Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Candidato denuncia: Globo quis me comprar !

Levy Fidelix diz ter recebido oferta para desistir do debate em troca de espaço dentro da cobertura jornalística da Globo.


Do infatigável Stanley Burburinho (quem será ele, o mais sujo dos sujos ?):

“Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora [TV Globo] para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.”


Rede Globo é alvo de pedido de CPI após cancelar debate na capital paulista



A Rede Globo de Televisão será alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, se for aprovado o pedido formulado por Levy Fidelix, presidente do PRTB. A demanda iniciou-se nesta quarta-feira, após a emissora cancelar, na véspera, o debate que seria realizado nesta quinta-feira entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Fidelix afirmou que contará com o representante de seu partido na Câmara, o deputado federal Auréo Lídio Moreira Ribeiro (RJ), entre outros apoiadores no Legislativo para instaurar um processo contra a emissora, que, segundo ele, tem problemas com a arrecadação de impostos.

Levy venceu uma ação contra a rede de TV, movida na Justiça Eleitoral de São Paulo, que pretendia realizar o debate de São Paulo com, no máximo, seis candidatos, e deixar de fora o postulante do PRTB. Com base na Lei Eleitoral, que garante participação de um concorrente cujo partido possui representantes na Câmara dos Deputados, Levy garantiu, em primeira instância, a sua participação no programa. A Globo, no entanto, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER/SP), mas, segundo nota da própria emissora, o debate foi cancelado “devido à falta de tempo para garanti-lo na Justiça”, uma vez que o TSE ainda não se decidiu sobre o assunto.

Segundo a emissora, o debate deveria ser realizado com apenas seis candidatos – Celso Russomano (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), os primeiros colocados nas pesquisas –, formato que considera “ideal”. Além de Levy, Carlos Giannazi (PSOL) também teria garantido o direito de participar do debate, de acordo com a Lei Eleitoral, e também brigava na Justiça para garantir sua participação. Em 2008, a emissora cancelou o debate na capital paulista também pelo excesso de candidatos. Segundo o candidato do PRTB, a Globo “tentou usurpar a competência do Congresso” e se considera “acima da lei”.

– A Justiça deu na testa da Globo – afirmou Levy.

O presidente do PRTB considerou “radical” o cancelamento do debate.

– Para mim, perdeu a democracia – lamentou.

Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.

Além da TV Globo, a TV Record também cancelou seu debate, que iria ao ar na segunda-feira, dia 1º. A emissora alegou que o debate não poderia ser realizado sem a participação de Celso Russomano, que não poderia participar por conta do nascimento de sua filha, e José Serra, que, de acordo com a emissora, não havia confirmado presença. A afirmação foi negada pelo tucano. Para Levy, o debate da Record foi cancelado para “proteger” Russomano na reta final da eleição.

– É uma farsa – disse sobre o líder nas pesquisas de intenção de votos. E questionou: “Será que a Globo tem algum candidato?”

Procurada por jornalistas, a Rede Globo não se manifestou a respeito das afirmações do candidato, e se limitou a dizer que, “como em todos os anos, se buscou um acordo para viabilizar um debate com seis candidatos, número máximo viável para uma discussão produtiva. E isso não foi possível”.

Fidelix não revelou quem pretende apoiar no segundo turno.

Candidato denuncia: Globo quis me comprar !

Levy Fidelix diz ter recebido oferta para desistir do debate em troca de espaço dentro da cobertura jornalística da Globo.


Do infatigável Stanley Burburinho (quem será ele, o mais sujo dos sujos ?):

“Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora [TV Globo] para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.”


Rede Globo é alvo de pedido de CPI após cancelar debate na capital paulista



A Rede Globo de Televisão será alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, se for aprovado o pedido formulado por Levy Fidelix, presidente do PRTB. A demanda iniciou-se nesta quarta-feira, após a emissora cancelar, na véspera, o debate que seria realizado nesta quinta-feira entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Fidelix afirmou que contará com o representante de seu partido na Câmara, o deputado federal Auréo Lídio Moreira Ribeiro (RJ), entre outros apoiadores no Legislativo para instaurar um processo contra a emissora, que, segundo ele, tem problemas com a arrecadação de impostos.

Levy venceu uma ação contra a rede de TV, movida na Justiça Eleitoral de São Paulo, que pretendia realizar o debate de São Paulo com, no máximo, seis candidatos, e deixar de fora o postulante do PRTB. Com base na Lei Eleitoral, que garante participação de um concorrente cujo partido possui representantes na Câmara dos Deputados, Levy garantiu, em primeira instância, a sua participação no programa. A Globo, no entanto, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER/SP), mas, segundo nota da própria emissora, o debate foi cancelado “devido à falta de tempo para garanti-lo na Justiça”, uma vez que o TSE ainda não se decidiu sobre o assunto.

Segundo a emissora, o debate deveria ser realizado com apenas seis candidatos – Celso Russomano (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), os primeiros colocados nas pesquisas –, formato que considera “ideal”. Além de Levy, Carlos Giannazi (PSOL) também teria garantido o direito de participar do debate, de acordo com a Lei Eleitoral, e também brigava na Justiça para garantir sua participação. Em 2008, a emissora cancelou o debate na capital paulista também pelo excesso de candidatos. Segundo o candidato do PRTB, a Globo “tentou usurpar a competência do Congresso” e se considera “acima da lei”.

– A Justiça deu na testa da Globo – afirmou Levy.

O presidente do PRTB considerou “radical” o cancelamento do debate.

– Para mim, perdeu a democracia – lamentou.

Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.

Além da TV Globo, a TV Record também cancelou seu debate, que iria ao ar na segunda-feira, dia 1º. A emissora alegou que o debate não poderia ser realizado sem a participação de Celso Russomano, que não poderia participar por conta do nascimento de sua filha, e José Serra, que, de acordo com a emissora, não havia confirmado presença. A afirmação foi negada pelo tucano. Para Levy, o debate da Record foi cancelado para “proteger” Russomano na reta final da eleição.

– É uma farsa – disse sobre o líder nas pesquisas de intenção de votos. E questionou: “Será que a Globo tem algum candidato?”

Procurada por jornalistas, a Rede Globo não se manifestou a respeito das afirmações do candidato, e se limitou a dizer que, “como em todos os anos, se buscou um acordo para viabilizar um debate com seis candidatos, número máximo viável para uma discussão produtiva. E isso não foi possível”.

Fidelix não revelou quem pretende apoiar no segundo turno.

Candidato denuncia: Globo quis me comprar !

Levy Fidelix diz ter recebido oferta para desistir do debate em troca de espaço dentro da cobertura jornalística da Globo.


Do infatigável Stanley Burburinho (quem será ele, o mais sujo dos sujos ?):

“Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora [TV Globo] para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.”


Rede Globo é alvo de pedido de CPI após cancelar debate na capital paulista



A Rede Globo de Televisão será alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, se for aprovado o pedido formulado por Levy Fidelix, presidente do PRTB. A demanda iniciou-se nesta quarta-feira, após a emissora cancelar, na véspera, o debate que seria realizado nesta quinta-feira entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Fidelix afirmou que contará com o representante de seu partido na Câmara, o deputado federal Auréo Lídio Moreira Ribeiro (RJ), entre outros apoiadores no Legislativo para instaurar um processo contra a emissora, que, segundo ele, tem problemas com a arrecadação de impostos.

Levy venceu uma ação contra a rede de TV, movida na Justiça Eleitoral de São Paulo, que pretendia realizar o debate de São Paulo com, no máximo, seis candidatos, e deixar de fora o postulante do PRTB. Com base na Lei Eleitoral, que garante participação de um concorrente cujo partido possui representantes na Câmara dos Deputados, Levy garantiu, em primeira instância, a sua participação no programa. A Globo, no entanto, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER/SP), mas, segundo nota da própria emissora, o debate foi cancelado “devido à falta de tempo para garanti-lo na Justiça”, uma vez que o TSE ainda não se decidiu sobre o assunto.

Segundo a emissora, o debate deveria ser realizado com apenas seis candidatos – Celso Russomano (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), os primeiros colocados nas pesquisas –, formato que considera “ideal”. Além de Levy, Carlos Giannazi (PSOL) também teria garantido o direito de participar do debate, de acordo com a Lei Eleitoral, e também brigava na Justiça para garantir sua participação. Em 2008, a emissora cancelou o debate na capital paulista também pelo excesso de candidatos. Segundo o candidato do PRTB, a Globo “tentou usurpar a competência do Congresso” e se considera “acima da lei”.

– A Justiça deu na testa da Globo – afirmou Levy.

O presidente do PRTB considerou “radical” o cancelamento do debate.

– Para mim, perdeu a democracia – lamentou.

Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.

Além da TV Globo, a TV Record também cancelou seu debate, que iria ao ar na segunda-feira, dia 1º. A emissora alegou que o debate não poderia ser realizado sem a participação de Celso Russomano, que não poderia participar por conta do nascimento de sua filha, e José Serra, que, de acordo com a emissora, não havia confirmado presença. A afirmação foi negada pelo tucano. Para Levy, o debate da Record foi cancelado para “proteger” Russomano na reta final da eleição.

– É uma farsa – disse sobre o líder nas pesquisas de intenção de votos. E questionou: “Será que a Globo tem algum candidato?”

Procurada por jornalistas, a Rede Globo não se manifestou a respeito das afirmações do candidato, e se limitou a dizer que, “como em todos os anos, se buscou um acordo para viabilizar um debate com seis candidatos, número máximo viável para uma discussão produtiva. E isso não foi possível”.

Fidelix não revelou quem pretende apoiar no segundo turno.

Candidato denuncia: Globo quis me comprar !

Levy Fidelix diz ter recebido oferta para desistir do debate em troca de espaço dentro da cobertura jornalística da Globo.


Do infatigável Stanley Burburinho (quem será ele, o mais sujo dos sujos ?):

“Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora [TV Globo] para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.”


Rede Globo é alvo de pedido de CPI após cancelar debate na capital paulista



A Rede Globo de Televisão será alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, se for aprovado o pedido formulado por Levy Fidelix, presidente do PRTB. A demanda iniciou-se nesta quarta-feira, após a emissora cancelar, na véspera, o debate que seria realizado nesta quinta-feira entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Fidelix afirmou que contará com o representante de seu partido na Câmara, o deputado federal Auréo Lídio Moreira Ribeiro (RJ), entre outros apoiadores no Legislativo para instaurar um processo contra a emissora, que, segundo ele, tem problemas com a arrecadação de impostos.

Levy venceu uma ação contra a rede de TV, movida na Justiça Eleitoral de São Paulo, que pretendia realizar o debate de São Paulo com, no máximo, seis candidatos, e deixar de fora o postulante do PRTB. Com base na Lei Eleitoral, que garante participação de um concorrente cujo partido possui representantes na Câmara dos Deputados, Levy garantiu, em primeira instância, a sua participação no programa. A Globo, no entanto, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER/SP), mas, segundo nota da própria emissora, o debate foi cancelado “devido à falta de tempo para garanti-lo na Justiça”, uma vez que o TSE ainda não se decidiu sobre o assunto.

Segundo a emissora, o debate deveria ser realizado com apenas seis candidatos – Celso Russomano (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), os primeiros colocados nas pesquisas –, formato que considera “ideal”. Além de Levy, Carlos Giannazi (PSOL) também teria garantido o direito de participar do debate, de acordo com a Lei Eleitoral, e também brigava na Justiça para garantir sua participação. Em 2008, a emissora cancelou o debate na capital paulista também pelo excesso de candidatos. Segundo o candidato do PRTB, a Globo “tentou usurpar a competência do Congresso” e se considera “acima da lei”.

– A Justiça deu na testa da Globo – afirmou Levy.

O presidente do PRTB considerou “radical” o cancelamento do debate.

– Para mim, perdeu a democracia – lamentou.

Fidelix afirmou, ainda, ter sido procurado por funcionários da emissora para que desistisse de participar do debate em troca de um espaço maior dentro da cobertura jornalística nos telejornais regionais. Seria uma forma de suborno, segundo o representante da legenda.

– Tentaram me comprar – disse.

Além da TV Globo, a TV Record também cancelou seu debate, que iria ao ar na segunda-feira, dia 1º. A emissora alegou que o debate não poderia ser realizado sem a participação de Celso Russomano, que não poderia participar por conta do nascimento de sua filha, e José Serra, que, de acordo com a emissora, não havia confirmado presença. A afirmação foi negada pelo tucano. Para Levy, o debate da Record foi cancelado para “proteger” Russomano na reta final da eleição.

– É uma farsa – disse sobre o líder nas pesquisas de intenção de votos. E questionou: “Será que a Globo tem algum candidato?”

Procurada por jornalistas, a Rede Globo não se manifestou a respeito das afirmações do candidato, e se limitou a dizer que, “como em todos os anos, se buscou um acordo para viabilizar um debate com seis candidatos, número máximo viável para uma discussão produtiva. E isso não foi possível”.

Fidelix não revelou quem pretende apoiar no segundo turno.

Os antecedentes das próximas horas





*Produção industrial cresce em agosto** expansão mostra acerto da intervenção do Estado no controle do juro e do câmbio; na fixação de isenções e na imposição de medidas protecionistas** em síntese: tudo o que o tucanismo neoliberal considera 'temerário'.




Quis o destino que a resposta da Presidenta Dilma Rousseff à soberba 'paulista' de Serra acontecesse num simbólico 2 de outubro. Nessa data, há 80 anos, Getúlio Vargas derrotou a secessão da oligarquia de São Paulo, cuja marca de fantasia se atribui o rótulo de 'revolução constitucionalista de 32'.

O tucano que se gaba de já ter disputado sete eleições para cargos executivos, enfrenta um crepúsculo de campanha -talvez de vida pública - perfilando assim no lado que lhe compete na história.

Em 12 de setembro, ao ranger do chão da candidatura que pode marcar a sua despedida política, Serra vestiu a farda da nostalgia separatista. E evocou prerrogativas pré-republicanas sobre o eleitorado de São Paulo.

Como um guardinha de 32, desengavetou a carabina da resistência à construção do Estado nacional, implementada então por Getúlio Vargas. E apontou a mira contra aquela cujo cargo e trajetória política simbolizam a presença de Vargas no Brasil atual.

"Ela vem meter o bico em São Paulo; ela que mal conhece São Paulo, vem aqui dar palpite", disparou o tucano para gozo da mídia oligarca que se esponjou em manchetes nostálgicas.

A filiação da frase foi captada pela Presidenta gaúcha Dilma Rousseff.

Uma saraivada de recados históricos soterrou o tucano na sua resposta. Em um palanque na periferia de São Paulo, junto a um conjunto popular, ao lado de um líder operário que ultrapassou as expectativas mais otimistas de Getúlio e se fez presidente por duas vezes, bem como do adversário direto de Serra no pleito municipal, Fernando Haddad, Dilma foi ao ponto.

Deu uma lição de republicanismo ao porta-voz do apartheid conservador nos dias que correm.

Disse a Presidenta :

"Eu morei na Celso Garcia; lutei contra a ditadura aqui; fui presa política em São Paulo. Foi pelas liberdades, pelo direito de cada um dos paulistas e dos brasileiros de meter o bico em todos os assuntos que eu lutei aqui em São Paulo. Devo a São Paulo não só respeito, mas gratidão por ter me protegido. Por isso, quem vai governar essa cidade é muito importante para a presidenta. Eu estou aqui metendo o bico em uma eleição porque para o Brasil, São Paulo é muito importante. E não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico em São Paulo"

Em síntese, ela explicou a sinhozinho Malta que, desde Getúlio, São Paulo não é mais uma sesmaria consuetudinária dos endinheirados. Seu povo não compõe um protetorado eleitoral tucano; e ela, a exemplo de Vargas, em 30 e em 50; de Lula, em 2002 e 2006, não se sujeita às regras de quem arrota retórica liberal. Mas dispensa 'aos de fora' - os 'baianos', os gaúchos, os operários, os comunistas - as armas da capangagem política mais convenientes à ocasião.

Ontem, a secessão à bala; hoje, o golpismo conservador calibrado pela fuzilaria interrupta do bombardeio midiático. Não cometerá desatino histórico quem incluir na engrenagem dessa cortina de fogo o circo criado em torno do julgamento do processo 470.

Em alguma medida, neste caso também, são 'os de fora' que estão sendo julgados, sob critérios de uma exceção definida e vocalizados pelos d 'de dentro', através do seu aparato midiático.

É o PT que surgiu de baixo em afronta à regra não escrita dos partidos feitos pelo e para o dinheiro grosso comandar a vida do Brasil miúdo.

São lideranças que, ademais das concessões e renúncias --e por mais que às vezes remetam à imagem do cardume exaurido levado pela correnteza depois de vencer os pedrais da piracema-- demarcaram um campo popular de extensão inexistente no Brasil até então. E inédito no mundo redesenhado pela derrocada do projeto socialista, após a queda do Muro de Berlim, em 1989.

Foi o contraponto dessa gênese de vigor paradoxal que atraiu para o PT o olhar da esperança progressista mundial; mas também o ódio tenaz dos que imaginavam ter erradicado 'essa raça para sempre', com o efeito dominó subsequente ao colapso da ex-URSS e da supremacia neoliberal.

Três vitórias presidenciais sucessivas abalaram as certezas dos que consideravam questão de tempo destruir a excessão petista dentro das regras do jogo.

Não é preciso ser de esquerda para admitir que esse abalo influencia nesse momento a redefinição das fronteiras da norma, do bom senso e da isonomia no julgamento em curso no STF.

Está no ar, mas é de tal maneira denso que se pode cortar com uma faca: uma engrenagem gigantesca se move para desacreditar por outros meios, aquilo que se consolidou como referência de luta pela democracia social no país e no imaginário do povo.

Não se poupa aqui de reprovação a prática do caixa 2 de campanha. Sobre isso Carta Maior já disse e sublinha: ela amesquinha projetos progressistas, aleija suas lideranças, desmoraliza a soberania do voto popular.O que causa espécie, todavia, é o esforço concentrado para distinguir o caixa 2 cometido pelos ' fora' (a 'companheirada', no tratamento quase racial do jornalismo isento), daquele precedido na natureza e no calendário pelos 'de dentro'.

Tal malabarismo assumiu dimensões e contornos de sofreguidão caricatural na a pulsão condenatória de mídias e togas , que nunca antes , 'nem depois', vaticinou o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos em entrevista à Carta Maior - reproduzirão o mesmo tratamento para igual delito.

Quando Vargas derrubou as oligarquias da República Velha que se perpetuavam na Presidência à base do Café com Leite, irritaria sobremaneira aos 'liberais' paulistas a legalidade concedida aos sindicatos operários e ao Partido Comunista.

O apoio do novo governo a um aumento salarial reivindicado por uma greve geral que paralisou 200 mil trabalhadores no Estado de São Paulo pode ter sido a gota d'água da 'intentona constitucionalista'.

Muitos estudiosos enxergam nesse entrelaçamento histórico a semente de um conflito entre duas linhagens frontalmente distintas de democracia e de projeto para o país: de um lado, um Brasil ordenado pela democracia social; de outro, uma sociedade circunscrita pela democracia de recorte liberal, vista pelo tenentismo mais aguerrido dos anos 30 como uma farsa.

Os ecos desse conflito ainda comandam a disputa política brasileira no século XXI.

Foi isso que o dedo de Dilma apontou em direção a Serra no discurso desse 2 de outubro encharcado de referências históricas implícitas e explícitas.
É de alguma maneira a extensão desse embate que se assistirá nas próximas horas no STF, no julgamento de lideranças petistas, entre elas José Dirceu e Genoíno.

O calendário ordenado com o definido propósito de tornar eleitoralmente desfrutável esse momento autorizará o historiador do futuro a arguir se aquilo foi um julgamento isento. Ou terá sido mais um capítulo da tentativa recorrente, desde 1932, de impedir que os 'de fora' venham meter o bico nos destinos da 'São Paulo ampliada', que é como os 'de dentro' enxergam o Brasil.

 
Postado por Saul Leblon



Globo cancela debate e beneficia Cerra

A Globo não admitirá quatro derrotas consecutivas para Presidente da República


Como se sabe, numa emissora de televisão, o núcleo profissional mais bem informado não são os jornalistas.

São os maquiadores.

Os maquiadores da Record sempre souberam que o Cerra não iria ao debate na Record.

O Cerra tem medo da Record.

Tanto que transformou a Igreja Universal, que controla acionariamente a Record, num bicho-papão de sua Eclesiástica campanha eleitoral, que vai de Marcelo Rossi ao Bispo Malafaia.

São Paulo, ou a Chuíça (*), é a única cidade do Brasil em que a Religião se tornou centro do debate eleitoral.

É uma das contribuições do Iluminismo tucano à Democracia brasileira.

Depois, o Cerra botou a culpa no Russomano, que não foi ao debate da Record, porque tinha que assistir ao nascimento da filha.

Verdadeiro ou não, o certo é que o Cerra não iria à Record, mesmo antes da concepção da filha do Russomano.

Provavelmente, porque não tinha a certeza de que o Amaury não o esperasse na porta com a notícia de um processo judicial por chamá-lo de bandido.

Agora, a Globo cancela o debate em São Paulo.

Argumenta que os candidatos nanicos o inviabilizaram.

O Conversa Afiada propõe outra hipótese.

A Globo cancelou para beneficiar o Cerra.

Não interessa a Cerra ir para um confronto na véspera da eleição.

A queda dele é impressionante: começou a cair nas pesquisas (mesmo no Datafalha e no Globope) assim que começou a aparecer na televisão.

Caiu à metade.

O Zezinho Trinta tende a Zezinho 15.

A taxa de rejeição se estabilizou de forma consistente: 40% dos eleitores de São Paulo preferem votar em Belzebu a votar no que é “a elite da elite”.

Já imaginou se um candidato nanico faz como fez em outro debate e suscita a questão da Privataria ?

Do Aref ?

As obras da Delta na marginal (sic) de São Paulo ?

Cerra é o candidato que menos está interessado em transparência, cotejo de ideias.

Porque não tem nenhuma.

(Veja na TV Afiada o que o ansioso blogueiro diz sobre o que a elite brasileira tem na da cabeça: nada !)

Cerra tem que se esconder na metrópole canadense que  mostra na propaganda eleitoral, como se fosse a São Paulo dele e do Kassab.

Não há coincidências na Globo.

Não há menor possibilidade de um analista aparecer na GloboNews, defender os réus e ser chamado de volta.

Jamais de la vie !

O Golpe do mensalão, que o próprio Cerra admite, é uma ação coordenada por dois Procuradores República, um deles acusado de prevaricação, a Globo e alguns ministros do Supremo.

É o Golpe brasiguaio.

O que também tentaram na Venezuela, na Bolívia e no Equador.

E que, aqui, se robusteceria com uma condenação do Dirceu.

(Clique qui para ler a defesa do Dirceu: “quero ver condenar o Dirceu ! – II”)

Porque, depois do Dirceu, virá o Lula e, depois, a Dilma, para impedí-los de se candidatar em 2014.

A Globo não admitirá quatro derrotas consecutivas para Presidente da República.

Não está no “plano de negócios” dela.

E, finalmente, o Cerra venha a ser eleito, “a elite da elite” !

E nomear o Ali Kamel Ministro das Comunicações !

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim


(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico  como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

O arreganho golpista do STF



Deve demorar alguns anos para que a farsa em curso no STF seja denunciada por organismos internacionais como a Corte Interamericana de Justiça. Por conta disso, as ameaças que estão se levantando contra a democracia brasileira terão muito tempo para se desdobrar.
Todavia, cada vez mais juristas e cientistas sociais vão se espantando com o esmagamento de direitos individuais que vai sendo produzido pela mais alta instância do Judiciário brasileiro.
O inconformismo vai se espalhando pelos setores pensantes da sociedade de tal maneira que o ministro Celso de Mello, na sessão de segunda-feira do julgamento da AP 470, passou recibo e respondeu às críticas, afirmando que a Corte que integra não estaria promovendo inovação alguma.
É uma piada. A crer que o STF não está inovando e invertendo princípios consagrados no Direito teremos que aceitar a teoria estapafúrdia de que a corrupção na política brasileira teve início em 2003 com a chegada do PT ao poder, pois jamais aquela Corte agiu como está agindo.
Você já viu, leitor, algum partido político sendo condenado – ainda que apenas retoricamente – por membros do STF? O DEM, por exemplo, nos últimos anos revelou-se um valhacouto de bandidos, tendo até expoentes do partido indo para trás das grades.
Como é que não está havendo inovação se em 129 anos de história republicana jamais o STF condenou partido ou político de expressão algum?
Esse STF rigoroso, cheio de frases de efeito contra o PT, é o mesmo que deu fuga a Salvatore Cacciola, que deu habeas-corpus ao banqueiro Daniel Dantas e que absolveu o ex-presidente Fernando Collor por inexistência de provas que também caracteriza o mensalão petista.
Só sendo muito calhorda, portanto, para afirmar que o PT inventou a corrupção no Brasil. Só sendo golpista até o âmago para aceitar que um processo idêntico ao mensalão petista, o mensalão tucano, receba tratamento diametralmente diferente por parte do STF.
Aliás, vale dizer que o mensalão tucano é mais grave. Primeiro que o mesmo Marcos Valério envolvido com o PT foi quem distribuiu dinheiro para o PSDB. E no mensalão tucano o uso de dinheiro público é inquestionável.
O que espanta é que enquanto Mello negava violação do Estado de Direito o procurador-geral da República dava entrevista afirmando existir “uma torrente de provas” contra José Dirceu. Instado a apontar quais, citou “verossimilhança” da culpabilidade do petista.
Detalhe: a tese de Mello sobre anulação de  atos legislativos de que tenham participado réus do mensalão deve acender o sinal vermelho pois abre a porta para uma crise institucional, já que alguns desses réus, até há pouco, participaram de tudo que deliberou a Câmara dos Deputados desde a década passada.
A mídia, por sua vez, já cita, em tom escancarado de comemoração, benefícios políticos que a oposição ao governo Dilma estaria colhendo por conta do circo armado em torno do julgamento da AP 470, deixando claros os objetivos políticos da cobertura do assunto.
Pouco importa que esses benefícios políticos que a mídia diz que o julgamento estaria gerando à oposição não passem de balela, pois pesquisas recentes mostram que o PT está tendo desempenho igual ao de eleições municipais anteriores. Isso sem falar na popularidade de Dilma e Lula, que só faz subir.
O que importa, então, é o descaramento da mídia ao comemorar abertamente esse pseudo enfraquecimento eleitoral do PT, deixando ver, a quem quiser, que seu objetivo é meramente eleitoral.
Todavia, na opinião deste blog – que há anos diz que o golpismo tupiniquim está bem vivo –, a direita brasileira já ambiciona muito mais do que enfraquecer o PT nestas eleições. Vejam que já virou manchete de primeira página a intenção de envolver Lula no mensalão.
E com um STF e uma Procuradoria Geral da República que aceitam tudo o que os inimigos políticos do PT acusam, além de Lula não custará propor a teoria de que Dilma também estaria envolvida por ter participado do governo anterior.
Detalhe: para quem não sabe, a dupla PGR e STF tem a prerrogativa constitucional de processar presidentes da República.
Se a teoria lhe parece muito ousada, leitor, saiba que incontáveis juristas e cientistas políticos já concordam com essa e com muitas outras possibilidades, dado o processo espantoso em curso no STF.
No último sábado, por exemplo, participei de um jantar que o blogueiro Paulo Henrique Amorim ofereceu ao jornalista Mauro Santayana pelos seus 80 anos. Mauro, amigo íntimo de Tancredo Neves, viveu intensamente os idos de 1964 e vê similaridade entre este momento político e aquele.
Como em 1964, a direita está combalida, não tem votos e, portanto, não tem a mais ínfima perspectiva de retomar o poder. E, como durante o governo Jango Goulart, o Brasil está promovendo forte distribuição de renda.
Aliás, toda a vez que o Brasil distribui renda e o governo que promove essa distribuição se fortalece eleitoralmente a direita dá golpe, retoma o poder na marra e reverte o processo distributivo.  Foi assim com Getúlio Vargas, foi assim com Jango…
Nesse aspecto, a última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD – IBGE) acaba de detectar dados que sustentam a tese em questão.
A PNAD 2011, divulgada na semana passada, revelou que, de 2009 para o ano passado, a renda dos 10% mais pobres subiu 29,2%, enquanto que a renda dos 10% mais ricos cresceu 4%. Isso significa distribuição de renda na veia.
A distribuição de renda da era Lula-Dilma foi tão intensa que deixamos de ser o 4º país mais desigual do mundo em 2002 para sermos o 15º hoje (segundo a PNAD), o que ainda é uma péssima colocação. No entanto, muitíssimo melhor do que era quando o PSDB governava.
O “pior” – para a direita midiática – é que, nesse ritmo, em alguns anos o Brasil deixará de ser a aberração de injustiça que o caracteriza. Deveremos atingir um nível civilizado de distribuição de renda em poucos anos caso o efeito Robin Hood continue nessa toada.
Volto explicar: não há mágica para distribuir renda. Para dar a alguém é necessário tirar de alguém. Isso, por óbvio, não se processa por meio de expropriação do dinheiro dos ricos, mas através de políticas públicas que fazem a renda do pobre crescer mais do que a do rico.
A história mostra que toda vez que o Brasil distribuiu renda a elite deu um jeito de interromper o processo e, como em 1964, de revertê-lo. Entre o ano do golpe militar e o fim da ditadura, a desigualdade brasileira subiu 10 pontos no índice de Gini e só começou a cair de fato em 2004.
Durante os últimos anos, toda vez que este Blog aludiu ao golpismo da elite sobreveio descrença. Agora, não mais. Até porque, após espetáculo como o do STF, fica difícil descrer de fenômeno que o Brasil já testemunhou tantas vezes porque integra sua cultura política.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CRONOGRAMA DO MENSALÃO DO PIG SEGUIU À RISCA... SEGUNDO O MINISTRO JOAQUIM


JOAQUIM CONDENARÁ NA VÉSPERA DAS ELEIÇÕES POR
EXIGÊNCIA DOS PRIVATAS TUCANOS DO DEMO E DA IMPRENSA GOLPISTA DO CRIME ORGANIZADO AO SUPREMO TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO POLÍTICA DA “CASA GRANDE”.

MINISTRO JOAQUIM CONDENARÁ POR CELULAR DIRETO DA MALDITA BOCA DE URNA DAS ELEIÇÕES DO DIA 7/12...


MENSALÃO?...MAS O QUE É ISSO MESMO?! - OFERTA DE EMPREGO REDUZ NÚMERO DE DOMÉSTICAS NO BRASIL.

Líder emprego doméstico cai para terceiro lugar entre mulheres.
As empregadas domésticas, que sempre vinham no topo da lista como categoria que mais emprega mulheres no Brasil, aparecem em terceiro lugar.

... O aquecimento do mercado de trabalho, com queda nas taxas de desemprego, também está provocando mudanças no tipo de ocupação das brasileiras. Com mais ofertas de emprego em atividades variadas e melhores níveis de qualificação, elas vão assumindo, aos poucos, novas funções e, pela primeira vez, o trabalho doméstico deixou de ser a primeira opção para garantir o sustento próprio e da família.

ESQUERDA: HORA DE POLITIZAR A ECONOMIA

"A Europa teve um tradição  de esquerda que hoje fala baixo, mas ela ainda vai falar mais alto. O pior erro da esquerda europeia foi esquecer  a centralidade das lutas contra a desigualdade econômica e social.Por isto, ela perdeu ressonância nas classes populares e virou ornamento ideológico de classes médias cosmopolitas. A esquerda europeia tem medo de ser uma esquerda popular, pois isto implica uma politização da economia que ela já não é mais capaz de fazer (...) São partidos que não pensam mais, que agem por reação, ou seja, que morreram e ainda não perceberam esse fato. Mas creio que, mais rapidamente que imaginamos, a Europa irá se lembrar de sua combativa tradição esquerdista e novos esquemas de pensamento serão colocados em circulação" (Vladimir Safatle; entrevista premonitória a Carta Maior, em 22-07-11)

Eric Hobsbawm (1917-2012)

O pensador marxista, cuja obra influenciou gerações de historiadores e ativistas de esquerda, morreu na manhã desta segunda-feira, no Royal Free Hospital de Londres, após longa doença, com 95 anos. Os seus quatro volumes sobre os séculos XIX e XX, abrangendo a história europeia desde a revolução francesa até a queda da URSS, são reconhecidos como obras incontornáveis, definidoras do seu período.

Eric Hobsbawm, um dos principais historiadores do século XX, morreu esta segunda-feira, após um longo período de doença, informou a sua família.

Conforme noticioi o jornal britânico The Guardian, Hobsbawm, o pensador marxista cujo trabalho influenciou gerações de historiadores e dirigentes políticos, morreu nas primeiras horas da manhã, no Royal Free Hospital, em Londres, segundo informou a sua filha Julia. Tinha 95 anos.

Os seus quatro volumes sobre os séculos XIX e XX, abrangendo a história europeia desde a revolução francesa até a queda da URSS, são reconhecidos como obras incontornáveis, definidoras do seu período.

O historiador Niall Ferguson considerou o quarteto A Era das Revoluções, A Era do Capital, A Era dos Impérios e a Era dos Extremos "o melhor ponto de partida para quem deseja começar a estudar a história moderna".

Eric John Ernest Hobsbawm nasceu em Alexandria, a 9 de Junho de 1917, durante o protetorado britânico no Egito. Os seus pais – ele britânico, ela austríaca – mudaram-se para Viena, quando Eric Hobsbawm tinha dois anos de idade, e mais tarde para Berlim. Em 1933, ano em que Hitler sobe ao poder na Alemanha, a família com origens judaicas muda-se definitivamente para Londres.

Estudou no liceu de Marylebone, realizando os seus estudos superiores no Kings College e em Cambridge. Em 1947, inicia a sua atividade como professor de História no Birkbeck College da Universidade de Londres. Mais tarde, chegou a dar aulas na New School for Social Research, em Nova Iorque. Era membro da Academia Britânica (desde 1978) e da Academia Americana de Artes e Ciências.

Filiou-se no Partido Comunista aos 14 anos, já após a morte dos seus pais. O compromisso com o pensamento marxista Hobsbawm assumiu-o toda a vida e na sua obra, o que o tornou uma figura controversa. A sua associação ao Partido Comunista Britânico continuou mesmo após a invasão soviética da Hungria em 1956.

"Os meses da minha estadia em Berlim fizeram de mim um comunista para toda a vida, ou, pelo menos, um homem cuja vida perderia a sua marca característica e o seu sentido sem o projeto político a que se consagrou quando estudante, e isto apesar de esse projeto ter manifestamente falhado e de eu saber hoje que estava, de fato, condenado a falhar. O sonho da Revolução de Outubro permanece algures vivo em mim, nalgum recanto da minha intimidade, como se se tratasse de um desses textos que foram apagados, mas que continuam à espera, perdidos no disco duro de um computador, que um especialista apareça para os recuperar”, escreveu na sua autobiografia Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX (2002).

Presidenta, a SIP é um ninho de Golpes.

Nada justifica a participação da presidenta Dilma Rousseff na 68ª Assembleia Geral!
            
O Conversa Afida reproduz artigo do Miro sobre a instituição que anuncia uma visita da Presidenta Dilma Rousseff:

SIP é um antro da mídia golpista

Por Altamiro Borges

O texto “Dilma irá ao antro midiático da SIP?” gerou certa polêmica. Alguns amigos argumentaram que, como presidenta da República, ela não teria como se ausentar de um fórum de empresários da mídia do continente. Uma atitude deste tipo seria encarada como um “desrespeito à liberdade de expressão”. Os mais otimistas chegaram a dizer que até seria positiva a sua participação na 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que ocorrerá em outubro na capital paulista, para “dizer umas verdades”.

Respeito os argumentos, mas discordo. A SIP não é uma entidade empresarial, mas sim um antro golpista. Na semana retrasada, a própria presidenta Dilma arrumou uma desculpa para não participar de um evento do Grupo Abril, após saber de uma reportagem asquerosa da Veja contra o ex-presidente Lula [vale insistir: cadê a entrevista com o Marcos Valério?]. No caso da SIP, não há diferença nas ações asquerosas. Não precisa nem inventar desculpa. Exponho abaixo um pouco da sinistra história desta entidade “empresarial”.

Jules Dubois, o homem da CIA

A Sociedade Interamericana de Imprensa não tem nada a ver com liberdade de expressão e, muito menos, com democracia. Ela reúne os barões da mídia do continente que apoiaram golpes militares e sustentaram ditaduras sanguinárias – alguns destes grupos, como a Globo e o Clarín, inclusive construíram seus impérios neste período com as mãos sujas de sangue. Com a redemocratização na região, estes mesmos barões da mídia foram os difusores do receituário neoliberal de desmonte de estado, da nação e do trabalho.

Sediada em Miami, a SIP defende os interesses das megacorporações capitalistas e as políticas imperiais dos EUA. Ela até tenta se travestir de “independente”, mas a sua direção sempre foi hegemonizada pelos empresários mais ricos e reacionários do continente.  Num estudo intitulado “Os amos da SIP”, o jornalista Yaifred Ron ainda apresenta inúmeros documentos que comprovam os vínculos da entidade com a central de “inteligência” dos EUA, a famigerada CIA.

A SIP foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascimo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda macartista nos EUA, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na conferência de Quito, dois serviçais da agência, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a dirigir a entidade. Dubois comandou a SIP por 15 anos e tem seu nome gravado no edifício da entidade em Miami.

Desestabilizar governos progressistas

Neste período, a SIP se tornou um instrumento da CIA para desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para isso, os estatutos foram adulterados, garantindo maioria às publicações empresariais dos EUA; a sede foi deslocada para os EUA; e as vozes críticas foram alijadas. “Em resumo, eles destruíram a SIP como entidade independente, transformado-a num aparato político a serviço dos objetivos internacionais dos EUA”, afirma Yaifred.

Na década de 50, ela fez oposição ao governo nacionalista de Juan Perón e elegeu o ditador nicaragüense Anastácio Somoza como “anjo tutelar da liberdade de pensamento”. Nos anos 60, seu alvo foi a revolução cubana; nos anos 70, ela bombardeou o governo de Salvador Allende, preparando o clima para o golpe no Chile. “A ligação dos donos da grande imprensa com regimes ditatoriais latino-americanos tem sido suficientemente documentada e citada em várias ocasiões para demonstrar que as preocupações da SIP não se dirigem a defesa da liberdade, mas sim à preservação dos interesses empresariais e oligárquicos”.

Contra a regulação da mídia

Na fase mais recente, a SIP foi cúmplice do golpe midiático na Venezuela, em abril de 2002, difundido todas as mentiras contra o governo democrático de Hugo Chávez. Este não vacilou e considerou os seus representantes como personas non gratas no país. Ela também tem feito ataques sistemáticos aos governos de Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner. Atualmente, o maior temor da SIP decorre das mudanças legislativas que objetivam democratizar os meios de comunicação na América Latina.

Qualquer iniciativa que vise regulamentar o setor e diminuir o poder dos monopólios é taxada de “atentado à liberdade de expressão”. Como aponta Yaifred, o maior esforço da entidade na atualidade é “para frear as ações governamentais que favoreçam a democratização da mídia”. A 68ª Assembleia Geral deverá, apenas, ratificar esta linha golpista. Ou seja: nada justifica a participação da presidenta Dilma Rousseff!

Veja quem é “chapa-branca”

 

A esposa chega do dentista irritada. Ao adentrar pela porta do apartamento, já vai dizendo que me trouxe “a Veja” a fim de que eu “faça alguma coisa” (?). Antes que possa dizer que não entendi nada, estende a edição de 3 de outubro da Veja São Paulo – ou “Vejinha”.
Para quem não sabe, “Vejinha” é uma revista adicional que vem encartada na revista Veja. Versa sobre a capital paulista. Oferece sugestões de restaurantes, cinema, teatro, reportagens sobre a cidade e, claro, muita propaganda.
A capa da revista resume o conteúdo da matéria a que remete. O assunto principal da edição vem em uma matéria rançosa que se desmancha em elogios ao prefeito Gilberto Kassab e atribui sua impopularidade a “injustiça” dos paulistanos.
O trecho abaixo resume a matéria inteira, que só viu três pontos “negativos” na gestão kassabiana: iluminação pública, trânsito e “falta de corredores de ônibus”.
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No dia 31 de março de 2006, Gilberto Kassab assumiu a prefeitura de São Paulo como um desconhecido para a maioria dos paulistanos. Podia andar na Avenida Paulista sem ser incomodado. Vice em 2004, herdou o cargo quando o então prefeito, José Serra, se candidatou ao governo do estado. À sombra política do tucano, no começo do mandato o engenheiro civil e economista de esbugalhados olhos azuis, 1,83 metro, em luta permanente com a balança e com uma vida pessoal discreta decidiu manter projetos e boa parte da equipe de Serra. Sua gestão ganhou luz própria e reconhecimento popular quando emplacou, em 2007, uma lei corajosa que iria revolucionar a paisagem da cidade. Com o objetivo de reduzir a poluição visual, a Lei Cidade Limpa baniu os outdoors e painéis das ruas, além de estabelecer regras duras para letreiros de estabelecimentos comerciais. Empresários e publicitários tentaram derrubar a medida, sem êxito. Em seis anos, 3,4 milhões de anúncios e placas foram retirados e 216 milhões de reais arrecadados em multas. A iniciativa mereceu destaque até no jornal The New York Times e, recentemente, recebeu um prêmio na Alemanha. Lei na qual quase ninguém botava fé, ela pegou (…)
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O aspecto bizarro da matéria reside no fato de que Veja é um dos grandes meios de comunicação que dia sim, outro também põem seus “colunistas” para fazer acusações a blogueiros e a uma revista semanal de serem “chapas-brancas” por verem méritos nos governos Lula e Dilma.
Há, porém, uma diferença abissal entre o que dizem a blogosfera e a revista Carta Capital e o que dizem Veja, Globo, Folha de São Paulo e Estadão quando apóiam governos: a qualidade dos governos que apoiam.
Enquanto Veja tenta convencer eleitores descontentes de que a baixíssima aprovação que dão a  Kassab é injusta, quem apóia Lula e Dilma fala em nome de uma maioria imensa dos eleitores brasileiros que se diz satisfeita com os governos de ambos.
Para Veja, Kassab é um ótimo prefeito – “corajoso”, “empreendedor” e que “fez mais do que todos os seus antecessores”, sendo a sua popularidade ao rés do chão produto de “injustiça” por parte de um eleitorado “ingrato”.
Então surge a pergunta: o que é ser “chapa-branca”? A meu conceito, é o que faz a Veja e não o que fazem blogueiros ou a Carta Capital, que, quando necessário, criticam o governo do país.
Veja defende uma gestão cujos maus resultados se refletem na opinião do povo. Aqueles que a revista que adulou tanto Kassab diz “chapas-brancas”, porém, simplesmente ecoam um sentimento que elegeu, reelegeu e re-reelegeu governos federais do PT.
Aliás, dados técnicos sobre a gestão de Kassab e as de Lula e Dilma referendam a percepção popular sobre os governos “tucanos” e petistas – Kassab, apesar de não ser do PSDB, é identificado com José Serra e com o projeto tucano de poder.
Enquanto que os números mostram uma melhora incrível do país nos últimos dez anos, mostram também uma São Paulo que piora sem parar.
Todavia, números são desnecessários. Basta andar pela cidade “maravilhosa” que Serra produziu ao legar-lhe Kassab. A sujeira, a pobreza, a insegurança, a péssima educação, a saúde torturante, tudo isso o povo denuncia na avaliação que faz do governo paulistano.
Já o Brasil, esse cresce em plena crise econômica internacional – dita a maior da história contemporânea –, diminui a pobreza, reduz a desigualdade em ritmo inédito e, assim, mostra que o povo só rejeita um governo quando ele não faz sua “lição de casa”.
A reportagem de Veja é vergonhosa. Uma bajulação que exibe toda a hipocrisia dessa revista, que só vê corrupção de um lado da política – apesar de corrupção ser inevitável em qualquer grupo político – e que se mostra incapaz de sequer enxergar fatos.
E há uma outra diferença entre o apoio de um lado e de outro: enquanto os blogueiros, ao menos, em sua quase totalidade não recebem nada do governo federal, Kassab despeja incontáveis milhões de reais nos cofres de uma Veja da vida.
Volto à esposa. Ela odeia política e me critica por me envolver com ela ao fazer este blog, muitas vezes em prejuízo do meu ganha-pão. Todavia, cobrou-me que “fizesse alguma coisa” contra o que diz “insulto de Veja a São Paulo”. Está feito, pois.

Fácil como bater em bêbado




A excitação da direita brasileira com o julgamento do mensalão assemelha-se à que provocam as drogas pesadas. Dopados pelo noticiário, alguns próceres – e outros nem tanto – da oposição demo-tucana se atracam com colunistas amestrados da grande imprensa em uma orgia delirante de análises sem base na realidade.
As declarações de um senador-playboy mineiro – que vive mais em botecos cariocas do que em seu colégio eleitoral ou no próprio Senado – sobre o ex-presidente Lula e o PT, são de fazer rir.
Quem chamou Lula de “chefe de facção”, tentando fazer um trocadilho pobre com o fato de alguns membros de seu partido estarem sendo alvo de um linchamento por juízes acovardados do Supremo, pertence à parcela do PSDB que está envolvida em um caso de corrupção que, como se sabe, deu origem àquele pelo qual “o PT” estaria sendo julgado.
Tucano de Minas criticando o PT por envolvimento com Marcos Valério?! Só pode ser piada…
O fato é que o povo brasileiro está dando uma banana para o circo oposicionista-midiático armado em torno do julgamento do mensalão, conforme pesquisas de opinião revelam. A popularidade do governo Dilma, dela mesma e do ex-presidente Lula nunca estiveram tão altas.
Recentemente, sondagens do eleitorado detectaram que 70% dos brasileiros querem que Lula se recandidate a presidente no lugar de Dilma. Outras mostram que 79% julgam que o governo Lula foi igual ou melhor do que o de Dilma, que é aprovado por 62%.
Como se não bastasse, 81% dos eleitores da cidade mais conservadora do país (São Paulo) declaram ao Datafolha que não irão pautar seus votos na próxima eleição com base no julgamento em curso no STF. Se é assim nessa cidade, imagine, leitor, como deve ser no resto do Brasil.
Lula deveria responder a Aécio Neves? Poderia. Seria fácil demais. Afinal, esse sujeito está sempre sendo flagrado cambaleando pelos botecos cariocas, vive sendo detido em blitz policiais por dirigir bêbado e os relatos sobre envolvimento com drogas se sucedem.
Responder o quê a um cinqüentão que age como adolescente? Responder o quê a alguém que talvez nem estivesse sóbrio quando atacou um dos políticos mais amados e respeitados (pelo povo e pela comunidade internacional) da história brasileira? Brigar com Aécio é fácil como bater em bêbado. Por isso não vale a pena.
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Assista, abaixo, a vídeo que mostra quem é o sujeito que chamou Lula de “chefe de facção”

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

SERRA E RUSSOMANO: O ESCÁRNIO DA DEMOCRACIA

*Exclusivo:entrevista com Sánchez Gordillo, o 'Robin Hood' que administra um oásis socialista e bem sucedido numa Espanha mergulhada na desordem neoliberal (leia nesta pág)**CPI das favelas em SP: o lança-chamas investiga a fagulha (leia nesta pág.) 


Eles frequentemente se autodefinem  paladinos da população  sem especificar exatamente do que estão falando, a quem se dirigem e o que propõem. Transitam meses nessa nebulosa. Consolida-se uma  campanha  na flauta das indefinições, com alguns candidatos embalados na esférica certeza de que as redações  funcionam  como um hímen complacente às mais descabidas omissões.  Chega-se a esse colosso da democracia 'à paulista'. A  uma semana do voto, dois dos três principais postulantes à prefeitura, de uma das quatro maiores manchas urbanas do planeta, não apresentaram até agora uma proposta crível para a cidade. Serra e Russomano desdenham da dimensão mais  fundamental de uma campanha, que consiste em adicionar  informação, formação e  discernimento ao processo democrático e ao seu principal protagonista, o eleitor. Isso é normal? Não. É o escárnio da democracia. Mas não há holofotes, nem indignação disponíveis. Foram todos alocados à cobertura dos xiliques do desfrutável Joaquim Barbosa no STF (leia Editorial nesta pág.). É lá que se espera derrotar o PT.O resto se recheia com 'miolo de pote', ou seja, nada. (LEIA MAIS AQUI)








Para julgar tucano,
Barbosa não serve

A frequência com que Marco Aurélio (Collor de) Mello vota no PiG, faz a cabeça do PiG e constrói maiorias na opinião pública e publicada – isso, por acaso, é virtuoso ?

Saiu no Valor: 

Ministro levanta hipótese de Barbosa não assumir presidência do STF


BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello levantou na tarde desta quinta-feira, durante intervalo do julgamento do mensalão, a possibilidade de que o ministro revisor do processo, Joaquim Barbosa, não seja conduzido à presidência do tribunal após a aposentadoria compulsória do ministro Carlos Ayres Britto, em novembro.

“Fico preocupado diante do que percebo no plenário. O presidente deve ser algodão entre metais e não um metal entre os metais”, disse, em referência aos embates que Barbosa tem tido com o ministro revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski.

Pelas regras da Corte, assume o posto o vice-presidente do tribunal, que é também o membro mais antigo que ainda não foi presidente. No caso, Joaquim Barbosa. Mas Marco Aurélio disse que esse modelo não é automático. “Não é por aclamação. As cédulas são distribuídas e há votação”, afirmou.

Em um dos mais duros embates, ocorrido ontem, Marco Aurélio chegou a interferir na discussão para pedir a Barbosa compostura em suas intervenções.

(Caio Junqueira, Maíra Magro e Juliano Basile | Valor)
Impedir a ascensão de Joaquim Barbosa à Presidência é um Golpe de Estado.
Quem disse que o Supremo não seria capaz de um Golpe brasiguaio ?
Agora que está na hora de devolver legitimidade às Operações Satiagraha e Castelo de Areia; de julgar o mensalão tucano…
Na hora em que o Supremo se aproxima do arraial da inimputabilidade tucana, agora a severidade do Joaquim Barbosa não presta ?
Barbosa só é bom para botar petista na cadeia ?
Joaquim Barbosa deixou de ser o queridinho do PiG (*) ?
Por acaso, o comportamento de Gilmar Dantas (**) na presidência do Supremo foi exemplar ?
Quem foi acusado de “desmoralizar a Justiça”, pelo próprio Barbosa ?
E a forma de o Presidente Cezar Peluso tratar o próprio Barbosa foi, por acaso, exemplar, um “algodão entre metais” ?
Por acaso, a frequência com que Marco Aurélio (Collor de) Mello vota no PiG (*), faz a cabeça do PiG (*) e constrói maiorias na opinião pública e publicada – isso, por acaso, é virtuoso ?
Barbosa é o substituto de Ayres Britto – doa a que tucano doer.
Qualquer alternativa é Golpe !




Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…



Datafolha “corrige” números de Haddad em pesquisa esquisita



Pesquisa Datafolha sobre São Paulo divulgada na noite de ontem (27.9) corrigiu “queda” de Fernando Haddad na semana passada que só esse instituto detectou. Veja , na imagem abaixo, comparação entre a trajetória do petista nesse instituto e no Vox Populi e no Ibope.

Além da correção da distorção sobre a tendência de Haddad, que agora aparece com mais 3 pontos percentuais, chegando a 18% – portanto, fora da margem de erro de 2 pontos –, o Datafolha afirma que Serra cresceu 1 ponto e Russomano caiu 5.
Indo mais fundo na análise da pesquisa, porém, o Blog detectou um fato que, somado a todo o resto, dá o que pensar.
A polêmica pesquisa anterior do Datafolha foi divulgada na noite de 19 de setembro, conforme consta de seu registro no site do TSE, tendo ido a campo entre os dias 18 e 19 últimos. Veja, abaixo, a reprodução da página de registro da pesquisa.

Ao registrar uma pesquisa no TSE, os institutos informam o período em que irão a campo e a data em que divulgarão os dados coletados.
Curiosamente, a pesquisa divulgada na noite de ontem (quinta, 27) aparece no registro do TSE com previsão de divulgação no dia 26 (anteontem), mas o período de apuração dos dados aparece como 26 e 27. Veja, abaixo, a reprodução da pesquisa divulgada ontem.

Pode ser apenas um erro, claro, mas as estranhezas não terminam aí. Veja, abaixo, a página do TSE em que aparecem todos os pedidos de registro de pesquisas Datafolha.

Como se pode notar, a pesquisa que esse instituto divulgou ontem não foi a única que fez nesta semana. A que foi divulgada foi feita para a Globo. No entanto, o instituto fez outra pesquisa entre segunda (24) e quarta (26) entre os alunos da USP, com previsão de divulgação na mesma quarta (26), mas que não foi divulgada.
Abaixo, o registro da pesquisa que tomou chá de sumiço.


Como se não bastasse, o Datafolha incluiu perguntas sobre o mensalão no questionário dessa pesquisa. Veja aqui
Pelo visto, andou acontecendo muita coisa esquisita no Datafolha, ainda que, conforme os números que divulgou ontem, tenha sido obrigado a registrar a tendência real de Haddad, provavelmente devido a ter crescido acima da margem de erro.
Ainda que o Datafolha continue isolado dos outros institutos, recusando-se a registrar a ultrapassagem de Serra por Haddad que os concorrentes todos detectaram, se tiver ocorrido manipulação essa será a última do primeiro turno.
Explico: a próxima pesquisa Datafolha trará o resultado real de sua prospecção. Todo ano de eleição é assim: na pesquisa que antecede o pleito, ao contrário do que acontece durante a campanha, o instituto deverá tentar acertar o resultado das urnas. Sem manipulações

Povo tenta comer lixo, mas governo põe cadeado nas latas

Na Espanha, cadeados nas latas de lixo 

Com cada vez mais pessoas vivendo de restos, prefeitura tranca as latas como medida de saúde pública

SUZANNE DALEY, THE NEW YORK TIMES -
Numa noite recente, uma jovem vasculhava uma pilha de caixas do lado de fora de um mercado de frutas e legumes no bairro operário de Vallecas.

À primeira vista, parecia uma empregada do mercado. Mas não. Ela procurava restos de frutas e legumes jogados no lixo para sua refeição.

Separou algumas batatas que achou boas para comer e colocou-as no carrinho parado ao lado.

"Quando você não tem dinheiro, é isso que há", disse ela.

A jovem de 33 anos disse que trabalhava numa agência dos Correios, mas que o prazo de recebimento do salário-desemprego esgotou e ela agora vivia com 400 por mês. Estava morando num imóvel ocupado com alguns amigos, onde ainda havia água e eletricidade, enquanto recolhia "um pouco de tudo" do lixo depois de as lojas fecharem e as ruas ficarem desertas.

Essa tática de sobrevivência é cada vez mais comum em Madri, que tem uma taxa de desemprego de mais de 50% entre os jovens e cada vez mais famílias com adultos desempregados. Esse ato de vasculhar as latas de lixo se tornou tão difundido que uma cidade espanhola decidiu instalar cadeados nas latas de lixo dos supermercados, como medida de saúde pública.

Relatório da entidade católica Cáritas informou que quase 1 milhão de espanhóis em 2010 recebeu ajuda, duas vezes mais do que em 2007. Em 2011, mais 65 mil pessoas foram incluídas na lista.

O governo, recentemente, aumentou o imposto sobre valor agregado em 3% sobre muitos produtos e em 2% no caso de muitos alimentos, tornando a vida ainda mais difícil para as pessoas já em dificuldade. E não há nada em vista que possa aliviar a situação, uma vez que os governos regionais do país, enfrentando crises no seu próprio orçamento, vêm reduzindo gradativamente uma série de serviços anteriormente oferecidos gratuitamente, incluindo almoços nas escolas para alunos de famílias de baixa renda.

Sobrevivência. Para um número cada vez maior de espanhóis, o alimento encontrado nas latas de lixo é a sua sobrevivência.

Num enorme mercado de frutas e legumes nos arredores da cidade, operários carregavam o lixo para caminhões. Mas basicamente em cada plataforma de carga homens e mulheres apanhavam o que caía nas canaletas.

"É contra a dignidade dessas pessoas sair em busca de comida dessa maneira", disse Eduardo Berloso, da prefeitura de Girona, cidade que colocou cadeados nas latas de lixo dos supermercados.

Berloso propôs a medida no mês passado, depois de ser informado por assistentes sociais e ver diretamente "o gesto de uma mãe com os filhos olhando em volta antes de vasculhar as latas de lixo".

O relatório da Cáritas também informou que 22% das famílias espanholas vivem na pobreza e que 600.000 não possuem nenhuma renda. E esses números devem aumentar nos próximos meses.

Cerca de um terço daqueles que procuram ajuda, segundo o relatório, nunca frequentaram locais que servem comida de graça antes da crise. Para muitos, pedir ajuda é profundamente vergonhoso. Em alguns casos, as famílias vão a esses locais em cidades vizinhas para que amigos e parentes não os vejam.

Em Madri, recentemente, quando um supermercado se preparava para fechar, no distrito de Vallecas, uma pequena multidão reunida, pronta para saltar sobre as latas de lixo, logo depois ficou um tanto descontrolada. Muitos reagiram furiosamente à presença de jornalistas.

No final, alguns conseguiram tirar alguma coisa antes de os caminhões partirem com o lixo.

Mas pela manhã, no ponto de ônibus na frente do mercado, homens e mulheres de todas as idades aguardavam, carregando o que conseguiram recolher. Alguns insistiram que haviam comprado comida, embora aquele fosse um mercado atacadista que não vende para pessoas físicas. Outros admitiram ter vasculhado o lixo. Victor Victorio, 67 anos, imigrante do Peru, afirmou que vinha regularmente ali para procurar frutas e legumes no lixo. Victor, que perdeu seu emprego no setor da construção em 2008, morava com sua filha e disse que levava o que encontrasse, - e nesse dia conseguira pimentões, tomates e cenouras - para a casa.

"É a minha pensão", afirmou.

Para os atacadistas, ver as pessoas vasculhando o lixo é duro.

"Não é bom ver o que ocorre com estas pessoas", disse Manu Gallego, gerente da Canniad Fruit. "Não devia ser assim."

Saúde. Em Girona, Berloso disse que, ao colocar cadeados nas latas de lixo, seu objetivo foi preservar a saúde das pessoas e forçá-las a procurar locais que servem comida gratuitamente. Com os cadeados colocados nas latas de lixo, a cidade agora está enviando agentes civis com cupons instruindo as pessoas a se registrarem para obter ajuda alimentar e serviços sociais.

Ele disse que entre 80 e 100 pessoas regularmente vasculhavam o lixo até a adoção das medidas, mas é muito provável que muitos mais estão vivendo da comida jogada fora.