Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ANTES ATACADO, PORTO DE MARIEL VIRA ESTRATÉGICO

Lula não tem tríplex no Guarujá. Nova matéria do Globo é inverídica

triplex capa

O Globo voltou à carga sobre o apartamento “tríplex” que o ex-presidente Lula teria no Guarujá, adquirido em consórcio formado pela cooperativa Bancoop. Há dez dias (7/12), o jornal “denunciou” que, em 2005, sua esposa, dona Marisa, teria comprado, via Bancoop, cota de um apartamento de três pisos em um condomínio no Guarujá, na praia das Astúrias.

O jornal afirmara que “(…) O Edifício Solaris, onde a família Lula da Silva tem apartamento, ficou pronto em dezembro do ano passado. A reforma do apartamento 164 é tocada por seu filho Lulinha, segundo funcionários do edifício, e foi vistoriada por dona Marisa o tempo todo. Ela mesmo providenciou a decoração do local, visitado por Lula apenas três vezes (…)”

O Globo ainda deu outros detalhes do negócio, afirmando que “(…) A família Lula construiu um elevador privativo para levá-los do 16º ao 18º, que, no projeto original, tinha apenas escadas internas. Lulinha usou também parte do quarto de empregada e um canto da sala para fazer um escritório. Mandou também colocar porcelanato em tudo. A cobertura com piscina também recebeu uma boa área gourmet (…)”

Em nota divulgada pelo Instituto Lula, o ex-presidente negou as informações.

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Eis que, nesta quarta-feira (17), o jornal O Globo publica uma segunda matéria sobre o assunto, afirmando que “Mulher de Lula pegou as chaves de tríplex no Guarujá em junho”. No texto, o jornal repete as afirmações do texto anterior e dá informação nova, de que a entrega das chaves teria ocorrido “em junho” para dona Marisa.

Sempre segundo o jornal, “(…) A informação é de moradores do condomínio, que também pegaram as chaves de seus apartamentos naquele dia, distribuídas pela OAS, a construtora que finalizou as obras do empreendimento (…)”.

O jornal, desta vez, deu nome aos bois ao menos nessa afirmação da entrega das chaves, ao contrário do que fez ao citar “obras” no “apartamento 164” do edifício Solaris que teriam sido conduzidas por “Lulinha” e pela esposa do ex-presidente, história que O Globo atribuiu a “moradores do prédio” e a “um dos funcionários do condomínio” cujos nomes não cita.

O jornal diz que a versão sobre ter havido entrega das chaves a dona Marisa teria sido informada por “(…) Lenir de Almeida Marques, casada com Heitor Gushiken, primo do ex-ministro Luiz Gushiken, morto em 2013 (…)”, pessoa que adquiriu um dos apartamentos daquele empreendimento.

O jornal concluiu a segunda matéria sobre o “tríplex” afirmando que “(…) Questionado sobre o fato de que dona Marisa já pegou as chaves, o Instituto Lula se recusou a comentar e informou apenas que continuaria valendo a nota que publicou em seu site na última sexta (…)”

O Blog fez sua apuração sobre o caso e dessa apuração decorre o que vai a seguir:

1 – A “família Lula” só tem cota de uma unidade do edifício Solaris. Não tem imóvel naquele empreendimento. Pode até vir a adquirir, pois o pagamento dessa cota dá direito, mas, até o momento, não fez essa opção.

2 – Se O Globo quiser, pode ir ao cartório de registro de imóveis do Guarujá verificar se algum apartamento do edifício Solaris está em nome de qualquer pessoa da “família Lula” e, assim, descobrirá que não existe tal apontamento nesse sentido.

3 – Lula e sua família visitaram algumas vezes um empreendimento do qual tinham cota. Todavia, isso não significa que sejam proprietários do imóvel. Apenas vistoriaram imóvel do qual pagaram uma fração do valor, fração que lhes dá opção de comprá-lo ou ter de volta o que foi pago.

Este Blog apurou o caso meticulosamente e, diante disso, afirma que o jornal está tentando fazer prevalecer uma versão que não condiz com a realidade, simplesmente porque não quer aceitar que deu uma informação que não pôde e não poderá confirmar.

Petrobras: oh, que delícia de crise ! ​E o que importava passou a produzir na Abreu e Lima !​

A Petrobras não exporta petróleo.

Portanto, pouco se lhe dá se os preços do barril desabaram no mercado internacional.

A Petrobras importa diesel.

Com a inauguração da estratégica Refinaria Abreu e Lima – a primeira que o Brasil construiu em séculos – a Petrobras passa a produzir diesel internamente.

A Petrobras cada vez mais se utiliza do petróleo do pré-sal – cuja produção cresce vertiginosamente e já significa 30% do consumo nacional.

Portanto, pode abastecer o país com tranquilidade, com mais ou menos petróleo extraído do pré-sal, sem gastar um dólar de divisa.

É só chupar o óleo lá de dentro, custe US$ 1.000, o barril, ou U$ 10 …

Com a estratégica decisão – da Dilma e da Graça – de garantir 60% de conteúdo nacional, as compras da Petrobras serão pouco afetadas pelo aumento do custo de importação, com a desvalorização do Real.

Porque os custos serão os internos, em Real.

Ah, mas a queda do preço do petróleo vai desorganizar o mundo.

Sim !

Leia sobre “Obama, Putin e a ‘crise’ da Petrobras”.

E muito provavelmente o Brasil dela se beneficiará.

Porque os países que consomem petróleo importado vão gastar menos com petróleo e comprar mais – comprar mais soja, carne, café e produtos manufaturados, como os aviões da Embraer.

Portanto, qualquer tentativa de transformar a crise russa numa crise brasileira não passa de fraude intelectual.

Até porque não se sabe a extensão dessa crise: qual a reação do Putin e se Obama vai deixar Wall Street quebrar pela segunda vez nas suas mãos …


Paulo Henrique Amorim

Merval derruba Graça Foster e O Globo assume que pretende enfraquecer Petrobras no pré-sal

Merval derruba Graça Foster e O Globo assume que pretende enfraquecer Petrobras no pré-sal


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Da Redação

Merval Pereira derrubou, hoje, a presidente da Petrobrás, Graça Foster. Ela “perdeu as condições políticas” para continuar, seja lá o que isso signifique. Graça tem ligações estreitas com a presidente Dilma Rousseff.
O “impeachment” de Graça, patrocinado por Merval — aliás, é incrível como a presidente da Petrobras foi derrubada em uníssono pelos jornalões de hoje — equivale a meio impeachment de Dilma.

Afinal, a Petrobras é a maior empresa brasileira. É a maior ferramenta à disposição do projeto desenvolvimentista que venceu as eleições de 2014.

Se O Globo quer derrubar Graça, é porque pretende interferir na política do pré-sal.
Quer, obviamente, alguém “do mercado”, como o “consultor” Adriano Pires, na direção da estatal.
Alguém que ceda o pré-sal às grandes petrolíferas internacionais.
Como?

Abrindo mão da partilha e voltando ao modelo das concessões, aquele em que a União embolsa um fixo e o petróleo extraído fica limpinho nas mãos da concessionária.

Tirando da Petrobras o papel de operadora única dos futuros blocos do pré-sal, com participação obrigatória mínima de 30% nos consórcios.

A vantagem é que O Globo, que publicou hoje seu terceiro editorial recente defendendo a Petrobrax, pelo menos deixa explícito qual é o jogo — Folha e Estadão não ousam abraçar o entreguismo de forma tão desavergonhada.

O Globo quer fortalecer a Petrobras reduzindo o papel da Petrobras no pré-sal e abrindo caminho para a ExxonMobil, Chevron, Shell e BP!

Quer mais dinheiro para o “mercado” e menos para o leite das crianças.

Protejam-se, que o “nacionalismo” dos irmãos Marinho está em ação.

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Leia também:

Rubem Gonzalez: Governo deveria reagir aos privatistas comprando de volta ações da Petrobras

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ataque a Petrobras na Bolsa tem nome: entreguem o pré-sal

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O ataque especulativo que as ações da Petrobras estão sofrendo tem um significado muito claro.
Não corresponde, em hipótese alguma aos “perigos” que os desvios de recursos produzidos por Paulo Roberto Costa e Cia possam ter produzido.
Mesmo que tenham atingido o bilhão de reais que a mídia acena, isso não corresponde, sequer, a um mês de lucro da companhia.
Há razões objetivas óbvias para a queda que passam muito longe deste motivo: a queda de 40% no preço do petróleo no mercado internacional.
Que só é mencionada, nas análises de nosso jornalismo econômico muito en passant.
As perdas das petroleiras no mercado acionário são generalizadas. Chevron, Shell e BP caíram, desde outubro, algo em torno de 20%
Claro que as da Petrobras, com ataque desfechado contra a empresa, no último mês, ultrapassaram com folga as demais.
Qual é a chance que o mercado vê?
A primeira, é óbvio, é impor uma derrota a Dilma forçando-a a entregar a cabeça de Graça Foster, em nome de deter o vórtice onde o mercado está lançando a petroleira brasileira.
Mas isso é o tático. O estratégico é…
Deixo que O Globo responda, no editorial que publicou ontem.
“A política brasileira para o petróleo, extremamente concentrada na Petrobras, terá de passar por uma revisão. Há sinais que isso começará a ocorrer em 2015. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai propor ao Conselho Nacional de Política Energética uma rodada de licitações no ano que vem com uma oferta que englobe de 200 a 300 novas áreas destinadas à exploração. Após tantos anos sem rodadas ou com ofertas minguadas a potenciais investidores, 2015 pode marcar uma reviravolta na política do petróleo.”
Leiloar áreas petrolíferas, numa hora de depreciação do mercado é uma loucura que não pode ir em frente. Porque as petroleiras, que não estão dando conta de tudo o que investiram em exploração de novos campos na hora do petróleo em alta darão o que para assumirem novos compromissos? Nada, é claro, ainda mais tendo que se submeter a políticas de conteúdo nacional e prazos. Mas, aí, para atraí-las, revogam-se as primeiras e dilatam-se os segundos, não é?
Mas tem mais, querem ver?
“O próprio pré-sal também precisa de uma revisão nas regras de exploração de futuros blocos. O governo Lula instituiu o modelo de partilha de produção no pré-sal, tornando a Petrobras operadora única desses blocos, e com uma participação de no mínimo 30% no consórcio investidor. Na prática, ressuscitou o monopólio para essas áreas. Ambas as condições são inexequíveis para a realidade financeira e gerencial da Petrobras.(…)Ainda que mantenha o modelo de partilha para o pré-sal, o governo terá então de rever a obrigação de a Petrobras ser a operadora única dos futuros blocos e ter um limite mínimo de participação nos consórcios.”
Perto do que pretendem fazer com o petróleo brasileiro, Paulo Roberto Costa era ladrão de galinhas…

Jornal manipula manchetes, mas desmascara Clube Militar

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Fazer jornalismo influente, no Brasil, tornou obrigatória a eficiência na composição de manchetes que – pela “eloquência” – induzam o leitor a, não raro, formar opinião sem ter lido nada além do título da matéria, seja opinativa ou noticiosa. Isso é contingência de uma era em que a quantidade de informação disponível excede a disponibilidade de tempo do leitor.
A despeito da necessidade de consumir informação com mais rapidez, a tendência cultural do brasileiro, por triste que seja admitir, é injustificadamente tendente ao mínimo de leitura e ao máximo de conclusões apressadas sobre ideias prontas.
Nesse aspecto, o conteúdo das matérias – sobretudo as da grande mídia, que atingem camadas menos intelectualizadas da sociedade – acaba servindo apenas para justificar manchetes que costumam dizer o que aquele conteúdo a que remetem não diz.
Manchetes que acusam encimam textos que revelam açodamento, manchetes que absolvem emolduram justificativas facciosas. Mas o pior é que a hierarquização das manchetes, fenômeno que ocorre em veículos que divulgam vasto conteúdo, decorre de manipulações desonestas que buscam evidenciar o que interessa e esconder o que não interessa.
Essa prática ocorre hoje em grande profusão nas mídias controladas por impérios de comunicação que, em nosso país, resumem-se a, no máximo, uma dúzia de grupos empresariais, mas que, no cerne, originam-se de quatro grandes grupos de mídia.
Organizações Globo, Grupo Folha, Grupo Estado e Editora Abril são responsáveis por uma parte descomunal e desproporcional do conteúdo jornalístico e de entretenimento. São aberrações geradas pela concentração arcaica da propriedade de meios que vitima o país.
Diante desse universo microscópico de fontes originais de conteúdo, constata-se uma tragédia: todos acalentam as mesmas posições políticas, ideológicas, comportamentais, econômicas etc., reduzindo o debate de ideias a um monólogo estúpido.
Em razão de tal quadro, não é preciso gastar tempo buscando diferenças entre os Quatro Cavaleiros do Apocalipse da comunicação. Viu um, viu todos. Este Blog, por exemplo, elegeu o Grupo Folha como amostra generalista, ainda que seja necessário ficar de olho nos outros braços desse oligopólio. Porém, o foco em um de seus braços economiza tempo.
Nesse aspecto, a última edição dominical da Folha de São Paulo nos oferece um belo exemplo de como a escolha de manchetes de primeira página – equivalente da “escalada” dos telejornais, por exemplo – é uma “ciência” que não obedece à mais tênue noção de lógica e interesse público.
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Na última sexta-feira, este Blog publicou matéria que afirmou que a lista de “vítimas de terroristas” divulgada pelo Clube Militar para se contrapor ao relatório final da Comissão da Verdade continha toda sorte de manipulações, inclusive a de citar vítimas falsas da guerrilha de esquerda do período ditatorial.  A edição em questão do jornal citado, avançou no tema.
Contudo, apesar de a Folha ter feito boas matérias sobre o assunto, escolheu para ir à primeira página a matéria menos importante. Para entender por que, lembremo-nos de uma frase que todo estudante de jornalismo acaba conhecendo. No século XIX, o jornalista norte americano John B. Bogart ensinou que “Se um cachorro morde um homem não é notícia, mas se um homem morde um cachorro, é”.
Passemos, então, às matérias da Folha sobre a tal “lista de vítimas” emitida na semana passada pelo Clube Militar. Apesar de o jornal ter publicado várias, escolheu uma para a primeira página e pôs as seis matérias (inclusive a de capa) nas longínquas páginas A10 e A11.
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Como se vê na matéria que foi para a primeira página, tanto a manchete como a legenda sob ela opõem as “vítimas da esquerda” aos trabalhos da Comissão da Verdade. Essa ideia pronta, porém, não oferece ao leitor a mínima noção de que a tal lista de “vítimas da esquerda” contém várias farsas, apesar de a matéria em evidência dizer isso.
A matéria em evidência na primeira página não explica que pessoas que figuram na lista de mortos do Clube Militar foram encontradas vivas, ou que muitas foram mortas pela própria repressão do regime militar.  As matérias lá das páginas A10 e A11 dizem tudo isso. Inclusive a matéria a que a manchete de capa remete.
Mas uma dessas matérias mostra um fato extremamente importante para que as pessoas entendam por que não faria sentido incluir as ações da guerrilha de esquerda nos trabalhos da Comissão da Verdade.
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Como se vê, pessoas que praticaram atos de violência no âmbito da resistência ao governo ilegal decorrente de um golpe de Estado foram presas e torturadas. Cumpriram pena, inclusive. Inclusive as que não cometeram atos de violência, como a própria presidente Dilma Rousseff, que jamais foi acusada desse tipo de ação, apesar de ter sido barbaramente torturada, tendo hoje problemas nos dentes da frente por conta dos socos que levou na boca, violência que sofreu estando indefesa e amarrada diante dos verdugos da ditadura.
A esquerda foi brutalmente penalizada por reagir ao estupro da democracia que a ditadura praticou. Só quem nunca pagou por seus crimes foram os autores de atos diabólicos de tortura que impressionam pela “criatividade” em infligir sofrimento àqueles que queriam que dessem informações.
Só para não estender muito um assunto doloroso e chocante, o relatório da Comissão da Verdade cita torturas como colocar pregos em pênis ou baratas em vaginas durante os “interrogatórios” da ditadura. Acadêmicos, religiosos, estudantes, pessoas que jamais pegaram em armas passaram por isso.
A esquerda não praticou nada igual.
Desse modo, a iniciativa do Clube Militar de publicar uma lista com mais de uma centena de nomes de pessoas supostamente assassinadas pela esquerda e da qual se sabe que incluiu pessoas que estão vivas, é uma afronta ao país e revela o total descompromisso dessa organização com a verdade.
A principal pergunta que se faz, é a seguinte: seria possível encontrar uma só falsidade como essas no relatório da Comissão da Verdade? Não seria porque tudo que revelou a CNA se fez acompanhar de provas, depoimentos, investigação exaustiva.
O trabalho da Comissão da Verdade destinou-se a purgar um tipo de ação do Estado que é incompatível com a democracia e com o Estado de Direito, ou seja, o Estado agir criminosamente, ilegalmente, desumanamente. Os excessos – sob certo ponto de vista – que a resistência à ditadura possa ter cometido foram punidos pela mesma ditadura.
Por fim, voltamos à escolha de manchetes, essa “ciência” sem lógica. Todos sabem que a direita aponta “vítimas da esquerda”. Essa “notícia” que foi à primeira página da Folha é o “cachorro mordendo o homem”. Já a lista do Clube Militar de “mortos pela esquerda” conter pessoas que estão vivas, é o homem mordendo o cachorro.  Qual deveria ir à primeira página?

Globo amplia pressão para abrir o pré-sal a gringos

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Um dia depois de defender, em editorial, que empresas internacionais, como Shell, BP, Exxon e Chevron, assumissem a liderança da exploração das reservas brasileiras de petróleo no pré-sal, o jornal O Globo agora produz reportagem sobre a mudança iminente nas regras, em razão dos problemas vividos pela Petrobras; "essa reflexão vai acontecer", disse, em off, uma suposta fonte governamental ao governo; não se sabe ainda nem quem será o novo ministro de Minas e Energia, mas o Globo já vende a tese de que o segundo governo Dilma adotará o programa de Aécio Neves no petróleo. 

247 - Um dia depois de produzir um editorial defendendo a abertura do pré-sal a empresas estrangeiras (leia mais aqui), o jornal O Globo, dos irmãos Marinho, produziu reportagem sobre uma suposta mudança nas regras da exploração de petróleo no País.

De acordo com o jornal, o modelo de partilha, que obriga os consórcios exploradores, sempre liderados pela Petrobras, a dividir parte da receita com a União (o que se explica pelo menor risco exploratório, uma vez que as reservas já estão comprovadas), seria substituído pelo de concessões.

Embora o governo ainda não tenha definido quem será o futuro ministro de Minas e Energia, cargo para o qual aparece cotado o senador Eduardo Braga (PMDM-AM), o Globo se ancora em fontes "em off" para tratar da suposta mudança. "Essa reflexão vai acontecer", diz a suposta fonte.

Pelo novo modelo, empresas internacionais, como Shell, Exxon, BP e Chevron poderiam arrematar concessões para, assim, explorar as reservas descobertas pela Petrobras ao longo dos últimos anos. O Globo aposta na tese de que a Petrobras, que ainda não conseguiu publicar seu balanço, ficará fragilizada financeiramente, será rebaixada por agências internacionais de risco e não conseguirá captar recursos para tocar seu plano de investimentos. Assim, a abertura aos grupos internacionais seria inevitável.

Este modelo era exatamente  que vinha sendo defendido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante a campanha presidencial. "Acho que nós temos que discutir o que é melhor para o Brasil, se em determinados casos não é melhor o modelo de concessão. É uma discussão que nós vamos fazer lá na frente, obviamente respeitando os contratos vigentes", disse o senador, durante a campanha presidencial (leia mais aqui).

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O fracasso das TENTATIVAS de “golpe paraguaio”

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O ano vai terminando e, com ele, a mais bizarra quarentena pós-eleitoral da redemocratização. De 26 de outubro até a semana que finda, foram cerca de 40 dias de ameaças explícitas de impeachment de Dilma Rousseff, feitas não só à luz do sol, mas em rede nacional de rádio e tevê, nas colunas, reportagens e editoriais dos grandes jornais.
Na verdade, as ameaças começaram antes mesmo de ser proclamado o resultado das urnas. Em 26 de outubro, na Globo News, enquanto o Brasil ainda votava, Merval Pereira, Gerson Camarotti e Renata Lo Prete conversavam abertamente sobre impedimento de uma presidente que estava para ser reeleita com vantagem parecida com a que Barack Obama derrotou Mitt Romney em 2012 (51,01% do democrata contra 47,16% do republicano).
Se nos EUA 5 milhões de votos de vantagem constituem vitória clara, no Brasil os 3,5 milhões de vantagem que reelegeram Dilma vêm sendo tratados como nada, de forma que os 54,5 milhões de votos que a presidente teve chegam a parecer menos do que os 51 milhões de Aécio Neves.
Em 4 de novembro, Aécio Neves é recebido com festa no Congresso, como se tivesse vencido a eleição presidencial. A partir dali, mídia e oposição começam uma campanha que pareceu acreditar que seria possível derrubar a presidente da república.
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No Congresso e na mídia, a primeira aposta dos golpistas foi na ultrapassagem do teto de gastos previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com proposta de pedir o impeachment de Dilma por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal. O PSDB chegou a alugar ônibus e contratar manifestantes para empastelar a Câmara dos Deputados e, assim, obrigar os parlamentares a rejeitarem o que a mídia chamou de “manobra fiscal”, ou seja, aumento do limite de gastos do governo neste ano.
A oposição conseguiu prorrogar por algumas semanas a aprovação da elevação do teto de despesas, mas, nesta semana, finalmente o processo foi concluído e, assim, os devaneios golpistas sobre “impeachment por crime de responsabilidade” foram enterrados.
Em meados do mês passado, porém, começou a se conformar um outro devaneio golpista envolvendo, agora, as contas de campanha de Dilma Rousseff. À diferença de outros períodos pós eleitorais, armou-se uma enorme celeuma sobre os gastos de Dilma. Essa celeuma baseou-se em nada.
Tudo começou quando, de forma absolutamente inexplicável, as duas prestações de contas da campanha de Dilma – a dos gastos da campanha reeleitoral da presidente e a dos gastos do PT com a campanha da presidente – caíram nas mãos do notório inimigo do PT no Supremo, Gilmar Mendes. No mesmo dia, na mesma hora, dois “sorteios” fizeram aquelas contas caírem nas mãos do ministro ligado ao PSDB.
A partir dali, armou-se uma celeuma que fez a prestação de contas de campanha de Dilma ir parar nos telejornais e nas primeiras páginas dos jornais. Do Jornal Nacional à Folha de São Paulo, parecia haver alguma coisa de muito errada com aquelas contas.
Para que se tenha uma ideia da celeuma em torno das contas da petista, nos primeiros 40 dias após as eleições de 2010 o jornal Folha de São Paulo publicou apenas uma matéria sobre o assunto. Concessionárias de serviços públicos fizeram doações para várias campanhas e, entre elas, a de Dilma e isso mereceu uma matéria discreta daquele jornal.
Em 2014, por razão que ainda não se sabe qual é Gilmar Mendes, relator das contas de Dilma, requisitou técnicos do TSE, da Receita, do Tribunal de Contas da União, enfim, um pequeno exército para fazer o que ele mesmo qualificou como “devassa” nas contas eleitorais da presidente.
Previsivelmente, começaram a surgir matérias e mais matérias levantando suspeitas sobre a prestação de contas eleitorais da campanha de Dilma. Só nesta semana, foram três manchetes de primeira página da Folha de São Paulo sobre o assunto. Uma delas, foi manchete principal.

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Ao todo, de 26 de outubro para cá a Folha publicou QUATORZE matérias sobre as contas de campanha de Dilma, sendo três com chamada na primeira página. Isso sem falar do que fizeram O Globo, Estadão, Veja, Jornal Nacional etc.
No dia 18 de novembro, às 8 horas e vinte minutos o jornalista Luis Nassif publicou em seu blog o post “Armado por Toffoli e Gilmar, já está em curso o golpe sem impeachment”. No texto, Nassif denuncia um “sorteio” da análise das contas de campanha de Dilma que equivaleu a um raio cair duas vezes no mesmo lugar, segundo palavras do jornalista.
Alertado por Nassif, este Blog tratou de investigar com as suas fontes as informações sobre um golpe iminente no TSE e no mesmo dia 18 de novembro, só que às 20 horas e 55 minutos (cerca de 12 horas depois), aqui foi publicado um post que endossou a denúncia do colega de blogosfera, sob o título “Explicação para os atos de Toffoli e as chances de Dilma”.
Tanto este Blog quanto o de Nassif foram contestados por setores da blogosfera. Os dois “sorteios” consecutivos que fizeram “um raio cair duas vezes no mesmo lugar” seriam, apenas, “coincidência” e, apesar do estardalhaço inédito da mídia sobre contas de campanha de um presidente eleito no momento imediatamente posterior à eleição, tudo isso seria “normal”.
O aumento exponencial do estardalhaço sobre as contas de campanha de Dilma nesta semana (com TRÊS primeiras páginas da Folha e tantas outras em outros jornais), porém, fez o país cair em si: havia mesmo alguma coisa muito estranha neste ano.
Os relatos dos jornais sobre a inquietude no PT – que não viu “alarmismo” nenhum nas suspeitas de que estava sendo tramado um “golpe paraguaio” no TSE – fizeram o partido, mais uma vez desprezando a tese sobre “alarmismo”, contratar uma auditoria independente para emitir um parecer sobre as contas eleitorais da presidente.
A empresa de auditoria MGI SENGERWAGNER Auditores Independentes emitiu Relatório de Revisão Especial sobre o Parecer Técnico Conclusivo do TSE que recomendou a desaprovação das contas da campanha de Dilma Rousseff e do PT.
Em conclusão final, o auditor Cláudio Wagner afirmou que:
“(…) a recomendação da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias – ASEPA, no sentido da desaprovação da prestação de contas apresentada pela candidata Senhora Dilma Vana Rousseff ao cargo de Presidência da República, e seu Vice Presidente, Senhor Michel Miguel Elias Temer Lulia, e totalmente descabida, uma vez que a quantidade de erros materiais contida no Parecer Técnico Conclusivo tornou o mesmo praticamente imprestável para suportar tal recomendação (…)”.
Para ler o trabalho da auditoria independente, clique neste link Contestação Parecer TSE assinatura e timbrado (2)
As denúncias da Blogosfera surtiram efeito, jogando luz sobre o golpe tramado e ensaiado, como mostram os fatos supracitados. E ajudaram a impedir esse golpe. Assim sendo, as mesmas fontes que avisaram este Blog sobre o golpe iminente, na manhã da última quarta-feira avisaram que a intentona iria fracassar, o que fez o autor desta página passar a notícia adiante logo em seguida, via redes sociais.

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Com efeito, se não fossem suficientes todos os fatos já elencados sobre a tentativa de “golpe paraguaio” , o pedido do vice-procurador-geral Eleitoral, Eugênio Aragão, para que Gilmar Mendes não fosse o relator das contas de Dilma, somado ao aval que essa mesma autoridade deu àquelas contas na véspera do despacho de Gilmar Mendes, na noite da última quinta-feira, eximem de qualquer dúvida esse caso.
Para coroar tudo isso, na sessão do TSE em que Gilmar Mendes teve que aprovar “com ressalvas” as contas de campanha de Dilma, ele passou recibo e chegou a citar as denúncias do jornalista Luis Nassif e dos “outros blogs sujos”.
A quem ainda tem alguma dúvida sobre o plano de aplicar um “golpe paraguaio” contra Dilma via TSE, este Blog pede que procure nos escaninhos da própria memória estardalhaço igual sobre as contas de campanha de um presidente eleito durante a quarentena que sucedeu alguma das eleições do pós-redemocratização. Adianta-se que não encontrará.

Após condenar “golpe”, Jô perde plateia na Globo

: jo soares

Programa do apresentador, há quase 15 anos na grade da emissora, passará pela maior reformulação de sua história; a partir de 2015, não haverá mais plateia e atração passará a ser gravada em um estúdio menor; sexteto musical também pode ser extinto; coincidência ou não, mudanças ocorrem pouco tempo depois de Jô Soares ter atacado paranoia bolivariana no Brasil e dito que uma tentativa de impeachment de Dilma era "golpe" 

247 – A poucos meses de completar 15 anos na grade da Globo, o programa de Jô Soares está prestes a passar por uma reformulação. Entre as mudanças, estará a saída da plateia a partir do ano que vem e, consequentemente, a mudança da gravação do maior principal estúdio paulista para outro menor.
Não são descartadas mais mudanças, informa o jornalista Flávio Ricco. Entre elas estaria a extinção do querido sexteto musical, cujos integrantes são alvos frequentes de piadas ou conversas do apresentador. De acordo com o colunista, as mudanças se referem à queda de audiência da atração.

Coincidência ou não, porém, a reformulação acontece pouco tempo depois de discursos mais progressistas de Jô Soares. No último, ele chamou de "golpe" a tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff (relembre aqui). No início de novembro, ele atacou a febre do discurso bolivariano no Brasil (veja aqui).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O doutor “Suponhamos” sentencia: “protele-se e sangre…”

 Autor: Fernando Brito
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É de fazer corar um frade e infartar um juiz a argumentação de Gilmar Mendes no julgamento das contas de campanha de Dilma Rousseff.
Aliás, é de fazer fritar um frade a entrega do TSE feita por Dias Tóffoli a Gilmar do comando do TSE.
Mendes faz o que nenhum juiz decente faz: trazer argumentos fora dos autos para seus argumentos sobre a causa.
Durante meia hora, discorre sobre o “suponhamos”, assim, a partir do nada.
Até a “vaquinha” por José Genoíno e José Dirceu entrou na roda.
O fundamento dos argumentos é apenas a informação dos relatórios técnicos questionados também tecnicamente.
Nenhuma resposta aos questionamentos também técnicos apresentados a eles.
A prestação de contas, agora, vai ser mandada para o “Tribunal da Mídia”
Não há, porque não poderia haver, enfrentamento dos fatos e de seu questionamento da defesa.
Gilmar Mendes não julgou.
Leu o parecer do grupo que ele montou para a análise.
Produziu um voto para a mídia.
É assim, agora, que se julga no Brasil.
As contas de Dilma serão aprovadas, com as ressalvas necessárias a que ela continue a sangrar.
A justiça brasileira não precisa ter mais com que condenar.
Basta que mantenha o clima de linchamento.
E depois apelar para o clamor público como razão de seus atos.

PGR manda aprovar contas de Dilma. “Técnicos” “erram” soma por R$ 4,4 milhões

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O parecer do Ministério Público desmonta a patranha que vinham querendo fazer com as contas de campanha de Dilma Rousseff.
Recomeenda, claro, a aprovação das contas, com ressalvas de ordem meramente contábil.
“Não se constatou na presente prestação de contas doações de fontes vedadas ou utilização de recursos que não tenham sido contabilizados. Quer-se com isso dizer não ter se verificado a presença de vícios graves que apontassem a prática de ilícitos eleitorais”, agirmou o vice-procurador geral Eugênio Aragão.
Mas pior: com apenas 48  horas para verificar os vários volumes, já encontraram um erro monstruoso no “parecer técnico” em que se pedia a rejeição das contas.
Os “técnicos” somaram duas vezes a mesma despesa de R$ 4,4 milhõese, claro, apareceu diferença com o valor declarado.
Antes, a  MGI Senger Wagner, empresa internacional de auditoria contratada pelo PT para revisar suas contas, emitiu uma nota de fazer corar de vergonha os tais “técnicos”:
” a recomendação da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (do TSE) – ASEPA, no sentido da desaprovação da prestação de contas apresentada pela candidata Senhora Dilma Vana Rousseff ao cargo de Presidência da República, e seu Vice Presidente, Senhor Michel Miguel Elias Temer Lulia, e totalmente descabida, uma vez que a quantidade de erros materiais contida no Parecer Técnico Conclusivo tornou o mesmo praticamente imprestável para suportar tal recomendação .”
Segundo os auditores, como concluiria também a PGR, há ” no parecer técnico do TSE  “desde grosseiros erros de soma, até lançamentos em duplicidade de valores vultuosos e imprecisões conceituais graves”.
Como eu venho dizendo, a ânsia de fazer politicagem expôs os técnicos da Justiça a este vexame primário.
Um outro Ministro, se lhe mandam um trabalho porco assim, chama os técnicos e lhes passa um sabão.
Gilmar Mendes é capaz de chamar e lhes dar um bombom.

Bolsonaro é a cara – sem máscara – da oposição


Blog Cafezinho: o juiz Moro trabalhou em escritório de advocacia que assessorava prefeito do PSDB no Paraná; a mulher de Moro assessora o governo do PSDB no Paraná ; o irmão de Moro fez campanha pelo PSDB destilando ódio contra o PT nas eleições presidenciais...

 Ditadura brasileira matou 434 pessoas, diz relatório final da Comissão da Verdade, que indica revisão da Lei de Anistia para punir os culpado.

 Congresso aprova a mudança na meta fiscal do governo para 2014 e joga a pá de cal no alarido conservador
  
Carta Maior


bolsonaro Aécio


No meio da tarde da última terça-feira (9/12), estava reunido com blogueiros  discutindo o quadro político atual quando uma jovem que participava da reunião interrompeu o orador do momento para anunciar que alguma coisa chamada “Jair Bolsonaro” grunhiu, da tribuna da Câmara dos Deputados, que só não estupraria a deputada pelo PT gaúcho Maria do Rosário porque ela “não merece” ser estuprada por ele.
Desta vez, Maria do Rosário teve mais sorte. Em 2003, além de dizer a mesma coisa esse portento de “valentia” que atende por “Jair Bolsonaro” ainda empurrou a parlamentar enquanto a chamava de “vagabunda”.

bolsonaro

Porém, esse “homem” não se limitou a agredir moralmente apenas a deputada petista; também cobriu outra mulher de insultos e calúnias, a presidente da República, Dilma Rousseff:

“(…) A Maria do Rosário saiu daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba, participou da execução do major alemão? O segundo marido confessou publicamente que expropriava bancos, roubava bancos, pegava armas em quarteis e assaltava caminhões de carga na Baixada Fluminense. Por que não fala isso? (…)”

O sujeito citou o “primeiro” e o “segundo” maridos de Dilma como um anátema. Acusou-os de crimes, mas, na mesma frase, a principal acusação que fez, de forma implícita, foi a de que uma mulher, veja só, é tão questionável moralmente que até já teve dois maridos (!). Para uma aberração como a que atende por “Jair Bolsonaro”, mulher que teve dois maridos dispensa maiores comentários.

Você, mulher de qualquer orientação político-ideológica, faixa etária, nível de escolaridade, de renda, que resida em qualquer parte do país e que tenha a cor da pele ou dos cabelos que tiver, gostaria de ser casada com esse sujeito? Algum dia, quando era uma adolescente, você sonhou que o homem da sua vida poderia ser alguém capaz de admitir a hipótese de estuprar uma mulher?

Você amaria essa coisa chamada “Jair Bolsonaro”? Que mulher pode amar um homem que demonstra prazer ao violar mulheres mental e moralmente e, pelo que propôs em sua teoria sobre meritocracia de suas vítimas, também fisicamente?

Não é preciso dizer mais sobre esse que atende por “Jair Bolsonaro”. O relato de sua última fala conhecida resume a sua vida pública e, mais ainda, a sua vida privada. O fato, porém, é que, apesar de sua ultra sinceridade, esse espécime não passa de um resumo da oposição a Dilma Rousseff.

Além da tese sobre meritocracia das vítimas de estupro, o que foi que “Jair Bolsonaro” expeliu, nessa diarreia verborrágica que o acometeu na Casa do Povo, que não diz a oposição formal a Dilma ou essa oposição envergonhada que habita os verdadeiros canis que teimam em se autodenominar “redações”?
Eis um trecho da “argumentação” padrão da oposição a Dilma Rousseff:

“(…) Dilma Rousseff, deve estar envergonhada, sim, Vossa Excelência, por ter roubado, só, dois milhões e meio de dólares da casa do Ademar. Agora, são bilhões da Petrobrás. Presidente do Conselho de Administração, ministra das Minas e Energia, chefe da Casa Civil, Presidente da República, não sabe de nada… Quantas dezenas de milhares de pessoas morrem por esse dinheiro desviado para o seu partido, para a sua casa (…) Esteve agora na Unasul reunida com a escória da América Latina tratando, entre outras coisas, da abertura do espaço aéreo para os países aqui da Unasul… Cuba não faz parte mais; tá no bolo. Além do tráfico de drogas e o tráfico de armas e munições… Já tem onze mil cubanos aqui (…)”

Ufa! Não é fácil ouvir esse animal…

Mas o mais engraçado é que ele acusa o partido de Maria do Rosário apesar de o partido a que pertence, pelos seus critérios, ser muito pior. “Jair Bolsonaro”, do PP, acusa o PT baseado, por exemplo, nas “delações” de gente como o doleiro Alberto Youssef, o mesmo que, segundo matéria do Estadão do último dia 1º, deu declarações nada abonadoras sobre o grupo político do agressor de deputada e da presidente da República.

Abaixo, trecho da matéria do jornal paulista:

“(…) O doleiro Alberto Yousseff afirmou a investigadores da Operação Lava Jato que ‘só sobram dois no PP’ ao reforçar o envolvimento de políticos do partido no esquema de corrupção da Petrobrás (…)”

Detalhe: O PP, de “Jair Bolsonaro”, tem 39 deputados e 5 senadores. Se “sobram dois” no partido, de onde esse energúmeno tirou coragem para acusar o partido de Maria do Rosário?
Enfim, a parte publicável da catilinária do agressor de mulheres emula o que diz, por exemplo, Aécio Neves. A tese de que Dilma “deve se envergonhar” foi usada à exaustão pelo tucano ao longo da recente campanha eleitoral. Se fosse dito que a fala acima sobre corrupção na Petrobrás partiu do senador pelo PSDB mineiro, ninguém duvidaria. A oposição encontra seu símbolo nesse monumento à covardia.

BC, Receita e TCU: contas de Dilma estão “adequadas”

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Ao examinar as contas da campanha presidencial do PT, o Banco Central, a Receita Federal e o Tribunal de Contas da União chegaram à mesma conclusão: nada de irregularidades; "A palavra final caberá aos 7 ministros do TSE, mas a leitura dos laudos mostra que a vontade de punir era bem maior do que a presença de elementos consistentes para qualquer medida grave", escreve Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, que traz a notícia em primeira mão; o TCU foi além: sugeriu que a tese que relaciona as doações com o esquema da Lava Jato é imaginosa demais; a conclusão dos laudos, diz PML, "tem sido mantida sob reserva, o que se explica, talvez, não apenas pelo respeito a qualquer norma de sigilo, mas à falta de interesse político"; relator do caso, ministro Gilmar Mendes dará seu voto hoje à noite 

247 – Técnicos do Banco Central, da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União apresentaram um contraponto aos do Tribunal Superior Eleitoral ao examinar as contas de campanha da presidente Dilma Rousseff. Os laudos das três instituições independentes, encomendados pelo ministro Gilmar Mendes, relator do caso no TSE, "chegaram a conclusões favoráveis à campanha de Dilma: não apontam qualquer irregularidade grave na documentação apresentada ao TSE", afirma Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, que dá a notícia em primeira mão em seu blog.

"A conclusão dos três é idêntica e tem sido mantida sob reserva, o que se explica, talvez, não apenas pelo respeito a qualquer norma de sigilo mas à falta de interesse político", escreve o jornalista. A análise das instituições "contribui para esvaziar a tese de que Dilma deve ter suas contas rejeitadas, situação que pode trazer munição para a oposição no futuro, ainda que não impeça a posse em 1 de janeiro de 2015", prossegue o colunista. Gilmar Mendes apresentará seu voto nesta quarta-feira 10 na sessão do TSE que tem início às 19h.

O TCU, que apontou em seu documento que a contabilidade está "a princípio, adequada" – um sinal de cautela, e não de insegurança, na avaliação de PML – foi além em sua interpretação. O tribunal recebeu a incumbência de averiguar qualquer relação entre as empresas doadoras e o esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Sobre isso, deu que o resultado foi "negativo em todos os casos" e que a tese pode ser imaginosa demais. Leia um trecho "quase irônico" do documento, como define o colunista:

"É de se perguntar, em face da mistura de dinheiro 'limpo' e 'sujo' e da diversidade dos movimentos de entradas e saídas se é possível de algum modo tecnicamente provado afirmar que o dinheiro doado para a corrupção seja decorrente de ato de corrupção."

"Fruto de uma campanha disputada até o último dia, o debate sobre as contas da campanha de Dilma tornou-se aquilo que não deveria ser: um conflito político, em vez de uma discussão técnica e jurídica", analisa o jornalista. "A contabilidade da campanha já era colocada sob suspeita antes mesmo que tivesse sido examinada com o respeito devido a números e cifras que expressam muito mais do que uma contabilidade financeira — mas traduzem a soberania popular", conclui Paulo Moreira Leite.

Leia aqui a íntegra de seu texto.