Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 2 de novembro de 2014

Carro com família dentro é atacado por ter adesivo de Dilma

Apesar de a eleição presidencial de 2014 ter acabado, o PSDB, partido do candidato derrotado Aécio Neves, recusa-se a aceitar a derrota. Além de estar pedindo recontagem dos votos, no último sábado promoveu manifestações em várias capitais. Em ao menos uma delas, os manifestantes apelaram para ato violento e criminoso.
Ao longo do processo eleitoral, este Blog relatou o caso do cadeirante Enio Barroso, agredido por quatro homens em uma SUV que, vendo-o com camiseta e broche do PT, exigiram que se despisse de tais símbolos e, diante de sua recusa, agrediram-no fisicamente. Agora, apesar do fim da eleição, o relato que você lerá a seguir mostra que o clima de guerra civil continua.

Lamentavelmente, apesar do término do processo eleitoral, a violência continua. Antonio Felipe Gonçalves (32) é servidor público em Brasília. No sábado (1/11), saiu de carro com a família para almoçar. Estavam com ele no veículo a esposa, a sogra e a filha de seis anos. Os quatro foram covardemente agredidos por uma horda enfurecida.
O veículo de Antonio tem no vidro traseiro um adesivo da campanha de Dilma Rousseff. Ao passar por manifestação que, segundo o jornal Correio Brasiliense, foi convocada naquela cidade pelo advogado Matheus Sathler, candidato a deputado distrital pelo PSDB na eleição deste ano, o veículo foi cercado e depredado.

Enquanto os manifestantes tucanos chutavam a lataria do carro e insultavam a família, encurralada lá dentro, as duas mulheres e a criança entraram em pânico. A certa altura, um dos manifestantes atirou uma pedra contra a janela dianteira do passageiro e a quebrou, ferindo a esposa de Antonio no braço.
Leia, abaixo, o relato de Antonio no Facebook.

Estupefato com o caso, entrei em contato com Antonio e gravei uma breve entrevista.
*
Blog da Cidadania – Antonio, seu relato sobre a agressão de que foi vítima com sua família diz que tudo ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, correto?
Antonio Felipe Gonçalves – Foi na Esplanada. A gente estava passando pela manifestação pró Aécio, pró-golpe, pró-qualquer-coisa, com duas pistas [da avenida] fechadas. Conduzi meu carro pela pista mais externa, mais distante da manifestação, mas, quando viram nosso carro, vieram pra cima.
Blog da Cidadania – Mas por que atacaram seu carro? Tinha algum adesivo, alguma coisa?
Antonio Felipe Gonçalves – Sim, sim, tinha um adesivo grande de Dilma no vidro traseiro e no vidro lateral esquerdo tinha um adesivo com o número 13.
Blog da Cidadania – Você acredita que quantas pessoas atacaram seu carro?
Antonio Felipe Gonçalves – Não pude contar, mas quero ressaltar que do alto do carro “trio-elétrico” incentivavam os agressores xingando a mim e à minha família de “petistas ladrões”, “mensaleiros”, “bandidos” e foi nessa hora que a turba veio pra cima mesmo com bandeiras na mão, batendo no carro e, de repente, tacaram alguma coisa na janela do carro – provavelmente, uma pedra – que estourou o vidro do passageiro, onde minha esposa estava.
Blog da Cidadania – Sua esposa se feriu?
Antonio Felipe Gonçalves – Os estilhaços cortaram um pouquinho o braço dela.
Blog da Cidadania – E a sua filha também estava no carro?
Antonio Felipe Gonçalves – Minha filha de seis anos e minha sogra estavam no carro.
Blog da Cidadania – Além de atirar a pedra, fizeram mais alguma coisa?
Antonio Felipe Gonçalves – Chutaram a lateral do carro. Está todinha amassada.
Blog da Cidadania – A sua filha deve ter ficado muito assustada…
Antonio Felipe Gonçalves – Quando eu vi como ela estava em pânico, avancei com o carro para perto da Polícia, que estava a 5 metros da gente e não fez nada. Ficou assistindo depredarem meu carro.
Blog da Cidadania – Você fez um boletim de ocorrência, certo?
Antonio Felipe Gonçalves – Fiz. E, agora [domingo] pela manhã vou fazer a perícia e poderei pegar o boletim hoje ou amanhã.
Blog da Cidadania – Você tem testemunhas de tudo isso?
Antonio Felipe Gonçalves – Na hora só tinha gente deles, além da minha família acuada dentro do carro. Mas o local está cheio de câmeras que por certo filmaram tudo. E o que é mais esquisito é que quando eu cheguei à delegacia para fazer o B.O., a polícia já sabia que eu estava indo pra lá…
Blog da Cidadania – Você ainda não tem o B.O., mas tem o número do protocolo?
Antonio Felipe Gonçalves – Tenho, sim. Ocorrência 14.115/2014
Blog da Cidadania – Antonio, você está me dizendo que esse protesto em Brasília foi organizado por um deputado ou candidato a deputado pelo PSDB?
Antonio Felipe Gonçalves – Uma matéria do Correio Brasiliense de ontem diz que um dos organizadores foi um advogado chamado “Matheus Sathler”. Procurei o nome dele na internet e descobri que foi candidato do PSDB a deputado distrital.
[...]
Leia, abaixo, matéria do UOL sobre o tucano que organizou esse festim diabólico em Brasília

Nos EUA, aécistas de SP e DF que pediram golpe iriam em cana


O Brasil ainda paga o preço pela irresponsabilidade demagógica e eleitoreira de Aécio Neves e do PSDB durante e após a recente campanha eleitoral. Neste sábado, 1º de novembro, hordas de dementes saíram às ruas de São Paulo e Brasília portando bandeiras de Aécio Neves e do PSDB e pedindo, entre outras coisas, golpe militar e separação de SP do resto do país.
Confira, abaixo, matéria do portal de O Globo
Cerca de 3 mil se reuníram na Avenida Paulista com cartazes de ‘fora Dilma’
POR MARIANA SANCHES E CAROLINA BRÍGIDO
01/11/2014 15:35 / ATUALIZADO 01/11/2014 17:39
Cerca de 3 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participaram na tarde deste sábado em São Paulo de um protesto contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Um grupo de 400 manifestantes também protestou em Brasília. Eles reclamam dos escândalos de corrupção no governo e acusam a presidente de ser conivente com o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
Em São Paulo, alguns dos manifestantes, do alto de um carro de som, chegaram a dizer que as eleições deste ano não valeram, enquanto outros seguravam uma faixa com a frase “Eleição da Dilma: a maior fraude da história”.
Os manifestantes também pediram o impeachment da presidente. Outras faixas, separatistas, ameaçavam: “ou impugnação, ou intervenção militar”.
Os entusiastas pela separação de São Paulo do resto do país também seguravam ao fim do ato, em frente do Monumento às Bandeiras, na região do Parque do Ibirapuera (Zona Sul), uma faixa dizendo “São Paulo é o meu país”. Segurando bandeiras do estado de São Paulo, muitos cantaram o hino nacional por diversas vezes.
O início do protesto ocupou totalmente a pista da Avenida Paulista sentido Consolação e parcialmente a pista sentido contrário, Paraíso. A PM acompanhou a caminhada da Paulista ao Ibirapuera, sem escudos e armas empunhadas. A corporação chegou a ser saudada pelos presentes: “Viva a PM!”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi lembrado pelos manifestantes paulistas aos gritos de “Lula, ladrão, vai lamber sabão” e “1,2,3 Lula no xadrez”. Os manifestantes diziam “defender o Brasil da criação de um estado totalitário de esquerda pelo PT”.
- Vim aqui me manifestar porque querem fazer a democracia bolivariana. Eu acordei (politicamente) desde que tentaram fazer passar o referendo do Estatuto do Desarmamento. O clima no país é de absoluto terror e intolerância. Só eleição não é democracia – disse Maria Cecília Sarti, de 57 anos.
MANIFESTANTES LEVARAM BANDEIRAS DE AÉCIO
Em Brasília, a passeata foi capitaneada por um carro de som com a propaganda do deputado Izalci (PSDB-DF). Os organizadores empunhavam bandeiras de Aécio Neves, o candidato tucano derrotado nas eleições. Um dos cartazes pedia “pena de morte para políticos corruptos e ladrões”. Outro queria o fim da reeleição. O grupo cantou o hino nacional.
Muitos carros seguiram a passeata buzinando, em sinal de apoio às causas. Ao longo do percurso, carros da Polícia Militar do Distrito Federal garantiram a segurança e pediram para os protestantes deixarem ao menos duas faixas da pista livres, para não atrapalhar o trânsito.
- Isso aqui não é a Marcha das Vadias, é uma manifestação ordeira da família brasileira. Vamos cooperar com a polícia – gritou um dos organizadores, no microfone do carro de som.
Por volta das 16h, quando começou a chover, o grupo reduziu para cerca de 150 pessoas.
Algumas breves considerações.
Em primeiríssimo lugar, o ex-candidato a presidente Aécio Neves e o seu partido têm obrigação de vir a público dizer se apoiam correligionários que estão praticando atos que se ocorressem em um país como os Estados Unidos seus participantes seguramente seriam presos e, muito provavelmente, enviados a Guantánamo.
Ou alguém acha que em sociedades civilizadas se pode sair às ruas e pregar um crime? Imaginem um grupo tomar a 5ª Avenida, em Nova Iorque, e pedir que militares americanos estuprem a constituição do país e derrubem o presidente Barack Obama menos de uma semana após ter sido reeleito democraticamente.
Ocorre que esses dementes acham que existem preceitos legais para meia dúzia de generais juntarem algumas tropas e tomarem o poder pela força, apesar de a Carta Magna de 1988 ser bastante detalhista quando às formas legais para destituir governos, o que não inclui uso da força, a não ser por convocação dos Poderes Constituídos.
Não dá mais para o país assistir calado a espetáculos como esse. Quem vai se levantar e dizer que este país só aceita caminhos de eleição ou destituição de governos que figurem dentro dos preceitos constitucionais? Como pode um partido de oposição se deixar representar em atos como esses e não ser cobrado?
Isso já passou dos limites. Essa gente está transformando o Brasil em uma republiqueta bananeira.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Pedido tucano de recontagem de votos “venezueliza” a política brasileira


Se tivesse que definir com uma palavra o pedido que o PSDB acaba de fazer para que sejam recontados os votos da eleição presidencial, essa palavra seria “previsível”. Este blogueiro tinha certeza de que isso ocorreria e irá provar. Antes, porém, revejamos certos fatos.
Para quem não sabe, na última quinta-feira os portais de internet foram tomados pela notícia de que o PSDB pedira a recontagem dos votos de Dilma Rousseff e Aécio Neves devido a um “Quadro de desconfiança por parte considerável da população brasileira”.
Que quadro é esse? Dias antes da eleição presidencial de 2014 em 2º turno, o Blog do Esmael Morais veiculou denúncia do deputado Protógenes Queiróz sobre “suspeita de fraude nas urnas eletrônicas”.


Nos dias seguintes, uma infinidade de blogs – aqui e aqui, por exemplo – repercutiu a denúncia. Era inevitável e os blogs e militantes em redes sociais que manifestaram preocupação agiram movidos pelo mais alto espírito público.
Porém, a denúncia de Protógenes era um tiro no pé. Por conta dela, daquele momento em diante a blogosfera e as redes sociais foram tomadas por centenas e centenas de leitores e militantes petistas preocupados com a lisura do pleito que se avizinhava. Eles trataram de difundir a teoria.
Lá pela centésima vez que um leitor manifestou preocupação com as urnas eletrônicas nesta página ou no perfil de seu autor nas redes sociais, postei mensagem no Twitter alertando que aquela preocupação era exagerada e até descabida e pedi que aquilo parasse porque tinha certeza de que o PSDB faria o que fez.


O mais engraçado é que quem lê este Blog ou me acompanha no Twitter ou no Facebook sabe que desde o começo do processo eleitoral eu dizia que a disputa entre Dilma e Aécio seria “apertada” e em um clima de radicalização muito parecido com o da eleição de Nicolás Maduro em abril do ano passado, na Venezuela.
Os fatos acabaram por me dar razão. O clima de radicalização entre “petistas” e “tucanos” dispensa maiores comentários. Todos sabem que a situação descambou para a violência. Um cadeirante chegou a ser agredido por 4 eleitores do PSDB por ostentar no peito uma estrela do PT. Os relatos de brigas entre petistas e tucanos são fartos.
A recente eleição presidencial no Brasil terminou apertada como a da Venezuela em abril do ano passado, na qual Nicolás Maduro venceu Henrique Capriles. E agora, tal qual na Venezuela, a oposição tenta pôr sob suspeição o processo eleitoral com o objetivo claro, cristalino mesmo de deslegitimar a vitória incontestável de Dilma, por mais de 3 milhões de votos de diferença.


O quadro de radicalização é tão semelhante ao da Venezuela que na emissora a cabo Globo News, entre outras, enquanto as urnas nem bem tinham acabado de ser apuradas os comentaristas Merval Pereira, Renata Lo Prete, Cristiana Lobo e Gerson Camarotti já falavam em “impeachment” de Dilma devido às denúncias sem provas veiculadas pela revista Veja contra a presidente.
Cinco dias após o pleito, o Palácio do Planalto amanhece com duas faixas estendidas na frente, consoantes com a pregação dos autômatos da família Marinho.


Como já disse acima, é tudo tão previsível que chegaria a dar sono se o processo que está sendo desencadeado não fosse uma ameaça à democracia, sobretudo por estar sendo conduzido por veículos de comunicação que, há 50 anos, atiraram este país em uma ditadura de duas décadas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sonhei que há prova de que Veja cooptou o doleiro




Vou reproduzir um “sonho” que tive poucos minutos antes de começar a escrever – um sonho em estado de vigília, diga-se.

No início da semana passada, a derrocada de Aécio Neves era visível. Dilma vinha ganhando terreno e já se falava em vitória sobre o tucano com margem maior do que a que ela teve sobre José Serra em 2010.
Em uma revista hipotética, numa certa marginal, o clima beirava o desespero. Eis que um membro imaginário de uma imaginária banda tucana da Polícia Federal bate em uma porta da marginal – não da revista, mas da via pública em que ela está sediada.

O delegado imaginário apresenta uma proposta imaginária para um chefão imaginário da publicação imaginária: haveria um jeito de reverter a escalada eleitoral de Dilma rumo à reeleição.

E o sonho prossegue: o delegado imaginário foi lá convencer o tal chefão de que “um dos advogados” de Alberto Youssef propunha convencer seu cliente a acusar a primeira mandatária da Nação de, ao lado de seu padrinho político, ter orquestrado um esquema de corrupção na Petrobrás.

O golpe de Veja não funcionou e Dilma se reelegeu. Mas, no meu sonho, investigação de uma imaginária banda não-tucana da PF teria conseguido gravação em que a banda tucana ofereceu “redenção” ao doleiro, caso Aécio fosse eleito.

A vitória de Aécio teria um efeito benfazejo na vida do doleiro. Com toda grande mídia do seu lado, Youssef se tornaria um herói como Roberto Jefferson, delator do mensalão. Afirmaria em juízo tudo que a

Veja disse e o domínio do fato se encarregaria do resto.

O “resto” seria, após a vitória de Aécio, mídia, MP e Judiciário extirparem os “petralhas” Dilma e Lula da vida pública. Tornando-os fichas-sujas, estaria eliminado o “risco” de um deles voltar em 2018.

Quem enfrentaria tal poder, os 70 deputados federais do PT?

Quanto ao doleiro, após o serviço concluído se exilaria em algum pequeno e distante país e nunca mais se ouviria falar dele.

Mas o meu sonho teve final feliz. Por via das dúvidas, a proposta a Youssef foi gravada por “um dos advogados” dele.

Apesar de a gravação não valer como prova, tornaria inexorável a investigação do caso. E com o poder tendo permanecido nas “mãos erradas” do PT, o doleiro, agora, estaria disposto a contar mais sobre o meu sonho à banda não-tucana da PF.

Mas foi só um sonho… Ou será que não foi?

Advogado de Youssef confirma armação de Veja

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O crime eleitoral cometido pela revista Veja, que pertence a Giancarlo Civita e é comandada pelo executivo Fábio Barbosa e pelo jornalista Eurípedes Alcântara (à dir.), foi confirmado, nesta quinta-feira, por reportagem do jornal Valor Econômico, pelo próprio advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef; reportagem da semana passada diz que Youssef afirmou que "Lula e Dilma sabiam de tudo"; eis, no entanto, o que aponta Figueiredo Basto: "Não houve depoimento no âmbito da delação premiada. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada"; caso está nas mãos de Teori Zavascki, ministro do STF, que pode obrigar Veja desta semana a circular com direito de resposta; atentado à democracia envergonha o jornalismo

247 - A situação da revista Veja e da Editora Abril, que atingiu o fundo do poço da credibilidade no último fim de semana, com a capa criminosa contra a presidente Dilma Rousseff, acusada sem provas pela publicação, pode se tornar ainda mais grave.

Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira, revela algo escandaloso: o "depoimento" do doleiro Alberto Youssef que ancora a chamada "Eles sabiam de tudo", sobre Lula e Dilma, simplesmente não existiu.

Foi uma invenção de Veja, que atentou contra a democracia, tirou cerca de 3 milhões de votos da presidente Dilma Rousseff e, por pouco, não mudou o resultado da disputa presidencial, ferindo a soberania popular do eleitor brasileiro.

Quem afirma que o depoimento não existiu é ninguém menos que o advogado Antônio Figureido Basto, que representa o doleiro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", disse ele.

Basto também nega uma versão pró-Veja que começou a circular após as eleições – a de que Youssef teria feito um depoimento e depois retificado. "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.

Com isso, a situação de Veja torna-se delicadíssima. No fim de semana, a publicação passou por uma das maiores humilhações de sua história, ao ser obrigada a publicar um direito de resposta contra um candidato – no caso, a presidente Dilma Rousseff – em pleno dia de votação.

Agora, a revista pode ser condenada a circular neste próximo fim de semana com uma capa e páginas internas, também com direito de resposta. A decisão está nas mãos do ministro Teori Zavascki, que pode decidir monocraticamente – ou levar a questão ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Mas mesmo no plenário Veja tende a perder. Afinal, como os ministros justificariam o direito de informar uma mentira, com claras finalidades eleitorais e antidemocráticas?

Veja cometeu um atentado contra a democracia brasileira, que envergonha o jornalismo, e este crime é apontado pelo próprio advogado do doleiro Youssef. Os responsáveis diretos são: Giancarlo Civita, controlador da Abril, Fábio Barbosa, presidente da empresa, e Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de Veja.

Abaixo, reportagem do Valor Econômico sobre o caso:

Advogado de Youssef nega participação em 'divulgação distorcida'

Por André Guilherme Vieira | De São Paulo
 
O advogado que representa Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou envolvimento na divulgação de informações que teriam sido prestadas pelo doleiro no âmbito da delação premiada, sobre o conhecimento de suposto esquema de corrupção na Petrobras pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Asseguro que eu e minha equipe não tivemos nenhuma participação nessa divulgação distorcida", afirmou ao Valor Pro. A informação de que Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras foi divulgada na sexta-feira passada pela revista "Veja".

No mesmo dia, o superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, determinou abertura de inquérito para apurar "o acesso de terceiros" ao conteúdo do depoimento prestado por Youssef a delegados da PF e a procuradores da República.

"Acho mesmo que isso tem que ser investigado. Queremos uma apuração rigorosa", garante Basto, que já integrou o conselho da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). "Eu não tenho nenhuma relação com o PSDB. Me desliguei em 2002 do conselho da Sanepar [controlada pelo governo do Estado]. Não tenho vínculo partidário e nem pretendo ter. Nem com PSDB, nem com PT, nem com partido algum", afirma. O Paraná é governado por Beto Richa desde janeiro de 2011. Ele foi reconduzido ao cargo no primeiro turno da eleição deste ano.

A reportagem menciona que a declaração de Youssef teria ocorrido no dia 22 de outubro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", afirma, irritado, Basto. O advogado diz ser falsa a informação de que o depoimento teria ocorrido na quarta-feira para que fosse feito um "aditamento" ou retificação sobre o que o doleiro afirmara no dia anterior: "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.

Iniciadas no final de setembro, as declarações de Youssef que compõem seu termo de delação premiada são acompanhadas pelo advogado Tracy Joseph Reinaldet dos Santos, que atua conjuntamente com Basto.

O Valor PRO apurou que o alvo principal da operação Lava-Jato disse em conversas informais com advogados e investigadores, que pessoalmente considerava "muito difícil" que o presidente da República não tivesse conhecimento de um esquema que desviaria bilhões de reais da Petrobras para abastecer caixa dois de partidos e favorecer empreiteiras.

"Todo mundo lá em cima sabia", teria dito o doleiro, sem, no entanto, citar nomes ou apresentar provas.
O esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras teria começado em 2005, segundo a investigação e o interrogatório à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa. Era o segundo ano do primeiro mandato do então presidente Lula. Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia em 2003.

Segundo a versão de Costa à Justiça, Lula teria cedido à pressão partidária para nomeá-lo diretor da Petrobras, sob risco de ter a governabilidade ameaçada pelo trancamento da pauta do Congresso. "Mesmo que essa declaração do Paulo Roberto [Costa] seja fato e que a comprovemos nos autos, qual é o crime que existe nisso?", questiona um dos investigadores da Lava-Jato. "Uma coisa é a atividade política. Outra é eventual crime dela decorrente. Toda a delação de Costa e outras que venham a ocorrer serão submetidas ao crivo do inquérito policial e da devida investigação", esclarece.

A PF também instaurou inquérito para apurar supostos vazamentos da delação premiada de Costa.
Investigações sobre vazamentos podem resultar em processo penal. No dia 21 deste mês, o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi condenado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional qualificada. Queiroz, que é delegado da PF, foi responsabilizado por "vazar" informações da operação Satiagraha, deflagrada em São Paulo em 2008.

O que Marina e PSB ganharam apoiando Aécio

BlogCidadania

Apesar do inegável avanço da direita no país, uma nova centro-direita que se revelou a partir do momento em que Marina Silva e o PSB aderiram à candidatura Aécio Neves, no segundo turno, transformou-se na grande perdedora da eleição presidencial deste ano. E este texto pretende comprovar esse fato com números, acima de tudo.

Lembremo-nos de como tudo começou. No início oficial da campanha eleitoral à Presidência de 2014, Dilma tinha uma situação confortável e caminhava para uma reeleição tranquila. Pesquisa Datafolha divulgada em 18 de julho último mostrava Dilma Rousseff com 36% dos votos totais, Aécio Neves com 20% e Eduardo Campos com 8%.

No segundo pelotão, o Pastor Everaldo Pereira (PSC) aparecia com 3%; José Maria (PSTU), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO), e Eymael (PSDC), com 1% cada. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não atingiram 1%. Uma parcela de 13% dos eleitores votaria em branco ou anulariam o voto e 14% estavam indecisos.

Havia empate numérico entre Dilma e os candidatos de oposição, mas era esperável uma reação da petista, quem, até então, apanhava diariamente da mídia sem poder dar o contraponto que a propaganda eleitoral no rádio e na TV, a começar dali a dias, lhe permitiria.

Eis que menos de 30 dias depois, especificamente no dia 13 de agosto – considerado o mais azarado daquele que é conhecido como “mês do desgosto” –, Eduardo Campos perde a vida em um dos acidentes aéreos mais estranhos da história recentíssima, apesar de as investigações terem apontado para “fatalidade” ou “erro do piloto”.

No âmbito da campanha virulenta e cheia de golpes que seria movida contra Dilma enquanto era acusada de “jogo baixo” por fazer críticas legítimas a propostas dos adversários tais como autonomia do Banco Central ou choque monetário para “baixar a inflação a 3%”, os mesmos golpistas que, recentemente, criaram uma página fake do portal G1 para inventar que o doleiro Yousseff teria sido encontrado morto no dia do segundo turno começaram, após a morte de Campos, a espalhar que o PT ou a própria Dilma estariam por trás da morte do ex-governador de Pernambuco.

Como se veria mais adiante, porém, Dilma não teria nada a ganhar com aquele acidente. E tampouco Aécio.
A única que lucrou com tudo aquilo foi Marina.

A comoção causada no país e, sobretudo, em Pernambuco, terra de Campos, com sua família mergulhando de cabeça na política poucos minutos após sua morte (o irmão do ex-governador lançou-se candidato a vice em uma chapa com Marina pelo PSB que sequer fora cogitada, em momento como aquele), fez Marina disparar nas pesquisas.

Cinco dias após a morte de Campos, no cenário em que Marina assumia a candidatura à Presidência no lugar dele, Dilma apareceu com 36% das intenções de voto e a ex-senadora do Acre com 21%, agora empatada com Aécio Neves (PSDB), que teria a preferência de 20% do eleitorado.

Pastor Everaldo (PSC) aparecia com 3% e Zé Maria (PSTU) e Eduardo Jorge com 1% cada. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB), Luciana Genro (PSol), Rui Costa Pimenta (PCO) e Eymael (PSDC) não atingiam 1%. Uma parcela de 8% dos eleitores votaria em branco ou anularia o voto e 9% estavam indecisos.

Em 1º de setembro, em menos de duas semanas como candidata oficial à Presidência da República, Marina Silva (PSB) deixou para trás Aécio e alcançou a presidente Dilma. Agora aparecia como favorita também para bater a petista no 2º turno.

Desde a primeira quinzena de agosto, a candidata do PSB passara de 21% para 34% das intenções de voto, mesmo índice obtido por Dilma. Quem mais perdeu terreno na corrida presidencial fora Aécio, quem, na pesquisa anterior, empatava com Marina com 20% e, agora, caíra para 15%.

Um mês e quatro dias depois, em 5 de outubro, Marina obteria, no primeiro turno, 2,9 pontos percentuais a mais do que no primeiro turno de 2010, quando recebeu 19,33% dos votos. Além de pífio aumento do seu capital eleitoral, Marina só venceu a eleição presidencial em dois Estados, Acre e Pernambuco.

Vários fatores influenciaram a queda de Marina a partir da pesquisa em que apareceu empatada com Dilma. Tudo começou no enterro de Campos, quando ela se deu a posar para “selfies” com eleitores, toda sorridente, exatamente sobre o caixão do falecido.

Em seguida, sua candidatura começaria a mostrar a que veio. Com uma banqueira a tiracolo – ou com Marina a tiracolo da banqueira –, a candidata do PSDB passou a se mostrar por inteira.

Marina insultou a comunidade homossexual retirando apoio às suas causas de seu programa de governo, deu declarações sobre o comando da economia que chegaram a chocar até economistas de linha neoliberal, que não esperavam que uma candidatura do partido socialista fosse mais conservadora do que a do próprio candidato in pectore da direita brasileira, Aécio Neves.

Em Pernambuco, Marina obteve a única grande vitória da oposição no Nordeste: 48% dos votos válidos. Porém, a partir de sua adesão tardia, porém convicta, à agenda tucana, sua popularidade despencou não só no país, mas, sobretudo, em Pernambuco, onde os 48% de votos de Marina no primeiro turno, os 5,92% de Aécio e o 1,83% dos nanicos, que perfaziam 49, 83% dos votos totais, viraram pó.

A duas semanas da eleição em segundo turno, de acordo com o Datafolha Marina agora atraía, no país, praticamente tanta rejeição (13%) quanto apoio (16%) a Aécio.

Porém, foi na eleição presidencial em segundo turno em Pernambuco que a candidata do PSB literalmente derreteu. Os 48% que Marina obteve naquele Estado no primeiro turno reduziram-se a menos de 30% dos votos válidos mesmo com o apoio entusiasmado da família de Eduardo Campos a Aécio Neves.

Por fim, o PSB, que conseguiu aumentar em 10 deputados sua bancada na Câmara no primeiro turno, trocou esse “lucro” pela participação que tinha no governo federal no primeiro governo Dilma, no qual tinha ministérios e muito prestígio e influência.

Agora na oposição, com perda de nomes importantes do partido como Roberto Amaral, que tende a se desfiliar da legenda, o PSB não tem motivos para comemorar o futuro.

Dilma tem quatro anos e dois meses de poder pela frente. Ao longo desses anos, a tendência é a de que haja migração de parlamentares de partidos de oposição para partidos governistas, como acontece em toda legislatura devido ao fisiologismo que permeia o Legislativo no Brasil. Desse modo, os tais dez deputados que o PSB obteve este ano, podem virar fumaça.

Claro que Marina pode vir a se fortalecer entre a direita, mas não é provável. Um dos motivos que fizeram sua candidatura se desidratar ao fim da campanha do primeiro turno foi a desconfiança que ela gera entre a direita, que preferiu e sempre preferirá Aécio ou qualquer outro tucano.

O colunista da Veja Reinaldo Azevedo, por exemplo, bateu tanto em Marina quanto no PT no primeiro turno. E esse fenômeno irá se reproduzir enquanto o partido preferido da direita continuar sendo o PSDB.

Além de Marina e o PSB se desmoralizarem à esquerda e no Nordeste, o partido perdeu metade dos governos estaduais que obteve em 2010, quando conseguiu governar seis estados. A partir de 2015, o PSB comandará Pernambuco, Distrito Federal e Paraíba.

Valeu o PSB aumentar sua bancada em 10 deputados – que nem sabe se vão permanecer no partido – em troca da desmoralização de sua imagem “socialista” e da consequente perda de metade dos governos estaduais? Não sei você, leitor, mas acho que não foi um grande negócio.

E se Dilma e o PT perderam apoio no país em 2014, Aécio e o PSDB perderam a eleição e o partido perdeu 3 governos estaduais em relação a 2010, quando elegeu 8 governadores – agora, elegeu 5.

Apesar de o PT ter perdido 18 deputados federais, caindo de 88 para 70, além de ter mantido a Presidência da República conseguiu os mesmos cinco governos estaduais que em 2010. Porém, passou a governar Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, depois de São Paulo.

Quem mais ganhou com a eleição de 2014, portanto, foram, primeiro, o PT, por razões óbvias, e, em segundo, o PSDB, por ter aumentado em pouco mais de 4 pontos percentuais sua votação em relação à eleição presidencial de 2010 e em 10 deputados sua bancada na Câmara, tornando-se mais forte na oposição e tendo um candidato altamente competitivo para 2018: Aécio Neves.

Já quanto a Marina e PSB, grande parte dos que votaram nela nos primeiros turnos de 2010 e 2014 é de esquerda e acreditou que sua candidata seria de esquerda até que ela aderisse a Aécio. Em 2018, portanto, esse eleitorado de esquerda que confiou em Marina, não confiará mais. E o eleitorado de direita terá opção bem “melhor” em Aécio.

Marina Silva e o PSB, portanto, foram os grandes derrotados nas eleições de 2014. Ir para a direita não lhes fez nada bem. Até porque, oportunismo e traição não são o melhor caminho para quem tem planos a longo prazo, como deve ter todo partido político. O PSB e Marina foram vítimas de ambição desmedida e afobação. Deu no que deu.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

“Denúncia” de Youssef foi plantada no depoimento por “retificação”

golpe


A Carta Capital percebeu e publicou em seu site as informações de uma pequena matéria de O Globo.
Seu conteúdo é estarrecedor e seu tamanho é escandalosamente minúsculo.

Diz que “investigadores da Operação Lava-Jato suspeitam que Youssef foi estimulado a fazer declarações sobre Dilma e Lula, numa manobra que teria, como objetivo, influenciar o resultado das eleições presidenciais”.

Youssef prestou depoimento terça-feira aos policiais. A partir daí, narra a matéria, passou-se o seguinte.

“No dia seguinte, um de seus advogados pediu para fazer uma retificação no depoimento anterior. No interrogatório, perguntou quem mais, além das pessoas já citadas pelo doleiro, sabia das fraude na Petrobras. Youssef disse, então, acreditar que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem. A partir daí, concluiu-se a “retificação” do depoimento.”

Na quinta, como se sabe, a Veja publicou as fotos de Lula e Dilma e a manchete:

“Eles sabiam de tudo”.

Só isso, independente de se provar que o advogado e o bandido receberam vantagens econômicas para produzir tamanha monstruosidade, já é o suficiente para abrir uma investigação criminal sobre a formação de uma quadrilha de estelionatários políticos, composta por representantes da revista e pelos que porventura tenham participado de sua armação para “plantar”  esta suposição que viraria afirmação na capa-panfleto fartamente distribuída pela campanha tucana.

Alberto Youssef, ao que tudo indica, não é o único bandido nesta história que, agora fica evidente, foi, na linguagem dos advogados, “adrede preparada”.

O juiz Sérgio Moro, que defende a ideia de que o conteúdo dos depoimentos deve ser divulgado, certamente não vai se opor à exibição desta “retificação” nele consignada.

Será que vamos ter um novo caso “Cachoeira”, onde o aquadrilhamento da Veja com criminosos será preservado?

Não é possível que o “sigilo” de Justiça seja invocado para encobrir uma mutreta criminosa destas.

tese da divisão é para chantagear governo

Ichiro Guerra:

Jornalista afirma que "o país reelegeu a presidente Dilma Rousseff e o programa petista, mas as forças derrotadas buscam impor sua agenda"; em um movimento sutil, diz Breno Altman, a oposição tenta emparedar o governo e obrigá-lo a acatar medidas e nomeações ao gosto do bloco político-social batido nas urnas, ou seja, o PSDB; "A chave conceitual destas operações está na afirmação de que a nação teria saído dividida do processo eleitoral. Fora desse diapasão, não teria condições e legitimidade para governar", explica; "A direita ensaia, com a tese da divisão, um discurso para dobrar e desidratar o governo, antes de esquartejá-lo" 

247 – "O terceiro turno já começou". A afirmação é do jornalista Breno Altman, que em nova coluna no 247, não vê, no momento, "tentativas abertas de desestabilização e sabotagem" do governo eleito pelo povo, e sim uma forma "mais sutil, mesmo que possa ser preparatório de manobras mais agressivas", de a oposição "impor sua agenda".

"Trata-se de emparedar o governo e obrigá-lo a acatar medidas e nomeações ao gosto do bloco político-social batido nas urnas", diz ele, em referência ao PSDB do candidato derrotado Aécio Neves. "A chave conceitual destas operações está na afirmação de que a nação teria saído dividida do processo eleitoral. Fora desse diapasão, não teria condições e legitimidade para governar", explica.

Segundo Altman, "a tese da divisão serve, neste momento, à intenção de encurralar o governo e forçá-lo a adotar caminho que, atendendo as reivindicações do mercado, provoque o máximo desgaste junto aos eleitores e militantes de esquerda".

"A direita ensaia, com a tese da divisão, um discurso para dobrar e desidratar o governo, antes de esquartejá-lo", diz ainda. "A esquerda, talvez com alguma timidez, acumula forças para enfrentar os entulhos autoritários, encravados no sistema político e no monopólio da mídia, sobre os quais se mantém a dualidade de poderes que freia a aceleração e o aprofundamento das reformas", completa.

 

TESE DA DIVISÃO É CHANTAGEM CONTRA GOVERNO

 Breno Altman

O terceiro turno já começou. O país reelegeu a presidente Dilma Rousseff e o programa petista, mas as forças derrotadas buscam impor sua agenda.

O instrumento principal, por ora, não são tentativas abertas de desestabilização e sabotagem. O movimento é mais sutil, ainda que possa ser preparatório de manobras mais agressivas. Trata-se de emparedar o governo e obriga-lo a acatar medidas  e nomeações ao gosto do bloco político-social batido nas urnas.

A chave conceitual destas operações está na afirmação de que a nação teria saído dividida do processo eleitoral. Vencedora por margem estreita, só restaria à presidente abraçar teses que atendessem os interesses e as posições de seus adversários. Fora desse diapasão, não teria condições e legitimidade para governar.

A chefe de Estado, nesta lógica, teria que aceitar ser refém dos grupos políticos e corporativos que, sem maioria popular, controlam o poder econômico e de informação, além de reter forte influência sobre o Parlamento, a Justiça e outras instituições do Estado.

O preço para a paz seria o predomínio, mesmo que parcial, da plataforma neoconservadora rejeitada pelo voto. Ainda assim, sem quaisquer garantias de que, feitas as concessões, seriam respeitados eventuais acordos.

Vale lembrar que não há uma só linha na norma constitucional que subtraia prerrogativas de um governante que tenha sido eleito por diferença pouco confortável.

Ou alguém acha que, vitorioso Aécio Neves, estaríamos assistindo pressão equivalente, dos mesmos atores antidivisionistas, para nomear um sindicalista para o Ministério da Fazenda ou cortar juros como principal providência de ajuste fiscal?

A questão é puramente funcional. A tese da divisão serve, neste momento, à intenção de encurralar o governo e força-lo a adotar caminho que, atendendo as reivindicações do mercado, provoque o máximo desgaste junto aos eleitores e militantes de esquerda.

A divisão real do país é de outra natureza, que não pode ser confundida com a decisão democrática e soberana que reconduziu Dilma ao comando da República, dando-lhe mandato uno e legítimo.

Mas é fato que o Brasil vive em dualidade de poderes desde a primeira posse de Lula, em 2003. As forças progressistas detêm o governo nacional, mas sem maioria parlamentar, sob fogo cerrado dos monopólios da comunicação  e com instituições judiciais usualmente cúmplices de manobras oposicionistas.

Como tal impasse pode ser rompido?  Essa talvez seja a principal dúvida de todos os protagonistas.

O campo conservador aparentemente escolheu sua estratégia, com duas variantes.

A primeira está em curso: chantagear a presidente e obriga-la a recuos de peso, desidratando sua liderança política.

A segunda permanece embutida: deflagrar processo de sabotagem e impedimento, a partir de eventuais denúncias de corrupção no caso Petrobrás, com a meta de fazer o governo, o PT e Lula chegarem
estropiados a 2018.

A presidente e o petismo, porém, vivem uma encruzilhada.

Durante doze anos, a busca de governabilidade foi encarada quase exclusivamente como uma tarefa institucional, constituindo alianças parlamentares que pudessem aprovar os projetos do Planalto e proteger o governo da desestabilização.

O arrefecimento da disputa política-ideológica era visto como necessário para facilitar estes acordos, reduzindo conflitos e danos. A militância e os movimentos sociais, sempre fundamentais para as batalhas eleitorais, eram recolhidos à posição de reserva estratégica na hora de governar.

O cenário, no entanto, parece ter mudado sensivelmente. O avanço nas reformas encontra resistência conservadora cada vez mais dura e frontal, contaminando amplos setores centristas da base parlamentar.

Vão se fechando os  espaços para trafegar entre as velhas instituições.

O discurso da vitória de Dilma reflete, de algum modo, a presente situação.

A presidente reeleita falou em diálogo e união, buscando isolar as frações mais radicalizadas da direita e ganhar tempo na reconfiguração de seu governo.

Mas também deu centralidade à proposta de reforma política através de plebiscito popular, sinalizando que é chegado o momento de enfrentar os problemas estruturais.

O presidente do PT, Rui Falcão, foi enfático ao dizer que, sem mobilização popular, não haverá reforma alguma. Não é pouca coisa. Claramente introduz as ruas como elemento imprescindível da governabilidade, o que constitui forte novidade na estratégia petista.

Estamos assistindo, de toda forma, aos primeiros passos de um embate decisivo.

A direita ensaia, com a tese da divisão, um discurso para dobrar e desidratar o governo, antes de esquarteja-lo.

A esquerda, talvez com alguma timidez, acumula forças para enfrentar os entulhos autoritários, encravados no sistema político e no monopólio da mídia, sobre os quais se mantém a dualidade de poderes que freia a aceleração e o aprofundamento das reformas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O que Dilma quis dizer com “Não vai ficar pedra sobre pedra”


Por volta das 19 horas de domingo, faltando uma hora para o TSE divulgar o resultado da eleição presidencial devido ao fuso horário que fez o Norte do país continuar votando enquanto as outras regiões já tinham encerrado a votação, sintonizei a Globo News. o semblante dos comentaristas já indicava que Dilma Rousseff fora reeleita.


Comentei com a esposa que o semblante sobretudo de Merval Pereira era escandaloso. Mais escandaloso do que os dos colegas de bancada. Renata Lo Prete, Cristiana Lobo e Gerson Camarotti  ainda tentavam disfarçar o abatimento, pois, tal qual este que escreve, já sabiam que Dilma derrotara Aécio Neves. Merval, não. Exibia, despudoramente, sua tristeza.
Este blogueiro, àquela altura, também já sabia que Dilma estava reeleita. E bem antes das 19 horas. Às 18 horas em ponto, postei no Twitter a mensagem abaixo.

Faltando 2 minutos para as 19 horas, pouco antes de sintonizar a Globo News, postei na mesma rede social a confirmação que recebi de uma fonte palaciana de que Dilma Rousseff já era a presidente reeleita do Brasil.

Sintonizei a tevê na Globo News devido a um lado obscuro da alma que me fez querer ver justamente o que encontrei: os semblantes combalidos dos comentaristas tucanos daquela concessão pública, que não apenas não disfarçavam a dor pela vitória de Dilma, mas tratavam de criticar a presidente e exaltar o que pareceram querer insinuar que fora uma espécie de “vitória moral” de Aécio.
Quem tiver estômago, confira aqui a lenga-lenga partidarizada daqueles que deveriam oferecer análises ao espectador, não a doutrinação política que praticam naquela emissora dia após dia. Inclusive de forma ilegal, pois a faixa do espectro radioelétrico que ocupa a Globo News é concedida à família Marinho, mas não pertence a ela.
Mais tarde, ainda na mesma Globo News, minha sala-de-estar é invadida por um crime de discriminação. Diogo Mainardi, ex-colunista da Veja, insultador profissional da família Marinho insulta impunemente o povo nordestino tanto quanto qualquer um dos energúmenos que, em todas as quatro eleições presidenciais que o PSDB perdeu para o PT desde 2002, vão as redes sociais dizer a mesma coisa que o comentarista do programa Manhattan Connection.
Palavras de Mainardi:
O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino, sempre foi subalterno, em relação ao poder
Assista, abaixo, ao crime de discriminação que Diogo Mainardi cometeu no último domingo, direto de Nova Iorque. Ao vivo.


O canal Globo News foi transformado, pois, em um mero diretório do PSDB. Ilegalmente. É como se eu ou você chegássemos a uma grande avenida, interrompêssemos o trânsito e lá instalássemos uma mesa de bilhar para nos divertirmos com meia dúzia de amigos, apesar de não sermos donos da rua – ou, no caso, da avenida.
Pior do que tudo isso é que tanto na bancada de comentaristas da Globo News supracitada quanto no programa que a sucedeu, inúmeras vezes os funcionários da família Marinho pregaram o golpe. Ou, no dizer deles, o “impeachement” da presidente da República.
Ou seja: independentemente de ser verdade ou não a matéria criminosa da Veja que levou o TSE a punir a revista com direito de resposta e multa de 500 mil reais por cada hora que o site dessa mesma revista descumpriu a decisão da corte e não deu o devido destaque àquele direito de resposta, os funcionários da Globo News já haviam condenado Dilma.
Por que tudo isso? Tenha um pouco mais de paciência, leitor, que você já vai entender.
Em outras eleições que o PT surrou o PSDB, a postura escandalosa desses “jornalistas” não foi igual. A tropa da família Marinho manteve um mínimo de compostura e fingiu (mal) não estar tão abalada pela derrota.
Para melhor entendimento da tese desta página, avancemos cerca de 24 horas no tempo.
Dilma escolheu a TV Record para dar sua primeira entrevista como presidente reeleita. A entrevista, porém, foi um tanto quanto tumultuada. A repórter Adriana Araújo quis saber de Dilma quem seria o novo ministro da Fazenda e a presidente, por óbvio, irritou-se. Afinal, uma decisão dessa magnitude envolve muita coisa e por certo não poderia ser anunciada daquela forma.
Alguns minutos depois, ao contrário da Record, que enviou uma repórter ao Palácio da Alvorada para entrevistar Dilma, a Globo preferiu um “link” do Palácio para o Jornal Nacional. Com ar de deboche estampado nos rostos, William Bonner e Patrícia Poeta começaram a inquirir Dilma quando ela provocou em seus rostos a expressão que você pode conferir abaixo.
Palavras de Dilma a Bonner:
Você pode ter certeza: eu não falei contra a corrupção e impunidade só durante a eleição. Eu não só falei durante a eleição, como você pode ter certeza que eu farei o possível e o impossível para colocar às claras o que aconteceu. Neste caso da Petrobrás e em qualquer outro que apareça. Não vou deixar pedra sobre pedra. Não vou investigar divulgando, apenas, seletivamente informações. Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo
Muitos podem imaginar que Dilma tenha feito apenas um exercício de retórica para convencer o público de que vai investigar TUDO. Bem, tanto quanto William Bonner, Patrícia Poeta, os zumbis da Globo News e o mercado financeiro – que, quando Dilma subia nas pesquisas, caía – este blogueiro sabe que a presidente reeleita falou MUITO sério.
Por isso o mercado caía e, por isso, os teleguiados da Globo, da Veja etc. a atacam com tanta fúria. Quando digo que é “por isso”, refiro-me ao que você poderá deduzir, estimado leitor, nas matérias da Folha de São Paulo reproduzidas abaixo. A primeira é do dia 2 de outubro e a segunda, do dia 17.

Quero afiançar ao leitor, pois, o que William Bonner, Patrícia Poeta, a tchurma da Globo News, a família Marinho, a Veja e seus pitbulls, entre outros, já sabem: Dilma vai para cima de TODOS. Inclusive dos corruptores – como a Odebrecht, por exemplo. E não vai deixar que a banda tucana da PF, do MP, do Judiciário e da mídia acobertem os tucanos.
Por isso, essa turma chegou ao absurdo de inventar aquela matéria criminosa da Veja e a divulgar no Jornal Nacional a poucas horas do início da eleição presidencial em segundo turno. Por isso, gente com os mesmos interesses chegou ao ponto de falsificar a notícia da “morte” do doleiro Alberto Yousseff.

O segundo mandato de Dilma dará o maior golpe na corrupção que já foi visto no Brasil. Aqueles que sempre ficaram confortavelmente vendo políticos que compraram sendo presos, vão para o centro do palco. Por isso querem implicar Dilma e derrubá-la – antes que ela os pegue. Por conta disso, seria bom que ela reforçasse sua segurança.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

É hora de comprar Brasil!



Não tem preço: Minas deu a Dilma uma vitória de cinco pontos à frente de Aécio


Dilma está reeleita Presidente da República : o Brasil dobrou a aposta na construção de uma 
democracia social e deu ao campo progressista mais quatro anos para pavimentar esse percurso

 
Resultado vitorioso do PT tem peso geopolítico para influenciar a história da América Latina e a luta pelo desenvolvimento em várias partes do mundo.Poucas vezes o destino de tantos esteve tão colado ao histórico voto de desassombro e discernimento do povo brasileiro


Uma lição que não pode mais ser ignorada: 48 horas sem acesso de Dilma e do PT a um canal de mídia de abrangência nacional; um suicídio político que se repete a cada eleição


Pernambuco voltou ao leito progressista dando a Dilma 70% dos votos, depois de ter se tornado a esperança de uma cunha do conservadorismo no Nordeste
   

Roberto Stuckert Filho: Rio Grande - RS, 17/09/2012. Presidenta Dilma Rousseff durante visita ao local de construção da P-58 no Estaleiro Quip. Foto: Roberto Stuckert Filho/PrRaras vezes, na história da humanidade, um país se deixou cegar tanto pelo ódio político, pela intolerância e pela mentira, sendo tão vilipendiado por sua própria elite. Agora, que as eleições acabaram, relembre: o Brasil é exemplo global no combate à fome, tem a menor taxa de desemprego de sua história, uma nova classe média pujante, que adensa um dos maiores mercados de consumo de massa do mundo, e uma presidente revigorada pela vitória nas urnas; além disso, está prestes a se tornar um dos grandes produtores globais de petróleo, não há descontrole inflacionário e os ajustes necessários na economia são bem menos severos do que se apregoa; por último, mas não menos importante, o Brasil NÃO é bolivariano!; um bom Dilma a todos; artigo de Leonardo Attuch, editor-responsável pelo 247 

Por Leonardo Attuch

O Brasil amanhece, nesta segunda-feira, não muito diferente do que foi nos últimos dias, semanas e anos de governo Dilma – uma aposta renovada pelo eleitor brasileiro para os próximos quatro anos. O desemprego continua a ser um dos mais baixos da história, a inflação não está fora de controle e transformações estruturais, como o avanço na exploração do pré-sal, continuam em curso.

No entanto, raras vezes, na história da humanidade, um país foi tão vilipendiado e rebaixado por sua própria elite. Como jamais se viu, uma sociedade se permitiu cegar pelo ódio político, pela intolerância e pela mentira. Para citar apenas um caso, o dirigente de uma consultoria financeira lançou um livro intitulado "O Fim do Brasil", profecia que se realizaria em caso de reeleição da presidente Dilma. A julgar por seu catastrofismo, que foi levado a sério por alguns agentes do mercado financeiro, esta segunda-feira seria o "dia em que a terra parou", como diria Raul Seixas.

No entanto, basta abrir os olhos – sim, abrir os olhos, após a cegueira e a histeria das últimas semanas – para enxergar uma realidade bem diferente. O Brasil fechará o ano com a inflação dentro dos limites da meta pelo décimo ano consecutivo, com uma dívida interna estável, embora a situação fiscal seja menos confortável do que no passado, e com uma população que volta a confiar no futuro – este, um dos dados mais importantes das últimas pesquisas. Quando as pessoas acreditam que irão manter seus empregos e seu poder de compra, o motor do consumo e do crédito se mantém ligado e a pleno vapor.

Se há a necessidade de ajustes na economia, eles já são reconhecidos pelas autoridades, em Brasília. Especialmente em alguns setores, como o do etanol, que foi prejudicado pela contenção dos preços dos combustíveis e será beneficiado com a volta da Cide – um importo que tornará o álcool mais competitivo na bomba. A boa notícia é que os ajustes necessários são bem menos severos do que se apregoa – 2015, ao contrário do que muitos imaginam, não será o ano da catástrofe anunciada.

Passadas as eleições, é também a hora de superar antagonismos, divisões e retomar o diálogo. Em vez de enxergar o copo meio vazio, é hora de encarar a metade cheia, repleta de avanços. O Brasil é hoje reconhecido pelas Nações Unidas como exemplo global no combate à fome e às desigualdades sociais. É também um país montado num caminhão de reservas internacionais, capazes de amortecer qualquer crise internacional. E que, com sua nova classe média, possui um dos maiores mercados de consumo do mundo, que irá continuar recebendo investimentos por muitos e muitos anos.

Se isso não bastasse, o pré-sal, de onde se extraem mais de 500 mil barris de petróleo/dia, já não é mais uma promessa. É realidade concreta e palpável. Aliás, se o Brasil foi rebaixado e vilipendiado por sua elite, que daqui extrai suas fortunas, o que dizer, então, da Petrobras? Relatórios das agências internacionais de energia, feitos por quem realmente entende do setor, a apontam como uma das empresas de maior crescimento projetado para os próximos anos. Depois dos investimentos, virá a colheita. E o Brasil, que viveu agudas crises no balanço de pagamentos no passado, em razão de sua dependência energética, tem tudo para se transformar num dos grandes exportadores globais de petróleo – como já é no setor de alimentos.

Dilma venceu as eleições porque, em algum momento, os eleitores – e não apenas os supostamente mal-informados, como diria FHC – se deram conta de que a propaganda negativa não correspondia à realidade. Será mesmo que o Brasil dos novos aeroportos, das usinas do Rio Madeira e da hidrelétrica de Belo Monte é mesmo "um cemitério de obras inacabadas"? Aliás, o que aconteceu com o apagão elétrico previsto no início de 2014? E a Copa do Mundo? Por onde andam os arautos do #naovaitercopa? Se tiverem bom senso, depois de o Brasil ter realizado a melhor de todas as Copas – fato que, infelizmente, ficou ausente da campanha eleitoral – não farão o mesmo discurso terrorista em 2016, ano dos Jogos Olímpicos.

O Brasil que emerge dessas eleições também tem uma possibilidade única de enfrentar a corrupção. Depois de tantos escândalos, todos eles associados ao financiamento privado de campanhas políticas, o País se vê diante da oportunidade histórica de aprovar a reforma política, tornando as disputas eleitorais menos dependentes do poder econômico. E a presidente Dilma, sem uma reeleição pela frente, e reconhecida como honesta por seus próprios adversários, é a pessoa ideal para levar esse desafio adiante. "Estou pronta a responder a essa convocação. Sei do poder que cada presidente tem de liderar as grandes causas populares. E eu o farei", disse ela ontem, em seu discurso da vitória. Um discurso preciso – e de arrepiar.

Por último, mas não menos importante, há que se dizer com todas as letras. Apesar de toda a histeria e toda a estridência dos nossos neoconservadores, o Brasil não é bolivariano. Aliás, o próprio PT é um partido que, há muitos anos, fez um escolha. Optou pelo caminho democrático – e não revolucionário. O Brasil é um país capitalista, que respeita a propriedade e os contratos, e que, neste caminho, promove a inclusão social. Aliás, a aposta na radicalização interessa apenas a pequenos grupelhos, que se alimentam do discurso do ódio. A estes, basta dizer que Miami é logo ali. À verdadeira elite brasileira, comprometida com o País, o que importa é seguir adiante, com mais igualdade e liberdade.

Como diria Eduardo Campos, não vamos desistir do Brasil. Até porque, depois de tantas mentiras e ataques, o Brasil ficou barato. É hora de comprar Brasil!

* Leonardo Attuch é fundador e editor-responsável pelo 247