Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Empresa investigada na Lava Jato recebeu de consórcios com contratos milionários na CPTM nos governos Serra e Alckmin

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Sede da JFM Engenharia, segundo a Receita Federal. Foto: Reprodução

Empresa investigada na Lava Jato recebeu de consórcios com contratos na CPTM

Lava Jato revela que JFM Engenharia, que teria sido utilizada pela empreiteira Mendes Junior, captou recursos inclusive da Focco, do ex-diretor da estatal de transporte coletivo, João Zaniboni

Fábio Serapião, de Brasília, e Mateus Coutinho, no Estadão, 02/08/2016

Relatório produzido no âmbito da Operação Lava Jato revela que uma empresa apontada como sendo de fachada pela Receita Federal e utilizada pela Mendes Júnior recebeu valores de ao menos três consórcios com contratos milionários com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A mesma empresa, a JFM Engenharia, também recebeu valores da Focco Engenharia, do ex-diretor da CPTM, João Roberto Zaniboni, condenado na Suíça por lavagem de dinheiro e indiciado no Brasil sob suspeita de corrupção, formação de cartel, crime financeiro e também lavagem de dinheiro no caso do cartel de trens do Metrô e CPTM.

Segundo o laudo da Receita, anexado ao inquérito que apura a participação da Mendes Júnior no cartel a atuar na Petrobrás, a JFM não declarou possuir nenhum funcionário no período entre os anos de 2010 e 2013, quando recebeu cerca de R$ 8 milhões de empresas com contratos na CPTM, entre elas, a Mendes Júnior, também investigada na Lava Jato.

“Todos estes indícios convergem para a conclusão de esta empresa não ter realizado, efetivamente, qualquer prestação de serviços, sendo mais uma pessoa jurídica de fachada utilizada para o pagamento de vantagens indevidas”, afirma a Receita.

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No caso da Focco, de Zaniboni, o repasse foi de ao menos R$ 40 mil à JFM Engenharia.

A Focco Tecnologia, pela qual o ex-diretor da CPTM prestou os serviços de consultoria, está com as contas bloqueadas pela Justiça justamente por causa das suspeitas de envolvimento de Zaniboni com o cartel, que passou a ser investigado no Brasil em 2008. Zaniboni foi diretor de Operações da estatal de trens paulista entre 1999 e 2003, durante dos governos dos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin.
O Ministério Público da Suíça identificou depósitos de US$ 836 mil, entre 1999 e 2002, em uma conta sua no banco Credit Suisse em Zurique.

Segundo os investigadores do país europeu, uma parte desse dinheiro foi paga por lobistas do esquema, suspeitos de serem os pagadores de propina do cartel, entre eles o consultor Arthur Teixeira.

Consórcios. Ao menos três consórcios com contratos com a CPTM repassaram valores à JFM Engenharia, segundo relatório da Receita Federal. Formado pela Tejofran e SPE Engenharia, o Consórcio TS foi contratado pela CPTM, em 2009, para “prestação de serviços de engenharia especializada para elaboração de projeto e execução de servios para correção da curva de Artur Alvim”. Pelo contrato, o consórcio recebeu ao menos R$ 7,3 milhões da CPTM.

No relatório da Receita Federal, o consórcio aparece como responsável por pagamentos de ao menos R$430 mil para a JFM Engenharia. Os pagamentos aconteceram em 2010, um ano após a contratação realizada pela CPTM. Integrante do consórcio, a Tejofran é investigada no caso do cartel de trens e também efetuou pagamento de R$ 60 mil à JFM.

O Consórcio Mendes Júnior/Vetec foi contratado por R$ 30 milhões pela CPTM para “prestação de serviços de engenharia especializada para elaboração de projeto executivo e construção da nova estação Tamanduateí da Linha 10 – Turquesa.

Na quebra de sigilo da JFM, o consórcio aparece como fonte de pagamentos de R$ 270 mil reais efetuados em 2010, um anos após a contração do consórcio.

Por fim, o consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes e Galvão Engenharia foi contratado por R$ 29,4 milhões pela CPTM em 2010 para “recuperação da infraestrutura da via permanente e limpeza” da linha 8 – Diamante. O consórcio repassou R$46 mil à JFM Engenharia. em 2012.

Procurada, a Mendes Júnior não respondeu aos contatos da reportagem. A Galvão Engenharia informou que não iria comentar o caso e a Vetec disse que participou apenas da elaboração do projeto no consórcio que teve com a Mendes Júnior, sem atuar diretamente nas obras.

O criminalista Luiz Fernando Pacheco, que representa João Roberto Zaniboni, afirmou que ele era sócio minoritário da Focco Engenharia. “Ele tinha apenas um por cento.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DA JFM:

Procurado, o advogado Anivaldo dos Anjos Filho, que representa a empresa, encaminhou a seguinte nota à reportagem:

“- A movimentação apresentada no relatório enviado, de plano verifica-se que não contempla as faturas e serviços executados em anos anteriores a 2010 e recebidas a partir deste período, inclusive de ações judiciais movidas pela Empresa, Embora as declarações anteriores Receita contenham tais informações.
Importante frisar que o relatório apresentado pela “Receita”, contém incongruências a serem melhor apuradas.

A JFM atua desde 1995 na área de Engenharia Consultiva de sistemas ferroviários, especificamente no Sistema de Sinalização, área contemplada pela Lei de Segurança Nacional, e pela sua especificidade sub contrata outras empresas para fornecimento de mão de obra.

– Em relação à eventuais suspeitas da Receita, desconhecemos, posto que todos os serviços prestados pela JFM, se converteram em obras concretas, bastando para tanto que sejam verificadas no Órgão Principal Contratante.

– Em relação às licitações, a JFM no âmbito de sua especialidade, presta serviços de consultoria e estudo de viabilidade técnica e financeira para as Empresas proponentes em certames licitatórios”

COM A PALAVRA, A CPTM:

“A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nunca teve, não possui contato, nem efetuou pagamentos a estas empresas. As obras e serviços, segundo demanda da própria reportagem, foram realizados pelos consórcios contratados de acordo com a Lei de Licitações 8666/93. Os contratos foram cumpridos.”


COM A PALAVRA, A TEJOFRAN:

“Foram realizados pagamentos à empresa JFM Engenharia por serviços prestados na área de projeto e sinalização ferroviária. A JFM e seus sócios são reconhecidos no mercado de engenharia pela expertise nesse segmento. Em razão disso, realiza serviços para outras companhias com atuação na área de trens e metrô, como pode ser facilmente constatado.  Todos os serviços, medições e pagamentos estão registrados e devidamente contabilizados pelo consórcio e pela empresa.”


 PS do Viomundo: As denúncias em questão envolvem a CPTM, estatal do governo paulista, de 2010 a 2013. Pegam, portanto, as gestões dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Elas mostram como a Lava Jato e o trensalão caminham juntos, como já denunciamos aqui e aqui.

Leia também:

Mídia concentra foco na Lava Jato, mas ignora empreiteiras na Castelo de Areia e no trensalão 

Empresas denunciadas na Lava Jato têm contratos de R$ 210 bi com governos do Estado de São Paulo

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Inacreditável: Gilmar recebe Temer e pecuaristas! É uma esculhambação!

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E viva a Imparcialidade! (Créditos: Antonio Cruz/ABr)




No Globo:

BRASÍLIA - O presidente interino Michel Temer se reuniu ontem à noite em jantar com senadores, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e pecuaristas na residência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes (aqui conhecido como Ministro (sic) Gilmar (PSDB-MT)).

Segundo senadores que participaram do encontro, Temer disse que vai conversar nesta terça-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a possibilidade de mudança no calendário definido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que marcou para dia 29 de agosto o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff. Temer, segundo senadores, pretende que a votação ocorra dia 24 ou 25 de agosto.



247--Presidente interino jantou na casa do ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes, na noite desta segunda-feira, junto com senadores, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e pecuaristas; de acordo com parlamentares que participaram do encontro, Temer disse que irá conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar mudar a data final da votação do impeachment, que foi marcada pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, para o dia 29 de agosto; Temer quer antecipar a decisão para 24 ou 25; articulação envolve também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para evitar que Eduardo Cunha seja cassado antes do impeachment; Temer teme que, uma vez cassado, Cunha fale o que sabe e imploda seu governo provisório

“Rock da Ditadura” estreou nos atos fascistas de domingo


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Foi um fim de domingo divertido. Nem sabia que havia protesto na avenida Paulista. Mas como aos domingos, por residir lá perto, costumo ir com minha mulher, minha filha Victoria, minha cunhada e sobrinha passear na avenida fechada, dei de cara com ato convocado pelo grupo fascista “Vem Pra Rua”.
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Minha cunhada, que não gosta de política, não acompanha, prefere manter distância, quase caiu sentada quando viu as faixas pedindo a volta da ditadura militar.

“Eles estão querendo a volta do militarismo?!! Que loucuuura!!”

Enfim, fomos andando e apreciando as cenas de sempre, aquele bando de doidos fantasiados de verde-amarelo. Muitos idosos, alguns mais jovens, porém igualmente esquisitões. Discursos virulentos, aos berros, denunciando como o Brasil é “comunista”.

A manifestação deles foi um rotundo fracasso. A avenida só não estava mais vazia porque o público que a frequenta no domingo caminhava por ali, porém tratando de passar bem longe dos malucos.
Confesso, porém, que fiquei surpreso com o grupo de umas duas dezenas de senhores idosos e com sotaque que não pude identificar que denunciavam a “islamização do Brasil”. Porém, haveria surpresa maior logo ali na frente.

O grupo musical vestido com roupas camufladas que militares usam na selva cantava, em cima de um trio elétrico, um “rock” em que pedia “independência ou morte” e “intervenção militar”. Como caí na gargalhada, o vocalista meu olhou tão feio que pensei que desceria do caminhão pra brigar.
Abaixo, o vídeo do show que aqueles palhaços deram na avenida Paulista no domingo. Ria muito. E depois chore, pois há quem leve esses imbecis a sério. Inclusive no Congresso Nacional, no Judiciário, na mídia etc.

Na ditadura Temer, a volta do dedurismo

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 Tereza Cruvinel

Os mais jovens não sabem disso mas os que chegaram a ditadura sabem o que significa a sigla DSI: Divisão de Segurança e Informação, uma unidade de dedurismo que havia em cada ministério para entregar ao SNI nomes de funcionários suspeitos de serem subversivos ou criticarem o regime. Era o maccarthismo institucionalizado.

Agora, na ditadura civil de Temer, as DSIs estão de volta, embora informalmente. Em todos os ministérios funciona uma máquina de delação de colegas suspeitos de ligações com o PT e de serem contra o governo interino. Se o denunciado tem cargo comissionado, é sumariamente dispensado.

As delações funcionaram na EBC, no Minc e no Ministério da Saúde para ajudar os superiores na montagem das listas de demitidos. O próprio embaixador Fernando Igreja foi destituído da chefia do Cerimonial do Itamaraty esta semana, nas vésperas das Olimpíadas, por ter feito postagens em tom crítico ao processo de impeachment. E ainda que não tivesse feito, era conhecida sua identificação com a política externa anterior.

Triste o país que nada aprende com a História. A ditadura passou e o SNI ficou para a História como uma de suas faces mais perversas. Temer passará carregando na biografia a marca do golpe, do desmonte de políticas sociais e do retorno das práticas autoritárias como o expurgo e perseguição dos que exercitam o sagrado direito de divergir.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Médica que defendeu paciente em polêmica da “peleumonia” sofre ataques racistas

Júlia Rocha chamou a atenção para a questão do preconceito linguístico e, em resposta, foi vítima de uma enxurrada de ofensas racistas lideradas por outro médico, o gaúcho Milton Pires, que ficou conhecido por xingar a presidente Dilma Rousseff após ter sofrido queda de pressão durante uma entrevista; pelo Facebook, Pires disse que Júlia faz parte de um grupo de “bandidos petistas” e de blogueiros pagos pelo partido; outros usuários tiraram sarro de sua cor e de seu cabelo 

Por Matheus Moreira, do Portal Fórum

A médica e cantora mineira Júlia Rocha – que chegou a participar do programa The Voice Brasil – publicou em seu Facebook, na última semana, um texto falando sobre a polêmica do médico que expôs na internet os erros cometidos por um paciente, que dizia “peleumonia” ao invés de pneumonia.

Após criticar a questão do preconceito linguístico, Júlia recebeu apoio de internautas e amigos na rede social. Mas com a viralização do post – compartilhado mais de 67 mil vezes –, a cantora acabou sendo vítima de uma onda de ataques racistas.

Um deles, inclusive, liderado por uma figura conhecida por xingar a presidenta Dilma Rousseffapós queda de pressão durante uma entrevista, o gaúcho Milton Pires. Ele também já foi acusado de agredir uma colega de trabalho. O médico mantém um blog intitulado ‘Ataque Aberto’, onde costuma publicar textos misóginos, com discursos de ódio e, recentemente, de cunho racista.

Na página, Pires fez diversas ofensas à médica Júlia Rocha, sugerindo que a profissional faz parte de um grupo de “bandidos petistas” e de blogueiros pagos pelo partido. “Conheço o tipo… Esse é o tipo de gente que sai escrevendo que ‘agora é a vez da senzala’ e ‘a casa grande não admite’. Essa aberração NÃO é medica, nem preceptora, nem cantora, nem p… nenhuma”, escreveu.

Além dele, outros internautas se expressaram de forma racista contra a médica nos comentários da publicação. “Com vergonha da cor, essa tribufu oxigena a juba para parecer menos negra. Típico de esquerdista e mal-amada”, disse um. “Muito top esse cabelo ecológico, deve ter até mico leão dourado”, provocou outro.

Júlia postou uma cópia das ofensas e disse estar em choque: “Meu coração chega a doer só de pensar que esse é o mundo que minha filha ou meu filho viverá”.

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Bergamo: Lula réu é sinal de retaliação do Judiciário por ida à ONU

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"A decisão de Lula de denunciar o juiz Sergio Moro à ONU não teve o apoio consensual de advogados e juristas que são ouvidos pelo ex-presidente. Uma parte deles acha a iniciativa inútil e arriscada, por provocar o corporativismo dos magistrados brasileiros. O resultado seria acirrar os ânimos de integrantes do Judiciário contra o petista", escreve a colunista; decisão da Justiça Federal do DF de tornar Lula réu na Lava Jato é do mesmo dia em que os advogados do ex-presidente anunciaram a ação em Genebra 

Jornal GGN - O ex-presidente Lula praticamente pediu para ser alvo de uma nova ofensiva do judiciário brasileiro quando decidiu recorrer à ONU contra o juiz Sergio Moro, expondo ao mundo os "abusos" da Operação Lava Jato. Na visão da colunista Mônica Bergamo, da Folha, prova dessa retaliação contra o petista foi a decisão da Justiça Federal do DF de tornar Lula réu na Lava Jato exatamente no mesmo dia em que os advogados de Lula anunciaram a ação em Genebra.

A notícia de que Lula virou réu só foi divulgada na sexta, mas o despacho foi assinado na mesma quinta-feira em que os advogados do ex-presidente concederam uma coletiva de imprensa explicando a petição apresentada à Comissão de Direitos Humanos da ONU. No dia seguinte, os jornais também noticiaram que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiu um nota "repudiando" a decisão de Lula.

"A decisão de Lula de denunciar o juiz Sergio Moro à ONU não teve o apoio consensual de advogados e juristas que são ouvidos pelo ex-presidente. Uma parte deles acha a iniciativa inútil e arriscada, por provocar o corporativismo dos magistrados brasileiros. O resultado seria acirrar os ânimos de integrantes do Judiciário contra o petista", descreveu Bergamo.

"Um dos advogados próximos de Lula chega a chamar a opção do ex-presidente de 'maluquice'. Notas de associações de juízes criticando o petista e o fato de um magistrado do Distrito Federal ter decidido transformá-lo em réu na sexta (29), um dia depois do anúncio de que ele iria à ONU, comprovariam a tese de que a iniciativa pode ter sido um erro político", acrescentou.

"Defensores do petista dizem que a reação era esperada e que a decisão de recorrer à ONU é acertada: a Constituição não estaria sendo cumprida nas investigações contra Lula e "o mundo" precisaria saber disso. Levantamento dos advogados de Lula mostra que a notícia repercutiu em veículos de 48 países."

Lula virou réu na Lava Jato com base na delação de Delcídio do Amaral. O senador cassado admitiu à Lava Jato que ele enviou R$ 250 mil à família de Nestor Cerveró, um dos principais delatores da operação, para tentar comprar seu silêncio. Delcídio teria contado com a ajuda operacional de um advogado e assessor parlamentar. Ele afirmou que os recursos sairam do bolso do filho do pecuarista José Carlos Bumlai. Para obter o benefício de sair da prisão e ir para o regime domiciliar, Delcídio disse que foi Lula quem pediu para dar dinheiro à famílai de Cerveró.

A defesa de Lula diz que a denúncia é frágil, por ter sido feita com base na palavra de um réu confesso que não apresentou provas.

Ensaios de vaia a Temer já começaram no Maracanã

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A abertura da Olimpíada só acontecerá na sexta-feira 5, mas os ensaios acontecem a todo vapor, incluindo o da vaia esperada contra o presidente interino e contra o golpe; na semana passada, em um dos ensaios do evento de abertura, no estádio do Maracanã, assim que o nome de Michel Temer foi citado pelo locutor, os participantes do ensaio entoaram uma sonora vaia ao peemedebista; abertura dos Jogos Olimpícos promete colocar o golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff mais uma vez em evidência na mídia mundial 

247 - A abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 só acontecerá na sexta-feira 5, mas os ensaios acontecem a todo vapor.

Apesar do clima festivo, o presidente interino, Michel Temer, já teve uma amostra do que o espera quando for abrir oficialmente a competição.

Segundo o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim, na semana passada, em um dos ensaios do evento de abertura, no Maracanã, assim que o locutor anunciou o nome de Temer, os participantes do ensaio entoaram uma sonora vaia ao peemedebista.

Temer já avisou, dias atrás, que está "preparadíssimo" para as vaias. Nenhum ex-presidente estará presente na cerimônia de abertura, assim como a presidente eleita Dilma Rousseff.

Donos do poder exibem o ódio de classe

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O Conversa Afiada reproduz o artigo inicial de Mauricio Dias, maestro da Rosa dos Ventos, na Carta Capital.

A última esperança

Medido pelo comportamento da mídia, autointitulada porta-voz da sociedade, mesmo assim é inacreditável o silêncio dos autointitulados democratas diante do golpe dissimulado de impeachment. Sem crime ao rasgar a Constituição.

A presidenta eleita e afastada parece confiar no seu retorno ao Palácio do Planalto. Apesar da sua esperança, ou convicção, do outro lado manifesta-se a força do engodo. Se o golpe for consumado, terá inevitáveis consequências, e mesmo conflitos perigosos.

O risco é percebido por Dilma. Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, publicada no domingo 24, a presidenta afastada mostrou preocupação com o desenrolar da história: “Esses processos golpistas podem trazer consequências imprevisíveis”.

Segundo ela, “não se pode sustentar indefinidamente a ocultação da realidade e a realidade é o golpe (...) processos típicos golpistas querem silenciar os protestos, os governos que não têm votos são intolerantes. Os líderes do golpe querem sempre o silêncio”.

Há um discurso predominante. Nasce da reação conservadora longe do poder por 13 anos e vinga nas reportagens, análises editoriais, colunas de jornais, rádios, televisões e nas semanais alinhadas.

Mais de 50 anos separam um golpe do outro. Hoje há, e não havia em 64, uma diversificação tão pronunciada entre os agrupamentos sociais. Além disso, ontem havia e hoje não há a ação direta dos militares.

Uma repulsa ao golpe existe, traduzida no lema “Fora Temer”. Trata-se, potencialmente, de uma fonte de fermentação, bem como outra, capaz de atingir cruelmente a população mais pobre.

É o resultado de um compromisso, sem-vergonha e sem virtude, assumido pelo presidente interino. Nesse sentido, há proposições e decisões já em curso no governo Temer.

Existe a promessa de fazer, a ferro e fogo, a reforma da Previdência e da Consolidação das Leis do Trabalho. Obviamente, não serão favoráveis aos beneficiários de hoje. Com o mesmo propósito, há de se criar um teto financeiro para os programas de Saúde e Educação.

Pretendem mandar para o espaço o programa Ciência sem Fronteiras. Registre-se ainda o esboço da intenção de dar um fim às universidades públicas.

Estamos diante do desmanche radical dos programas dos governos petistas, Lula e Dilma, alcançando ainda as políticas populares de Getúlio Vargas. 
 
Fica-se com a impressão de que os tradicionais donos do poder extravasam todo o seu ódio de classe.
 

 
Nesse domingo 31 de julho, na Avenida Paulista (sugestão do amigo navegante Pedro Vieira)


Nota Opedeuta:

Ao ver a imagem acima, creio de um senhor já sexagenário ou mais, fico com uma sensação muito ruim como se fosse um  pesadelo ou filme de péssima qualidade  reprisado muitas vezes. Lembro-me em algumas momentos na vida  já ter  visto e até conversado com alguns destes senhores. Há algo em comum entre todos eles, creio, pelo que notei. A maioria oriundos de uma família classe média ,classe média baixa, católica , conservadora. Não leem muito, a maioria ficam nos jornalões ou tabloides populares, pouco acesso a livros , quando muito de auto ajuda. Sempre com os mesmos discursos e frases quase padronizadas, " Entra governo e saia governo....e nada muda..... bom mesmo era na época de fulano. O fulano a que ele se referia ,  era sempre um politiqueiro de família  tradicional de politiqueiro que defendia justamente os interesses totalmente contrário das classes trabalhadoras. Sindicatos ...um bando de vagabundos. Ou , "Se não fosse a "revolução " de 64...os comunistas teriam tomado tudo......
Dava a impressão que eram produzidos em série com uma programação de discursos uniformes....
Programados para não verem nem saberem das causas mas apenas suportar o efeito ajudando a engordar o pato. Uma característica que me chama sempre a atenção, a mesma mídia , a mesma informação , os mesmos discursos, geração após geração sempre fora criado para passar a diante a mesma ignorância do que lhe ocorre sem questionar uma vez se quer .....as causas. Amestrados a não questionar. Adorar justamente aquele que lhe aperta o laço ao pescoço. Parece que o grande propósito em criar este tipo de ignorância foi atingido, fazendo-o descrer naquilo que para ele é o grande mal, a democracia. Para estes o estado de exceção, é a regra.

Juca Kfouri: Grupo agrediu Letícia Sabatella neste domingo, em Curitiba. Veja o vídeo; se conhecer algum, denuncie

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 Ajude a identificar os agressores de Letícia Sabatella

por Juca Kfouri, em seu blog

Um grupo de intolerantes agrediu a atriz Letícia Sabatella hoje à tarde, em Curitiba.
Se você conhecer algum dos protagonistas ajude a identificá-los.
Está na hora de dizer basta à intolerância.





Publicado em 31 de jul de 2016

31/07/2016 – Letícia Sabatella disse: “Não fui provocar ninguém, passava pela praça antes de começar a manifestação e parei pra conversar com uma senhora. Meu erro. Preocupa esta falta de democracia no nosso Brasil. Eles não sabem o que fazem.”

domingo, 31 de julho de 2016

Diversas cidades do Brasil e do mundo vão às ruas hoje pelo 'Fora Temer'

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Batalhas pelo "Fora Temer" retomam atos que unem os movimentos pelo resgate democrático. Do lado dos golpistas, frustração com Temer e governo de fichas sujas dificultaram o retorno às ruas neste domingo; confira a programação
31 de Julho de 2016 


 O presidente do Supremo Tribunal Federal prevê para 29 de agosto a sessão do Senado que julgará o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Até lá intensificam-se de uma lado as operações de bastidor em busca dos votos dos senadores. E de outro, as batalhas nas ruas.

Hoje (31), a Frente Povo sem Medo concentra forças para a realização de atos em todo o Brasil e em várias cidades do exterior. Em São Paulo, a concentração está programada para iniciar às 14h no Largo da Batata, próximo à estação Pinheiros do metrô, na zona oeste. Em algumas capitais, como Distrito Federal e Belo Horizonte, a concentração já começou, na Feira Central de Planaltina e na Praça Sete, respectivamente. No Rio de Janeiro, os movimentos optaram por concentrar esforços para um grande ato no próximo dia 5, dia em que o mundo estará de olho na Abertura dos Jogos Olímpicos.

“Chamamos as manifestações para o dia 31 precisamente como uma maneira de dar continuidade ao processo de mobilização pelo 'Fora Temer', pela defesa dos direitos sociais, diante do risco real de ataque. E também, nesse caso, pela defesa de um plebiscito (sobre antecipação das eleições) pelo qual o povo possa decidir, não apenas o Senado”, diz Guilherme Boulos, coordenador da frente. “Não é aceitável que o destino político do país fique na mão dos senadores. É importante que o povo seja chamado a decidir. Estão anunciando uma série de projetos que visam, na verdade, fazer o Brasil andar 30 anos para atrás”, diz o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A UNE, que igualmente defende o plebiscito sobre convocação de eleições, faz também convocações para o dia de hoje. A Frente Brasil Popular, que reúne dezenas entidades, não chegou a um consenso sobre novas eleições. Mas parte de sua militância deve participar dos atos deste domingo.

Do outro, o das organizações que patrocinaram as manifestações pelo impeachment, e que desde o processo não faz ações de ruas, o dia é de esvaziamento. Os protestos marcados para hoje foram esvaziados. Com a alegação de que a agenda de votação estaria ainda indefinida, Movimento Brasil Livre e Revoltados On-Line optaram por não se arriscar a um fiasco.

A menos que os setores do Judiciário e da imprensa, que vêm atuando de maneira sincronizada, consigam mais uma vez inflar as ruas, está difícil de convencer as pessoas a vestir novamente sua camisa da CBF para pedir, no lugar de uma presidenta afastada sem crime, um governo formado por corruptos e que não passa uma semana, nos últimos dois meses, sem uma trapalhada ou escândalo.

Para Boulos, os golpistas não têm o que dizer. "Foi cometido um estelionato. Venderam que o impeachment seria uma maneira de acabar com a corrupção. Mas, com o impeachment, se colocou no poder uma autêntica quadrilha”, afirmou. “Então, não sei com que cara essa gente tem condição de sair na rua.”

Centrais

As centrais sindicais definiram a data de 16 de agosto como um dia de mobilização nacional por manutenção de direitos sociais, criação de empregos, retomada do crescimento e contra a agenda de retrocessos e ameaças aos direitos trabalhistas pelo governo interino de Michel Temer. A programação marca a retomada de ações promovidas conjuntamente pelas centrais.

Depois do afastamento de Dilma Rousseff, em 12 de maio, Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central chegaram a realizar reuniões com o governo interino, que pretende levar adiante mudanças na Previdência Social, como ampliação da idade mínima e equiparação da idade de homens e mulheres para acesso a aposentadoria. CUT e CTB se recusaram a dialogar com o governo, considerado ilegítimo.

No dia 16, estão previstas manifestações em frente a sedes de organizações empresariais em todo o país. Em São Paulo, está previsto um grande ato no estádio do Pacaembu. Segundo o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “As manifestações do dia 16 serão para dizer que não aceitaremos retiradas de direitos e nenhuma mexida na Previdência e na legislação trabalhista que precarize as relações de trabalho.”
Para a CUT, afirma Nobre, a Frente Povo sem Medo “é parceira na luta contra o golpe”. Por isso, o fato de a central não estar na organização das manifestações deste domingo não significa que não apoie. “É importante que as organizações de base, que têm trabalhado unitariamente com a Povo sem Medo, ajudem a organizar. As entidades filiadas à CUT têm plena liberdade para participar e ajudar.”

Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo devem estar juntas novamente no ato do dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro. No dia 9 serão programadas manifestações descentralizadas pelo país, segundo Raimundo Bonfim, coordenador da FBP e da Central de Movimentos Populares.

Manifestações programadas para domingo (31) no Brasil e na Europa

São Paulo – Largo da Batata – 14h
https://www.facebook.com/events/869480496518847/
Fortaleza – Praça Cristo Redentor – 15h
https://www.facebook.com/events/1176671975737650/
João Pessoa- Lagoa do Parque Solon de Lucena – 14s
https://www.facebook.com/events/258411337874263/
Curitiba – Praça da Mulher Nua – 15h
https://www.facebook.com/events/1045314202189359/
Goiânia – Estacionamento do IFG – 9h
https://www.facebook.com/events/1127834183940490/
Recife – Praça Derby – 15h
https://www.facebook.com/events/164431293965920/
Belo Horizonte – Praça 7 – 10 h.
https://www.facebook.com/events/801735819930197/
Salvador – Campo Grande – 14h

Brasilia – Feira Central de Planaltina – 9h

Uberlandia – Feira do Luizote – 9h

Porto Alegre – Parque da Redenção – 15h

A confirmar: Vitória (ES) / Juiz de Fora /Florianópolis (SC)

Atos no exterior

Laura Capriglione: O MPF é cego? E a mídia golpista também não percebeu que esse juiz já era conhecido dela?

Soares Leite - repdução diário do nordeste 
Juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que segundo o próprio Ministério Público Federal, dificultou a punição dos fraudadores da Receita  (Reprodução: Diário do Nordeste)
Dois pesos e duas medidas

por Laura Capriglione, especial para o Jornalistas Livres

O juiz que assina a decisão de transformar o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva em réu é Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. Leite é conhecidíssimo, mas não por sua eficiência. Bem ao contrário.

Juiz da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão responsável por julgar os autos de infração da Receita, o juiz que transformou Lula em réu teve a capacidade de ser denunciado pelo próprio Ministério Público Federal.
Reportagem publicada pela Folha, em 20 de junho de 2015, mostrava o Ministério Público reclamando de várias decisões judiciais de Ricardo Augusto Soares Leite que dificultaram a obtenção de provas contra os fraudadores da Receita.

“O juiz Ricardo Leite negou todos os pedidos de prisão dos investigados, suspendeu escuta telefônica e não autorizou buscas e apreensões.”

“A Procuradoria já representou contra Leite na Corregedoria do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em abril. Segundo a Folha apurou, se nenhuma medida for adotada pela corregedoria do Tribunal, a Procuradoria da República no Distrito Federal vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça.”

10 vara federal , brasilia,
“Segundo a polícia, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão.”

Pois não é que exatamente esse juiz da 10º Vara Federal, que, segundo o próprio Ministério Público Federal, dificultou a punição dos fraudadores da Receita, é exatamente esse o homem que transformou Lula em réu?

A Justiça é cega mesmo?

E a imprensa golpista? Não percebeu também que esse nome já era dela conhecido?
Aqui a reportagem da Folha, publicada há pouco mais de um ano:

juiz
Procuradoria quer afastar juiz que apura corrupção em conselho

LEONARDO SOUZA
  DO RIO – 20/06/2015 02h00

O Ministério Público Federal quer o afastamento do juiz Ricardo Augusto Soares Leite da 10ª Vara Federal de Brasília. Leite é o juiz da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão responsável por julgar os autos de infração da Receita.

Segundo a polícia, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão.

O Ministério Público, no entanto, disse que não conseguirá anular a maioria dos casos, porque várias decisões judiciais dificultaram a obtenção de provas.

O juiz Ricardo Leite negou todos os pedidos de prisão dos investigados, suspendeu escuta telefônica e não autorizou buscas e apreensões.

A Procuradoria já representou contra Leite na Corregedoria do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em abril. Segundo a Folha apurou, se nenhuma medida for adotada pela corregedoria do Tribunal, a Procuradoria da República no Distrito Federal vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça.

Juiz substituto, o magistrado está há aproximadamente dez anos no comando da 10ª Vara, especializada em julgamentos de crimes de lavagem de dinheiro.

VAMPIROS

Nesse período, passaram pelas mãos de Leite casos como o da máfia dos Vampiros, o de Maurício Marinho (Correios), Waldomiro Diniz (Casa Civil) e o da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo (veja quadro ao lado).

Na representação à corregedoria do TRF, à qual a Folha teve acesso, os procuradores relatam o que classificam como “a existência de um crônico e grave quadro de ineficiência” na atuação do juiz Ricardo Leite.

Procurado por uma semana na Justiça Federal no DF, ele não quis dar declarações (leia texto ao lado).

De acordo com o documento, o magistrado prejudicou o andamento dos processos por demorar para tomar decisões simples e por empregar expedientes jurídicos vetados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Os procuradores dão exemplos de como “a extrema morosidade” no trâmite dos processos na 10ª Vara gera “substanciais prejuízos” ao país.

Na Operação Vampiro, deflagrada em 2004, o STJ negou um recurso impetrado pelos réus e autorizou, em 2010, o andamento regular do processo. A ação penal só foi retomada pela 10ª Vara, porém, em fevereiro de 2012.

A Justiça suíça bloqueou recursos nos nomes de alguns dos réus. O dinheiro não foi repatriado para o Brasil porque até hoje não há uma decisão definitiva sobre o caso.

Na representação ao TRF, o MPF pede que a corregedoria instaure procedimento avulso contra o juiz e uma correição extraordinária na 10ª Vara Federal. Entre as punições previstas que podem ser aplicadas ao juiz, estão advertência, remoção para outra vara e até mesmo aposentadoria compulsória.

Na correição extraordinária, seria feito diagnóstico completo da Vara para acelerar o andamento dos processos. Nos próximos dias, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) vai na mesma direção: solicitará ao CNJ a instauração de sindicância e processo administrativo disciplinar contra o juiz. Segundo Pimenta, relator da subcomissão da Câmara criada para acompanhar a Zelotes, a atitude do juiz Ricardo Leite tem “prejudicado sobremaneira a apuração dos fatos”.

OUTRO LADO

A Folha fez diversos contatos com a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Brasília, por mais de uma semana, pedindo uma entrevista com o juiz Ricardo Augusto Soares Leite para que ele comentasse as reclamações da Procuradoria.

Ele não ligou de volta.

A reportagem também mandou e-mails para a assessoria, mas as mensagens não foram respondidas.

Em audiências realizadas na Câmara pelo relator da subcomissão para acompanhar a Operação Zelotes, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), delegados da Polícia Federal e procuradores da República encarregados do caso reclamaram publicamente do comportamento do juiz Soares Leite.

Frederico Paiva, procurador que coordena as investigações de fraude em julgamentos do Carf, disse que os pedidos de prisão negados por Leite eram importantes para impedir que os investigados combinassem os depoimentos.

“Ele [o juiz] tem um histórico de acúmulo de processos, um comportamento que chama atenção e deveria ser examinado de perto”, disse Paiva numa das audiências públicas.

 Leia também:
Ignacio Delgado: 2016, o ano que foi dado um golpe e se preparou outro para 2018 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Movimentos pró impeachment disputarão eleições com recursos suspeitos

golpistas capa

Lideranças dos movimentos favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff mudaram o discurso contra partidos políticos e se filiaram a siglas de oposição para buscar neste ano mandatos de vereadores. O Movimento Brasil Livre lançará 123 candidatos em 23 estados por PSDB, Partido Novo, DEM, PSD, PSC e PPS.

O líder do movimento, o colunista da Folha de S. Paulo Kim Kataguiri, viajará o país apoiando as candidaturas do MBL. ““Estamos nos filiando a esses partidos para disputar a eleição, mas a ideia é que, como existe a bancada evangélica, formemos uma bancada liberal independente”.
O movimento Vem Pra Rua irá seguir a mesma linha liberal do MBL. O coordenador de Goiás, Johnny Santos, diz que, atendendo a manifesto feito nas redes sociais, lançou-se candidato a vereador de Goiânia pelo PPS.

Uma das principais apostas do DEM para a eleição para a Câmara de São Paulo é o autoproclamado “estudante” Fernando Holiday, do MBL (Movimento Brasil Livre). Ele ganhou espaço nas inserções do partido no horário gratuito destinado às siglas.

Em junho, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Pauderney Avelino (AM), deslocou-se para São Paulo apenas para participar da festa junina do MBL e prestigiar o pré-candidato a vereador (vide foto no alto da página).

Oriundo do movimento ruralista — presidiu a União Democrática Ruralista (UDR) durante a Constituinte —, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) é um dos parlamentares mais próximos dos movimentos de rua e diz que os incentiva a participar da política representativa.

“Devemos a eles essa mobilização da população contra a corrupção, a favor do impeachment. Mas não adianta só ir para a rua, tem que buscar dar consequência aos pleitos com um mandato eletivo”, diz Caiado.
Muitos ainda não se deram conta de que, neste ano, as campanhas eleitorais serão muito diferentes do que foram nas últimas décadas. A proibição de financiamento empresarial a campanhas e a Lava Jato mudaram diametralmente o jogo.

Em tese, as campanhas ficarão mais baratas sem o aporte dos recursos das empresas. Mas se para a esquerda isso é verdade, para a direita não será bem assim.

Esses movimentos golpistas que deverão conseguir muitos mandatos eletivos em todo país são conhecidos por, até hoje, ninguém saber de onde vieram os fartos recursos que obtiveram para organizar manifestações gigantescas pelo golpe contra Dilma Rousseff.

É neste ponto que o Blog faz uma denúncia.

Movimentos como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line, entre outros, planejariam obter recursos eleitorais via doações de pessoas físicas, como agora a lei determina, mas ocultando ilegalidades como uso generalizado de laranjas para doarem recursos em seus nomes para esses candidatos.
Funcionaria assim: grandes empresários abasteceriam um grande número de laranjas e estes fariam “doações de pessoas físicas”, como agora quer a lei sobre financiamento de campanhas eleitorais.

Será impossível partidos de esquerda enfrentarem essa estratégia. Além estarem enfraquecidos eleitoralmente pela conjuntura político-econômica e até pelo golpe contra Dilma, ainda por cima seus candidatos terão imensas dificuldades para obter recursos.

Matéria recente da revista Carta Capital que deu conta de que a esquerda está sendo superada com força pela direita na internet mostra que candidatos de partidos progressistas deverão ter forte dificuldade para obter financiamentos eleitorais.

golpistas 1

A matéria informa, por exemplo, que sites de esquerda estão tendo dificuldade de obter curtidas no Facebook por conta de desmobilização do público de esquerda. Ora, se há dificuldade de obter uma mera curtida ou compartilhamento, que dirá obter doações eleitorais para candidatos – e, neste ano, se cada cidadão não colocar a mão no bolso para doar aos seus candidatos, eles não terão chance na disputa.
Nesse contexto, urge que as pessoas comecem a pensar na eleição deste ano, pois será a base para a eleição de 2018. O Brasil elegerá prefeitos e vereadores em mais de cinco mil municípios pelo país afora e será dessa eleição que se formará o caldo de cultura para daqui a dois anos.

Enquanto a direita está partindo para o pleito deste ano com novidades como os fascistinhas da foto no alto da página, a esquerda está desmobilizada e sem ter o que oferecer de novo em um momento em que a sociedade está a exigir renovação.

É preciso refletir muito profundamente sobre essa situação. Do contrário, o impeachment de Dilma pode ter sido só o começo da construção de um espectro político esmagadoramente conservador que primará por retirada de direitos e concessão de privilégios a poucos.

Você, cidadão progressista, de esquerda, militante de direitos humanos, pelo direito de mulheres, negros, homossexuais, trabalhadores, não pode se omitir, não pode deixar  sua obrigação para o vizinho.

O eleitor de esquerda precisa se preparar para se tornar doador de campanhas eleitorais e até para se candidatar a vereador, sobretudo, que é onde a direita mais aposta suas fichas. Do contrário, vamos entregar este país a adoradores da ditadura militar e outros bichos.

DCM: A resposta miserável de Moro à denúncia de Lula é uma cozinha

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"Lula denuncia ao mundo a perseguição que lhe é movida por Moro e no mesmo dia a imprensa é abastecida com mais um vazamento requentado sobre um tema batidíssimo: o sítio de Atabaia. Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena", escreve Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo; ele compara valores de denúncias recentes - 250 mil reais que teriam sido gastos na tal reforma da cozinha e 90 milhões de imóveis do filho de Sérgio Machado - para denunciar a "brutal irrelevância da pseudodescoberta" da Lava Jato 


247 – A resposta "miserável" do juiz Sérgio Moro à denúncia do ex-presidente Lula à ONU foi uma "pseudodenúncia" da Lava Jato sobre uma reforma avaliada em R$ 250 mil na cozinha do fatídico sítio em Atibaia (SP), escreve Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.

"Lula denuncia ao mundo a perseguição que lhe é movida por Moro e no mesmo dia a imprensa é abastecida com mais um vazamento requentado sobre um tema batidíssimo: o sítio de Atibaia. Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena", diz o jornalista.

Ele compara valores de denúncias recentes – 250 mil reais que teriam sido gastos na tal reforma da cozinha e 90 milhões de reais de imóveis do filho de Sérgio Machado no Reino Unido – para denunciar a "brutal irrelevância da pseudodescoberta" da Lava Jato.

"Numa matemática que não mente, uma coisa é 360 vezes maior que a outra. Mas Moro, a Lava Jato e a mídia brasileira se concentram na migalha para artificialmente criar notícias contra Lula", critica. "A resposta miserável de Moro aos imóveis de luxo comprados pelo filho de Machado em Londres com dinheiro sujo foi a cozinha do sítio de Atibaia. É uma resposta que conta tudo sobre Moro e sobre a mídia brasileira", conclui.

Leia aqui a íntegra.

O golpe passará. E o Brasil reencontrará seu caminho

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Uma horda tomou de assalto o poder no Brasil. Corruptos, misóginos, antidemocratas, ricos, brancos (e cristãos) se associaram numa extensa coalizão, passando por cima da Constituição e do Estado de direito. 
 
Políticos com extensa ficha criminal associados com perdedores das eleições, entorpecidos pelo ressentimento e cujas delações os colocam próximos à prática do banditismo, e o Parlamento mais pífio e conservador da história republicana promoveram uma “congressada” em dois tempos: primeiro na Câmara, que além de baixa é repugnantemente fétida; agora, na Senado, sob a batuta de políticos que envergonham qualquer parlamento no mundo democrático, salvo exceções em ambas as casas legislativas. Sem crime de responsabilidade  caracterizado, os inquisidores, impávidos, julgam a presidenta impunes; uma ação iliberal, porque sequer as leis são respeitadas.
 
Uma mídia venal, partidária, antidemocrática e antinacional tratou de “vitaminar” a sanha golpista. Manipulações de todas as ordens, mentiras e ódio passaram a pautar o cotidiano de um jornalismo que se transformou ora em entretenimento para esconder ou escamotear os fatos; ora em espetáculo inquisitorial.
  
A justiça, eterna servidora da casa grande, tão corrupta e elitista quanto os demais poderes, tratou de pavimentar os caminhos para a empreitada golpista. A corte mais alta assistiu impávida um bandido comandar a abertura do processo de impeachment; e qual tribunal de ninfas castas, acovardou-se quando um juiz - cujas ações seletivas e discricionárias expôs as vísceras de togados que agem seletivamente e são verdadeiros sepulcros caiados -, violentou a constituição permitindo a exibição, em rede nacional, de um grampo ilegal, a motivar a condenação tácita e pública da presidenta. 
 
Empresários do pato amarelo e seus patinhos associados, patrocinadores de golpes no passado e no presente, injetaram dinheiro sujo para todo o tipo de financiamento dos aventureiros golpistas. Sempre beneficiados pelo modelo econômico (especulação concentradora de riqueza e renda) e tributário (que penaliza o consumidor e isenta os ricos) e pelas benesses dos subsídios governamentais, resolveram que, a partir de agora, o assalto à Nação será escancarado e sem pudor.
 
Segmentos perversos da classe média, que não aceitam uma sociedade justa e igualitária, se agregaram a lideranças religiosas, intelectuais e subcelebridades para contaminar as redes sociais de ódio e espírito de vingança. Criaram heróis nacionais que fazem Hitler retorcer no túmulo de inveja e construíram uma narrativa quase hegemônica a justificar o injustificável.
 
Rezando na cartilha dos interesses norteamericanos, que não aceitam a autonomia dos povos latino-americanos, os usurpadores de plantão estão prontos a entregarem nossas riquezas minerais, como o pré-sal; nossos recursos da biodiversidade e nosso patrimônio imaterial: potências que podem transformar esse país numa grande nação.
 
Os partidos políticos, em sua maioria, se transformaram em gangues ávidas pelo poder a qualquer custo. Fins passaram a justificar quaisquer meios nas relações político-partidárias. Dispensam-se comentários sobre os caminhos trilhados pelos partidos de direita, aqui incluso o PSDB. Em síntese, flertam com o fascismo. Mas, é preciso registar que o PT foi dominado por grupos pragmáticos, políticos de péssima estirpe, interesseiros de todas as espécies que embarcaram quando o partido estava no poder e lá convivem se temor, nem pudor. Mostrou em reiteradas vezes que os ideais de seus fundadores na década de 1980 se transformaram em letra (quase) morta. Aqueles petistas coerentes, pouquíssimos e minoritários, que defendem uma refundação do partido, são vozes que clamam no deserto. O lema “o povo não é bobo, abaixo a rede globo” também poderá ser cantado para expurgar outros atores políticos. As eleições se avizinham...
 
Enquanto isso, o discurso e a prática fascistas vão tomando forma e vigor. O grupo usurpador tem uma agenda violentamente perversa contra os pobres, os trabalhadores, as minorias, o patrimônio público. Enfim, contra o Brasil e os brasileiros. Só aguardam a consolidação do golpe, do jogo jogado, para, de forma avassaladora, colocar em prática a política do desmantelamento do estado e da opressão social. Não medirão esforços para passar por cima daqueles que se colocarem no caminho, porque têm pressa em destruir o pouco que foi conquistado com duríssimo sacrifício pelo povo brasileiro desde a Constituição de 1988.
 
A maioria dos brasileiros ainda não entendeu o que ocorre. Não percebeu que o golpe não é contra uma presidenta, nem contra um partido. Apesar de desejarem destruir Dilma e o PT, os golpistas querem inviabilizar, definitivamente, a possibilidade real da construção de uma nação justa e solidária. Por isso, tanta pressa, tanta sanha, tanta violência, tanta cobiça, tanto ódio.
  
Independentemente de Dilma voltar ao poder, um número cada vez maior de brasileiros já entende: os golpistas escrevem o presente da nossa história. Têm nome e identidade. Mas não têm, como outrora, o controle total da informação. Portanto, não poderão sufocar a verdade. Não passarão!
 
Há muitos sinais de resistência. Os movimentos sociais estão se reativando. Os grupos historicamente oprimidos, como as mulheres, dão sinais de extraordinária vitalidade e engajamento cívico. E, certamente, quando os trabalhadores e os pobres perceberem que o pouquíssimo que conquistaram poderá ser perdido, aí teremos construído o caminho do retorno à democracia.
 
Os golpistas não entenderam que o acesso ao consumo nos últimos anos injetou nos trabalhadores desse país o vírus (ainda inativo) do inconformismo com a pobreza e a miséria. Uma pessoa que acostumou a ter um smartphone e uma TV de LCD, a comer carne, viajar de avião, frequentar shopping e universidade não aceitará nunca mais ser chicoteada pelos capatazes da casa grande. Isso explica o medo dos golpistas em relação a Paulo Freire e tanto desejo pela implementação da malfadada “escola sem partido”. Mas, a escassez (de trabalho, de possibilidades de consumo, etc.) e a miséria ativarão, mais cedo ou mais tarde, esse vírus (até agora) adormecido. A consciência coletiva produzirá distintos níveis de indignação. E a indignação será o instrumento das transformações. Esse é o grande temor dos golpistas.
 
Infelizmente, o pouco de consciência de pertencimento efetivo à Nação, ou seja, de sentimento e vivência da cidadania, veio pelos caminhos tortuosos do acesso ao consumo individualista; muito pouco contribuiu a educação e outras políticas públicas. Mas, seja como for, superaremos essa profunda violência a que fomos submetidos à medida que as pessoas se conscientizarem que a pobreza, a miséria e a desigualdade não são vontade de Deus; são imposições injustas de grupos de elite, inaceitáveis sob o ponto de vista ético, social, político e moral.
 
O precipício momentâneo será de suor e lágrimas. Mas, o Brasil reencontrará a planície da democracia.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Laudo não diz do que Lula é acusado. E ele vai à corte da ONU pedir garantias



lulafundoverde

 Por

Há muita marola no tal laudo da Polícia Federal sobre a participação de um engenheiro da Odebrecht no sítio frequentado por Lula, em Atibaia (SP).

Como, até agora, Lula não foi acusado de ter facilitado a vida da empresa e recebido as obras do sítio como contrapartida, o máximo que se pode ver aí é um problema ético, não penal.

E, convenhamos, num ambiente de corrupção em que se pagava milhões de reais a figuras de terceiro escalão (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Pedro Barusco etc…) soa completamente torto que o Presidente da República, com todo o seu poder, vá cometer um ato de corrupção para receber uma obra de reforma numa casa de sítio.

Tudo isso só se explica pela onda de histeria que adubou – a palavra mais precisa – uma perseguição sem tréguas, durante vários anos e que não achou mais que uns farelos para alimentar-se.

E com que métodos. A esta altura, alguém pode confiar no equilíbrio e exação de qualquer dos três pólos acusadores de Lula: a Polícia Federal, a Força Tarefa do Ministério Público e o juiz Sérgio Moro.
Até o meio-fio da minha rua sabe que eles perseguem, obsessivamente, o grânde prêmio de “prender o Lula” e torná-lo inelegível em 2018 por um ódio político-ideológico que, antes, raríssimas vezes era visto nas instituições judiciais e parajudiciais.

Hoje, Lula tomou duas providências importantes.

A primeira, de comunicação, ao lançar o site lula.com.br destinado à dua defesa política, separando essa tarefa das do Instituto Lula, essencialmente um centro de debates e formulação político-social.

A segunda, indispensável, foi representar ao Comitê de Direitos Humanos da ONU em Genebra, contra o  juiz Sérgio Moro e osprocuradores federais da Operação Lava-Jato abuso de poder e por violação da Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário e se obriga a seguir.

O ex-presidente deixa claro que  não se opõe a ser investigado, mas exige que isso se faça com imparcialidade, e que as autoridades brasileiras obedeçam o curso legal das investigações e processos.
Quem vai, em nome de Lula, conduzir o caso em Genebra é o ex-juiz inglês Geoffrey Robertson, hoje um destacado advogado especializado em direitos humanos em cortes internacionais. Foi advogado de  Julian Assange, fundador do Wikileaks, do  escritor indiano/britânico Salman Rushdie, que ficou famoso por ser sentenciado à morte por suposta ofensa ao Islã e da ONG Human Rihgts Watch no caso dos assassinatos  autorizados pelo general chileno Augusto Pinochet.

Robertson atuou como juiz de apelações da ONU, foi membro do Conselho de Justiça das Nações Unidas entre 2008 e 2012e flou ao siete de Lula, sobre o caso, no vídeo que reproduzo abaixo.