Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 18 de outubro de 2014

PML: O FASCISMO NOS ESPREITA NA RETA FINAL

Na quinta-feira, quando Dilma teve uma queda de pressão no SBT, um médico gaúcho usou o twitter para mandar essa “#%&!##”chamar um “médico cubano.”
(Dois dias antes, ao sair do carro no estacionamento da TV Band, para o debate anterior, a presidente foi recebida pelos gritos de um assessor parlamentar adversário. Ouviram-se coisas como “vaca”, “vai para casa…”)
No Rio, o cronista Gustavo Duvivier passou a receber diversos tipos de ameaça depois que publicou um texto onde deixou clara sua preferência por Dilma.
Agressores avançaram sobre o escritor Enio Gonçalves Filho, blogueiro com momentos de boa inspiração — e que é cadeirante — quando ele se dirigia ao Churrasco dos Desinformados, na Praça Roosevelt. Enio se dirigia a um protesto para responder ao comentário de Fernando Henrique Cardoso sobre a vantagem de Dilma nos estados do Nordeste (“O PT está fincado nos menos informados, que coincidem de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT. É porque são menos informados,” disse FHC).
No meio do caminho, três sujeitos avantajados tentaram obrigar Enio a tirar sua camisa vermelha — ele é petista — e chacoalhavam sua cadeira de rodas.
Uma comunidade de quase 100 mil usuários numa rede social, que se declaram profissionais da classe médica brasileira, se tornou palco de uma guerra dentro da  corrida presidencial. Com o título de “Dignidade Médica”, as postagens do grupo pregam “castrações químicas” contra nordestinos, profissionais com menor nível hierárquico, como recepcionistas de consultório e enfermeiras, e propõe um “holocausto” contra  os eleitores de Dilma.

A maioria dos estudiosos costuma ligar a emergência do ódio político, sentimento que está na base dos movimentos fascistas, a situações de crise econômica, quando a maioria das pessoas não enxerga uma saída para suas vidas nem para suas famílias. Embora a economia brasileira tenha crescido pouco em 2014, ninguém definiria a situação do Brasil como catastrófica.
Ao contrário do que ocorria na Europa dos anos 20 e 30, que viu nascer os regimes de Benito Mussolini e Adolf Hitler, o Brasil não se encontra numa situação de superinflação nem de desemprego selvagem. A média dos últimos quatro anos de inflação é a segunda mais baixa da história do IBGE — numa linha que vai até 1940.
O desemprego é o menor da história e continua caindo. Nada menos que 123 000 novos postos de trabalho foram criados em setembro 2014. É inegável que ao longo dos anos ocorreram avanços na distribuição de renda, no combate a desigualdade, na ampliação dos direitos das maiores que passavam excluídas pela historia.
A intolerância de 2014 tem origem política e tem sido estimulada pelos adversários do PT e Dilma. Procura-se questionar a legitimidade de suas decisões e rebaixar moralmente os eleitores os apóiam.
Em 2006, quando Lula foi reeleito, um ano e meio depois das denúncias de Roberto Jefferson, o Estado de S. Paulo publicou uma reportagem tentando sustentar que “a aceitação da corrupção na política está mais presente entre os eleitores de baixa renda.”
Ao fazer pesquisas que associavam valores morais aos anos de educação formal de um cidadão, o estudo A Cabeça do Brasileiro sugeria que a baixa escolaridade — condição da maioria da população — tornava a parcela menos educada da população mais vulnerável ao “jeitinho” e outras práticas condenáveis.
Procurando entender a origem do fascismo nas primeiras décadas do século passado, Hanna Arendt deixou lições que podem ser úteis para o Brasil de 2014.
Hanna Arendt usava uma expressão interessantíssima — “amargura egocêntrica” — para definir a psicologia social dessas pessoas que integravam movimentos de vocação fascista. Ela escreveu: “a consciência da desimportância e da dispensabilidade deixava de ser a expressão da frustração individual e se tornava um fenômeno de massa.”
É sempre interessante recordar um levantamento feito em 2011 pelo instituto Data Popular. Entrevistando 18 000 cidadãos na parte superior da pirâmide de renda, o DataPopular descobriu que:
55,3% concordam que deveria haver produtos para ricos e pobres
48,4% concordam que a qualidade dos serviços piorou com o maior acesso da população
62,8% concordam que estão incomodados com o aumento das filas
49,7% concordam que preferem frequentar ambientes com pessoas do seu nível social
16,5% concordam que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em alguns lugares
26,4 % concordam que o metrô aumenta a circulação de pessoas indesejáveis na região em que moram
17,1% concordam que todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados.
A intolerância e o ódio cresceram no Brasil com uma consequência inevitável de um movimento destinado à criminalização da política e dos políticos — em particular do Partido dos Trabalhadores, nascido para ser “aquela parede protetora” das classes assalariados e dos mais pobres, para usar uma expressão de Hanna Arendt. Pela destruição das barreiras de classe, que permitem distinguir um partido de outro, os interesses de uns e de outros, firmou-se o conceito de que nossos homens públicos são autoridades sem escrúpulo e bandidos de alta periculosidade, sem distinção, descartáveis e equivalentes, “não apenas perniciosas, mas também obtusas e desonestas, ” como escreveu a mestra.
As atitudes agressivas e tentativas de humilhação nasceram durante o julgamento da AP 470, no qual se assistiu a um espetáculo seletivo de longa duração. Enquanto os acusados ligados ao PT e ao governo Lula eram julgados em ambiente de carnaval cívico-televisivo, num espetáculo transmitido e estimulado por programas de TV, os acusados do PSDB, envolvidos nos mesmos esquemas, dirigidos pelas mesmas pessoas — e até com mais tempo de atividade — foram despachados para tribunais longe da TV, a uma distancia de qualquer pressão por celeridade. Sequer foram julgados — embora a denúncia seja anterior.
Há outros componentes no Brasil de 2014. A referencia sempre odiosa aos médicos cubanos que respondem pelo atendimento de brasileiros que nossos doutores verde-amarelos não têm a menor disposição de atender, revela o casamento do preconceito com um anticomunismo primitivo, herança viva da ditadura de 1964. Permite ao fascismo recuperar o universo Ame-o ou Deixe-o, assumir-se como aliado da ditadura sem dizer isso de forma explícita.
O progresso social dos últimos anos ajudou a criar ressentimento de camadas de cima que se vêem ameaçadas — — em seu prestígio, mais do que por outra coisa – em função do progresso dos mais pobres, essa multidão despossuída que na última década conseguiu retirar uma fatia um pouco mais larga do bolo da riqueza do país.
Em 2010, a vitória de Dilma Rousseff foi saudada em São Paulo por um grito no twitter: “Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”, escreveu uma estudante de Direito. Três anos mais tarde, ela foi condenada um ano e cinco meses de prisão, mas teve a pena transformada em prestação de serviços comunitários.
“O que perturba os espíritos lógicos é a indiscutível atração que esses movimentos exercem sobre a elite “, escreveu Hanna Arendt.
Richard Sennet, um dos principais estudiosos das sociedades contemporâneas, definiu o ressentimento como a convicção de que determinadas reformas em nome do povo “traduzem-se em conspirações que privam as pessoas comuns de seu direito e seu respeito.” Os benefícios oferecidos aos mais pobres resultam em insegurança e insatisfação por parte dos cidadãos que estão acima das políticas sociais dirigidas às camadas inferiores, explica Sennet, para quem essas pessoas tem o sentimento de que o governo “não conhece grande coisa de seus problemas, apesar de falar em seu nome.”
Mas quais seriam estes problemas? Hanna Arendt falou em “amargura egocêntrica.”
Na decada de 1950, poucas medidas de Getúlio Vargas despertaram o ódio de seus adversários como a decisão de aumentar o salário mínimo em 100%. Pouco importava que esse número se baseasse na inflação do período anterior, de inflação altíssima. A questão é que, com um salário desses, um operário da construção civil poderia ganhar o mesmo que um militar de baixa patente e outros funcionários públicos — e isso era inaceitável num país onde o trabalho de um pedreiro era visto como a herança da escravidão.
O fim da história nós sabemos.

Como o Estadão fez sumir sua chantagem contra Aécio

Caro leitor,
O post abaixo foi publicado originalmente em 20 de maio de 2013 e está sendo republicado (18/10/14).  Tem sido resgatado por leitores desde o início da campanha eleitoral e divulgado nas redes sociais. A pedido dos leitores, republico, pois diz respeito a fatos atualíssimos sobre o candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves.
O que a matéria abaixo mostra é que ninguém está dizendo nada sobre Aécio que já não era dito inclusive pela mídia que hoje o defende. Veículos paulistas como o jornal O Estado de São Paulo, ao contrário do que fazem hoje, tratavam de fustigar Aécio; ele e José Serra disputavam a indicação do PSDB como candidato a presidente em 2010.
Boa leitura.
Eduardo Guimarães
*

Publicado originalmente em 20 de maio de 2013 às 13:10


Em fevereiro de 2010, uma guerra fratricida foi desencadeada no PSDB. O segundo mandato de Lula chegava ao fim e ele não podia ser candidato à própria sucessão. Os tucanos e a mídia sua aliada estavam céticos quanto às possibilidades do “poste” que achavam que Dilma era e, assim, acreditavam que, fosse quem fosse o candidato deles, seria eleito.
Dois pré-candidatos disputavam a indicação do PSDB para a “barbada” eleitoral que a direita brasileira acreditava que se avizinhava – derrotar uma mulher sem o carisma de Lula e que jamais disputara uma eleição na vida. José Serra e Aécio Neves, então, digladiavam-se pela primazia de enfrentar Dilma.
A imprensa atucanada de São Paulo e do Rio de Janeiro (leia-se Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo) estava muito irritada com Aécio. Apesar de esses veículos e o PSDB acreditarem que Dilma, então praticamente estagnada nas pesquisas, seria mera sparring de dois políticos profissionais como Aécio e Serra, preferia o segundo.
No caso da imprensa paulista, até por Serra ser paulista também – sem falar na maior identificação ideológica com ele –, essa “imprensa” fustigou o PSDB por meses até que Aécio fosse preterido.
Serra estava melhor nas pesquisas e esses veículos, que há mais de uma década demonstram que não entendem a política brasileira, não acreditavam que alguém pudesse começar uma campanha eleitoral com percentuais de intenção de voto tão baixos quanto Dilma e o próprio Aécio tinham e chegar a vencer a eleição.
Nesse jogo, o jornal O Estado de São Paulo fez o movimento mais ousado: chantageou Aécio com um texto escrito por seu ex-editorialista e ex-colunista Mauro Chaves, que faleceria um ano depois.
No auge dessa disputa entre Serra e Aécio, o Estadão publicou artigo de Chaves contendo uma chantagem contra o então governador de Minas Gerais, conhecido por sua vida de “playboy” e sobre quem circulam, há anos, boatos sobre ser usuário de cocaína.
O título do artigo que Chaves escreveu e que foi publicado pelo Estadão em 28 de fevereiro de 2010 já dispensaria o resto do texto: “Pó pará, governador”. Confira, abaixo, a íntegra do artigo.


Chaves era um homem bastante erudito. Seu texto era escorreito. Por que usar um título como esse? Por que não “Pode parar, governador”? Ora, porque estava mandado um recado de que os boatos sobre Aécio ser usuário de “pó” (cocaína) viriam à tona caso insistisse em criar dificuldades à candidatura Serra.
O artigo causou grande alvoroço e, pouco depois, Serra foi sagrado candidato para a “barbada” que a mídia ligada ao PSDB e o próprio partido acreditavam que seria a disputa contra o “poste de Lula”.
Faltara, entretanto, combinar com os “russos”, ou seja, com o povo.
Voltemos ao presente. Escrevendo um post sobre os ataques de Aécio ao PT durante a convenção do PSDB do último sábado, na qual o hoje senador por Minas Gerais foi eleito presidente do partido, abordei o artigo chantagista em questão.
Pretendia colocar o link para ele no texto. Fazendo a busca no portal do Estadão para localizá-lo, encontro esse link. Contudo, quando tento acessá-lo não consigo – conduz a uma página em branco.
Veja o link:
Cito no post, então, o fenômeno. Digo que, “estranhamente”, o link do Estadão para sua matéria conduz a lugar nenhum.
Eis que o leitor Reinaldo Luciano, intrigado como eu, usa seus conhecimentos e mostra que ninguém consegue esconder nada na internet.
O excelente trabalho de Reinaldo desvendou o mistério. Leia, abaixo, o comentário que ele colocou no post anterior, onde explica como o Estadão conseguiu fazer sumir a chantagem que fez Aécio desistir de ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 em favor de Serra.
—–
Reinaldo Luciano
twitter.com/rei_lux
Comentário enviado em 20/05/2013 as 11:16
A respeito da matéria que não abre no Estadão, verifiquei a página e realmente não abria.
Usei o http://archive.org/web/web.php e localizei a dita página, que foi armazenada em cache 28 vezes desde que foi publicada.
Este é o link original, onde a matéria não abre:
E este é o link recuperado:
Ao analisar o cache, notei que, em 26/08/2010, a matéria teve uma linha alterada ou acrescentada, como pode ser vista aqui:
O fato é que, após essa mudança (quando Serra já era candidato e Aécio não representava mais problema), a página sumiu…
Fiz um print screen da página e postei no twitter
E, para ser ainda mais chato com o Estadão, fiz um videozinho de minhas andanças pelo cache. Veja, abaixo.

Ninguém se recusa a soprar bafômetro “inadvertidamente”

Imagine, leitor, se Lula – antes, durante ou depois de governar o Brasil – tivesse sido parado em uma blitz de trânsito e fosse constatado que estava inabilitado para dirigir (permissão vencida) e, para completar, tivesse se recusado a fazer teste de alcoolismo soprando o bafômetro.
Se essa hipótese fosse verdadeira e Lula ainda fosse presidente, a oposição tucano-midiática por certo teria pedido o seu impeachment. Mas e se fosse candidato a presidente e tivesse sido flagrado dirigindo alcoolizado, o que a mídia e a oposição – esse conclave antipetista – diria? Consideraria um pecadilho desimportante ou prova de que não teria condições de ser presidente?
A forma como a mídia e a oposição a Dilma trataram a pergunta (legítima) da presidente a Aécio Neves no debate SBT/UOL sobre o episódio em 2011 em que o então senador tucano recém-eleito foi flagrado em uma blitz de trânsito no Rio de Janeiro e, instado pelos policiais a fazer o texto do bafômetro, recusou-se, difere do que fizeram em episódio análogo.
Lula está há mais de trinta anos no cenário político brasileiro. Em todo esse tempo, jamais foi flagrado bêbado e nunca, jamais, surgiu um depoimento crível de que tenha sido visto nessa condição. A despeito disso, sugiro ao leitor que faça uma busca no Google usando os termos “Lula” e “bêbado”.
São milhares de charges, piadinhas e críticas a supostos hábitos etílicos do petista.
Essa história de que Lula bebe ganhou corpo em 9 de maio de 2004. Reportagem da Folha de São Paulo – o mesmo jornal que publicou na capa que Lula matara 200 pessoas no desastre do avião da TAM e que, também na capa, acusou o presidente de ter tentado estuprar um adolescente –, com destaque na primeira página, acusou o então presidente de ser alcoólatra.
A matéria derivou de artigo do então correspondente do jornal The New York Times no Brasil, Larry Rother, quem, com base em afirmações de desafetos de Lula – sobretudo os do PSDB –, acusou o então presidente da República de ser alcoólatra. Contudo, nunca houve uma só prova disso.
Abaixo, a matéria de Rother que a Folha e toda a grande imprensa divulgaram à farta. O post prossegue após a matéria.
Como se vê, a matéria infame do jornalista americano contra o então presidente do país, repercutida incansavelmente por toda a grande mídia, baseava-se, tão-somente, em disse me disse e em especulações.
A despeito disso, o mesmo PSDB e a mesma mídia que hoje se horrorizam por Dilma ter perguntado simplesmente sobre a posição de Aécio sobre alcoolismo são os mesmos que acusaram Lula de ser alcoólatra sem nem uma mísera prova que sequer se aproximasse da prova inconteste contra Aécio produzida na blitz em que ele se recusou a soprar o bafômetro.
Apesar da falta de provas da afirmação de Rother sobre Lula, no dia seguinte (10/05/04) à matéria acusatória, na mesma Folha, o então líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Custódio Mattos (PSDB-MG), defendeu a acusação de Rother a Lula: “Acho que temos que dar um voto de confiança”.
Dois dias depois, a Folha de São Paulo publica matéria defendendo efusivamente a publicação da “denúncia” contra Lula, apesar de não se basear em provas.
Todos os grandes jornais defenderam as especulações sobre os supostos hábitos etílicos de Lula. Até hoje o ex-presidente é chamado de alcoólatra nas redes sociais e nos redutos antipetistas por conta de uma matéria que jamais provou nada.
Aécio e seu partido – bem como a mídia tucana – parecem ter mudado de opinião sobre a relevância de um homem público usar substâncias entorpecentes, seja álcool ou cocaína. Agora, dizer que um homem público usa tais substâncias é considerado “baixaria”.
Talvez seja mesmo. Ainda mais se não houver provas, como no caso de Lula. Contudo, diante da prova, a situação muda de figura. E o que é pior, se além da prova de uso de substâncias entorpecentes um homem público tentar burlar a lei, aí tudo fica mais grave.
Então vejamos: Aécio, senador da República recém-eleito, supostamente obrigado a fazer e a defender leis, é flagrado dirigindo sem permissão e, instado pelos policiais a fazer o teste do bafômetro, recusa-se a fazer.
Alguém que faz leis e deve defender a aplicação delas por dever de ofício, dá o (mau) exemplo de não só violar a lei, mas se negar a cumpri-la.
Quando, no debate SBT/UOL, na última quinta-feira, a presidente Dilma perguntou o tucano sobre o que ele achava da lei que proíbe dirigir sob efeito de álcool ou outras drogas, ele se revoltou. Mas tentou explicar alguma coisa.
Abaixo, matéria da Folha com a explicação textual de Aécio para aquele episódio.
Epa! “Inadvertidamente? Como assim?! Aécio estava inadvertido sobre o que? Vejamos o que diz o dicionário Houaiss sobre o adjetivo inadvertido.
inadvertido
adjetivo ( a1595)
1 que não foi advertido, não avisado; desavisado
2 que não toma cuidado suficiente; descuidado, distraído
Bem, pelo que se pode depreender de Aécio ter dito que “inadvertidamente” se recusou a fazer o teste do bafômetro é que ele, um senador da República – ou seja, um legislador – não conhecia a “lei seca”.
É isso?
A grande pergunta que fica é: alguém que desrespeita ou desconhece uma lei que cem por cento dos brasileiros conhecem e que se recusa a provar que não infringiu essa lei – obviamente porque, se se submetesse à prova, ficaria claro que infringiu – tem condições de governar o país?
Se Lula, governando o país, foi exposto por um jornal estrangeiro com uma mera suposição sem amparo de qualquer prova e o PSDB e a mídia compraram a acusação e defenderam que tivesse sido feita, mídia e PSDB têm, agora, obrigação de apoiar o questionamento a Aécio Neves feito por Dilma Rousseff. É simples assim.

Dr. Janot, confirme ou desminta, mas não engavete o “listão do Aécio”

janot

O Brasil é uma democracia e tem instituições livres.
O procurador-geral da República, Dr. Rodrigo Janot, tem mandato fixo, não depende de quem esteja na Presidência para seguir em seu cargo.
Não há, portanto, qualquer dúvida de que conta com toda a liberdade de agir autonomamente, sem obedecer ou dar satisfações senão à sociedade e à sua consciência.
Assim como não há dúvidas de que, sobretudo num momento eleitoral, cabe-lhe a responsabilidade de zelar para que simples acusações não sejam apresentadas como conclusões, condenações ou fatos consumados.
Aliás, como está sendo feito nas denúncias sobre a Petrobras, sob o beneplácito do Judiciário e do Ministério Público.
Ontem, foi apresentado pelo Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, um documento onde o então secretário de Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, encaminhava ao senador Aécio Neves uma relação de doadores e receptadores de mais de R$ 160 milhões de reais  durante as eleições de 2012.
Foi aqui reproduzido com todas as ressalvas de que caberia ao MP investigar.
O relato dizia que o Procurador chefe do MPF em Minas, Eduardo Morato Fonseca, o havia encaminhado ao Procurador-Geral da República, por tratar-se de  possível indício de crime praticado por agente político com foro privilegiado.
É necessário e urgente que a Procuradoria confirme ou desminta ter o documento e, neste caso, quais as providências tomou ou tomará.
Seja, porque verdadeiro, de a processar os autores da maracutaia; seja, porque falso, a de processar os autores de uma fraude.
Há mais de um mês, o Procurador mandou investigar a propriedade e as condições de cessão do jato usado por Eduardo campos até seu trágico acidente.
De lá para cá, a opinião pública não soube mais nada a respeito.
Já do caso Petrobras, todo dia surge uma novidade, embora algumas, como a da acusação de que o ex-presidente do PSDB tenha exigido suborno para engavetar, em 2009, a CPI sobre a empresa, sumam assim que apareçam.
Não há justiça com estardalhaço para uns e silêncio para outros.
Ninguém espera que o senhor se paute pelo que dizem os blogs ou pelo que digam os grandes jornais.
O que se espera – mais, se exige – do chefe de uma instituição que tem como objetivo zelar pelo cumprimento da lei – a eleitoral, inclusive – é que não oculte ao povo brasileiro a confirmação – ou a negativa – de que há um procedimento em curso para apurar o que o documento ontem divulgado revela: um esquema de corrupção eleitoral equivalente, em 2012, a mais de US$ 100 milhões.
O suposto fato está público, embora não esteja nos grandes jornais.  É preciso saber se ele corresponde a um procedimento da PGR e, se não, porque foi descartado.
Aqui, ao menos, vai-se registrar que  existe o documento e o que se fará (ou não fará) dele.
Do contrário, estaremos diante de um escândalo, em que as acusações a um dos lados da contenda eleitoral são gravadas, vazadas, editadas e selecionadas e, ao outro, engavetadas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Foi assim que Aécio levantou R$ 166 milhões para 2012-2014? Aécio Neves e Eduardo Campos estariam unidos desde a eleição de 2012

Cartório autenticou assinatura de Danilo de Castro



O Procurador Federal de Minas Gerais, Eduardo Morato Fonseca, recebeu do Sindicato dos Auditores Fiscais de Minas Gerais (SINDIFISCO-MG), um documento que mostra uma lista de políticos, partidos e empresas numa operação para, supostamente,  financiar as campanhas eleitorais de 2012 para prefeitos e vereadores.

Conversa Afiada tem a informação de que o promotor Morato Fonseca encaminhou a documentação à Procuradoria Geral da República, já que entre os suspeitos estão políticos com direito a foro privilegiado.

No documento, onde se lê “consórcio” é possível entender que dele façam parte operações à margem da legislação eleitoral.

O arquivo teria sido enviado ao candidato a Presidente Aécio Neves (PSDB), em 4 de setembro de 2012, por Danilo de Castro, à época Secretário de Estado de Governo de Minas e possível operador do esquema. Nessas eleições, Castro coordenou a campanha de Pimenta da Veiga (PSDB) ao Governo de Minas.

A movimentação financeira teria beneficiado partidos e políticos – principalmente prefeitos e vereadores – nas eleições de 2012. Entre eles, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que faleceu este ano em acidente de avião. Teriam sido destinados R$ 2 milhões e 500 mil a Campos, conforme teria determinado Aécio Neves, como mostra o documento, o que mostra uma suposta ligação entre ambos há, pelos menos, dois anos.

Ao todo, 19 siglas teriam o caixa abastecido com o esquema, como PSDB, PSB, DEM, PPS, PSD, PV, PP, PRB. Entre os políticos citados, estão José Serra (PSDB), então candidato a prefeito em São Paulo, que teria recebido R$ 3 milhões e 600 mil, o prefeito de Belo Horizonte (MG), Marcio Lacerda (PSB), R$ 7 milhões, Arthur Virgilio (PSDB), prefeito de Manaus (AM), R$ 600 mil, Geraldo Julio (PSB), prefeito de Recife (PE) R$ 550 mil e o senador José Agripino Maia (DEM), R$ 2 milhões e 300 mil “por intermédio” do deputado Gustavo Correia (DEM-MG), de acordo com o documento.

Os recursos podem ter saído de mais de 150 empresas dos mais diversos setores, como alimentação, construção civil, bancos, associações e sindicatos. Algumas foram citadas recentemente pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em seu depoimento à Justiça Federal: Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Correa.

Chamam a atenção supostas doações de grupos como Conselho Federal de Medicina, que se envolveu na polêmica do programa Mais Médicos, que teria cedido R$ 40 mil, Federação Mineira dos Hospitais R$ 45 mil, Federação das Santas Casas de MG com R$ 100 mil, Associação Espírita o Consolador com R$ 160 mil, Associação dos cuidadores de idosos de MG, com R$ 200 mil, UGT (União Geral dos Trabalhadores) R$ 50 mil e Sindicato dos ferroviários R$ 55 mil. Além de bancos como o BMG, BGT Pactual, Santander, Itaú e Mercantil do Brasil.

Outras que aparecem são empresas ligadas a governos, como a CEMIG, companhia de energia de Minas, que teria doado R$ 6 milhões, a CODEMIG (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) R$ 3 milhões e a Fundep (Fundação de desenvolvimento da Pesquisa) instituição que realiza a gestão de projetos de ensino, pesquisa e extensão da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Alguns dos doadores já são denunciados por participar de esquemas polêmicos. Um deles é o dono da Stillus Alimentação Ldta, Alvimar Perrela, ex-presidente do Cruzeiro e irmão do deputado Zezé Perrela. Segundo matéria de O Globo, “ele é acusado de liderar um esquema de fraudes que o fez vencedor em 32 licitações com o governo de Minas para o fornecimento de quentinhas para presídios do estado. No período de janeiro de 2009 a agosto de 2011, o grupo de empresas ligadas a Stillus Alimentação recebeu cerca R$ 80 milhões em contratos firmados com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas”.
Construtora Cowan, uma das responsáveis pela construção do viaduto que caiu em Belo Horizonte, de acordo com os documentos, teria cedido ao esquema R$ 650 mil.

Consta ainda a quantia de R$ 36 milhões e 800 mil que teria vindo de “outras fontes”, não esclarecidas.

O dinheiro arrecado teria irrigado, principalmente, as campanhas de PSDB, DEM e PSB.
Abaixo, o documento na íntegra:




















Em tempo: membros da oposição na Assembleia Legislativa de Minas chegaram a convocar uma coletiva para divulgar esse documento. Mas cancelaram, sobretudo, porque ele menciona  nomes que fazem parte de um grupo que pode vir a apoiar o Governo de Fernando Pimentel.

Em tempo2: Na ilustração do alto, o amigo navegante pode observar que o documento com o timbre do 7o ofício de notas de Belo Horizonte, situado à Rua dos Goytacases, número 43, centro,  datado de 04/09/2012, teve a assinatura de Danilo de Castro reconhecida no dia 02/10/2012, pelo escrevente Gustavo Correia Eunapio Borges no 7o ofício de notas de Belo Horizonte.

Filiado ao PSDB-MG, foi Secretário de Estado do Governo de Minas Gerais e Deputado Federal, eleito por três vezes consecutivas.

Em tempo3: O Conversa Afiada encaminhou este post ao Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Dias Toffoli, com a pergunta: se for verdade, que Democracia e que eleições são essas?

Em tempo4: atento amigo navegante liga para observar que a cidade de Cláudio teriam sido destinados R$ 300 mil , possivelmente ao Titio, e, talvez, antes de ele manter a guarda da chave do aeroporto….




Paulo Henrique Amorim com Alisson Matos


Danilo é o pau para toda obra dos Neves


Aécio, isso não é conversa. São seus votos como deputado.

diap

Por indicação do boletim da Federação dos Petroleiros, fui atrás do relatório do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) dos parlamentares da legislatura 1999-2003, a última da qual Aécio
Neves participou como deputado, no Governo Fernando Henrique.

Em  10 matérias de interesse dos trabalhadores o senhor  votou contra eles em seis, viajou duas em missão oficial, fugiu de votar em uma e apenas em uma deu um voto favorável, assim mesmo hipócrita, porque foi a que proibia o nepotismo que, em Minas, praticaria a rodo.
Alguns dos seus votos, senador:

1 – Absteve-se  flexibilização da CLT – altera o artigo 618 da CLT, estabelecendo a prevalência de convenção ou acordo coletivo de trabalho sobre a legislação infraconstitucional. Isto é, autorizando um sindicato “camarada” do patronato a abrir mão de direitos já conquistados em lei;

2-  Votou a favor da criação do Fator Previdenciário,  este mesmo que o senhor diz agora que vai “discutir” com os trabalhadores para ver abolido. Conversa mole, não é?

3- Votou pelo fim do Regime Jurídico Único no serviço público, para reabrir a possibilidade de regime de contratação pela CLT no serviço público, sem direito à negociação, estabilidade ou aposentadoria integral.

4 – Votou pela redução do prazo para trabalhadores rurais reclamarem seus direitos trabalhistas;

5- Votou  a favor de projeto que privilegia pagamento de juros em detrimento às despesas com pessoal, custeio, investimento em infra-estrutura e principalmente nas áreas sociais.

6 – Votou contra projeto que garantia critérios objetivos  de avaliação   para fins  de dispensa de servidor estável por insuficiência de desempenho e contra a garantia a ele de ampla defesa

Quem quiser ver os dez, clique aqui.

Foi feito dez anos antes de Aécio ser candidato à Presidência e é até generoso com suas qualidades de articulador. Não é campanha eleitoral, portanto.

São fatos. É história, não historinha.

Este é o Aécio de verdade, não o de mentirinha que os marqueteiros botam prometendo na televisão.

Ah, e vem mais aí, sempre com documentos, senador, porque este “blog sujo” é limpíssimo.

Anfitrião de Dilma, SBT tira sarro e se engaja por Aécio


:  twitter
"Gente boa, foi muita emoção por hoje. Peraí que vou tomar meu remédio de pressão que a briga foi boa! beijos e boa noite!!!", publicou a jornalista Rachel Sheherazade, apresentadora do telejornal do SBT, em sua conta no Twitter, depois que Dilma sofreu uma queda de pressão ao final do debate; em outro tweet, ela também postou: "calma, gente! não se preocupem. o Brasil tem SUS, tem a melhor saúde pública, e tem ainda Mais Médicos. não faltará assistência à presidente"; para uma empresa que é uma concessão pública e foi anfitriã da presidente, agressão revela, no mínimo, falta de educação; para quem esperava isenção do jornalismo da casa de Silvio Santos, socorrida pelo governo Lula no caso Panamericano, Sheherazade revelou total engajamento 

247 - Apresentadora do terceiro maior telejornal do País, no SBT, a jornalista Rachel Sheherazade não fala apenas por si, quando se manifesta no Twitter. De certa forma, representa também a casa que a emprega – especialmente no dia em que o grupo de Silvio Santos foi anfitrião de um debate que recebeu a presidente da República, Dilma Rousseff, e seu adversário, o senador Aécio Neves.

Nesse contexto, Sheherazade e o SBT foram extremamente deselegantes ao comentar a queda de pressão sofrida por Dilma, logo após o debate. Em dois tweets, a apresentadora ironizou o incidente. "Calma, gente! não se preocupem. o Brasil tem SUS, tem a melhor saúde pública, e tem ainda Mais Médicos. não faltará assistência à presidente", postou. Em seguida, repetiu a dose. "Gente boa, foi muita emoção por hoje. Peraí que vou tomar meu remédio de pressão que a briga foi boa! beijos e boa noite!!!".

Não custa lembrar que a lei eleitoral exige isenção das emissoras de TV – aliás, Dilma foi impedida de fazer seu comentário final porque teria gasto seu tempo, no momento em que se sentiu mal. Mas como esperar equilíbrio de uma emissora, cuja apresentadora principal tira sarro da presidente e se engaja por seu opositor? Em outros tweets, ele se posicionou claramente em favor de Aécio (leia aqui).

Também não custa lembrar que o SBT, além de concessão pública, pertence ao empresário Silvio Santos, que foi socorrido pelo governo Lula na quebra do banco Panamericano. Ontem, no entanto, o grupo rasgou de vez sua fantasia.

Porque Dilma deu um passo imenso à vitória no debate de ontem

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Para desespero dos “punhos de renda” – que acham que o debate de ontem foi “uma baixaria” (e é claro que todos gostaríamos de ter uma campanha desenvolvida no campo das idéias, apenas) –  lamento informar que Dilma Rousseff deu um passo imenso para vencer a disputa eleitoral.

Tirou Aécio Neves do papel que ele vinha buscando para proteger-se de suas fraquezas morais e administrativas: o de tadinho, vítima de agressões e evidenciou que, apesar da carinha bem escanhoada, é um homem incapaz de reagir com equilíbrio e, diante dos questionamentos (aliás, irrespondíveis) sobre fatos, foge para desculpas  formais e invoca os outros (“não ofenda os mineiros”) como biombo.

É “bonito” tratar dos problemas reais (dos outros) na base do “vossa excelência pra cá, vossa excelência pra lá”, como definiu muito bem, nos anos 60, o velho Leonel Brizola quando se  referiu ao “clube amável do Congresso”.

Mas, na vida de verdade, ninguém pode ficar “apanhando” todo o tempo sem uma reação que vá além do estritamente “racional” e, depois de muito evitar, aceite o “barraco”.

E absolutamente coberta de razão, como está Dilma.

Porque a direita brasileira, e já lá se vai mais de um ano, invocou todos os demônios e baixarias contra ela (veja como eles fogem de fazer isso com o Lula) e se lambuzaram em grosserias. Ou que nome merece mandar uma mulher, Presidenta da República” ir “tomar no cu” na abertura da Copa?

Se faltou algo no desempenho de Dilma, foi, talvez, explicitar isso numa fala daquela tipo “mãos nas cadeiras” e dizer, “bom, menino, você pediu, me chamando de tudo o que você sabe que eu não sou, de tolerante com a corrupção ou até corrupta, agora aguente”

Mas isso, como dizem os franceses vai “sans dire”, vai sem  sem ser dito.

A construção da direita era fazer de Dilma (e fazendo de seu governo fazia dela) uma mulher abatida, incapaz de se defender e afirmar sua autoridade. Uma mulher que, ” ao ser abandonada por Lula”, não sabia se defender, reagir e tomar a ofensiva.

Lula, esperto e matreiro, soube “dar um tempo” para Dilma produzir sua própria reação e não ficar naquela de “fraquinha, protegida pelo irmão”.

Escrevam e leiam por aí como, a partir de hoje, ele vai subir o tom.

Reparem como o discurso conservador encontrou em Marina Silva e suas hipocrisia de “os melhores dos melhores” e do “poder pelo poder” o discurso xôxo que ocultava o fato objetivo de que este é um país que, malgrado toda a ilusão petista de que teria passado a ser “de todos”, tem de compreender que está dividido socialmente, como é dividido o caminho que tem à sua frente: ser, de novo, uma dócil colônia ou ser, cada
vez mais, uma grande nação.

Somos civilizados, democratas e jamais houve neste país, tanta liberdade de opinião.

Exceto em um lugar que, salvo nos raros momentos de embate eleitoral, o pensamento progressista nunca tem voz: os meios de comunicação.

Aécio, tão acostumado a poder dizer, sem respostas, os seus desaforos e a tratar as mulheres como “peruas” sem voz própria, achou uma encrenca pela frente.

E como todo machão é essencialmente um covarde, vai ficar cada vez mais perdido em suas pantomimas de se dizer “agredido”.

É, para lembrar o verso de Geraldo Vandré, “a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.

Médico gaúcho a Dilma: "procure um cubano, FDP"

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Intolerância pré-eleitoral cobre o Brasil de ódio; ontem, logo após a presidente Dilma se sentir mal, no debate do SBT, o médico gaúcho Milton Pires postou a seguinte mensagem no Facebook: "Tá se sentindo mal? A pressão baixou??? Chama um médico cubano, sua grande filha da puta!"; entre seus seguidores, urros pela agressão; um dos internautas disse que Dilma deveria buscar proteção da Lei Maria da Penha, depois de ter sido espancada; dias atrás, o alvo da violência foi o ator Gregório Duvivier; hoje, é a presidente Dilma; em artigo, colunista Breno Altman alerta para a ascensão de um neofascismo na sociedade brasileira, atiçado por meios de comunicação conservadores; médico intolerante tem sido defendido, na mídia brasileira, pelo extremista Augusto Nunes, de Veja 

247 - "Tá se sentindo mal? A pressão baixou??? Chama um médico cubano, sua grande filha da puta!". A mensagem foi postada no Facebook pelo médico gaúcho Milton Pires, funcionário da prefeitura de Porto Alegre, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e especialista em terapia intensiva, logo após a presidente Dilma Rousseff se sentir mal, com uma queda de pressão, no debate do SBT, ocorrido na tarde de ontem. Entre seus seguidores, urros de ódio. Um deles dizia que a presidente Dilma deveria buscar proteção da Lei Maria da Penha, após ter sido espancada no debate. 

A postagem é mais um exemplo do ódio que se alastra pela sociedade brasileira, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial. Ontem, a notícia mais relevante do dia, foi a onda de insultos ao ator Gregório Duvivier, do grupo Porta dos Fundos, motivada por seu apoio declarado à reeleição da presidente Dilma Rousseff (leia aqui). O também ator Dado Dolabella, condenado por agressão a mulheres, comparou Duvivier a alguém contaminado pelo vírus ebola (leia aqui).

As duas agressões, a Duvivier e à presidente Dilma Rousseff, fazem parte do mesmo fenômeno: o neofascismo que se alastra pela sociedade brasileira. Em artigo publicado ontem no 247, o colunista Breno Altman afirma que os "conservadores perderam a vergonha na cara" e que o ódio ao PT retirou do armário todos os demônios da sociedade brasileira, como o racismo, a homofobia, o culto à desigualdade e o preconceito regional (leia aqui).

Extremista radical, o gaúcho Milton Pires tem um aliado na mídia conservadora, que há vários anos vem preparando o terreno para esse neofascismo. Trata-se do jornalista Augusto Nunes, de Veja.com, que o defendeu quando ele foi suspenso por 60 dias do trabalho em um hospital.

Leia, abaixo, o post de Nunes, em setembro deste ano:

Médico é suspenso por dois meses pelo crime de discordar dos jalecos estatizados que controlam um hospital em Porto Alegre

O médico Milton Pires enviou à coluna, nesta terça-feira a carta abaixo reproduzida. É um relato sucinto das perseguições movidas pela direção do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, contra um profissional que pensar com independência — e dizer sem medo o que pensa. A mais recente abjeção foi consumada neste 22 de setembro: baseados em acusações difusas, inconsistentes ou mesquinhas, formuladas por testemunhas anônimas, os comandantes da instituição comunicaram a Milton Pires a decisão de suspendê-lo por 60 dias. Confiram:

O SILÊNCIO DE TODOS NÓS
Milton Pires

Meus amigos:  

Trabalhando desde junho de 2010 na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre, minha contínua luta contra as barbaridades feitas contra a saúde pública no Brasil são do conhecimento de todos. No início de 2013, Ricardo Setti publicou em seu blog no site de VEJA o artigo com o título “Santa Maria e a Guerra do Vietnam”, uma séria advertência sobre a vinda dos médicos cubanos. Depois de “Carta à Presidente Dilma” e de outros textos publicados tanto no meu blog “Ataque Aberto” quanto no grupo de Facebook “Inglourious Doctor”, comecei a pagar, pessoalmente e profissionalmente, o preço das minhas opiniões políticas.

Assassinar reputações de inimigos não é uma prática nova da esquerda brasileira. O doutor Romeu 
Tuma Júnior provou isso em seu livro. Trabalhando num grupo hospitalar que atende 100% dos pacientes pelo SUS, no qual entrei por concurso público e que é controlado por gente do PC do B, não é necessário ser um teórico da conspiração para compreender e admitir o que acontece quem se opõe ao modelo de gestão de saúde no Brasil. Antiga, mas eficiente, a tática é sempre a mesma – mau desempenho nas avaliações funcionais e relatos de conflitos e dificuldade de relacionamento no local de trabalho funcionam como estopim dos processos administrativos em que se pretende “limpar” o serviço público dos opositores.
Neste 22 de setembro, chegando ao Hospital Conceição para trabalhar na UTI, fui notificado de que meu ponto estava “suspenso”. Encaminhado ao setor de RH, fui informado de que eu mesmo, como médico, estou suspenso do hospital por 60 dias, sem perda de remuneração. Argumenta a instituição que isso visa não prejudicar o processo administrativo disciplinar (PAD número 51/14, que tem como objetivo a minha exoneração. Desconheço os termos de acusação. Não sei ao que respondo e não tive, até agora, nenhuma chance de defesa.

Em apelação administrativa de avaliação funcional prévia considerada muito insuficiente, testemunhas identificadas como “trabalhador da saúde 1,2,3,4..etc..” me acusam de “não examinar os pacientes, não lavar as mãos, de conflitos com familiares de pacientes da UTI , de jogar equipamentos no chão e não usar equipamentos de proteção individual”. Não sei, oficialmente, o nome de NENHUMA das pessoas que disseram isso naquele processo. Não lhes foi exigida prova alguma para que declarações que acabaram com a minha vida funcional se transformassem em VERDADES corroboradas por meus chefes.

O que está acontecendo comigo não é exceção; é a regra aplicada aos médicos brasileiros que decidem contestar a maneira com que essa gente conduz a saúde pública. Minhas chances no processo administrativo, do qual sequer tenho cópia, não são muitas. Acredito que haja alguma alternativa na Justiça comum. Neste momento, resta-me apelar àquilo que essa gente mais teme: a publicidade, a divulgação em massa pela imprensa do que se pretende fazer em silêncio. Eles são especialistas em assassinar reputações, apoiados no total aparelhamento do serviço público e terror infundido nos seus subordinados. Os efeitos são garantidos por por lei. A Lei do Silêncio de todos nós.

A covardia de uma elite doente !

Enio Barroso Filho 
Estão me pedindo para divulgar mais esse meu caso e é o que farei me valendo dos amigos Rodrigo Vianna Conceição Oliveira Luiz Carlos Azenha Eduardo Guimarães Conversa Afiada Oficial Fernando Brito Miguel Do Rosario Willians Miguel Renato Rovai e todos que acharem importante reproduzir.
Estou bem !!! Não me machucaram fisicamente !!!

Repetindo o post --->

PRECISO CONTAR DA AGRESSÃO QUE SOFRI

Quase todos aqui sabem que sou cadeirante devido ser acometido por uma doença degenerativa que me extingue aos poucos a forças musculares. Já praticamente nas as tenho mais.
Terça-feira saí de casa para participar do "Churrascão da Gente Desinformada" na Praça Roosevelt a noite e vesti minha camisa vermelha, paramenteia-a de adesivos pró Dilma acompanhados da minha velha estrelinha de metal do PT que ostento com orgulho e de cabeça erguida desde Fevereiro de 1980, data da fundação do PT.

Saltei na estação República do Metrô e como não havia nenhum elevador funcionando (muitas estações estão assim depois da eleição do 1º turno) funcionários me levaram pela escada rolante e saí pela Rua do Arouche. Estava escuro e ermo como quase todo o centro de São Paulo nas noites de hoje. Nisso um carro (acho que era Pajero) encostou na calçada e seus ocupantes começaram a me xingar pedindo que eu tirasse a camisa. Respondi que não e lhes disse

"- É Dilma !!!"
PRA QUÊ !!! Um deles disse:
"-Te conheço da internet, "petralha do ca...alho" !!! Estamos de olho !!!"
e outro anunciou:

"-Não é porque você é um aleijado comunista que não mereça uma surra pra te endireitar"
VEJAM BEM O TERMO USADO ---> "ENDIREITAR !!!".

Mandei irem à merda e os três brutamontes carecas e bombados (menos o motorista) desceram e começaram a chacoalhar a minha cadeira tentando me derrubar. Gritavam muito e um deles me deu um tapa na cabeça. Pareciam drogados, enfurecidos !!! Não tive medo já que isso não é novidade para mim. Na ditadura militar enfrentava soldados armados por quem fui preso quatro vezes mas NUNCA por civis !!! Muitas pessoas viram mas nada fizeram a não ser uma moça do outro lado da rua que gritou

"Polícia !!!".

Foi aí que eles me deixaram, entraram no carro e seguiram sem pressa.
Evidente que não pude anotar a placa devido as circunstâncias, Só notei dois adesivos no carro "chic", "AÉCIO 45" e aquele conhecido "FORA DILMA e leve o PT junto" mas os rostos dos "elementos" enfurecidos eu não esquecerei jamais !!!
Segui meu caminho na direção da Pça. Roosevelt e encontrando uma dupla de PMs contei o ocorrido.

O PIOR VEM AGORA !!! Um dos PMs disse que como não anotei a placa do veículo nada poderia fazer e me "orientou" a não andar por aí com "esse tipo de estrelinha e esse tipo de adesivo" pois isso nessas épocas "é muito perigoso".

NUNCA ME SENTI TÃO REVOLTADO !!! Tenho certeza que se fosse o contrário e eu sendo um riquinho "bem trajado" e com as cores políticas "certas" a reação dos policiais seria outra.É esse o estado em que se encontra o Estado de São Paulo, uma beligerância !!! Uma guerra tal qual as guerras de torcidas que marcam as camisas de torcedores dos times adversários para lhes cobrirem de porrada se possível até a morte !!!

A nossa sociedade está envenenada e não dividida !!! O veneno sabemos de onde vem, VEM DA MÍDIA COMERCIAL E GOLPISTA !!! Ou acabamos com ela ou ela acaba com a política e com o Brasil !!!
Tem gente que pensa que democracia é só para eles, que liberdade de expressão é só para eles. Tem gente querendo também a "liberdade de espancamento" !!! Nazistas na Alemanha e agentes do Apartheid na

África do Sul faziam assim. Deu no que deu.

Não há notícias de agressão partindo de petistas (a não ser uma ou outra bolinha de papel) mas do lado de lá a baba de ódio escorre pela boca como cachoeira !!!

Queria escrever mais mas meu dedo cansou... MAS EU NÃO !!!

É DILMA 13 CADA VEZ MAIS CONVICTO !!!

É MAIS PT NELES !!!

É TRABALHADOR NO PODER !!!

Holofote sobre PSDB complica uso político na Petrobras


Diagnóstico de Aécio sobre os desafios brasileiros é monotemático: é tudo culpa do PT; visão primária, quase infantil, ignora questões estruturais, abstrai conflitos, elide relações objetivas de causa e efeito, não enxerga o pano de fundo da crise mundial; risco de levar a soluções desastrosas é alto.
 
Oratória exaltada de Aécio narra a trajetoria de um Brasil devastado pelo PT. O salvacionismo tucano impressiona; em seguida satura; não há aderência entre ele e o cotidiano da maioria da população: 78% dos eleitores consideram o governo Dilma ótimo, bom ou regular, diz o Datafolha
  
Dilma no SBT: Candidato, ninguém pode, sem sofrer as consequências, dirigir drogado ou bêbado; essa é uma questão (colocar em risco vidas) que afeta a todos os brasileiros

 A internacional dos banqueiros: Neca setubal, dona do Itaú declara apoio a Aécio; a revista Economist, porta voz dos interesses que jogaram o mundo na pior crise desde 1929, divulga nesta 5ª feira declaração explícita de apoio ao candidato do conservadorismo,Aécio Neves

Seca de gestão: alto comando tucano admite-se que, sem chuva, Alckmin reconhecerá racionamento após o último voto dia 26; falta d'água chegou à avenida Paulista




: Quem também pediu propinas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi ninguém menos que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra; ontem, já havia surgido também a acusação de que o senador eleito Fernando Bezerra Coelho, do PSB, havia levantado R$ 20 milhões para a reeleição de Eduardo Campos, em 2010; com as revelações, o esquema de Costa se torna menos petista e mais ecumênico, atingindo todas as forças políticas, inclusive da oposição, o que dificulta a exploração política do caso, às vésperas do segundo turno 

247 - A manchete da Folha de S. Paulo desta sexta-feira traz um complicador para a estratégica política do PSDB, de usar o esquema comandado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, como arma contra o PT, às vésperas do segundo turno. Costa também disse ter pago propinas a ninguém menos que Sergio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB. Ontem, numa outra revelação, surgiu a história de que o senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB, também levantou R$ 20 milhões para a reeleição de Eduardo Campos, em 2010. Assim, o esquema denunciado na Operação Lava-Jato se torna mais ecumênico e suprapartidário – e não apenas petista.

Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre Guerra:

(Reuters) - O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em um depoimento ao Ministério Público Federal que repassou propina para o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, para ajudar a esvaziar uma CPI criada para investigar a estatal em 2009, segundo notícia publicada no site do jornal Folha de S.Paulo.
Guerra, que morreu em março deste ano, era senador por Pernambuco e presidente do partido na época, além de integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Segundo a Folha, quatro pessoas envolvidas na investigação da Operação Lava Jato confirmaram que o líder do PSDB foi citado em um dos depoimentos de Costa, depois que ele decidiu colaborar com as autoridades.

Ainda de acordo com a reportagem do jornal, Costa disse que empresas que prestavam serviços à Petrobras queriam encerrar as investigações da CPI. Embora a oposição fosse minoritária na CPI, as empreiteiras temiam prejuízos com a repercussão na imprensa das investigações.

O PSDB divulgou nota afirmando que defende que todas as denúncias de Costa sejam investigadas.
Segundo a Folha, Francisco, filho de Guerra, disse não ter nada a dizer sobre a acusação, acrescentando que preserva o legado do pai "com muita honra".
(Por Alexandre Caverni)