmente foram convertidos em empregos multinacionais, porque as empresas empregadoras converteram-se em multinacionais.

Se Slaughter (ou Cohen) tivesse consultado as estatísticas do Bureau of Labor e seus dados sobre nonfarm payroll Jobs [1], não conseguiria achar lugar para os supostos 5,5 milhões de empregos que teríamos criado, mas não criamos. Tenho escrito detalhadamente, há quase uma década, sobre a criação de empregos nos EUA que se vê nos dados do BLS e outros, como o economista Charles McMillion, de Washington, que têm feito o mesmo. Na última década, os novos empregos criados nos EUA nada tiveram a ver com as corporações multinacionais. São empregos de garçons e garçonetes, de assistentes médicos (em unidades de atendimento ambulatorial), vendedores em lojas de varejo e – enquanto a bolha se arrastar – na construção civil.

Nada dos empregos high-tech de altos salários, que a “Nova Economia” tanto prometeu, e não são empregos que possam ser associados às empresas globais. Além do quê, também os empregos domésticos já escasseiam.

Mas o que menos se considera são os fatos. Será que Slaughter, Cohen, a Câmara e o Wall Street Journal jamais se perguntaram como seria possível ter, simultaneamente, milhões de novos empregos e bons salários para a classe media, com cada vez maior desigualdade de renda no mundo desenvolvido, e toda renda acumulando-se cada vez mais na faixa dos mega ricos?

Em meados de outubro, o secretário do Tesouro e fantoche de Goldman Sachs, Tim Geithner, discursou na Califórnia no pátio, ou no ex-pátio, de ex-casas dos ex-ricos da classe média do Vale do Silício, vários dos quais vimos no programa 60 Minutes sobre a mesma região. Lá, Geithner disse que a solução é “formar mais engenheiros”.

Os EUA já têm muito mais engenheiros do que empregos para eles. Em pesquisa recente feita por empresa de pesquisa e marketing da Philadelphia, Twentysomething, constata-se que 85% de recém-saídos de universidades terão de voltar a viver na casa dos pais. Ainda que os “filhos do boom” consigam empregos, não conseguirão salários suficientes para manter-se com vida independente dos pais.

A mídia financeira “especializada” nada ajuda a esclarecer. Jornais e jornalistas repetem a mentira de que a taxa de desemprego estaria em 9,6%. Essa é taxa fabricada, especialmente depurada para não contabilizar a maior parte dos desempregados. Os números do governo, mais inclusivos, chegam a 17%. John Williams, especialista em estatística, que calcula desemprego como tem de ser calculado, trabalha já com taxas de 22% de desemprego.

A mídia financeira converte más notícias em boas notícias. Recentemente divulgaram novos 64 mil empregos no setor privado; são empregos que desaparecem, se confrontados aos empregos desaparecidos no setor público. De fato, são necessários cerca de 150 mil novos empregos por mês nos EUA, só para equilibrar o crescimento vegetativo da força de trabalho. Em outras palavras: 100 mil novos empregos por mês são, de fato, déficit mensal de 50 mil empregos.

A estupidez da mídia financeira aparece bem evidente em duas manchetes publicadas dia 19/10, na mesma página Bloomberg:

“Dólar reage bem ao apoio de Geithner ao fortalecimento da moeda” e, adiante: “Mercado vê o dólar fraco de Geithner como caminho para a recuperação da economia norte-americana”.

Por não darem qualquer atenção aos empregos que desapareceram porque foram exportados, os políticos e seus asseclas na imprensa financeira atribuem o desemprego nos EUA a uma suposta manipulação pela China ou à crise financeira. Os Republicanos dizem que a crise financeira, ela mesma, é culpa dos cidadãos de baixa renda que assumiram dívidas hipotecárias que não poderiam saldar.

Em outras palavras, a culpa é da China e da cobiça dos norte-americanos pobres que aspiram a viver acima de suas possibilidades. Se os EUA ‘raciocinam’ desse modo, é fácil ver por que parece não haver solução para os problemas econômicos.

Nenhum governo dos EUA assumirá os próprios erros, se pode culpar algum estrangeiro. A China é o bode expiatório para o fracasso dos EUA. Os empresários acusam a China, mas não são capazes de ver os efeitos de 20 anos de continuada exportação de postos de trabalho – a chamada “globalização” –, nem veem os efeitos, nos EUA, de nove anos de guerras caríssimas e sem sentido algum.

O crime se chama “manipulação da moeda”. Mas a China não está interessada em manipular o dólar norte-americano. Aconteceu, sim, que o governo chinês decidiu converter sua economia comunista quebrada em economia de mercado. Isso, quando o governo entendeu que os investidores teriam de confiar na moeda em que negociassem. Então a China atrelou sua moeda ao dólar, para sinalizar que o dinheiro chinês era tão confiável quanto o dólar. Naquele momento, a China, é claro, não poderia, sem perder a credibilidade, atribuir alto valor em dólar à moeda chinesa.

Mas o tempo passou. As políticas financeiras irresponsáveis e alucinadas dos EUA consumiram o valor do dólar. E, porque a moeda chinesa continua atrelada ao dólar, o valor dela também caiu. Só se fossem doidos, os chineses manipulariam a própria moeda, para que valesse menos.

Bem ao contrário disso. Quando estive na China, em 2006, a taxa corrente era de pouco menos de 8 yuan por 1 dólar. Hoje, é de 6,6 yuan por 1 dólar: o yuan valorizou-se 17,5%.

O governo dos EUA atribui à moeda chinesa desvalorizada a responsabilidade pelo déficit comercial com a China. Nada mais falso. A moeda chinesa valorizou-se 17,5% contra o dólar desde 2006, mas o déficit comercial EUA-China não diminuiu.

A maior causa do déficit comercial EUA-China é a “globalização”, ou a prática, estimulada por Wall Street e Wal-Mart, de as corporações norte-americanas exportarem a produção de seus produtos para o mercado de trabalho chinês, em busca de mão de obra barata. A maioria das tarifas que os idiotas do Congresso querem impor às importações “chinesas” pesarão, portanto, sobre a produção que as multinacionais norte-americanas exportaram para a China! Quando produtos norte-americanos, como computadores Apple, por exemplo, são trazidos para o consumo dos norte-americanos, entram como importações. Assim, as tarifas pesarão, primeiro, sobre a produção que as empresas multinacionais norte-americanas exportaram para a China; em seguida pesarão também sobre os bens lá produzidos e exportados da China de volta aos EUA, quando chegarem aos EUA.

Só se pode concluir que o déficit comercial dos EUA com a China é resultado da “globalização”, sobretudo, dos empregos; não, é claro, de alguma manipulação dos chineses com sua moeda.

Aspecto importante jamais considerado é que, hoje, os EUA são dependentes da China para inúmeros bens manufaturados, inclusive produtos de alta tecnologia, que, há bastante tempo, já não são fabricados nos EUA. Se a China valorizar sua moeda, o preço desses produtos aumentará nos EUA. Quanto mais valorizado o Yuan, maiores os preços nos EUA. Então, sim, o impacto sobre o padrão de vida já declinante nos EUA, seria dramático.

Quando políticos norte-americanos dizem que a solução para os problemas dos EUA seria moeda chinesa mais forte, mais uma vez tentam jogar todo o peso do ajustamento à nova situação de desemprego, sobre a população mais pobre dos EUA, já endividada, desempregada e sem casa onde morar.

Nota:
[1] Número construído por pesquisas do US. Bureau of Labor Statistics, que mostra o número total de trabalhadores norte-americanos pagos em todos os ramos de negócios, excluídos os funcionários públicos em geral, empregados domésticos, empregados de organizações assistenciais e sem finalidades de lucro e empregados rurais. Mais, em: Non-Farm Payroll

Tradução Vila Vudu
O artigo original, em inglês, está aqui: Counterpunch


Leia mais em: O Ескердопата 
Under Creative Commons License: Attribution

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Geração de emprego: Lula 15 milhões X FHC 5 milhões



A partir desta quarta-feira, a Carta Maior publica uma série de artigos do economista José Prata Araújo, fazendo uma comparação entre os governos Lula e FHC. Araújo apresenta números e resultados dos dois governos, procurando apresentar os dois caminhos que estarão diante da população brasileira no dia 31 de outubro. No primeiro artigo ele aborda o tema da criação de empregos. O Brasil está entre dois caminhos, assinala. O de Dilma e Lula representa mais desenvolvimento econômico, mercado interno de massas, distribuição de renda, e mais empregos formais. O outro caminho, representado por Serra e FHC, já é conhecido dos brasileiros: baixo crescimento, privatizações, poucos empregos e flexibilização da CLT e da carteira assinada.
O indicador do mercado de trabalho formal mais amplo é a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Os dados da RAIS são divulgados anualmente, representam cerca de 97% do mercado de trabalho formal brasileiro e são aproximadamente 6,9 milhões de empresas declarantes. De forma diferente do CAGED, que se restringe ao trabalho celetista, a RAIS também recolhe dados dos estatutários, dos trabalhadores regidos por contratos temporários e dos empregados avulsos. 

Veja na tabela abaixo os dados da RAIS dos últimos 15 anos e a estimativa para 2010. Sob Lula serão 15 milhões de empregos formais em oito anos, uma média de 1.877.954 empregos por ano. Já sob FHC, os números foram bem mais baixos: 5.016.672 vagas em oito anos, com uma média de 627.084 contratações anuais. 

Assim, a média anual de geração de empregos com Lula pela RAIS foi cerca de três vezes maior que no governo FHC. Os tucanos sempre desacreditaram a meta de 10 milhões de empregos, fixada por Lula em 2002. O petista acabou alcançando 15 milhões de novos empregos de carteira assinada e os 10 milhões viraram a diferença para mais em relação ao governo FHC. 

Geração de empregos formais – RAIS  – 1995 a 2010

Como explicar tamanha disparidade na geração de empregos formais entre os governos Lula e FHC? As teorias dos tucanos e de seus aliados são risíveis. Veja o que disse o economista Edward Amadeo:

“O emprego com carteira assinada cresceu como não fazia desde a década de 1970. Quem imagina que isso se deva ao aumento da taxa de crescimento econômico pode estar enganado. Foi o aumento no crescimento econômico, ou a redução da incerteza com um Lula prudente, que fez as empresas sentirem-se à vontade para contratar mais trabalhadores com carteira? Um bom debate. (...) Enfim, a redução da inflação e o arquivamento da política econômica do PT fez muito bem ao país” (Valor Econômico, 26/12/2007). 

Ora, se prudência e a confiança dos empresários gerasse empregos, FHC, e não Lula, seria o campeão na geração de empregos formais.

Há ainda aqueles, como o economista Naercio Menezes Filho, que creditam às reformas neoliberais a maior geração de empregos: 

“Por que será que nas décadas de 1980 e 1990 o crescimento econômico não gerou empregos? Como este foi um período de inflação alta e crescente, economia fechada, mão de obra não qualificada e custos trabalhistas elevados, as firmas evitavam contratar formalmente a todo custo, adotando uma postura defensiva no mercado de trabalho. A partir de meados da década de 1990, com a inflação controlada e as reformas liberalizantes da economia, o mercado de trabalho passou a funcionar de forma mais fluída, não sem antes passar por um duro período de ajuste até 1999” (Valor Econômico, 15/5/2009).

O emprego formal no Brasil vem crescendo de forma consistente no governo Lula e não é por causa das reformas neoliberais, como afirmam os tucanos. Com Lula, a economia acelerou o seu crescimento, o que explica em parte a criação de milhões de empregos formais. O forte impulso da distribuição de renda e do mercado interno de massas, onde se sobressaem empresas fortemente geradoras de mão de obra sejam pequenas, micros, médias e até mesmo grandes empresas, também contribui. O governo Lula tem como diretriz o trabalho de carteira assinada, seguida pela fiscalização do Ministério do Trabalho, ao contrário de FHC que estimulava as empresas a adotarem novas formas de contratação, visando reduzir o que chamavam de “custo Brasil”. Com Lula, os sindicatos foram valorizados, ao contrário de FHC que tinha como objetivo impor-lhes uma dura derrota. 

O Brasil entre dois caminhos: continuar com Dilma e Lula, com mais desenvolvimento econômico, mercado interno de massas, mais distribuição de renda, mais e melhores empregos formais. O outro caminho, representado por Serra e FHC, já é conhecido dos brasileiros: baixo crescimento, privatizações, poucos empregos e flexibilização da CLT e da carteira assinada. 

(*) Economista mineiro, autor dos livros "O Brasil de Lula e o de FHC" e "Guia dos direitos sociais" 

Bullying eleitoral

EDUARDO GUIMARÃES- BLOG CIDADANIA
Estou impressionado com um caso relatado pelo amigo Arnóbio Rocha, tuiteiro com quem dividi os corredores do hospital em que minha filha Victória e Letícia, uma das filhas dele, estiveram internadas ao mesmo tempo há alguns meses.
Esse caso dá uma idéia das barbaridades que estão sendo praticados nesta campanha eleitoral, que pode passar à história como uma das mais sujas que este país já viu depois da redemocratização.
Vale relatar que tudo se deve ao candidato da mídia, bem como a própria, não estarem aceitando limites sobre o que usar para vencer a eleição presidencial.
Arnóbio relata, via Twitter, bullying  que uma de suas filhas sofreu na escola em que estuda devido aos seus pais serem eleitores declarados de Dilma Rousseff.
O caso me parece extremamente grave. Inaceitável numa democracia. Este é o primeiro relato de dois que pretendo fazer hoje sobre o clima que o candidato José Serra, o jornal Folha de São Paulo, a Rede Globo, o Estadão e a revista Veja, entre outros, estão impondo ao país.
Arnóbio começa seu relato explicando o que é bullying: “Termo em inglês utilizado para descrever atos de violência  física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully – «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender”.
Segundo Arnóbio, sua filha de 9 anos estuda em uma escola cristã de classe média de São Paulo e foi vítima de “bulliyng pesado” por “defender Dilma”.  Teria sido importunada por coleguinhas cujos pais votaram em Serra, que debochavam dela alegando que o tucano teria “vencido” o primeiro turno e Dilma, “perdido”.
A garota, segundo o relato, teria revidado dizendo que havia “mais eleição” pela frente – bela resposta para uma criança de nove anos. Todavia, naquele momento os coleguinhas começaram a gritar “Dilma Assassina”, e que ela “foi presa”, que “roubava” e que “mata crianças”.
Agora a parte mais revoltante e assustadora: a filha de Arnóbio diz ter sido caçada, encurralada e recebido socos e pontapés, além de os agressores terem pisado na mochila dela enquanto gritavam insultos e deboches.
Quando a mãe da menina foi buscá-la na escola, encontrou a filha aos prantos tentando relatar  a agressão que sofrera.
Ainda segundo meu companheiro de hospital – alguém que tem a filha primogênita, de doze anos, sofrendo de leucemia -, este é o perfil dos pais dos alunos da tal escola: curso superior e salários, em média, de R$12 a 15 mil.
Arnóbio ainda assevera que “Nem em 1989 Collor ousou pregar o ódio de forma tão aberta” e que “Transformaram as eleições num inferno, em São Paulo”. E conclui dizendo que “não dá mais para ficar calado”.
Na classe da vítima dessa nova forma de bullying inventada pela campanha de Serra, o “bullying eleitoral”, dos 21 alunos 4 dizem que os pais votam em Dilma e todos estão sendo vítimas dos demais.
Arnóbio não quer revelar o nome da escola, no que julgo que está certo. Mas só até o ponto em que essa instituição tomar providências. Se tal não ocorrer, penso que ele deve tomar uma atitude. Não denunciar essa barbaridade equivale a aceitar ter a sua liberdade de expressão e de opinião desrespeitada.
Aguardemos…

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Leonardo Boff apóia aliança entre Marina e Dilma


Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. José Serra representa esse ideário. O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto. É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. O artigo é de Leonardo Boff.
O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?

É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.

Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as “humilhadas e ofendidas” e consideradas “zeros econômicos” pelo pouco que produzem e consomem.

Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio, Presidente do pais, Luiz Inácio Lula da Silva. Fou uma virada de magnitude histórica.

Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.

O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluidos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.

Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos paises centrais.

José Serra, do PSDB, representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva. 

O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Que forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.

Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.

Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.

É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva. 

Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.

(*) Leonardo Boff é teólogo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Contraponto 3125 - "Requiescat in Pace"


26/08/2010
Não se trata de incompetência pessoal, nem de um problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico eclético e anódino que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata. Que repouse em paz !

José Luís Fiori*

Foi no dia 5 de fevereiro de 1998 que o ex-primeiro-ministro inglês, Tony Blair, anunciou, em Washington, junto com o presidente Bill Clinton, a decisão de convocar uma reunião internacional para discutir e atualizar a social-democracia, criando um movimento que foi chamado de "terceira via" ou “governança progressiva”. Naquele momento, brilhava a estrela do novo líder inglês, que recém havia sido empossado e conseguiu reunir, sucessivamente, em Florença, Washington e Londres, Bill Clinton, Lionel Jospin, Gerhard Schröder, Massimo D´Alema, Fernando H. Cardoso, Ricardo Lagos, entre outros governantes e intelectuais ligados de uma forma ou outra à social-democracia européia, ou ao partido democrata norte-americano.

O projeto comum era construir um novo programa que adequasse a velha social-democracia às novas idéias e políticas neoliberais, hegemônicas nas últimas décadas do século XX. O resultado foi uma geléia ideológica, com propostas extremamente vagas e imprecisas, que mal encobriam o seu núcleo duro voltado para a abertura, desregulação e desestatização das economias nacionais, e para um "prologement vaguement social de la révolution thatcheriste", como caracterizou na época, a revista francesa, Nouvelle Observateur.

Goste-se ou não, as idéias e os partidos socialistas e social-democratas deram uma contribuição decisiva à história do século XX, em particular à criação do “estado do bem-estar social”, depois da II Guerra Mundial. Mas na década de 80, a social-democracia perdeu fôlego político, e acabou perdendo a sua própria identidade ideológica, asfixiada pela grande “restauração” liberal conservadora, de Margerth Thatcher e Ronald Reagan. Isto aconteceu na Espanha, de Felipe Gonzalez, na França, de François Mitterand, na Itália, de Bettino Craxi, e também na Grécia, de Andreas Papandreu. Nos anos 90, entretanto, este movimento adquiriu outra densidade e importância, com a vitória democrata, de Bill Clinton, nos EUA, e do trabalhismo de Tony Blair, na Inglaterra.

Na América Latina, a história foi um pouco diferente, porque as novas políticas neoliberais apareceram – nos anos 80 - associadas à renegociação da dívida externa do continente, como se fossem apenas um problema de política econômica. E foi só no Chile e no Brasil, que a proposta da “terceira via” teve uma repercussão importante, durante a década de 90. No caso do Chile, com a formação da aliança entre socialistas e democrata-cristãos, e, em particular, durante o governo de Ricardo Lagos (1990-1996), que aderiu pessoalmente ao projeto liderado pelos anglo-saxões. E, no caso do Brasil, com a formação do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), e com a participação ativa do presidente Fernando H. Cardoso (1995-2002), na formulação das idéias e nas reuniões do movimento, ao lado de Tony Blair e Bill Clinton.

A “terceira via” teve uma vida muito curta. Talvez, por causa da superficialidade e artificialidade das suas idéias, talvez, porque seus líderes mais importantes acabaram sendo derrotadas nas urnas, ou passaram para a história como grandes fracassos ou blefes político-ideológicos. Como no caso do iniciador do movimento, o ex-primeiro-ministro Tony Blair, que foi afastado da liderança trabalhista em 2007, e se transformou no inimigo numero um da imprensa e da maioria da opinião publica inglesa, sob acusação de ter mentido para justificar a entrada do seu país na Guerra do Iraque, além de ter acobertado casos de tortura, por parte de suas tropas.

Tony Blair foi substituído por Gordon Brown, outro ideólogo da “terceira via” que acabou sofrendo uma das derrotas eleitorais mais arrasadoras da história do trabalhismo inglês. Bill Clinton também não conseguiu fazer seu sucessor, e passou para a história, como símbolo do expansionismo imperial americano, da década de 1990, a despeito de sua retórica “globalista” e democrática. Os demais participantes europeus do movimento também tiveram finais inglórios, como foi o caso de Lionel Jospin, Massimo D´Alema e Gerhard Schröder, e hoje ninguém mais fala ou lembra, na Europa ou nos Estados Unidos, do projeto da “terceira via”. Mas este factóide anglo-americano teve uma sobrevida, e só será enterrado definitivamente, em 2010, na América Latina. Primeiro, no Chile, depois da derrota eleitoral da “Concertacion” de Ricardo Lagos. E depois, no Brasil, com a provável derrota do partido social-democrata, de Fernando H. Cardoso, nas eleições presidências deste ano. Nos dois casos, o que mais chama a atenção não é a derrota em si mesma, é a anorexia ideológica dos dois últimos herdeiros da “terceira via”. Não se trata de incompetência pessoal, nem de um problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico eclético e anódino que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata. Que repouse em paz !

*José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fronteira sangrenta



25/08/2010 - 23:20 | Enviado por: Mauro Santayana

Por Mauro Santayana

O massacre de San Fernando, junto à fronteira dos Estados Unidos, é mais um movimento da guerra que os traficantes de drogas e de pessoas movem contra o Estado, no México. Os historiadores conseguem ver melhor os fatos atuais, porque encontram, na perversidade das circunstâncias, a origem do duradouro sofrimento do grande povo.

Apesar de sua proximidade com o país que simboliza o cimo da civilização moderna, ou por isso mesmo, o México constitui, com sua cultura, o contraponto à conquista europeia. Mais do que em outros países da América Latina, os mestiços conseguiram alçar-se ao poder político e econômico, desde a independência. Já no século 19, os descendentes dos astecas e de outras etnias nativas da América assumiam papel relevante na política mexicana. Grandes homens públicos – não obstante sua formação de fundo universal – mantiveram, geração após geração, a consciência de seus próprios valores, de sua própria forma de ver o mundo. No México, a presença de sangue indígena constitui razão de orgulho. A dupla alma mexicana – a autóctone, com suas profundas raízes na pré-história do continente, e a ibérica – mantém, com os Estados Unidos, relação difícil. A geografia os condenou à vizinhança, mas não se pode afirmar que sejam povos amigos. Os Estados Unidos roubaram-lhe a maior parte do território, em uma guerra injusta e desigual e, no fundo de cada mexicano que conhece a história, permanece a mágoa e o sonho de retomar o vasto espaço usurpado.

O novo e complicado fator de conflito é o consumo de drogas, essa peste moderna, que ameaça a coesão das sociedades políticas. Como a dialética não é mero jogo da razão, mas a sua essência, a popularização do uso dos narcóticos se deve aos Estados Unidos, nação criada em raro instante de grande inteligência política, e com suas sementes na seita dos convenants do puritanismo britânico.

A civilização está, mais do que em qualquer outro tempo, sob o acosso de circunstâncias terríveis. Não bastam os sinais de advertência da natureza, agredida e disposta a se defender do despautério dos homens. A ideia do Ocidente, que se universalizou e chegou a ser condutora da elite pensante em todos os continentes, se encontra hoje sob a erosão de seus esteios éticos. O massacre dos migrantes clandestinos em San Fernando, por mais tenebroso e circunscrito, não é crime menos importante do que a invasão do Iraque e do Afeganistão. Como já advertiu Santo Agostinho, a diferença entre bandos de malfeitores e os Estados está no exercício da justiça. Quando um Estado abandona sua razão de ser, que é a de buscar a justiça, se transforma em quadrilha de assaltantes.

A crise norte-americana, com o crescente mal-estar do povo, não é de governo mas do Estado, dominado, a partir da Segunda Guerra Mundial, pela aliança entre a indústria da energia, com base no petróleo, e a dos armamentos, com a corporação militar. Essa aliança, fortalecida por grandes investidores estrangeiros, controla os dois grandes partidos, o sistema financeiro e parte substantiva dos meios de comunicação.

Os Estados Unidos não parecem capazes de sobreviver em paz com o mundo. Com sua ambição de domínio imperial, são responsáveis pelos crimes em território estrangeiro, como no recente massacre de latino-americanos no México – mesmo que não haja a participação direta de seus agentes no episódio.

Ao mesmo tempo, recrudesce a resistência no Iraque e no Afeganistão, sem que o Pentágono se dê conta de que as duas guerras criminosas estão perdidas.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

24 DE AGOSTO DE 1954




DILMA ROUSSEFF: "... Já houve quem dissesse que era necessário virar a página do Getulismo no Brasil. Mas não se vira a página de quem nos deixou a Petrobras, o BNDES, o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores.." (18-06-2010)

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: "[...]"...o caminho para o futuro desejado ainda passa, a meu ver, por um acerto de contas com o passado.Eu acredito firmemente que o autoritarismo é uma página virada na História do Brasil. Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas — ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista[...] Acredito que o momento amadureceu para acabar com as restrições descabidas: rever os dispositivos que impedem que o capital estrangeiro venha engrossar a massa de investimentos necessária para dinamizar os setores de energia elétrica e mineração; e eliminar a distinção, mais retórica do que prática, mas ainda assim discriminatória, entre "empresa brasileira" e "empresa brasileira de capital nacional [...]A mesma visão que inspirou a discriminação do capital estrangeiro levou a inscrever na Constituição o princípio do monopólio estatal do petróleo, que vigorava com base em lei ordinária desde 1954, e estendê-lo às telecomunicações e aos serviços locais de gás canalizado.Justificado em nome dos "interesses estratégicos" do País, ... o monopólio estatal corre outro risco: o de ser um guarda-chuva de privilégios corporativistas,[...]Defendo a flexibilização dos monopólios estatais...(14-12-1994).

GETÚLIO VARGAS: " "Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. [...][...] . Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente [...] aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém..." (Carta Testamento, 23-08-1954) (Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país; 24-08)