Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Democracia social X oligarquia argentária

A prostração política e ideológica nas fileiras progressistas é talvez o mais grave desafio à reeleição da Presidenta Dilma. O PT topa virar esse jogo?

por: Saul Leblon
 

O jogo de 2014: democracia social X oligarquia argentária. O PT topa?

A prostração política e ideológica nas fileiras progressistas é talvez o mais grave desafio à reeleição da Presidenta Dilma.

Sem superá-lo -- ao menos mitigá-lo-- fica difícil esperar da sociedade a compreensão mais que nunca necessária sobre o que está em jogo em outubro de 2014.

A dissipação que reduz tudo a uma grande noite dos gatos pardos é a lenha na fornalha do conservadorismo. A isso se dedica em tempo integral a emissão conservadora.

Para reagir é preciso desassombro na identificação dos problemas.

O primeiro passo é admitir os erros de avaliação estratégica na origem do desalento.

Não se trata do varejo das perdas e danos intrínsecos a um governo de coalizão, determinado pela correlação de forças existente na sociedade e no cenário internacional.

Esse ônus sempre existiu, desde que o PT optou por ser uma força eleitoralmente competitiva.

O partido, todavia, tinha –e tem— a obrigação histórica de manter viva a tensão política e ideológica decorrente das suas escolhas.

O conflito entre o respeito ao jogo institucional e o compromisso com a construção de uma democracia social no país tornou-se endógeno ao PT.

Lula personifica essa contradição que manteve viva, transparente, em seus dois governos.

A superlativa presença do seu discurso na cena política era a evidencia mais crua de uma tentativa de negociar e repactuar , diariamente quase, o equilíbrio entre os dois polos.

O que se fez nos últimos anos, em certa medida, foi a tentativa de hibernar essa tensão insolúvel nos marcos da democracia representativa brasileira.

Em vez de expressá-la, adotou-se a aposta economicista , ancorada na suposta repetição de um desempenho de indicadores convencionais semelhantes ao do ciclo Lula.

A premissa mostrou-se incompatível com a transição de ciclo em curso no capitalismo mundial, refletida internamente na anemia do investimento , da exportação, da receita fiscal e da renda.

O conjunto trouxe o conflito redistributivo --despolitizado pelo governo-- para o campo desgastante do terrorismo inflacionário, a ser combatido com juros siderais, segundo o mantra argentário.

Expectativas expansionistas imaterializáveis fizeram o resto, contratando frustrações que o conservadorismo agora se esmera em hipertrofiar, salgando o preço da luta eleitoral.

Hoje parece claro que a superação da ênfase no consumo (correta durante a crise), rumo a um novo ciclo de investimento, deveria ter sido precedida da obsessiva construção de linhas de passagem para impulsionar um salto da passividade política ao discernimento engajado nas escolhas do desenvolvimento.

Não foi feito.

A evidência mais crua dessa omissão, que deu ao conservadorismo a hegemonia narrativa do processo, foi o fato de o PT, seus principais líderes e dirigentes, ademais de o governo, terem subestimado a importância de uma regulamentação da mídia para, ao menos, criar um contraponto de pluralidade ao monólogo plutocrático.

O conjunto obriga agora o campo progressista a disputar a narrativa econômica nos termos insolúveis impostos pela emissão conservadora, a saber: descontrole inflacionário versus juros argentários.

Mais que isso.

A avalanche ofuscou o discernimento ideológico dos quadros progressistas mais avançados, rebaixando a sua percepção sobre a verdadeira natureza do embate histórico em curso no país.

O nome do jogo não é inflação versus arrocho, mas democracia social negociada versus anomia conservadora.

Ou alguém acredita que um governo Aécio Neves --ou Campos/Marina, tanto faz, teria outro lubrificante para sua receita ortodoxa que não um vergalhão de desemprego e esmagamento do poder aquisitivo do mercado de massa criado nos últimos anos?

Por força dessa omissão, o saldo desses 12 anos de conflito – objetivamente favorável à sociedade brasileira como o demonstram as estatísticas sociais-- vem sendo pulverizado entre as pás de um moinho satânico.

Interesses rentistas insaciáveis , uma coalizão conservadora desprovida de proposta defensável em palanque e uma guerra aberta midiática unem-se na determinação de sepultar, de uma vez por todas, o último obstáculo eleitoral à hegemonia absoluta dos mercados no país: o PT.

O tempo e o terreno perdidos nesse rally têm uma chance de ser parcialmente recuperados na campanha eleitoral de 2014.

Desde que se dê a ela a destinação correta que não poder ser confundida com a mera formalidade publicitária.

Trata-se de um momento condensado da luta política.

Assim entendido pode corrigir o passado com a pactuação de um futuro distinto do mero compromisso com a inércia do presente.

O divisor de águas consiste em devolver ao programa de 2014 uma dimensão crucial do desenvolvimento esmaecida nos últimos anos: a sua determinação política.

Não se pode mais atribuir à economia aquilo que compete à correlação de forças decidir.

É preciso trazer para o embate eleitoral a verdade nua e crua temida pelo conservadorismo: a repactuação negociada de um novo ciclo de investimento com a distribuição da riqueza é indissociável de um avanço da democracia.

O resto é arrocho.

E há requisitos incontornáveis para que não seja arrocho.

O principal deles é equilibrar a presença do grande capital na mídia e no sistema político.

A regulação da estrutura de comunicação audiovisual e a reforma do sistema político, subtraindo de ambos a supremacia do dinheiro sobre a pluralidade, constitui o grande requisito à retomada do investimento, do crescimento e da reordenação do futuro.

Nada disso é estranho à história do PT e à trajetória do campo progressista brasileiro.

Essa aderência –repita-se, com as contradições e conflitos que lhe são intrínsecos— precisa retomar o espaço nobre no discurso e na prática petista.

Ignorar a centralidade da democracia na campanha de 2014 pode transformá-la num gigantesco buraco negro da esperança progressista.

A democracia, como diz o historiador e ensaísta italiano Luciano Canfora, em entrevista recente no El País, não consiste no governo da maioria simplesmente por dar à contagem dos votos a sua representação política.

Ela o será na medida em que exista um Estado social diante do qual quem não detém a riqueza na sociedade, ainda assim, tem peso efetivo na vida política e instrumentos para exercê-lo.

Ainda que ziguezagueante e contraditório quem guarda coerência com essa agenda no Brasil é o campo progressista liderado pelo PT. Mas não raro empurrado por outros partidos e movimentos sociais, ademais de arguido pela crítica de intelectuais que se colocam à esquerda nesse espectro político.

A essência do conflito com o qual o PT fundiu o seu destino consiste –para emprestar mais uma vez as lições de Canfora-- em entender a democracia como um experimento político que, sem expropriar radicalmente a riqueza, assume como imperativo coloca-la a serviço da finalidade social do desenvolvimento.

Até onde essa contradição poderá evoluir nos marcos de um sistema produtor de mercadoria não é um problema meramente teórico, mas de prática política.
É também, em essência, a grande esfinge que habita a alma do PT.

Mas que ainda não o devorou.

Ao contrário.

Os últimos 12 anos deram ao partido e a seus militantes um conjunto objetivo de conquistas a defender contra a regressividade intrínseca ao projeto conservador para o Brasil.

Mas revelaram, também, desafios incontornáveis a encarar.

O principal deles é a rebelião rentista que insiste em subordinar a democracia aos seus desígnios, amputando sua capacidade de dar à riqueza uma finalidade social.

O economista Thomas Piketty, professor da Escola de economia de Paris, autor do elogiado ‘O capital no século XXI’ (leia a série de resenhas sobre o livro nesta pág), demonstra como a regressividade patrimonialista, inerente à hegemonia financeira em nosso tempo, está promovendo uma mutação na sociedade capitalista.

Ela conduz a uma desigualdade extremada, que aprofunda e perpetua as diferenças de berço, caminhando exatamente no sentido de destruir o papel social da democracia, pelo qual lutam as forças progressistas de todo o mundo. Sendo o PT uma de suas expressões relevantes.

Piketty mediu a regressão em marcha calibrada pela supremacia financeira nas últimas décadas.

Nos EUA e na Inglaterra, por exemplo, antes da Primeira Guerra Mundial, o 1% mais rico detinha 20% da renda nacional. Por volta de 1950, essa proporção cairia a menos da metade. De 1980 para cá a parcela reservada ao 1% disparou de novo.

Nos Estados Unidos ela já retornou ao ponto em que estava um século atrás.

É como se o ciclo neoliberal tivesse varrido do mapa histórico, de fato, a revolução russa e a construção do Estado do Bem Estar Social dela decorrente.

Daí para configurar aquilo que Piketty denomina como a consolidação de uma desigualdade de castas hereditárias, basta acrescentar o declínio de bandeiras republicanas como a taxação da herança e dos lucros superlativos do rentismo.

As conquistas sociais e o crescimento do emprego no Brasil nos últimos anos, na contramão da restauração neoliberal pós-crise, não excluem o país do risco de se tornar também uma correia de transmissão da perversidade hereditária --quase biológica.

A causa apontada por Piketty nas economias ricas está presente no capitalismo brasileiro.

Ganhos sempre superiores ao crescimento médio da economia, deslocam para o capital a juros –o rentismo-- fatias progressivamente mais gordas da riqueza social.

A dilatação da desigualdade daí decorrente, não sendo corrigida por políticas públicas de taxação de lucros e herança, semeia os alicerces de uma sociedade oligárquica ordenada pela posse original do patrimônio, transmitido de pai para filho.

Uma rápida comparação entre a série histórica do PIB e a evolução da taxa de juro no país (fontes: IBGE, FGV, Ministério da Fazenda e BC) mostra que no período entre 1995 e 2012, ou seja, por 17 anos, a taxa de juro real praticada no Brasil só ficou abaixo da variação do produto uma única vez, em 2010 (6,2% e 7,5%, respectivamente).

No segundo governo FHC, para um crescimento médio do PIB da ordem de 2%, a taxa de juro real ficou em 18,5%.

No segundo governo Lula, para um PIB médio de 4,5% a taxa de juro real foi da ordem de 11,7%.

Nos três primeiros anos de Dilma (2010-2013), o PIB médio foi da ordem de 2%.
A taxa de juro real foi caiu para 3,3%.

O estreitamento progressivo da diferença explica uma fatia expressiva do jogral do Brasil aos cacos recitado incansavelmente pela colunismo isento, a serviço do dinheiro grosso.

A rebelião contra a ‘Dilma intervencionista’, nesse sentido, é a rebelião da república rentista e de seus porta-vozes de orelhada ou holerite contra a redução real da Selic.

Ademais de corroer as pontes que levam a uma convergência da riqueza, o interdito preserva um confortável bunker de rentabilidade líquida para o capital a juro, imiscível com as urgências de investimento do país.

O conjunto remete à esfinge que povoa a alma do PT : o dinheiro não pode determinar o limite da democracia que, ao contrário, deve subordina-lo aos interesses da sociedade.

A palavra de ordem do conservadorismo em 2014 é deixar ao mercado o escrutínio desse conflito.

A campanha progressista, ao contrário, deve repactuar com o eleitor as linhas de passagem –que incluem sacrifícios, prazos e avanços, mas que deem à democracia a hegemonia do processo.

Foi abraçado a essa bandeira que o PT nasceu e se tornou a principal força política do país.

Deve agora reafirmar ao eleitor a sua capacidade de aprofundar esse compromisso na direção do país por mais quatro anos.

Em última instância, significa fazer do embate entre democracia social versus oligarquia argentária o grande duelo da eleição de 2014. E do futuro brasileiro.

O PT topa?

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

COMO BARBOSA E BRUNO PERSEGUEM JOSÉ DIRCEU

domingo, 2 de junho de 2013

DIAS: GURGEL MOSTRA A SUA FÉ Gurgel não se apega à lei, mas às convicções políticas.

Conversa Afiada reproduz a abertura da “Rosa dos Ventos”, imperdível seção da Carta Capital, sob a regência de Mauricio Dias:

GURGEL MOSTRA SUA FÉ

Roberto Gurgel, o mais controvertido dos procuradores na história da República, tomou e toma decisões que marcaram e marcarão de forma melancólica o desfecho do mandato dele na Procuradoria-Geral em agosto.

Uma dessas decisões, a mais recente, é o fato de Gurgel ter mandado para as profundezas do arquivamento a ação que envolve os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL) e João Capiberibe (PSB).  Ambos, em tese, da base governista. Na prática, não.

Gurgel, ao contrário de Geraldo Brindeiro, que engavetava tudo que o governo FHC queria engavetado, tem ido muito além do engavetar ou desengavetar. Ele deu clara noção de sua orientação política.

Há outras diferenças. Fiquemos, por enquanto, no fato de que o procurador-geral ora desengaveta, ora engaveta. Engavetou, por exemplo, o caso citado acima.

O episódio ocorreu em 1999, quando Randolfe era deputado estadual e Capiberibe, governador do estado. Nesse período, conforme denúncia feita por Fran Soares Junior (PP), Randolfe teria recebido dinheiro além do salário regulamentar para votar projetos de interesse do governador. Há conversas gravadas, periciadas, entre Capiberibe e o deputado João Brandão, com menção clara sobre isso.

Randolfe, a única flor do PSOL no Jardim do Senado, nega tudo. E justifica alguns recibos que assinou. Não justifica todos ou tudo. Há recibos, assinados por Randolfe, reconhecidos como legais por análise feita pelo perito Ricardo Molina. Há também gravações em áudio, periciadas, que reforçam a denúncia.

Se fosse possível admitir dúvidas em favor de Randolfe, seria impossível engolir o arrazoado de Gurgel que conduziu a representação para o arquivo sob a alegação de que os fatos narrados na representação “são inverídicos”.

Eis algumas razões em contrário:

– Não houve montagem dos áudios.

– O procurador-geral faz “exercício argumentativo” para deduzir que “a representação noticiou fatos inverídicos”.  Também faz descaso das provas apresentadas, indiferente ao fato de que só a perícia pode averiguar a veracidade da prova técnica.

– Gurgel foi além de sua competência. O Ministério Público analisa as questões de direito. As de fato competem exclusivamente a peritos.

– A acusação diz que não apresentou todos os recibos assinados por Randolfe, porque teriam sido recolhidos pela Polícia Federal. Gurgel poderia averiguar. Oficiaria à PF sobre os recibos e, se existissem, os submeteria a exame pericial.

Gurgel navega orientado por bússola política e com a frieza de um frade de pedra. É possível perceber a linha que norteia as decisões que toma. Não é uma linha reta. Bem avaliada, nota-se, porém, como é definida. Por isso é possível supor que, só aparentemente, a decisão beneficia Randolfe e Capiberibe. O arquivamento, falho e apressado, mantém sobre os dois um incômodo ponto de interrogação.

Gurgel não é profissional descuidado. Ele sempre sabe o que faz.

Em tempo: 
clique aqui para se espantar com outro capítulo melancólico desse fim de mandato daquele queCollor chama de “prevaricador”: o artigo de Leandro Fortes, também na Carta (e só na Carta !), sobre “a estranha mudança de parecer de Gurgel a favor do banqueiro Daniel Dantas “.

aqui para ler a assinatura de Randolphe é de Randolphe.

Não deixe de ler também o verbete “Daniel Dantas” na WicKepedia, de autoria de Aurélio Buarque de Espanha.

Em tempo2: esse Bessinha não é um gênio, amigo navegante ?

E Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MEDO DA VOLTA DE LULA ESTAMPA GRANDES JORNAIS



:
Folha e Globo tratam o ex-presidente Lula como se ele fosse, de fato, o prefeito de São Paulo em abordagens que reduzem a autoridade de Fernando Haddad; jornal paulista destaca "diretrizes" passadas por Lula; publicação do Rio afirma que Lula colocou em prática a "teoria do poste"; Lula mostrou que está vivo e assustou
247 - Quem é o prefeito de São Paulo? Pela leitura dos grandes jornais brasileiros, seu nome não é Fernando Haddad, que foi eleito com 3.387.720 votos, mas sim Luiz Inácio Lula da Silva. A abordagem da mídia tradicional nesta quinta-feira sobre o encontro entre Lula, Haddad e seus secretários reduz a autoridade do prefeito e a transfere ao ex-presidente, que seria, segundo essa visão, o comandante, de fato, da maior cidade do Brasil.
Na manchete da Folha, informa-se que "Lula se reúne com equipe de Haddad e dá diretrizes". No Globo, na primeira página, uma ironia na legenda da foto, como se Lula estivesse colocando em prática a "teoria do poste", seguida da informação "Haddad atento às dicas do seu mentor".
Antes mesmo de ser eleito, Haddad já havia deixado claro que teria Lula como um de seus principais conselheiros. "Ele é a maior liderança política do Brasil e seu governo foi um laboratório de políticas públicas bem-sucedidas", disse Haddad, ao 247, durante a campanha. "Não há por que desprezar essa experiência".  Ontem mesmo, quando indagado sobre o encontro, Haddad disse que convidou o ex-presidente a falar a seus secretários e que ele se colocou à disposição. Na reunião, Lula recomendou que Haddad e seus assessores fiquem atentos a políticas públicas de inclusão social colocadas em prática no Rio de Janeiro, que ajudaram a diminuir a violência.
O encontro deveria ser encarado com naturalidade, mas Haddad já foi carimbado como poste com apenas uma quinzena de gestão. Talvez porque os grandes jornais tenham descoberto agora que, a despeito de tudo, Lula continua vivo e é um dos principais atores – se não, o principal – da política brasileira.

HADDAD AO 247: "O JORNAL PODE FALAR O QUE QUISER"


Heinrich Aikawa / Instituto Lula:

Prefeito de São Paulo ignora ironias registradas pelo jornal O Globo em sua primeira página desta quinta-feira; jornal diz que ex-presidente Lula esteve na sede municipal para aplicar a "teoria do poste"; ao 247, Haddad fez outra avaliação: "Me senti muito confortável em receber a equipe do presidente e apresentar a minha equipe a ele. Se eu não puder receber o presidente com quem trabalhei por cinco anos, o que posso fazer?"
Marco Damiani _247 – Um dia depois de receber, na sede da Prefeitura, ao lado de dez secretários municipais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), reforçou ao 247 sua avaliação de que a visita teve um caráter de absoluta normalidade. "Os jornais podem falar o que quiserem", disse ele, a respeito do tom irônico com que o encontro foi tratado, especialmente pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
"Não vi o que o jornal escreveu, mas os jornais podem falar o que quiserem". Haddad demonstrou tranquilidade diante da repercussão que a visita de Lula encontrou na mídia tradicional. "Se eu não puder receber o presidente com quem trabalhei por cinco anos, o que posso fazer?". Fica claro que Haddad não será um prefeito de, como se diz na política, passar recibo a eventuais provocações publicadas na mídia tradicional.
"Me senti muito confortável em receber a equipe do presidente e apresentar a minha equipe a ele", acrescentou o prefeito. O secretário municipal de Governo, Antônio Donato (PT), também presente no encontro desta quarta-feira, foi mais longe. "Se Fernando Henrique quiser aparecer, nós também o receberemos. O governo Fernando Haddad é amplo", disse ele ao 247 durante evento da ONG Rede Nossa São Paulo no Sesc Consolação, onde esteve com o prefeito.
Donato, tal qual Haddad, não viu problemas na forma como a reunião com Lula foi realizada. "Havia uma mesa e todos se sentaram, não há como não ver Lula como uma referência. Ele transmitiu sim um pouco de sua experiência e passou orientações, isso foi positivo. Os jornais podem falar o que quiserem", repetiu.
Nesta quinta-feira, os jornais Folha de S.Paulo e O Globo trataram Lula como se ele fosse, de fato, o prefeito de São Paulo em abordagens que reduzem a autoridade de Fernando Haddad. O jornal paulista destacou as "diretrizes" passadas pelo ex-presidente ao novo comandante da capital paulista. Já a publicação do Rio de Janeiro afirma que Lula colocou em prática a "teoria do poste", seguida da informação "Haddad atento às dicas do seu mentor".
O evento da Nossa São Paulo, organização comandada pelo empresário Oded Grajew, apresentou os resultados da sexta edição da pesquisa encomendada ao Ibope sobre a percepção dos paulistanos em relação à cidade, que inclui a quarta edição do Irbem (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município).


terça-feira, 10 de julho de 2012

Operação Vegas flagra Policarpo


Quer dizer que o máximo representante da empresa do Robert(o) Civita na capital da República era de máxima confiança de um criminoso ?



O Conversa Afiada reproduz trechos de áudios da Operação Vegas que testemunham a íntima relaçao do diretor da Veja em Brasilia, Policarpo Junior, com o crime organizado de Carlinhos Cachoeira:






Observe, amigo navegante, a promiscuidade da relação de Policarpo com os agentes do crime organizado: ele é de confiança, nunca furou com a gente.
Quer dizer que o máximo representante da empresa do Robert(o) Civita na capital da República era de máxima confiança de um criminoso ?
Observe, também, amigo navegante, que Diego Escosteguy mantém algum tipo de vínculo com o crime organizado.
Que a CPI poderia esclarecer.
Foi Escosteguy quem acabou de assumir a chefia da revista Época em Brasilia, em substituição a um jornalista que, segundo Leandro Fortes na Carta Capital, mantinha ele mesmo relações com o crime organizado.
Tudo isso parece tornar inevitável que a Veja do Robert(o) Civita se aproxime do Juízo Final .
A passos tão acelerados quanto os do brindeiro Gurgel, que também aparece em escutas que o incriminam de forma inequívoca.
Enquanto dormita sobre representação do professor Fábio Comparato.
Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Só a política melhora uma nação

Engajamento político é exercício da cidadania e da democracia. Mais do que um direito, tomar partido, fazer opções políticas e defendê-las é um dever, ainda que facultativo. Apesar disso, é freqüente que aquele que assume as suas opções políticas e as defende com clareza seja acusado de ter interesses pessoais ou até escusos.
Pregar imparcialidade política é um esforço alienante de setores da sociedade que sempre foram favorecidos pela anestesia cívica. É uma mentalidade alimentada pelos que prescindem do Estado porque podem pagar por saúde, educação, segurança, entre outros serviços aos quais as massas só têm acesso quando providos por esse mesmo Estado.
Você passou a vida ouvindo que “os políticos são todos iguais”. Quem professa crença na política como forma de melhorar o país e a própria vida, na melhor das hipóteses sofre acusação de “ingenuidade”.
Os que não precisam do Estado não querem que as pessoas contem com ele, por mais que dele precisem. Afinal, para funcionar o Estado precisa de dinheiro, ou seja, tem que cobrar impostos, e os mais ricos sempre fogem de ser chamados a contribuir.
Contudo, ao contrário do que uma das elites que mais concentra renda no mundo – a elite étnico-regional que infesta este país – difunde através da sua máquina de embotar mentes – a mídia –, a política é a única esperança que a anomalamente alargada base da pirâmide social brasileira tem de melhorar de vida.
Desonesto é aquele que se diz “isento” em política como se essa fosse uma postura decente. É como se entre a escolha de passar fome e de não passar o sujeito devesse se manter “imparcial”.
Esta discussão está sendo proposta ao Brasil nesta campanha eleitoral, por mais que os mentirosos que se dizem isentos tentem impedir que prospere. Este cidadão, portanto, tem lado na disputa política, pois, apesar de estar entre a classe social que prescinde do Estado, acredita que um povo despolitizado e um Estado fraco levarão este país a uma guerra civil.
Sou eleitor de Dilma Rousseff e defendo que você, eleitor, também vote nela. Jamais serei isento em política. E anote bem o que direi: sempre que você ler ou escutar alguém dizendo que não tem lado, que é isento, imparcial e outras baboseiras, tenha certeza de que está diante de um idiota ou de um mentiroso.