Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nesta quinta, ato pela CPI da venda de emendas em SP




Viomundo do Azenha:Nesta quinta, ato pela CPI da venda de emendas em SP

PSDB manobra e adianta sessão sobre escândalo de emendas em São Paulo

Para driblar protesto marcado para quinta-feira, discussão sobre as denúncias de venda de emendas ao orçamento paulista por deputados estaduais foi antecipada em um dia

porRaoni Scandiuzzi, Rede Brasil Atual

São Paulo – Deputados estaduais do PSDB conseguiram antecipar em um dia a sessão do Conselho de Ética que discutirá o escândalo de venda de emendas parlamentares ao orçamento do estado de São Paulo. A medida foi articulada nesta terça-feira (25) pelo presidente do conselho, Hélio Nishimoto (PSDB). Com isso, a reunião ocorrerá agora nesta quarta (26). Para a oposição, foi uma “manobra” para evitar o protesto articulado para a data original.

Para esta quinta (27), deputados da oposição e movimentos sociais prometiam uma manifestação na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados. Eles acreditam que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e sua base aliada agem para esvaziar o caso e depois arquivá-lo, alegando que não há nomes de parlamentares a serem investigados.

“Essa é uma manobra política de quinta categoria”, acusou o deputado Carlos Gianazzi (PSOL). “Isso foi uma estratégia para desmobilizar, para sabotar o movimento, porque a base governista não quer pressão de nenhum lado. Tudo que eles puderem fazer para esvaziar as investigações, eles vão fazer”, criticou.

Na semana passada, o deputado Major Olímpio (PDT) depôs e apresentou o nome de uma ONG que teria relatado prática de desvio semelhante à citada por Roque Barbiere (PTB), pivô do escândalo. Olímpio citou o nome de Rogério Nogueira, seu colega de partido, como envolvido no pedido de propina para a apresentação de emenda ao orçamento. Nogueira nega a prática e afirma que Olímpio é um “franco-atirador”.

Antes do pedetista, o principal nome que a oposição quer ver no Conselho de Ética é justamente o de Barbiere, autor das denúncias no início do mês. Ele afirmou que 20% a 30% das emendas eram apresentadas ao orçamento dentro de um esquema de desvio de verbas, na qual a ONG ou prefeitura que recebia o recurso estadual (para uma quadra poliesportiva ou unidade de saúde, por exemplo) “devolvia” uma parcela do valor ao parlamentar.

“Esse é um escândalo que atinge o coração da Assembleia Legislativa e o coração do governo, porque todos os envolvidos são do governo”, reclama Gianazzi. Para o deputado do PSOL, Barbiere tem obrigação de fazer a denúncia, por exercer um mandato no Legislativo estadual.

PS. do Viomundo: Apesar da manobra do PSDB  para driblar a manifestação da quinta-feira, ela está mantida.


Viomundo do Azenha:Nesta quinta, ato pela CPI da venda de emendas em SP

PSDB manobra e adianta sessão sobre escândalo de emendas em São Paulo

Para driblar protesto marcado para quinta-feira, discussão sobre as denúncias de venda de emendas ao orçamento paulista por deputados estaduais foi antecipada em um dia

porRaoni Scandiuzzi, Rede Brasil Atual

São Paulo – Deputados estaduais do PSDB conseguiram antecipar em um dia a sessão do Conselho de Ética que discutirá o escândalo de venda de emendas parlamentares ao orçamento do estado de São Paulo. A medida foi articulada nesta terça-feira (25) pelo presidente do conselho, Hélio Nishimoto (PSDB). Com isso, a reunião ocorrerá agora nesta quarta (26). Para a oposição, foi uma “manobra” para evitar o protesto articulado para a data original.

Para esta quinta (27), deputados da oposição e movimentos sociais prometiam uma manifestação na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados. Eles acreditam que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e sua base aliada agem para esvaziar o caso e depois arquivá-lo, alegando que não há nomes de parlamentares a serem investigados.

“Essa é uma manobra política de quinta categoria”, acusou o deputado Carlos Gianazzi (PSOL). “Isso foi uma estratégia para desmobilizar, para sabotar o movimento, porque a base governista não quer pressão de nenhum lado. Tudo que eles puderem fazer para esvaziar as investigações, eles vão fazer”, criticou.

Na semana passada, o deputado Major Olímpio (PDT) depôs e apresentou o nome de uma ONG que teria relatado prática de desvio semelhante à citada por Roque Barbiere (PTB), pivô do escândalo. Olímpio citou o nome de Rogério Nogueira, seu colega de partido, como envolvido no pedido de propina para a apresentação de emenda ao orçamento. Nogueira nega a prática e afirma que Olímpio é um “franco-atirador”.

Antes do pedetista, o principal nome que a oposição quer ver no Conselho de Ética é justamente o de Barbiere, autor das denúncias no início do mês. Ele afirmou que 20% a 30% das emendas eram apresentadas ao orçamento dentro de um esquema de desvio de verbas, na qual a ONG ou prefeitura que recebia o recurso estadual (para uma quadra poliesportiva ou unidade de saúde, por exemplo) “devolvia” uma parcela do valor ao parlamentar.

“Esse é um escândalo que atinge o coração da Assembleia Legislativa e o coração do governo, porque todos os envolvidos são do governo”, reclama Gianazzi. Para o deputado do PSOL, Barbiere tem obrigação de fazer a denúncia, por exercer um mandato no Legislativo estadual.

PS. do Viomundo: Apesar da manobra do PSDB  para driblar a manifestação da quinta-feira, ela está mantida.

Viomundo do Azenha:
PSDB manobra e adianta sessão sobre escândalo de emendas em São Paulo

Para driblar protesto marcado para quinta-feira, discussão sobre as denúncias de venda de emendas ao orçamento paulista por deputados estaduais foi antecipada em um dia

porRaoni Scandiuzzi, Rede Brasil Atual

São Paulo – Deputados estaduais do PSDB conseguiram antecipar em um dia a sessão do Conselho de Ética que discutirá o escândalo de venda de emendas parlamentares ao orçamento do estado de São Paulo. A medida foi articulada nesta terça-feira (25) pelo presidente do conselho, Hélio Nishimoto (PSDB). Com isso, a reunião ocorrerá agora nesta quarta (26). Para a oposição, foi uma “manobra” para evitar o protesto articulado para a data original.

Para esta quinta (27), deputados da oposição e movimentos sociais prometiam uma manifestação na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados. Eles acreditam que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e sua base aliada agem para esvaziar o caso e depois arquivá-lo, alegando que não há nomes de parlamentares a serem investigados.

“Essa é uma manobra política de quinta categoria”, acusou o deputado Carlos Gianazzi (PSOL). “Isso foi uma estratégia para desmobilizar, para sabotar o movimento, porque a base governista não quer pressão de nenhum lado. Tudo que eles puderem fazer para esvaziar as investigações, eles vão fazer”, criticou.

Na semana passada, o deputado Major Olímpio (PDT) depôs e apresentou o nome de uma ONG que teria relatado prática de desvio semelhante à citada por Roque Barbiere (PTB), pivô do escândalo. Olímpio citou o nome de Rogério Nogueira, seu colega de partido, como envolvido no pedido de propina para a apresentação de emenda ao orçamento. Nogueira nega a prática e afirma que Olímpio é um “franco-atirador”.

Antes do pedetista, o principal nome que a oposição quer ver no Conselho de Ética é justamente o de Barbiere, autor das denúncias no início do mês. Ele afirmou que 20% a 30% das emendas eram apresentadas ao orçamento dentro de um esquema de desvio de verbas, na qual a ONG ou prefeitura que recebia o recurso estadual (para uma quadra poliesportiva ou unidade de saúde, por exemplo) “devolvia” uma parcela do valor ao parlamentar.

“Esse é um escândalo que atinge o coração da Assembleia Legislativa e o coração do governo, porque todos os envolvidos são do governo”, reclama Gianazzi. Para o deputado do PSOL, Barbiere tem obrigação de fazer a denúncia, por exercer um mandato no Legislativo estadual.

PS. do Viomundo: Apesar da manobra do PSDB  para driblar a manifestação da quinta-feira, ela está mantida.

Como se disse no post “Pig não é PiG porque denuncie a corrupção”, para o PiG(*), membros da comunidade “massa cheirosa” não roubam.
Clique aqui para ler “No Brasil, crime de lavar dinheiro compensa”
E quem tem maquina de lavar dinheiro, amigo navegante ?
A massa cheirosa ou a massa que fede ?
Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Queda do ministro serve de alerta

 

O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.
A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!
Um pragmatismo covarde e suicida
Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.
Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.
Três desafios diante da ditadura midiática
Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.
Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:
1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;
2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;
3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.
Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos
O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.
Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.
Superar a choradeira e a defensiva
A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!
É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará quem defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!

OCDE: Brasil tem avanço extraordinário e redução da pobreza inédita

 

Em relatório, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) elogia políticas econômicas e sociais adotadas em dez anos. Brasil tem boas condições para enfrentar crise global, ao contrário da maioria do planeta, e reduz desigualdade, enquanto ela sobe no mundo. Documento também prega reformas que governo rechaça: avanços foram sem reformas.

BRASÍLIA – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 34 países com o objetivo de ajudar a debater políticas que melhorem a economia e o bem estar social, divulgou relatório que aponta que, em dez anos, o Brasil obteve “avanços extraordinários” na economia e uma redução da pobreza e da desigualdade “nunca vista”. A entidade também acha que o país é um dos mais preparados para enfrentar a crise global e um dos que têm se saído melhor em meio às turbulências.

Mas, apesar de enxergar um país sólido e com melhorias, a OCDE defende que o Brasil deveria promover reformas ortodoxas, como a da Previdência Social. Algo que não foi feito no período do “avanço extraordinário” e que o ministério da Fazenda invoca para rejeitar a “recomendação”.

O relatório foi apresentado nesta quarta-feira (26) por representates da OCDE e do ministério da Fazenda em entrevista no órgão brasileiro. É um tipo de análise que o organismo faz de tempos em tempos sobre uma série de países, sejam eles membros ou não – o Brasil não é. A intenção é ajudar na construção de políticas internas, dando contribuições a partir de uma perspectiva internacional.

As autoridades econômicas do país analisado participam da elaboração do documento, e isso foi feito com o governo brasileiro pela quinta vez desde 2001. “A economia do Brasil teve avanços extraordinários nos últimos dez anos”, disse Marcos Bonturi, chefe de gabinete da Secretaria Geral da OCDE. “Jamais se viu a pobreza e a desigualdade caírem tão depressa.”

Segundo Bonturi, o progresso social do Brasil “é uma exceção rara em duas décadas” e ficará ainda mais evidenciado na semana que vem, quando a OCDE divulgar estudo de abrangência mundial sobre desigualdades.

Os avanços estariam sendo motivados sobretudo pela retomada do crescimento e por programas como o Bolsa Família, “um exemplo de política social copiado no mundo inteiro, inclusive em países mais desenvolvidos”.

Ao enfatizar a importância do Bolsa Família, a OCDE minimiza, por exemplo, o papel do salário mínimo como motor do consumo e, portanto, do desenvolvimento brasileiro. Por isso, a entidade prega que o Brasil faça uma reforma da Previdência para acabar com a ligação entre os reajustes do piso e do pagamento de aposentadorias e para elevar a idade mínima.

A política de valorização permanente do salário mínimo, com regras fixadas em lei para valer nos próximos anos, deixa a entidade ainda mais convicta quanto à necessidade de uma reforma. Com mudanças, diz Bonturi, o país economizaria dinheiro e poderia ampliar investimentos em infraestrutura, por exemplo, melhorando as possibilidades de crescimento futuro.

Mas se o Brasil colhe “avanços extraordinários” sem reformas, por que apelar para elas agora, quando as perspectivas futuras são mais promissoras do que há dez anos? O secretário de Política Econômica do ministério da Fazenda, Márcio Holland, partilha a dúvida. Para ele, o Brasil não precisa de reformas urgentes para se desenvolver, como comprova a evolução do país na década.

Segundo outro secretário da Fazenda, Carlos Cozendey, de Assuntos Internacionais, o governo divergiu da OCDE, durante a negociação do relatório, quando esteve na mesa a desvinculação entre aposentadorias e salário mínimo. “Tentamos mostrar que, no Brasil, o salário mínimo tem importância social”, afirmou.

De acordo com ele, os benefícios previdenciários atrelados aos ganhos reais do mínimo são fundamentais para atacar a pobreza rural, dos idosos e das famílias cujo único rendimento são aposentadorias. A Previdência paga hoje cerca de 27 milhões de benefícios. Estima-se que cada pagamento favorece três pessoas – o beneficiado direto e mais dois dependentes.

Não foi o único desencontro entre as equipes. Governo e OCDE também não se entenderam quanto a projeções para crescimento e inflação. O quadro pintado pelo organismo é um pouco mais pessimista – crescimento em 2011 e 2012 abaixo de 4%, e inflação quase estourando a meta nos dois anos.

Para Holland, “há inconsistência macroeconômica” nas projeções da OCDE do mesmo jeito que teria havido nas do “mercado”, com quem o governo passou o ano disputando quem tinha razão nas análises e nas previsões. A Fazenda aposta em crescimento em torno de 3,5% este ano, mas de 5% no ano que vem, com inflação dentro da meta nos dois anos – até o teto em 2011 (6,5%) e perto do centro em 2012 (4,5%).

Para a Fazenda, o mais importante do relatório é o endosso que faz de várias políticas econômicas e sociais adotadas nos últimos anos e o reconhecimento de que o Brasil está em vantagem em meio à crise internacional. “O Brasil surpreendeu na crise de 2008 e de 2009 e vai surpreender os pessimistas de novo no futuro próximo”, disse Holland.

“O Brasil vai conseguir manter uma trajetória de crescimento bem razoável nos próximos anos, com inflação em queda”, afirmou Bonturi.

Internautas criticam governo por “covardia” diante da mídia

Posted by eduguim



Desde a noite de terça-feira, blogs e redes sociais começaram a ser invadidos por onda de revolta contra desfecho da novela Orlando Silva que já se fazia previsível. Todavia, após sucessivas garantias da presidente Dilma, do PC do B e do próprio ministro de que a “presunção de inocência” deste prevaleceria sobre o bombardeio de acusações da  mídia, ontem a demissão se concretizou.
Foi a primeira vez, neste ano, que a militância governista na internet não se dividiu como ocorrera em demissões anteriores de ministros, com destaque para a primeira da série de demissões que ocorreria após a queda do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, quando a aquela militância rachou praticamente ao meio sobre a permanência dele no cargo.
O apoio a Orlando Silva foi esmagadoramente majoritário entre a militância governista na internet. Há poucos dias, milhares de tuiteiros já haviam levado esse apoio aos Trending Topics do Twitter. Na terça-feira, repúdio a declaração do deputado ACM Neto de que o ministro do Esporte afrontava o país por ter ido a audiência na Câmara ficou entre os cinco temas mais comentados naquela rede social.
Ao ir se materializando a rendição do ministro, do PC do B e do governo à mídia, uma onda de revolta de militantes governistas tomou as caixas de comentários dos grandes portais e blogs corporativos e as dos blogs e sites independentes, além dos comentários no Twitter e no Facebook. O alvo principal do mau-humor digital foi a presidente Dilma, em quem muitos prometeram “nunca mais votar”.
Além do prejuízo político previsível entre a sociedade que a rendição do governo pode gerar, o prolongamento da agonia do agora ex-ministro do Esporte soma-se à patética encenação de autoridade e de independência de um governo que, aos dez meses, parece cansado e sem autoridade, dependurado em bons resultados na economia que, em um momento de crise internacional, podem sumir rapidamente.
Para completar, internautas comentavam às dezenas, ontem, que a nova investida da mídia sobre o Enem sugere que o ministro da Educação, Fernando Hadadad, pré-candidato a prefeito de São Paulo deve ser o próximo alvo da caça midiática a ministros do governo Dilma.  O fator eleitoral confere verossimilhança à teoria. Um escândalo nesse ministério enterraria de vez a candidatura de Haddad. A conferir.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ITÁLIA ENGASGA ENTRE O ARROCHO E A FALÊNCIA.----- 81% DOS ESCRAVOS DE HOJE SÃO NEGROS, CONFIRA ABAIXO

Depois de admitir o fracasso do 'ajuste' imposto à Grécia; das divergências sobre quem pagará o custo da crise , sobretudo, quanto os bancos  vão assumir desse fardo,  a cúpula do euro desta 4ª feira  tromba com um novo desafio emergencial. A Itália de Silvio Berlusconi está engasgada entre um vencimento de dívida no valor de 297 bilhões de euros, em 2012, e a dificudade para  cumprir planos de arrocho que injetem confiança nos credores desse mega-passivo. A prometida  elevação da idade mínima para a aposentadoria, dos 65 anos para 67, é um dos caroços. Berlusconi logrou fechar um acordo provisório com seus aliados, mas eles próprios não escondem a hesitação diante da impopularidade da medida. É oportuno lembrar que nas manifestações globais do dia 15 de outubro, Roma foi palco de protestos massivos, talvez os maiores daquela jornada. A Itália é a 3ª economia do euro; sua dívida total é de 1,8 trilhão de euros; cerca de 800 bilhões estão colocados fora do país --bancos alemães e franceses arcam com um pedaço expressivo do mico. Mas a maior parte da batata quente arde nas carteiras de empresas e instituições italianas. Se o país
se tornar a bola da vez da crise será difícil evitar uma fuga em massa de credores,
alimentando o incêndio na interligação das finanças públicas e privadas. A crise sistêmico do euro, pelo visto, escavou mais uma porta de entrada, sem que os líderes da UE tenham conseguido fechar as anteriores. Esse é o cenário da cúpula de hoje.
(Carta Maior; 4ª feira, 26/10/ 2011)
 
Interessante: como o Kamel explica que os escravos não sejam brancos ?

Saiu do Globo, extraído do Blog do Nassif:
Cabe observar que os escravocratas do Brasil do Século XXI são sudestinos.

Viva a elite do Brasil!

Ou, como dizia a Evita Peron, “los oligarcas de mierda”.

O perfil dos escravistas


Do Globo.com


Fazendeiros acusados de trabalho escravo são do Sudeste, com boa formação e ligados a partidos políticos


BRASÍLIA -A pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que pela primeira vez traçou o perfil das vítimas de trabalho escravo no Brasil, mostra quem são os fazendeiros acusados de explorar os trabalhadores nessas condições. Com base na Lista Suja do Ministério do Trabalho, entrevistas com 12 dos 66 contactados pelo organismo permitiram concluir que a maioria deles nasceu no Sudeste, mas mora nas regiões próximas às lavouras (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Eles têm curso superior e declararam como profissões pecuarista, agricultor, veterinário, comerciante, gerente, consultor e parlamentar. São filiados ao PMDB, PSDB e PR.


Os aliciadores (gatos) têm baixa escolaridade, idade média de 45,8 anos, são na maior parte nordestinos e vivem nas regiões Norte e Centro-Oeste.


A pesquisa, chamada “Perfil dos principais atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil”, mostra ainda que Maranhão, Paraíba e Piauí são exportadores desse tipo de mão-de-obra. Segundo o levantamento, realizado a partir de depoimentos de 121 pessoas libertadas pela fiscalização do governo, entre 2006 e 2007, esses três estados foram as principais origens dos trabalhadores resgatados em Goiás (88%) e Pará (47%). No Mato Grosso e na Bahia, 95% deles eram procedentes da região.


Segundo a OIT, a agropecuária continua sendo o setor de maior concentração de trabalho escravo, sobretudo nas fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool, como é o caso do Pará; plantações de arroz (Mato Grosso); culturas de café, algodão e soja (Bahia); lavoura de tomate e cana (Tocantins e Maranhão).


O coordenador do projeto de combate ao trabalho escravo da OIT no Brasil, Luiz Antonio Machado, disse que a pesquisa mostrou que a dinâmica do trabalho escravo no país tem se mantido, tanto nos estados com maior ocorrência, quanto nas atividades econômicas. Ele destacou, porém, que o governo aumentou também a fiscalização nas regiões Sul e Sudeste.


O levantamento também mostrou que as desigualdades de renda e raça se reproduzem entre as vítimas do trabalho escravo: 81% são negros, oriundos das regiões Norte e Nordeste, com renda média de 1,3 salário mínimo. Do universo entrevistado, 18,3% são analfabetos e 45% têm menos de cinco anos de estudo, sendo considerados analfabetos funcionais.


Entre as recomendações para tornar as políticas de combate ao trabalho escravo mais efetivas, a OIT sugere programas de qualificação profissional e elevação da escolaridade dos trabalhadores nas áreas de maior concentração, associados ao benefício do Bolsa Família; criação de empregos nos municípios de origem e residência dos trabalhadores; e realização de programas de reforma agrária, com apoio à agricultura familiar.


Bolsa família não barra trabalho escravo


O estudo da OIT revela ainda que o benefício do Bolsa Família não tem sido suficiente evitar a ocorrência do problema. O levantamento, realizado a partir de depoimento de 121 pessoas, revela que em 67% das famílias de trabalhadores libertados, existem crianças e adolescentes, sendo que 28% delas são beneficiárias do programa.


O levantamento concluiu também que quase 60% dos trabalhadores resgatados são reincidentes e que a fiscalização do governo conseguiu libertar apenas 12,6% deles – o que revela a pouca efetividade das políticas de combate ao trabalho escravo no Brasil.


Segundo Luiz Antonio Machado, coordenador do projeto da OIT de combate ao trabalho escravo no país, o Bolsa Família ajuda a reduzir a vulnerabilidade dos trabalhadores porque melhora a alimentação das famílias, mas por si só, não evita que os chefes dessas famílias se submetam a condições degradantes de trabalho, com cerceamento de liberdade.


- O Bolsa Família é insuficiente para impedir que os trabalhadores sejam vítimas de trabalho escravo – disse Machado, defendendo que o governo desenvolva outros programas associados, como criar empregos nas localidades onde residem esses trabalhadores, ofertando cursos de qualificação.


Entre trabalhadores libertos, 85% têm baixa escolaridade


A pesquisa revelou que 85% dos trabalhadores libertados, além de baixíssima escolaridade (analfabetos e com menos de quatro anos de estudo), nunca fizeram um curso de qualificação. No entanto, 81,2% deles declararam que gostariam de fazer algum curso, principalmente os mais jovens: 95,2% dos que têm menos de 30 anos disseram ter preferência nas áreas de mecânica de automóveis, operação de máquinas, construção civil (pedreiro, encanador, pintor) e computação.


Segundo Machado, o alto índice de recorrência se deve à falta de alternativas, sobrando nas áreas rurais apenas a “empreitada”. Ele disse que além da equipe de fiscalização não conseguir cobrir todo o país, é preciso que haja maior conscientização. Na maioria das vezes, o trabalhador não denuncia. Em alguns casos, eles conseguem fugir ou, depois que a empreitada acaba, são liberados sem receber pelo serviço.


A pesquisa revelou também problemas no combate ao trabalho infantil: 92,6% dos entrevistados começaram a trabalhar antes dos 16 anos de idade, em média aos 11,4 anos. Os trabalhadores foram ouvidos entre outubro de 2006 e julho de 2007. Eles foram libertados de fazendas no Pará, Bahia, Mato Grosso e Goiás.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Colunista da Folha diz que mídia obriga Dilma a demitir ministros

O colunista da Folha de São Paulo Fernando Rodrigues, em vídeo, faz comentário em tom insolente, jactando-se em nome da “imprensa” por ela estar obrigando a presidente a demitir ministros. Segundo o colunista, ela só não demitiu o do Esporte, “ainda”, para não passar recibo de que as quatro demissões de ministros, neste ano, decorreram do poder midiático.
Como se verá mais adiante, a locução do jornalista está alguns tons acima do tom jornalístico, tendo clara conotação de disputa política, uma espécie de queda de braço. Antes, porém, vale fazer algumas considerações.
A fúria midiática tem uma “razão” de ser que para qualquer pessoa de juízo normal parece absurda, ou seja, revolta com o governo do país por ele não ter obedecido a capricho de empresários de comunicação que querem que suas denúncias se transformem em medidas governamentais sem maiores apurações, só porque esses empresários querem.
Claro que a mídia tem medo de perda de credibilidade por ter se antecipado e decretado a demissão do ministro. É o que dá origem ao tom que o jornalista usou nesse comentário de arrogância espantosa. Os portais UOL, Estadão e G1 passaram dias comunicando a demissão do ministro em manchetes garrafais e, depois, nada aconteceu.
Ainda é difícil dizer se o jornalista não tem razão. O histórico deste governo o favorece, mesmo que a presidente diga que todas as demissões ocorridas até hoje foram a pedido dos demitidos. Enfim, leia, a seguir, o comentário do jornalista Fernando Rodrigues. Ou, se preferir, assista ao vídeo, reproduzido logo abaixo da transcrição do comentário.
—–
A situação de Orlando Silva. O ministro do Esporte está “cai, não cai”. É possível que ele saia nos próximos dias, mas é impossível dizer quando isso vai acontecer, porque Dilma Rousseff simplesmente detesta ler na imprensa e assistir notícias na televisão ou ler na internet que ela já decidiu pela demissão de Orlando Silva. A presidente não quer consolidar a imagem que existe – e é verdadeira – de que ela foi sempre a reboque da mídia nas demissões de todos os seus ministros acusados de corrupção. Agora será da mesma forma, não importa se Dilma espere um pouco mais ou um pouco menos. Se demitir Orlando Silva, terá demitido o ministro do Esporte porque a IMPRENSA investigou o que acontecia por lá.
—–

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo


Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça. Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

Nota introdutória publicada por Ladislau Dowbor em sua página:

The Network of Global Corporate Control - S. Vitali, J. Glattfelder eS. Battistoni - Sept. 2011

Um estudo de grande importância, mostra pela primeira vez de forma tão abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. Frente à crise mundial, este trabalho constitui uma grande ajuda, pois mostra a densidade das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.

Fica assim claro como se propagou (efeito dominó) a crise financeira, já que a maioria destas mega-empresas está na área da intermediação financeira. A visão do poder político das ETN (Empresas Trans-Nacionais) adquire também uma base muito mais firme, ao se constatar que na cadeia de empresas que controlam empresas que por sua vez controlam outras empresas, o que todos "sentimos" ao ver os comportamentos da mega-empresas torna-se cientificamente evidente. O artigo tem 9 páginas, e 25 de anexos metodológicos. Está disponível online gratuitamente, no sistemaarxiv.org

Um excelente pequeno resumo das principais implicações pode ser encontrado no New Scientist de 22/10/2011 (e está publicado a seguir).


(*) O gráfico em forma de globo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma

A rede capitalista que domina o mundo
Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

Barclays plc
Capital Group Companies Inc
FMR Corporation
AXA
State Street Corporation
JP Morgan Chase & Co
Legal & General Group plc
Vanguard Group Inc
UBS AG
Merrill Lynch & Co Inc
Wellington Management Co LLP
Deutsche Bank AG
Franklin Resources Inc
Credit Suisse Group
Walton Enterprises LLC
Bank of New York Mellon Corp
Natixis
Goldman Sachs Group Inc
T Rowe Price Group Inc
Legg Mason Inc
Morgan Stanley
Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
Northern Trust Corporation
Société Générale
Bank of America Corporation
Lloyds TSB Group plc
Invesco plc
Allianz SE 29. TIAA
Old Mutual Public Limited Company
Aviva plc
Schroders plc
Dodge & Cox
Lehman Brothers Holdings Inc*
Sun Life Financial Inc
Standard Life plc
CNCE
Nomura Holdings Inc
The Depository Trust Company
Massachusetts Mutual Life Insurance
ING Groep NV
Brandes Investment Partners LP
Unicredito Italiano SPA
Deposit Insurance Corporation of Japan
Vereniging Aegon
BNP Paribas
Affiliated Managers Group Inc
Resona Holdings Inc
Capital Group International Inc
China Petrochemical Group Company

Anonymous desmascara a Veja: Um show de manipulação

A Veja desta semana tenta linkar o movimento Anonymous com os protestos anti-corrupção no Brasil, utilizando a máscara de Guy Fawkes, símbolo do movimento, em sua capa. Um show de manipulação, já que uma coisa não tem nada a ver com outra.
Em resposta à Veja, o Anonymous postou este vídeo no Youtube

PS do Viomundo: Coincidentemente no último domingo, apareceu em  nossa capa um anúncio da Veja, que bloqueamos e esclarecemos em muitos comentários e e-mails recebidos.  Para quem não acompanhou essa “batalha”,   aproveitamos para colocar os pingos  nos is.
O Viomundo utiliza o Google Adsense,  que é uma rede de anunciantes gerenciada pelo Google. Como estamos classificados como blog de política e provavelmente a Veja comprou espaço publicitário no Google  envolvendo o tema  “política”, o anúncio acabou sendo exibido aqui. É algo sobre o qual não temos controle a priori.
Porém, tão logo fomos alertados por leitores, saímos imediatamente a campo para bloqueá-lo. Em HIPÓTESE ALGUMA, o Viomundo aceitaria um anúncio da Veja. O tipo de Jornalismo praticado por ela é tudo aquilo que condenamos na mídia. Uma incompatibilidade total com os nossos princípios éticos, jornalísticos e profissionais  (Conceição Lemes).

PiG não é PiG porque denuncie a corrupção.

O sistema político brasileiro por definição é corrupto.

Não mais que o americano, o italiano, o russo ou o mexicano, por exemplo.

Mas, corrupto é.

Nos acima citados sistemas, a Caixa Dois, a sobra de campanha e a sujeição aos interesses dos financiadores são goiabada com queijo.

Uma das formas centrais do sistema político corrupto – como nos acima mencionados – é o acesso à televisão.

Tempo de tevê vale ouro – e voto.

E a manipulação do acesso à tevê é uma das causas do descrédito dos partidos e dos homens públicos nessas grandes democracias.

O noticiário político só faz equiparar a atividade público a reality show de ex-prostitutas.

Outra causa é a notória impunidade.

O sistema judicial torna-se cúmplice e parte de um sistema que se nutre de corrupção.

O financiamento público e uma Ley de Medios podem atenuar a penetração da corrupção no sistema político.

No Brasil, à parte a geneneralizada impunidade – que se acentuará com o fechamento do Conselho Nacional de Justiça  pelo Supremo -, há um fenômeno que não se repete em nenhuma das citadas democracias.

É a concentração do PiG (*).

Três famílias – Marinho, Frias e Mesquita (by proxy) – , dominam a tevê, o rádio, o jornal, as revistas, as agências de notícias e portais na internet.

(A família Civita, expulsa da Argentina, no Brasil explora outro ramo de negócio, que não o jornalismo.)

Três famílias – duas em São Paulo e outra no Rio, a Globo, que, porém, trabalha para o IBOPE de São Paulo – dominam o conteúdo da informação e a agenda de debates de um país de 200 milhões de almas, com uma maravilhosa e suprimida diversidade cultural.

O papel central do PiG é derrubar os Governos trabalhistas, onde, apesar de todo o bom-pracismo dos governantes, os negócios empresariais do PiG enfrentam mais obstáculos.

Quando os Neolibelês (**) estiveram no Governo, o PiG sentava-se à mesa do banquete.

O PiG não é golpista porque denuncie a corrupção.

O PiG é golpista porque SÓ denuncia a corrupção dos trabalhistas.

Para o PiG, a massa cheirosa não rouba.

Nem roubou.

O PiG tem parte, tem lado, obedece a uma linha política, como o Ministro Gilmar Dantas (***): está sempre do lado de lá.

As denúncias de corrupção são apenas uma das faces do golpismo.

Outra é a fixação da agenda.

O PiG e o Congresso acabam por discutir só o que o PiG quiser.

O PiG determina a hierarquia: a ponte de 3,5 km sobre o rio Negro não tem menor importância.

Só teria se ficasse comprovado o esmagamento de um bagre na hora de fincar uma estaca.

Aí, sim, seria um Deus nos acuda.

Vamos sublimar, amigo navegante, a criminosa discriminação que o PiG pratica contra os atos dos governos trabalhistas.

Vamos por à parte o excepcional Governo do Nunca Dantes, aprovado por 80% da população.

Ou do Governo de sua sucessora, que segue a mesma trilha.

Vamos à Argentina.

Agora, com a acachapante vitória da Cristina, só agora se sabe que o maior eleitor foi a bonança econômica.

A Argentina bomba !

E aqui se tinha a impressão de que a Argentina era uma pocilga encravada na caverna do Ali Babá.

As atividades do PiG são, pela ordem, deturpar, omitir, mentir.

As denúncias de corrupção do PiG são bem-vidas, porém.

E devem servir de elemento para coibir o malfeito.

O problema é que no PiG se esvaecem como nuvens as denúncias de corrupção do outro lado: as ambulâncias superfaturadas; o Ricardo Sergio, o Preciado, o Paulo Preto, o Daniel Dantas, o  Robanel dos Tunganos; a concorrência do metrô de São Paulo; o mensalão de Minas; a empresa de arapongagem do Cerra paga pelo contribuinte paulista; os anões do Orçamento da Assembléia tucana de Sao Paulo.

Tudo isso se lava com água e sabão e vai embora pelo ralo.

E a corrupção da empresa privada ?

Os subornadores, os financiadores dos políticos ?

Quem compra os políticos ?

A Madre Superiora ?

Quem ganha todas as concorrências e não perde uma na Justiça ?

Quem são e o que fazem os que a Evita Peron chamava de “oligarcas de mierda ?”

Por que no Brasil não tem empresário ladrão ?

Nem rico na cadeia ?

É por isso que o PiG é golpista.

Porque é cúmplice, beneficiário e arauto dessa máfia do poder, como diz o Mino.

As denúncias de corrupção são a face branda quase pueril do PiG.

Vamos pegar o PiG pelo gancho: vamos fazer uma Ley de Medios.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
 

Todos perderam com o caso Orlando Silva

Surgiu um discurso sobre as denúncias contra o ministro Orlando Silva e o PC do B que mostra que esse caso, além de só ter distribuído prejuízos, fez isso com uma justiça verdadeiramente poética. É o discurso de setor da sociedade acusado de “isentismo”, ou seja, de não se comprometer com lado algum. Não ficando em cima do muro, mas erguendo o muro.
É muito simples: a mídia, de fato, faz denúncias seletivas só contra o governo Dilma e, mais objetivamente, contra o ministério do Esporte, mas só faz isso porque esse ministério deixa “rabo” por ter sido “aparelhado” pelo PC do B, que, segundo essa visão, estaria fazendo alguma coisa que os outros partidos não fazem ou que, por ser o PC do B, não teria “direito” de fazer.
Quando ouvi hoje de uma das pessoas mais sóbrias, inteligentes e honestas que conheço certa afirmação sobre esse caso, fiquei assustado. Na verdade, fiquei assustado depois que essa pessoa me disse que, claro, evidente, a mídia estava querendo, sim, acuar o governo e adquirir o poder de governar, mas que, também, o PC do B, de fato, teria “aparelhado” o Ministério do Esporte.
Quando perguntei em que se baseava a afirmação, a resposta foi de que reportagem do Fantástico teria mostrado “claramente” que estava sendo entregue dinheiro do ministério do Esporte a ONG de militante do PC do B, o que, apesar de legal, seria “imoral”. Daí quis saber como se pode inferir, daquela reportagem, que há uma legião de ONGs desse partido mamando no ministério do Esporte como ONGs de nenhum outro partido  fazem em outros ministérios.
A pessoa, alguém muitíssimo bem informado, não soube informar. Disse-me, apenas, que estaria “clara” a existência de uma legião de ONGs do PC do B que seria toda fornida com dinheiro do ministério que o partido comanda há tanto tempo.
Então perguntei se isso não ocorreria em outros ministérios. Resposta: claro que ocorre porque o problema é “estrutural”, ou seja, o sistema que rege as relações do Estado com o Terceiro Setor propiciaria abusos. E o fato de a mídia só fiscalizar um lado não reduziria a “culpa” do lado que está sendo acusado.
A teoria é a seguinte: já que não dá para pegar os dois lados porque, por exemplo, pedidos de CPIs sobre a relação do governo de São Paulo com o Terceiro Setor dormitam na Assembléia Legislativa do Estado e continuarão ali pois a mídia não irá nunca fazer a mesma (ou qualquer) pressão sobre o PSDB , que se puna um lado só.
É aquela história da utopia possível. Já que não dá para fazer o necessário, que se faça o que dá para fazer até que, em algum dia incerto de um futuro distante, seja possível pegar os dois lados.
Aí pergunto à pessoa se fazer com que um lado só seja punido enquanto o outro fica livre não fará com que esses que têm licença para corromper ou ser corrompidos voltem ao poder e, aí, a corrupção estará institucionalizada, porque, então, como acontece aqui em São Paulo não haverá mais fiscalização do governo federal, mas, sim, aquela imprensa elogiosa, baba-ovo e chapa-branca da época de FHC.
Mas o que fazer, então? Calar? Compactuar com o roubo no meu lado e acusar o lado da mídia e da oposição porque compactua com o roubo dos seus aliados? Ou será que devo me juntar à direita e derrubar e desmoralizar o ministro Orlando Silva e seu partido mesmo que disso possa resultar que amanhã seja eleito um grupo político com licença para roubar, como era até 2002?
É absolutamente irracional que uma pessoa que deseja o melhor para o país possa querer que ocorram punições desonrosas como demitir Orlando Silva e execrar todo o seu partido sob denúncias não investigadas e sem provas inquestionáveis como a que levou o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda do palácio do governo direto para o xilindró.
Há que fazer uma diferenciação entre o que é prática comum a todos os partidos, ministérios, secretarias de Estado e dos municípios – e que, inclusive, é legal, por mais que seja questionável – e o que é prática criminosa. Depois disso, não se pode querer debitar as deficiências do sistema a um único homem e seu partido inteirinho.
Todos sabem que a esposa do ex-governador José Serra tem uma ONG que recebe dinheiro de empresa estatal que o governo paulista controla, a Sabesp. A ONG da ex-primeira dama Ruth Cardoso, que Deus a tenha, também recebia dinheiro público. Mesmo que, presumidamente, essas organizações ligadas a tucanos façam aquilo a que se propõem com o dinheiro público que recebem, para essas pessoas não vale o mesmo critério que vale para membros do PC do B?
Só há uma postura correta, em tal situação: que as instituições de controle investiguem e que a Justiça puna ou absolva. Mas sem viés político. Se resultar uma constatação de culpa, que se puna só os corruptos que foi possível pegar, então. Agora, querer punir um lado só enquanto o outro lado tem licença para roubar, e ainda querer punir sem provas, não dá mesmo.
É por isso que todos perderam com o caso Orlando Silva. Porque falta honestidade a QUASE todos os lados. Quem defende o tribunal seletivo de exceção, está errado; quem não quer nem saber de investigação porque a intenção da mídia é clara, também; e quem entende que há hipocrisia da mídia mas acha que onde há fumaça há fogo, idem.
Quem queria o linchamento de Orlando Silva (a mídia e a oposição) perdeu porque apostou todas as fichas em que Dilma cederia, divulgou a demissão como fato e depois foi desmentido; quem está sendo acusado (o ministro e seu partido) também perde porque há gente séria e que sabe que a mídia é partidária e desonesta, mas que, mesmo assim, acredita nela.
Mas há um perdedor maior: a ética na política e na administração pública. No caso Palocci, por exemplo, como a onda de moralismo contra ele se limitou a defenestrá-lo e depois não tocou mais no assunto, nunca houve debate sobre regulação do processo de transição de cargos no governo para o setor privado, a tal quarentena. Então outros enriquecerão como Palocci.
Quem denuncia essa situação não quer impunidade “dos seus” coisa nenhuma. O que não se quer é pressa, é linchamento. Para desonrar alguém para o resto da vida com demissão sumária por corrupção, sobretudo sendo um partido político com dezenas de milhares de filiados, é preciso mais do que “Eu acho que eles fizeram, sim, porque parece que fizeram”.
Como alguém honesto e bem-intencionado pode pregar que se puna Orlando Silva e seu partido inteirinho sem que existam elementos inquestionáveis de prova? E o que é pior: em um prazo absurdo, ridículo de uma mísera semana após a acusação. Isso é linchamento, ora. Não há outro nome.
Não sei se o PC do B fez aquilo tudo de que o acusam. Vejo até gente séria dizendo que “é claro” que fez. Como assim? Quero a defesa do partido, para me posicionar. E o resultado de uma mínima investigação. Não posso aceitar esse linchamento feito de notícias falsas que chegam a desdizer inclusive a presidente da República quando ela diz que dará direito de defesa aos acusados.
Se ainda fosse a primeira vez, não seria “nada”. Mas é o quinto ministro que a mídia quer tirar “por corrupção” sem prova alguma sob o argumento de que “é claro” que se corrompeu, sendo que os quatro ministros anteriores, depois que saíram do cargo, não tiveram culpa provada, muitas vezes nem tendo existido qualquer investigação após se renderem à mídia.
Não se pode, é claro, dizer que inexiste a hipótese de os acusados da vez serem mesmo culpados, ainda que a hipótese de que um partido como o PC do B seja institucionalmente corrupto me soe para lá de absurda e até antidemocrática. Não diria tal coisa do PSDB, ao menos de cabeça fria. Posso discordar do partido, mas é claro que tem gente séria
Obviamente que há legendas de aluguel, mas se nos pretendemos em um Estado de Direito e não respeitamos o princípio “civilizatório” e constitucional de presunção da inocência, e ainda só contra um lado, estaremos apoiando uma ditadura midiática.
Bom seria, então, que quem fomentou essa farsa refletisse minimamente que, ao acusar leviana e indiscriminadamente os adversários, o país logo irá parar de vez de dar bola para qualquer denúncia, até para as fundamentadas. E a pior coisa que pode acontecer a um país é ele não se indignar com a corrupção. Mas é o que acontecerá, nesse ritmo.

A astúcia do “poste”



Este blog tem sido crítico em relação ao governo Dilma. Apesar de alguns pensarem que aqui não se critica o governo por acharem que crítica é fazer acusações de corrupção sem provas, crítica não é isso. Aqui não se faz oposição partidária, como a mídia, mas críticas objetivas à condução política do governo e quaisquer outras que eventualmente precisem ser feitas.
Aqui se faz até críticas à condução administrativa desse governo. Por exemplo, no que diz respeito ao processo de construção de um marco regulatório para as comunicações, do qual o governo Dilma tem se omitido de uma forma inaceitável em um momento em que o mundo discute regras e leis para a mídia.
Só aqui na América do Sul, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai e Venezuela já reformularam – ou estão reformulando – suas legislações sobre a matéria, adequando as leis aos novos tempos da comunicação digital. Estão muito à frente do Brasil, nesse quesito civilizatório e republicano que é extinguir castas privilegiadas.
Aliás, o país de Primeiro Mundo que têm uma das legislações mais brandas entre seus pares, a Inglaterra, está equacionando novas regras inclusive para conteúdo dos veículos impressos, que, antes, era autorregulado por eles e que, em breve, deve deixar de ser.
A condução política e a Comunicação do governo Dilma também são ruins. O governo se manifesta pouco e de forma ambígua e despolitizada em busca de se converter em uma espécie de repartição pública, apesar de que governos são eleitos e sustentados pela política e de que governo nenhum é apolítico como este parece tentar se mostrar.
Todavia, não se pode deixar de constatar, em nome da honestidade intelectual, que da última investida da mídia partidarizada contra o governo Dilma, agora em relação ao ministério do Esporte e ao seu titular, transpareceu estratégia política que, ao menos desta vez – e meramente até aqui –, parece que vai dando certo.
Dilma fala pouco sobre política e só quando provocada e o governo silencia quando explode a gritaria dos adversários políticos assumidos e enrustidos, o que permite à mídia colocar palavras na boca e na pena da presidente da República como fez agorinha mesmo, quando noticiou à farta a demissão do ministro do Esporte, Orlando Silva.
Ano passado, porém, durante o processo eleitoral, os colunistas e comentaristas da grande mídia, em uma exibição deprimente de engajamento político, cunharam para a atual presidente a alcunha depreciativa “poste”, aludindo a que, no poder, ela se tornaria uma títere do ex-presidente Lula, o que, mais uma vez, os fatos negam.
Tome-se a relação de Dilma com a mídia partidarizada e enrustida ou com os inimigos políticos assumidos. Todos dedicam um ódio e uma fixação patológicos a Lula. Dilma, porém, vai às festas dos meios de comunicação que tanto a detrataram e ao seu padrinho político – o termo “padrinho” é lícito porque quem a elegeu foi o antecessor – e hoje mesmo ela recebe, na residência oficial, o líder máximo dos desafetos de Lula, Fernando Henrique Cardoso.
Parece lógico inferir que, se Lula controlasse Dilma, essa relação entre ela, de um lado, e a mídia e a oposição de outro, seria mais parecida com a que ele teve…
Uma das frases que marcaram a era Lula, aliás, foi dele mesmo. O ex-presidente dizia, reiteradamente, que se orgulhava de nunca ter almoçado ou jantado com donos de meios de comunicação durante a sua Presidência. Aliás, este blogueiro ouviu isso dele pessoalmente quando o entrevistou no Palácio do Planalto, ano passado.
Brasileiro pode não ter memória política para fatos, mas as picuinhas políticas ficam gravadas. Quando se passa meses a fio chamando uma personagem política de “poste” em jornais, rádios, televisão e na internet, como foi durante o ano passado, isso fica, sim, na cabeça das pessoas.
Como todos sabem que Lula e FHC são adversários, ver Dilma e o tucano confraternizando diz muito sobre aquela história midiática de que, se eleita, ela se tornaria um joguete. O que alguém lhe diz e que não se confirma vai tirando, pelo menos em seu inconsciente, a confiança que você tinha em quem disse, sobretudo se acreditou anteriormente nesse alguém.
Esse desmentido factual da mídia aconteceu de novo, agora de forma mais explícita e instantânea. No último fim de semana, a mídia foi infestada pela “demissão” virtual do ministro Orlando Silva. O blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo, chegou a garantir, no sábado, que de segunda-feira ele não passava, como ministro.
Ontem à tarde, a caminho de casa, o blogueiro estaciona o carro diante de um botecão para comprar cigarros. Um grupo de senhores maduros, mais para idosos, tomava cerveja e conversava. Enquanto esperava para ser atendido pelo caixa do estabelecimento, percebeu que debatiam, acaloradamente, se Orlando Silva ainda era ministro ou não.
Um deles garantia que a nora, que dizia “bem informada, havia lhe comunicado que lera “no jornal” que o “negão” não era mais ministro, ao que outro afiançava que a informação estava errada, que o Jornal Nacional dissera que o ministro continua no cargo. E emendou: “Cada hora dizem uma coisa”.
É curioso como na era da informação este país se vê tão pouco informado. As novas tecnologias deveriam fazer com que os que se interessam pela informação pudessem se informar como nunca fora possível. Todavia, o que acontece hoje é o contrário. Cada vez mais as pessoas duvidam de informações porque, ao que um diz, o outro desdiz. Sobretudo em política.
Pensando bem, no entanto, talvez isso seja bom, porque informações polêmicas precisam de questionamento e de múltiplas versões.
Prossegue, no entanto, a dúvida deste blog em relação ao acerto da estratégia política de Dilma. Mas, astuciosamente, desta vez ela deixou a mídia “rasgar a camisa”, como diz uma amiga, ao investir dessa forma descontrolada contra o governo, chegando ao absurdo de anunciar a demissão de um ministro. E depois a deixou se estatelar ao mantê-lo no cargo.
O episódio conferiu credibilidade a afirmações quase inaudíveis de Dilma – por conta da baixa ou distorcida divulgação da mídia – de que os outros ministros não foram demitidos, de que saíram porque quiseram e de que, se quisessem, poderiam ter permanecido nos cargos, pois ela os teria mantido, e de que só saíram porque fraquejaram diante dos ataques da mídia às suas famílias.
Dilma, porém, aprimorou a sua estratégia. Apesar de poucas declarações, desta vez ela manifestou um apoio bem maior a um ministro na berlinda midiática, por mais que tenha condicionado esse apoio ao não surgimento das provas que a revista Veja e seu delator haviam prometido contra Orlando Silva e que garantiam que iriam “nocauteá-lo”.
Seja como for, ontem a mídia se arrebentou ao ter sido obrigada a divulgar matéria como a que saiu no portal G1 no meio da tarde, que reconhecia, já no título, que Policial diz que não tem provas específicas contra Orlando Silva. Mais à noite, no Jornal Nacional, a reportagem sobre o caso tampouco pôde fugir de reconhecer o mesmo.
No alto da página, imagem da capa da revista Época em uma edição publicada no fragor da disputa eleitoral do ano passado, em que Dilma aparecia fazendo uma pergunta que, neste momento, adquire um sentido especial: “Você acha que sou um poste?”. Se tivesse que responder, diria que, de “poste”, essa mulher que governa o Brasil não tem nada.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mídia golpista, teoria e prática

Bandido da Veja admite blefe: nenhuma prova contra Orlando Silva



Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

AS IMPLICAÇÕES INCÔMODAS DO PLEITO ARGENTINO

 
Em 2003, quando começou o ciclo Kirchner, a Argentina era uma espécie de Grécia da América do Sul. Desacreditada aos olhos de seu próprio povo, balançava como um 'joão bobo' nas mãos do capital especulativo interno e externo. Nestor Kirchner herdou uma taxa de pobreza produzida pelo extremismo neoliberal que afetava 60% dos 37 milhões de argentinos. A dívida de US$ 145 bilhões, impagável, corroia seu sistema financeiro. Fruto mais do desespero do que de uma estratégia, a moratória de 2001 colapsava os mecanismos de crédito e financiamento, sem os quais nenhuma economia funciona. Os credores sobrevoavam a nação argentina à espera do melhor momento para arrancar os seus olhos. E o que lhe restasse ainda da carne. O cerco contra o país era brutal. A mídia, aliada dos interesses plutocráticos locais e forâneos, interditava o debate de qualquer alternativa fora da rendição. Poucos listavam-se entre os aliados.Mesmo no Brasil, o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, impunha distancia sanitária entre Kirchner e Lula, em sintonia com a pressão internacional. Para se ter a dimensão do cerco vivido então pela Casa Rosada, basta conferir o que a liderança do euro, os banqueiros e o FMI fazem hoje com Atenas e Papandreu.A diferença é que Nestor Kirchner não se dobrou: impôs um desconto de 70% da dívida aos credores; destinou a receita crescentre a programas sociais e de fomento. A taxa de pobreza recuou a 10% da população. A economia argentina foi a que mais cresceu no hemisfério ocidental na última década. As circunstancias desse braço de ferro são espertamente omitidas pela crítica conservadora, que hoje desdenha da vitória esmagadora de Cristina, atribuindo-a a um fogo fátuo feito de populismo insustentável,inflação maquiada e boom passageiro de commodities. Mark Weisbrot , do CEPR, critica a frivolidade desse enfoque. No fundo,sugere, trata-se de uma auto-defesa conservadora contra as implicações políticas do sucesso argentino, face à catastrófica safra de desastres colhidos na Grécia, Espanha, Portugal e outros, ora submetidos ao purgante ortodoxo que Nestor, Cristina e seus eleitores desmoralizaram.
(Carta Maior; 3ª feira, 25/10/ 2011)

R$ 150 mil para evitar publicação de matéria na revista Veja - revela o Estadão






Sobre fim dos jornalistas, na acampada


Estou saindo da acampada do 15-0 na Cinelândia e uma jovem jornalista, de um velho jornal carioca, me aborda. Depois de perguntar nome, idade, ocupação, vai direto ao ponto:
— O que vocês propõem, qual é a pauta de reivindicações do movimento?
— Acho que mais importante é perguntar o que o movimento faz, o que ele produz e, mais importante ainda, como ele faz e produz. A forma é diferente.
— Tá, mas, pode dar um exemplo…
— Por exemplo, aqui se está experimentando fazer uma mídia de maneira que não precisemos mais de jornalistas e jornalismo. — respondo sem tom de provocação, mas ela reage com uma atitude de condescendência, que é o pior tipo de arrogância.
— Sei, porque a mídia é golpista e tal, e vocês não, são os revolucionários. O jornalismo vai continuar existindo de um jeito ou de outro.
— Se o jornalismo surgiu há alguns poucos séculos, ele pode acabar também, as coisas mudam. E não entraria no mérito se é golpista, acho que seja mais simples e menos conspiratório: é porque você não é livre enquanto jornalista, a sua reportagem não será livre, esse movimento no fundo também é pra você.
— Claro que não. Por quê?
— Você tem um chefe, uma pauta, uma carreira, uma edição centralizada dos textos, você não escreve o que deseja e sobre o que deseja e, mais importante,como deseja; tem uma linha editorial, tem que respeitar certa forma de escrever, de construir e selecionar os fatos, tem truques e convenções impostos de fora pela profissão do jornalismo, do jornalismo sério. Por isso que a nova mídia tem que ser pós-jornalista e quando o jornalista vem pra nova mídia, ele precisa largar essa identidade e esses macetes. Se a nova mídia reproduz o mesmo jornalismo no formato 2.0, não é nova. — e ela vai anotando, condescendente.
— Então o melhor é deixar tudo para o estado, estatizar?
— Se fosse isso, a gente não estaria aqui acampado, teria procurado os partidos pra disputar o estado. Acho que a mídia não será livre quando toda ela for estado, mas quando todos formos mídia. Todo mundo pode colaborar numa narrativa em comum. A gente tá cansando de ouvir que no mundo socialista não tinha imprensa livre e é verdade. Mas não é muito diferente daqui. Lá na Romênia do Ceausescu o controle era mistificado pelo interesse público e o estado, e aqui ele é mistificado pela livre iniciativa, que qualquer um é livre pra montar uma empresa jornalística ou mudar de emprego, mas no fundo, aqui e na Romênia, é o mesmo jornalismo, ou seja, a falta de liberdade pra falar e de criatividade em comum. Se você for a favor da linha dos seus chefes, está bem, é livre, mas experimenta colocar opiniões verdadeiramente contrárias e que incomodam, ou então a fazer diferente, aí te censuram na certa. Claro que eles vão falar que no texto você perdeu a objetividade dos fatos, que está muito carregado de opiniões e achismos, que está político, ou horror, que está ideológico. Como se o fato e o jeito de montar esse fato que eles querem, e o modo como ensinam e pautam seus jornalistas, como prometem a carreira profissional, já não fosse a ideologia em primeiro lugar. E aí se você tem a opção de aceitar ou mudar pra outro jornal no mesmo formato controlado por outra família de poderosos, então não vai mudar muito. Você está num ciclo vicioso que se chama liberdade de imprensa, mas essa democracia não é real. Por isso quando a Acampada toma a palavra e faz diferente, essa é uma proposta importante. — nessa hora, a jornalista mudou a expressão, talvez tenha se dado conta que não ia me pegar no contrapé tão fácil, então tentou uma última.
—- Então você quer extinguir o jornalismo, isso não é complicado, não é totalitário?
— É tão totalitário quanto o fato que esta entrevista não vai aparecer no seu jornal amanhã.
E não apareceu mesmo.
http://www.quadradodosloucos.com.br/2019/sobre-fim-dos-jornalistas-na-acampada/ 

  Em primeira-mão no Blog Os Amigos do Presidente Lula em 23/10/2011 as 17:28hs   

Sem querer o jornal Estadão jogou a revista Veja no caldeirão de suspeitos de cobrar R$ 150 mil para silenciar sobre encândalos.

Foi nesta matéria, onde o alvo era Agnelo Queiroz, mas se a Polícia Federal investiga as conexões políticas no caso, agora não pode deixar de fora as investigações sobre a revista Veja, para averiguar se a revista não estaria participando da partilha do dinheiro da máfia que fraudou convênios com o Ministério do Esporte.

Eis o trecho do Estadão onde "entrega" a revista:

Geraldo Nascimento contou à Polícia Civil que na reunião foi debatida uma forma de arrecadar R$ 150 mil para tentar evitar a publicação da matéria pela revista Veja, baseadas nas acusações feitas por Michael. A matéria foi publicada em abril de 2008. Discutiriam também o que fazer com o delator.

Clique nas imagens para ampliar
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,motorista-reafirma-reuniao-entre-agnelo-e-ongs,788930,0.htm


É preciso advertir que estas acusações, como as outras, são frágeis, muita coisa baseada apenas em depoimento sobre a tal reunião, na base do "ouviu falar", do "fiquei sabendo". O depoente sequer diz que participou, nem que testemunhou. Além disso ele está envolvido no desvio das verbas e participou da campanha da família Roriz em 2010. Então todo cuidado é pouco.

Mas o fato é que a revista Veja publicou uma matéria na edição 2057 de 23 de abril de 2008, com o referido Michael atacando Agnelo.

Agnelo é o alvo das acusações na revista nesta matéria, o que evidencia que ele não pagou propina à revista para não ser atacado.

Isso poderia ser evidência a favor da revista, porém...

... nenhuma linhazinha sobre o PM João Dias. O nome dele nem é citado. E, em outros jornais, Michael o acusa de o ter ameaçado e até quebrado o pulso.


 A revista saiu no sábado, dia 19 de abril de 2008.

Dezenove dias antes, no dia 01 de abril, o PM João Dias fora preso na Operação Shaolin, como comprova esta matéria do Correio Braziliense:


Por que a Veja fez silêncio sobre a Operação Shaolin e sobre o PM, e só atacou Agnelo?

E não foi apenas nesta edição 2057. Não há registro nos arquivos digitais da revista (arquivo completo com todas as edições) sobre a Operação Shaolin, nem da prisão do PM. Seu nome só aparece nas páginas da revista agora, em outubro de 2011.

O povo quer saber:

1) A revista (ou alguém da revista) recebeu ou não propina de R$ 150 mil do PM João Dias, para não publicar denúncias contra ele?

2) Qual o pacto da revista Veja com o PM João Dias, para esconder todos os escândalos que ele está envolvido desde 2008, e só citá-lo agora quando ele quis aparecer como "denunciante"?