Credite-se à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo. O repertório robusto ganhou agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso: uma rebelião de médicos contra o povo. Sim, os médicos, aos quais o senso comum associa a imagem de um aliado na luta pela vida, lutam hoje nas ruas do Brasil. Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos', que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste. A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma rede de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de profissionais estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência.Consumada a barragem, uma desistência em massa implodiria o plano no último dia de inscrição. O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados. Encara-se o privilégio de classe como o perímetro da Nação. Aquela que conta. O resto é o vazio. A boca do sertão,hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas,nos anos 40, na expedição ao Roncador. Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O interesse privado ainda prevalece sobre a coisa pública. Mesmo quando está em questão a vida. Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pelo levante dos bisturis. Jalecos evocam as fronteiras do engenho corporativo, dentro das quais não cabem os pobres do Brasil.(LEIA MAIS AQUI)
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 19 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Protesto na porta da Globo vai mudar nome de rua
Na manifestação de ontem (17), no Leblon, jovens manifestantes divertiram-se quebrando lojas, agências e tudo que viam pela frente. Um prédio da Globo não escapou à fúria dos protestos. Os colunistas da Vênus Platinada terão um novo desafio pela frente. Continuarão tentando manipular as manifestações, para desgastar o governo federal, mesmo sob o risco de terem seu patrimônio atacado?
Eu poderia ser oportunista neste momento, como a mídia tem sido quando manifestantes depredaram prédios públicos. Poderia dizer que a depredação da Globo pode ser explicada por um sentimento profundo de revolta popular contra o monopólio da mídia conservadora.
Não farei isso, porque o vandalismo, mesmo contra a Globo, apenas desqualifica a luta política de alto nível que estamos empreendendo, visando democratizar a mídia. Queremos mudar as coisas com civilidade, sem barbárie, mudando leis, fazendo campanhas de esclarecimento. Aterrorizar idosos, crianças e doentes com explosões, quebra-quebra e ações incendiárias, não vai mudar nada. Ao contrário, os movimentos anticapitalistas europeus, sempre que descambaram para esse tipo radicalismo despolitizado, sectário e destruidor, abriram espaço para a retomada do poder pelo conservadorismo.
É explicável. O radicalismo precisa do conservador para melhor vender seu radicalismo poser e oportunista.
Na próxima sexta-feira, 19, movimentos sociais marcaram uma manifestação em frente ao prédio do jornal O Globo, no centro. Irão trocar o nome da rua, Irineu Marinho, por Leonel Brizola.
Vamos mostrar, mais uma vez, como se faz uma manifestação sem violência, embora com indignação. Não se corrige injustiças quebrando tudo nas ruas e humilhando quem pensa diferente. Se fosse para fazer uma revolução de verdade, poderíamos refletir no assunto. Mas fazer isso sem proposta, sem meta, é pregar a instabilidade. É fazer o jogo dos inimigos do Brasil.
Reproduzimos abaixo o email que recebemos do núcleo Rio de Janeiro do movimento Barão de Itararé.
Repasso o email que recebi do pessoal do núcleo Rio do Barão de Itararé:
Troca-Troca no Globo, sai Marinho entra BRIZOLA
VAMOS TROCAR O NOME da rua onde se localiza O Globo. MUDA Rede Globo – A rua é do povo !
A rua se chamará Leonel BRIZOLA
É uma justa homenagem a um brasileiro que enfrentou com bravura o império midiático dos marinhos. Lembrando que foi BRIZOLA quem conseguiu na justiça que o JN divulgasse uma retratação histórica.
Venha participar e convide seus amig@s !
O link no facebook para confirmar presença é: https://www.facebook.com/events/195105990651601/#sthash.TXypBn9V.dpuf
O link no facebook para confirmar presença é: https://www.facebook.com/events/195105990651601/#sthash.TXypBn9V.dpuf
Data: 19/07 sexta-feira
Hora da concentração: 17:00h
Concentração: na esquina do Edifício Balança mas não cai (Rua de Santana x Av Presidente Vargas)
Hora da atividade: 18:00h
Local da atividade: Rua Leonel BRIZOLA (EX- Rua Irineu Marinho)
Hora da concentração: 17:00h
Concentração: na esquina do Edifício Balança mas não cai (Rua de Santana x Av Presidente Vargas)
Hora da atividade: 18:00h
Local da atividade: Rua Leonel BRIZOLA (EX- Rua Irineu Marinho)
MOTIVAÇÃO POLÍTICA
Após divulgação de documentação – até então sigilosa – ocultada por mais de oito anos do conhecimento do distinto público, todos ficamos sabendo da bilionária FRAUDE da Rede Globo que desviou DINHEIRO PÚBLICO (sonegação = CORRUPÇÃO).
E também existe – segundo consta nos documentos divulgados – a incriminação pessoal de membros da família Marinho.
Hoje se sabe que o processo foi “extraviado” (segundo informou o MPF-RJ) e na prática a Rede Globo e seus proprietários – OS MAIORES BENEFICIÁRIOS DO “extravio” – continuam impunes.
A VERDADE É DURA, A Rede Globo APOIOU A DITADURA
Obs.: a exemplo da vitoriosa manifestação de 03/07 – OCUPE a Rede Globo – que transcorreu democraticamente sem qualquer transtorno, solicitamos a TOD@S que auxiliem na realização desta manifestação, para que tenhamos o mesmo êxito.
Organização:
Barão de Itararé
Cidadania SIM ! “pig” nunca mais
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Corruptores, os grandes ausentes do debate
por Luiz Carlos Azenha
Talvez eu tenha perdido alguma coisa, mas sinto falta da inclusão dos corruptores no debate sobre a “faxina” e nas manifestações do Sete de Setembro.
Será que existe alguma relação entre o poder dos corruptores e a interdição das operações Satiagraha e Castelo de Areia — ou foi mero acaso?
Por que não se debate, por exemplo, punição às empresas corruptoras, como a impossibilidade de participar de licitações para as que forem condenadas em última instância pelo pagamento de propinas?
Por que não aprovamos uma lei parecida com a que o Congresso americano debate, para dar proteção aos assim-chamado whistle blowers, os denunciantes de corrupção pública ou privada?
E o nexo entre a corrupção e a reforma política?
Seria lamentável ver a pauta do combate à corrupção sequestrada por interesses partidários.
Quanto ao número de manifestantes em Brasília, que provocou debate entre os comentaristas, não tive e não tenho como afiançar quantos foram.
As fontes divergiram: o Estadão e o Globo falaram em 25 mil; a Folha em 12 mil; a Carta Maior em 2 mil no início do protesto, com a adesão posterior de parte do público que viu o desfile de Sete de Setembro.
O Globo registrou: “O senador Álvaro Dias (PSDB-RJ) foi hostilizado”.
Leia também:
O sucesso da Marcha contra a Corrupção em Brasília*
Henrique Fontana: Uma proposta para a reforma política
Brasil de Fato: Quem paga a roubalheira é o povão
Privatas do Caribe: Onde foi parar o dinheiro das privatizações?
Vermelho: Nova classe média ainda vive em favelas e cortiços
Altamiro Borges: FHC apoia faxina que nunca fez
Faxina: Risco e oportunidade para o governo Dilma
Delfim Netto: Um viva para a queda dos juros
Talvez eu tenha perdido alguma coisa, mas sinto falta da inclusão dos corruptores no debate sobre a “faxina” e nas manifestações do Sete de Setembro.
Será que existe alguma relação entre o poder dos corruptores e a interdição das operações Satiagraha e Castelo de Areia — ou foi mero acaso?
Por que não se debate, por exemplo, punição às empresas corruptoras, como a impossibilidade de participar de licitações para as que forem condenadas em última instância pelo pagamento de propinas?
Por que não aprovamos uma lei parecida com a que o Congresso americano debate, para dar proteção aos assim-chamado whistle blowers, os denunciantes de corrupção pública ou privada?
E o nexo entre a corrupção e a reforma política?
Seria lamentável ver a pauta do combate à corrupção sequestrada por interesses partidários.
Quanto ao número de manifestantes em Brasília, que provocou debate entre os comentaristas, não tive e não tenho como afiançar quantos foram.
As fontes divergiram: o Estadão e o Globo falaram em 25 mil; a Folha em 12 mil; a Carta Maior em 2 mil no início do protesto, com a adesão posterior de parte do público que viu o desfile de Sete de Setembro.
O Globo registrou: “O senador Álvaro Dias (PSDB-RJ) foi hostilizado”.
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O sucesso da Marcha contra a Corrupção em Brasília*
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sábado, 27 de agosto de 2011
Revista Veja contrata criminoso para atacar José Dirceu. Repórter da revista Veja é flagrado em atividade criminosa contra mim
Revista Veja contrata criminoso para atacar José Dirceu
Do Blog do Zé Dirceu
Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.
O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.
O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.
A revista não parou por aí.
O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.
Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the World tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.
No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.
Invasão de privacidade
O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:
1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?
2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?
3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?
Preparação de uma farsa
Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.
Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.
Confira abaixo as imagens do B.O. em detalhes; para ler os documentos em pdf clique nas imagens:
Crime da Veja
Leia mais em: O Esquerdopata
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Que palpite infeliz!
18/08/11 07:39 | Joaquim Castanheira - BRASIL ECONÔMICO
Foi curiosa, infeliz e preocupante a declaração do presidente da bolsa de Nova York, Duncan Niederauer, em sua recente visita ao Brasil, conforme relatou em sua edição de ontem o Brasil Econômico.
Segundo o executivo, o fortalecimento da economia dos países emergentes pode provocar volatilidade, riscos e, por tabela, crises mais profundas na economia global.A opinião é curiosa porque Niederauer dirige uma instituição que apareceu como um dos epicentros do terremoto que abalou os mercados em 2008. Infeliz porque ataca justamente os países que evitaram que o desastre daquele ano se transformasse numa catástrofe de proporções transatlânticas.
E preocupante, pois revela falta de compreensão sobre a gênese e a dinâmica da crise que até agora não foi debelada. Sem entender a origem das turbulências financeiras dos últimos três anos, a retomada será cada vez mais penosa.
A análise de Niederauer demonstra, de fato, uma visão "americanicista" (com perdão do neologismo) da economia. Ou seja, cabe aos Estados Unidos e aos mercados financeiros ditar as regras e puxar o crescimento global. Segundo esse conceito, sem a predominância de americanos e de europeus não será possível inaugurar um novo período de prosperidade econômica global.
O problema é que a realidade está desmentindo essas premissas. O mais recente capítulo dessa história, desencadeado com a quebra do banco Lehman Brothers em setembro de 2008, teve como base a falta de controle dos mercados financeiros justamente dos países mais desenvolvidos.
China, Brasil e Índia, entre outros emergentes, têm sido responsáveis pela manutenção dos índices de expansão econômica nos últimos anos. As grandes corporações industriais e financeiras colhem a grande parcela de seus lucros (e em muitos casos a totalidade) nas economias que até agora eram consideradas periféricas.
Além disso, a volatilidade dos mercados não começou agora. Teve início, sobretudo, com a incrível revolução tecnológica, que elevou a velocidade de comunicação a patamares inéditos e possibilitou uma integração quase total entre mercados de todo o planeta.
Esse tipo de visão beneficia justamente aqueles que resistem a dividir com os emergentes o poder em organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, e, assim, permitir que China, Índia e Brasil, por exemplo, tenham voz mais ativa nos destinos da economia global.
Trata-se de uma atitude principalmente inócua - não há como evitar que esses países conquistem cada vez mais espaço, à medida que suas economias se tornam mais robustas e globalizadas.
Não aceitar essa nova realidade pode levar Estados Unidos e Europa a se distanciarem ainda mais da retomada do crescimento. Niederauer e outros analistas apressados podem continuar se queixando dos riscos trazidos pela surpreendente ascensão dos países emergentes.
Mas, enquanto fazem isso, não terão olhos e atenção para as enormes oportunidades que esses mercados oferecem. Eles não são o problema; são parte da solução.
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Datafolha inventa a pesquisa para ser ignorada
O governo e as pesquisas
Marcos Coimbra
Correio Braziliense
Parece que a imprensa gostou do novo tipo de pesquisa que ela própria criou em junho: a pesquisa ignorada. Acaba de sair a segunda rodada, com trabalhos de campo realizados entre 2 e 5 de agosto. O instituto responsável é o mesmo Datafolha e a pesquisa tem muitas similaridades com a outra.
O mais interessante não é que os resultados de ambas sejam, basicamente, idênticos, mostrando que os níveis de aprovação do governo Dilma são elevados. A principal semelhança é a indiferença com que foram tratadas, igual àquela que os veículos dedicam às de origem dúbia, que podem até ser divulgadas, mas sem destaque ou comentário.
Como não é assim que os trabalhos do Datafolha costumam ser avaliados, o silêncio deve ter outra explicação. Talvez tenham sido acolhidos desse modo por não mostrarem aquilo que se achava que deveriam apontar.
É, no fundo, engraçado que um jornal mande fazer uma pesquisa ouvindo quase 5,3 mil pessoas (a um preço nada baixo) e a trate como material de segunda. Na edição em que foi divulgada, a notícia estava na primeira página, mas ocupava espaço igual ao do título que dizia que "Os paraguaios são a nova mão de obra das confecções do Bom Retiro" (o que, na melhor das hipóteses, é de interesse puramente paroquial).
É, também, curioso que um novo investimento tenha sido feito tão pouco tempo depois do anterior. Entre a pesquisa de junho, concluída no dia 10, e a de agosto, passaram-se apenas sete semanas, período bem mais curto que o padrão adotado pelo instituto no acompanhamento dos quatro últimos governos: seja nos de Fernando Henrique, seja nos de Lula, o normal havia sido fazer levantamentos a cada três meses (ou mais).
De acordo com a pesquisa, o governo Dilma é considerado "ótimo" ou "bom" por 48% dos entrevistados, taxa igual à de março (47%) e junho (49%). A presidente bisou o desempenho de Lula em novembro de 2007 (quando foi feito o terceiro levantamento do Datafolha naquele ano), superou o que ele alcançava em agosto de 2003 (que tinha sido de 45%), o de FHC em setembro de 1995 (que fora de 42%) e, de longe, o dele em setembro de 1999 (de apenas 13%, em função da volatilidade da moeda naquele momento), sempre de acordo com o instituto paulista.
Em outras palavras: Dilma está à frente de um governo amplamente aprovado pela população. Somente o consideram "ruim" ou "péssimo" 11% dos eleitores, o que quer dizer que apenas uma em cada 10 pessoas está insatisfeita.
Na imprensa, os poucos que discutiram os números ficaram mais preocupados em desmerecê-los que explicá-los, o que se evidenciou no intenso uso de conjunções e locuções que os gramáticos chamam "subordinativas concessivas" (embora, apesar de, não obstante, etc.), em construções como "apesar da crise, ainda desfruta...", "mesmo com as demissões (de ministros) mantém...", "48% aprovam apesar de...".
Se os cidadãos vissem o governo através dos olhos da chamada "grande imprensa", não faria, de fato, sentido que o avaliassem de maneira positiva. A rigor, se o Brasil retratado por ela coincidisse com aquele que a população experimenta na sua vida, o que deveríamos ter era uma inversão nas proporções de aprovação/reprovação.
Ao que parece, não é isso que acontece. O Brasil vivido pela vasta maioria dos brasileiros não tem quase nada a ver com aquele que aparece nessa imprensa.
Sempre se pode dizer que o povo é ignorante e que aplaude o governo porque não sabe de nada. Sempre se pode adotar um tom de pretensa superioridade, de quem acha que a popularidade de Dilma (e de Lula) se explica pelos R$ 10 que o cidadão paga de prestação pela torradeira. Sempre se pode achar que os pobres pensam com a barriga e só os bem nascidos com o intelecto.
O certo é que havia uma expectativa de que Dilma caísse nas pesquisas. Maior que a que existia em junho, quando da "crise Palocci", pois tudo teria piorado: mais "crises", mais "desgastes", mais "preocupações".
A pesquisa foi encomendada para mostrar a queda e, como não a confirmou, foi para a geladeira. O mesmo destino que teve a antecedente e que terão as próximas. Até que saia uma em que ela oscile negativamente. Aí teremos o carnaval que vem sendo postergado.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Mídia golpista convoca protestos de rua
Por Altamiro Borges
Testando o clima político, a mídia demotucana tem atiçado os seus leitores, telespectadores e ouvintes para sentir se há condições para a convocação de protestos de rua contra o governo Dilma. O mote dos filhotes de Murdoch seria o do combate à corrupção, o da “ética”. A experiência a copiar seria a da “revolução dos indignados” na Espanha.
Na prática, o objetivo seria o de reeditar as “Marchas com Deus”, que prepararam o clima para o golpe de 1964, ou o finado movimento Cansei, de meados de 2007, que reuniu a direita paulistana, os barões da mídia e alguns artistas globais no coro do “Fora Lula”. Até agora, o teste não rendeu os frutos desejados. Mas a mídia golpista insiste!
Visão conspirativa?
A idéia acima exposta pode até parecer conspirativa, amalucada. Mas é bom ficar esperto. Nos últimos dias, vários “calunistas” da imprensa têm conclamado a sociedade, em especial a manipulável “classe média”, a se rebelar contra os rumos do país. Parece algo articulado – “una solo voz”, como se diz na Venezuela sobre a ação golpista da mídia.
O primeiro a insuflar a revolta foi Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País, num artigo de 11 de julho. O repórter, que adora falar besteiras sobre o Brasil, criticou a passividade dos nativos, chegando a insinuar que impera no país a cultura de que “todos são ladrões”. Clamando pela realização de protestos de rua, ele provocou: “Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam”.
O Globo e Folha
Logo na sequência, dia 17, O Globo publicou reportagem com o mesmo tom incendiário. O jornal quis saber por que o povo não sai às ruas contra a corrupção no governo Dilma. Curiosamente, o que prova as péssimas intenções da famiglia Marinho, o diário só não publicou as respostas do MST, que desmascaram as tramas das elites (leia aqui).
Já nesta semana, o jornal FSP (Folha Serra Presidente) entrou em campo para reforçar o coro dos “indignados”. No artigo “Por que não reagimos”, de terça-feira (19), o colunista Fernando de Barros e Silva, que nunca escondeu a sua aversão às forças de esquerda, relembrou a falsa retórica udenista do falecido Cansei:
O resmungo dos “calunistas”
“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que a indignação resulta apenas numa carta enviada à redação ou numa coluna de jornal. Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo?”.
Hoje, 21, foi a vez de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa do PSDB”. Após exigir que Dilma seja mais dura contra a corrupção, ela cobra uma reação da sociedade. “A corrupção virou uma epidemia... E os brasileiros que estudam, trabalham, pagam impostos e já pintaram a cara contra Collor, não estão nem aí? Há um silêncio ensurdecedor”.
Seletividade da mídia
Como se observa, o discurso é o mesmo. Ele conclama o povo a ir às ruas contra a corrupção... no governo Dilma. De quebra, ainda tenta cravar uma cunha entre a atual presidenta e o seu antecessor. A corrupção seria uma “herança maldita” de Lula. A intenção não é a de apurar as denúncias e punir os culpados, mas sim a de sangrar o atual governo.
Na sua seletividade, a mídia demotucana nunca convocou protestos contra o roubo da privataria tucana ou contra a reeleição milionária de FHC. Ela também nunca se indignou e exigiu que sejam desarquivadas as quase 100 CPIs contra as maracutaias do governo do PSDB de São Paulo. Para a mídia golpista, o discurso da ética é funcional. Só serve para os inimigos!
Acorda Dilma!
É bom a presidenta Dilma ficar esperta. O tempo está se esgotando. A fase do “namorico” com a mídia acabou. Das denúncias de corrupção, que já sangram o governo há quase dois meses, a imprensa partidarizada já passou para a fase da convocação de protestos de rua. Como principal partido da oposição, a mídia retomou a ofensiva. E o governo se mantém acuado, paralisado, sem personalidade.
Testando o clima político, a mídia demotucana tem atiçado os seus leitores, telespectadores e ouvintes para sentir se há condições para a convocação de protestos de rua contra o governo Dilma. O mote dos filhotes de Murdoch seria o do combate à corrupção, o da “ética”. A experiência a copiar seria a da “revolução dos indignados” na Espanha.
Na prática, o objetivo seria o de reeditar as “Marchas com Deus”, que prepararam o clima para o golpe de 1964, ou o finado movimento Cansei, de meados de 2007, que reuniu a direita paulistana, os barões da mídia e alguns artistas globais no coro do “Fora Lula”. Até agora, o teste não rendeu os frutos desejados. Mas a mídia golpista insiste!
Visão conspirativa?
A idéia acima exposta pode até parecer conspirativa, amalucada. Mas é bom ficar esperto. Nos últimos dias, vários “calunistas” da imprensa têm conclamado a sociedade, em especial a manipulável “classe média”, a se rebelar contra os rumos do país. Parece algo articulado – “una solo voz”, como se diz na Venezuela sobre a ação golpista da mídia.
O primeiro a insuflar a revolta foi Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País, num artigo de 11 de julho. O repórter, que adora falar besteiras sobre o Brasil, criticou a passividade dos nativos, chegando a insinuar que impera no país a cultura de que “todos são ladrões”. Clamando pela realização de protestos de rua, ele provocou: “Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam”.
O Globo e Folha
Logo na sequência, dia 17, O Globo publicou reportagem com o mesmo tom incendiário. O jornal quis saber por que o povo não sai às ruas contra a corrupção no governo Dilma. Curiosamente, o que prova as péssimas intenções da famiglia Marinho, o diário só não publicou as respostas do MST, que desmascaram as tramas das elites (leia aqui).
Já nesta semana, o jornal FSP (Folha Serra Presidente) entrou em campo para reforçar o coro dos “indignados”. No artigo “Por que não reagimos”, de terça-feira (19), o colunista Fernando de Barros e Silva, que nunca escondeu a sua aversão às forças de esquerda, relembrou a falsa retórica udenista do falecido Cansei:
O resmungo dos “calunistas”
“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que a indignação resulta apenas numa carta enviada à redação ou numa coluna de jornal. Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo?”.
Hoje, 21, foi a vez de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa do PSDB”. Após exigir que Dilma seja mais dura contra a corrupção, ela cobra uma reação da sociedade. “A corrupção virou uma epidemia... E os brasileiros que estudam, trabalham, pagam impostos e já pintaram a cara contra Collor, não estão nem aí? Há um silêncio ensurdecedor”.
Seletividade da mídia
Como se observa, o discurso é o mesmo. Ele conclama o povo a ir às ruas contra a corrupção... no governo Dilma. De quebra, ainda tenta cravar uma cunha entre a atual presidenta e o seu antecessor. A corrupção seria uma “herança maldita” de Lula. A intenção não é a de apurar as denúncias e punir os culpados, mas sim a de sangrar o atual governo.
Na sua seletividade, a mídia demotucana nunca convocou protestos contra o roubo da privataria tucana ou contra a reeleição milionária de FHC. Ela também nunca se indignou e exigiu que sejam desarquivadas as quase 100 CPIs contra as maracutaias do governo do PSDB de São Paulo. Para a mídia golpista, o discurso da ética é funcional. Só serve para os inimigos!
Acorda Dilma!
É bom a presidenta Dilma ficar esperta. O tempo está se esgotando. A fase do “namorico” com a mídia acabou. Das denúncias de corrupção, que já sangram o governo há quase dois meses, a imprensa partidarizada já passou para a fase da convocação de protestos de rua. Como principal partido da oposição, a mídia retomou a ofensiva. E o governo se mantém acuado, paralisado, sem personalidade.
Postado por Miro
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