Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O puro e mal disfarçado ódio da elite inglesa ao 'social'

Paris — No período entre as duas grandes guerras era comum jovens aristocratas ingleses participarem da repressão a movimentos populares e greves. Era uma forma de entretenimento, naquela época e naquele mundo tão bem descritos nos romances de Evelyn Waugh e outros: a luta de classes transformada em esporte para os rapazes queimarem calorias e ajudarem a manter a ordem.
Não surpreende que boa parte da aristocracia da ilha simpatizasse com o nazismo — inclusive, suspeitava-se, o próprio rei — quando seu principal atrativo era o de conter a expansão comunista.
Num museu da Segunda Guerra Mundial que visitamos em Cherbourg havia uma exposição de cartazes alemães dirigidos à população francesa durante a ocupação, e o apelo de todos era ao medo do bolchevismo, que o nazismo tinha vindo evitar.
Depois daquele período entre as guerras muita coisa mudou na Inglaterra, que inclusive foi pioneira em diversas medidas formadoras do welfare state, o estado de bem-estar social que floresceria na Europa a partir da metade do século passado. Mas a Inglaterra também está liderando o combate à crise da dívida com medidas de austeridade mais profundas e duras do que a de países da comunidade europeia em processo de esfarelamento.
No caso do governo conservador inglês, como observou o Paul Krugman em artigo recente, além das razões discutíveis mas defensáveis para a austeridade, existe um componente de puro e mal disfarçado ódio ao “social”, que sobrevive na elite inglesa desde os bons e divertidos anos 20 e 30. Ou, para ser mais preciso, desde sempre.
Entre todos os objetivos declarados e não declarados do sacrifício de benefícios sociais está o deliberado desmonte do welfare state e o fim da social-democracia. Quer dizer, esqueça os arrazoados econômicos e as justificativas bem sonantes. Está-se assistindo a uma revanche.
Perigo
As eleições legislativas francesas deram uma apertada maioria para os socialistas e o apoio que o Hollande precisava para começar a fazer algo diferente no governo. Mas o fato mais notável das eleições foi o bom desempenho, outra vez, da direitista Marine Le Pen que, como tem as mesmas ideias xenófobas e retrógradas do seu pai, mas é muito mais simpática e bem articulada, passa a ser a personalidade mais perigosa da política francesa.
 
Luís Fernando Veríssimo

Stanley Burburinho: Genealogia de Tourinho



1 - Nome do desembargador que autorizou a transferência de Cachoeira do presídio de segurança máxima no RN para a Papuda, em BSB: Tourinho Neto -http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/carlinhos-cachoeira-sera-transferido-para-brasilia

2 - Nome do desembargador que quer anular os grampos das operações Vegas e Monte Carlo: Tourinho Neto - http://www.aredacao.com.br/noticia.php?noticias=13948

3 - Nome do relator que desbloqueará os bens da Vitapan, empresa de Cachoeira: Tourinho Neto -http://www.jornaldotocantins.com.br/20120613123.128592#13jun2012/politica-128592/

4 - Desembargador acusado de querer "soltar todo o crime organizado de Goiás, DF e adjacências" - http://www.dignow.org/post/desembargador-tourinho-neto-quer-soltar-todo-o-crime-organizado-de-goidf-e-adjacias-4206743-57849.html Tourinho Neto

5 - Desembargador que, antes de tomar posse, já estava na mira Eliana Calmon e de conselheiros do CNJ - http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/judiciario/chegada-vigiada/ Tourinho Neto

6 - De qual Tribunal Regional Federal é o desembargador Tourinho Neto? Ele é do TRF-1 do DF.

Álvaro Dias, José Agripino, Onix abrem seus sigilos ou são da bancada do Cachoeira?


Em 9 de novembro de 2011, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), o senadorÁlvaro Dias (PSDB-PR), o senador José Agripino Maia (DEM-RN), o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) e outros foram até a Câmara Distrital, realizar um dos serviços sujos desejados pela turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira: pedir o impeachment do governador Agnelo Queiroz (PT-DF).

O episódio ficou registrado nesta foto exibida durante a CPI:

Onix Lorenzoni, Demóstenes Torres, José Agripino Maia, Alvaro Dias
na Câmara Distrital para pedir o impeachment de Agnelo Queiroz,
conforme interessava ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Agora, todos estes parlamentes precisam abrir seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos para provarem que não eram da bancada do bicheiro Cachoeira, como era Demóstenes Torres.

Leia também:
Onix, Francischini, Sampaio e Sávio substituem Demóstenes na defesa de Cachoeira. Abrem seus sigilos?

Miro detona CPI antes de Civita depor


Como se sabe, os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – chegaram para o (vice) Michel Temer e disseram assim: quando você ouvir falar em Veja, pense em imprensa; quando ouvir falar em imprensa, pense em Globo.

Na sessão da CPI desta quinta-feira, o deputado Miro Teixeira, que mantém históricas relações com a Globo, denunciou a existência de uma “tropa do cheque” – cinco parlamentares que se encontraram com o dono da Delta em Paris.

A manchete do Globo na primeira página desta sexta-feira completa a coreografia e denuncia, furiosa, a “tropa do cheque” do Miro.

Dois dos supostos (diria a Folha (*)) “tropeiros” , segundo o Estadão, na pág. A4, são membros da CPI – o senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí, e Mauricio Quintella Lessa, do PR de Alagoas.

Na mesma sessão, a CPI se recusou a convocar, por agora, o dono da Delta, Fernando Cavendish, e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do DNIT.

É uma pena.

Cavendish poderia contar nos mínimos detalhes como foi que negociou com Paulo Preto – segundo demonstrou a Conceição Lemes no Viomundo – milionárias empreitagens no governo do Padim Pade Cerra.

Pagot poderia dar os mínimos detalhes da acusação que fez à revista IstoÉ: que o Padim Pade Cerra ficava com a parte do Leão (60%) do rachuncho das obras do Robanel dos Tunganos.

Que pena !

(Para se blindar na campanha derrotada a prefeito, Cerra dirá que vai processar o Pagot. Como processou o Amaury da Privataria e este ansioso blogueiro. No caso deste ansioso blogueiro, toda vez que recorre, apanha. Já perdeu três. Clique aqui para ir à aba “Não Me Calarão”.)

Este ansioso blogueiro acha que a intervenção de “horário nobre” do Miro teve, na verdade, o efeito de poupar a galera do depoimento do Skuromatic, ou seja, do Robert(o) Civita e seu fiel escudeiro, diretor em Brasília, Policarpo Júnior.

Porque, inevitavelmente, depois deles, viriam os globais que o Leandro Fortes, na Carta Capital, localizou em malabarismos “jornalísticos” com o Carlinhos Cachoeira.

A Globo e a revista Época parecem ter tido ciúmes de fonte tão preciosa e, pelo jeito, privilégio do detrito sólido de maré baixa.

Para este ansioso blogueiro, a CPI do Robert(o) Civita já deu resultados formidáveis.

Desnudou o Gilmar Dantas (**) – quem o entrevistará sobre o Oscar do Daniel Dantas ?

Gilmar, aquele que participou de um encontro a três e foi desmentido pelos outros dois.

Aquele que foi chantageado e não chamou a Polícia para prender o chantageador.

O brindeiro Gurgel foi outro despido pela CPI – veja que o Collor conseguiu notificá-lo.

Com as vísceras à mostra, na CPI, a Veja aguarda seu momento Visão – ter mais exemplares distribuídos que a publicidade consegue remunerar.

Clique aqui para ler “Internet bomba e Veja está à beira da morte”.

A CPI expôs o que a Veja é: um detrito sólido de maré baixa.

A CPI revelou a combinação de forças que se armou para pendurar o “mensalão” no Governo Lula e levar o Dirceu à  forca.

Foi o que Dirceu disse aos jovens socialistas, no Rio, e deixou o PiG (***) tão aflito.

Foi o que o Ernani de Paula fez, quando a “TV Record melou o mensalão”.

Na CPI se vê com muita clareza quem é quem.

Quem ali dança o minueto da Globo.

E joga todas as fichas na condenação do Dirceu.

Ninguém está ali para prender o Carlinhos Cachoeira ou desmascarar o Demóstenes.

O destino deles já está traçado.

Ainda que o Desembargador Tourinho jogue tudo no lixo.

Ficará demonstrado de forma inequívoca que, no Brasil, não é que rico não vá preso: rico não pode ser, sequer, investigado.

Aquela é a CPI do mensalão.

O resto é luar de Paquetá.

De olho na CPI e suas quadrilhas de São João, o Supremo não vai condenar o Dirceu, se não há provas.

O Merval entrou para a Academia.

Não entrou para o Supremo.

E nem o Peluso – cujo voto estimula tanto os mervais – e nem o Peluso, na véspera de ir para casa, condenará alguém sem provas.

Os votos ficam gravados na memória da História.

Os mervais somem na poeira da estrada.

E o Peluso sabe disso.


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas (**) ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…”

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O QUE FAZ UMA ESTATAL NA CRISE

*Faltam 48 horas para a eleição da crise: BCs dos países  ricos preparam 'chuva de dinheiro' nos mercados para enfrentar a turbulência prevista no day after da eleição deste domingo, na GréciaA Petrobrás elevou em US$ 12 bilhões seu programa de investimentos  para o período 2012/2016 em comparação com o planejado anteriormente (2011/2015).  No total, a empresa brasileira investirá  nesse quadriênio US$ 236,5 bilhões, a contrapelo da retração econômica mundial. Trata-se do maior plano de investimentos do mundo  ancorado em  uma única companhia, envolvendo uma massa de recursos superior a que os EUA gastaram para enviar o homem à lua. O nome disso é político contracíclica. Os mercados não gostaram e derrubaram as ações da empresa. Preferiam mais dividendos no bolso, do que recursos no futuro do país. (LEIA MAIS AQUI)

Grécia: o lado mais sinistro da crise

A bandeira da expulsão violenta de imigrantes doentes dos hospitais (além das crianças “estrangeiras” das creches), defendida pela extrema-direita grega, casou com um momento em que falta merendas nas escolas e material médico, além de pessoal, nos hospitais públicos superlotados.

Em conversas por aqui tenho sugerido que a crise e sua administração “austera”, destruindo direitos e sonhos, está desencavando abantesmas sinistras pela Europa: refiro-me a teses e práticas soturnas da extrema-direita que podem levar o convulsões dramáticas em vários países, como já houve no passado.

Várias pessoas recebem esse comentário com ceticismo, talvez acreditando que eu seja um caçador de pesadelos.

Mas as coisas são o que são, e só não vê quem não quer.

Na terça-feira, 12 de junho, às vésperas das decisivas eleições gregas (17 de junho, coincidindo com o segundo turno da francesa), um dos líderes do movimento/partido “Aurora Dourada”, de extrema-direita, veio em meu socorro. Ilias Panagiotaro, o líder em questão, disse que se o seu partido (que em 6 de maio obteve 21 cadeiras no parlamento grego, entre 300) vencesse as eleições no próximo domingo, imediatamente seus partidários começariam a percorrer hospitais e creches na Grécia para “jogar na rua” doentes e filhos de imigrantes, a fim de que os gregos pudessem ocupar essas vagas. A ameaça lembra coisas como a chamada “Noite dos Cristais” na Alemanha, quando os nazistas depredaram lojas de judeus e sinagogas.

Os membros do “Aurora Dourada” vem protagonizando cenas e mais cenas de violência. Na última delas (antes das declarações de Panagiotaro), o deputado Ilias Karadiaris agrediu fisicamente duas mulheres durante um debate televisionado – e na frente das câmeras. Primeiro ele jogou um copo d’água numa das debatedoras. Na seqüência a também deputada Liana Kanelli, do Partido Comunista, que estava a seu lado, tentou detê-lo, e ele deu três tapas em sua cabeça. Karadiaris foi contido pelo pessoal da emissora e fechado numa sala, enquanto a polícia era chamada. No entanto ele arrombou a porta e se evadiu, estando agora foragido.

A bandeira da expulsão violenta de imigrantes doentes dos hospitais (além das crianças “estrangeiras” das creches) casou com um momento em que falta merendas nas escolas gregas e material médico, além de pessoal, nos hospitais públicos superlotados. O dr. Reveka Papadopoulos, diretor da organização Médecins sans Frontières na Grécia, declarou recentemente que o corte da distribuição gratuita de seringas e agulhas para drogados provocou um aumento dramático do número de casos de HIV positivo em Atenas. Segundo o doutor, hoje pode-se avaliar num aumento de 1.450% nos casos em Atenas, referindo-se ao aumento de casos entre 2010 e 2011. Para a população em geral o aumento foi de 52%, o que equivale a dizer que esse número total deve ter aumentado de cerca de 8.800 casos no país para mais de 12 mil.

Dados da organização dizem que a demanda nos hospitais públicos aumentou em 24% no último ano, enquanto as verbas disponíveis caíram em mais de 40%. Além disso a polícia tem realizado blitzes sucessivas contra imigrantes, com seguidas denúncias por parte da Anistia Internacional de atitudes discriminatórias e persecutórias.

Fala-se agora – e não apenas na extrema-direita – em votar uma lei cassando o direito dos filhos de imigrantes nascidos na Grécia serem considerados cidadãos do país.

O
dr. Papadopoulos também assinalou que cresce o número de casos de malária entre a população, sobretudo no sul do país, além dos casos de tuberculose e febre do Nilo (um tipo de encefalite virótica que pode atacar o sistema nervoso central). Comentou ainda que o fim do fornecimento de agulhas e seringas aos drogados vai além da questão da falta de recursos, revelando uma “conceituação inadequada do problema”. Como exemplo dessa visão equivocada ele citou ainda a iniciativa de não propiciar tratamento médico a imigrantes ilegais, o que considerou uma “atitude esquizofrênica”.

Para completar esse quadro sinistro, grupos de direitos humanos e partidos de esquerda acusam membros da polícia de cumplicidade com o “Aurora Dourada”.

Acho que alguns de meus interlocutores terão de repensar a sua indiferença.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dantas entra na lista dos maiores corruptos do mundo



Bird lança “hall da fama” dos corruptos com Maluf e Dantas


De A Publica


EXPLORE O MAPA DA CORRUPÇÃO MUNDIAL


Banco Mundial lança banco de dados expondo casos de desvio de dinheiro público enviado para bancos internacionais. No Brasil, Maluf, Daniel Dantas e o Propinoduto estão na lista


O Banco Mundial lançou um banco de dados que reúne informações sobre 150 casos  internacionais onde houve, comprovadamente, a movimentação bancária de um montante igual ou superior a US$ 1 milhão relacionado à corrupção e desvio de dinheiro.


Os dados foram obtidos através de investigações, que ocorreram entre 1980 e 2011, feitas a partir de documentos (processos e  registros corporativos) e entrevistas com auditores e instituições financeiras. O internauta pode buscar por país casos de pedido de retorno de dinheiro desviado em contas bancárias no exterior.


A proposta é estruturar um mapeamento global de iniciativas dedicadas a promover a transparência, visando coibir a corrupção ao redor do mundo.


Batizado de “The Grand Corruption Cases Database Project”, o projeto teve origem num relatório publicado pelo Banco Mundial no final de 2011 chamado “mestres da manipulação de marionetes”, que investigou como governantes corruptos se utilizam das próprias estruturas legais dos governos para mascarar condutas indevidas.


Segundo o relatório, a corrupção movimenta cerca de US$ 40 bilhões por ano no mundo. O estudo também investigou os caminhos pelos quais o dinheiro é desviado dentro de mecanismos financeiros legais e revelou as falhas do sistema bancário e corporativo que é utilizado como fachada para crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.


Maluf e Daniel Dantas integram a lista dos mais corruptos do mundo


Numa pesquisa rápida no banco de dados é possível encontrar nomes  conhecidos do público brasileiro como o banqueiro Daniel Dantas e Paulo Maluf, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo. Dantas é citado pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008, quando teve US$ 46 milhões bloqueados em contas do Reino Unido e foi condenado por corrupção na tentativa de suborno de US$ 1 milhão para que um investigador desistisse das acusações contra ele, sua irmã e sócia, Veronica Dantas, e seu filho.


Além de Dantas, outro banqueiro foi parar na lista do Banco Mundial: Edemar Cid Ferreira, fundador e ex-presidente do Banco Santos. Ferreira foi condenado, em 2006, pela justiça brasileira a uma pena de 21 anos pelos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Durante o processo, o juiz do caso determinou a busca e apreensão de bens adquiridos com o dinheiro ilegal. Entre os bens apreendidos estavam obras de arte avaliadas entre US$ 20 e US$ 30 milhões, de artistas do porte de Roy Liechenstein, Jean Michel Basquiat e Joaquin Torres Garcia. Segundo os dados do processo, US$ 8 milhões ainda estão sendo monitorados pela justiça.


Paulo Maluf é citado pelo banco de dados duas vezes. Na primeira oportunidade, Maluf acusado pelo Procurador-geral de Nova Iorque de movimentar uma quantia de US$ 140 milhões no Banco Safra, entre 1993 e 1996. Durante esse período, era prefeito da cidade de São Paulo e participou de um esquema de desvio de verbas durante a construção da arterial Avenida Água Espraiada. O dinheiro foi transferido para contas de Nova York e, posteriormente, enviado para paraísos fiscais nas Ilhas do Canal no Reino Unido e, segundo as investigações, parte do dinheiro retornou ao Brasil para gastos com despesas pessoais e campanhas políticas.


Num outro processo, o ex-prefeito é acusado de desviar dinheiro oriundo de pagamentos fraudulentos para contas em bancos em Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. Maluf e seu filho foram enquadrados nos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro e tiveram US$ 26 milhões bloqueados em contas de duas empresas, Durant Internacional Corporation e Kildare Finance Limited, que seriam de propriedade do político. As transferências de dinheiro entre as contas levantaram a suspeita da promotoria de Nova York, que decretou a prisão de Maluf colocando-o na lista dos mais procurados da Interpol em 2011.


Outro caso que aparece no banco de dados do Banco Mundial é o Propinoduto, investigado desde 2003, após a descoberta de envio de remessas de dinheiro a bancos suíços, feito por funcionários da Administração Tributária do Rio de Janeiro. Liderados por Rodrigo Silveirinha Corrêa, todos os 22 envolvidos foram condenados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por conta do recebimento de propina em troca de benefícios fiscais. Dos cerca de US$ 45 milhões desviados pelo grupo de Silveirinha, US$ 30 milhões já foram repatriados, e retornou aos cofres públicos brasileiros.


Ex-ditadores do Haiti, Egito e empresa Halliburton estão na lista


O levante egípcio – que teve como uma das causas a indignação do povo com a corrupção institucionalizada no país – motivou uma série de denúncias ao Procurador-Geral que serviram de base para uma investigação da ONU sobre desvios realizados durante o governo de Hosni Mubarak.


Apontada como destino principal do dinheiro ilegal, a Suíça concentrava cerca de US$ 1bilhão, fruto de corrupção, que pertenciam a Mubarak e outros membros do governo. Assim que a fraude foi descoberta, o Conselho da União Europeia determinou uma série de medidas restritivas que tinham como objetivo o congelamento de bens de todos os investigados.


Leia sobre a participação do HSBC nas fraudes de Mubarak e seus aliados


Jean Claude “Baby Doc” Duvalier, ex-ditador do Haiti, e sua família também foram acusados de enriquecimento ilícito pelo desvio de dinheiro público. As investigações identificaram grandes quantidades de dinheiro depositadas em paraísos fiscais na Suíça e no Reino Unido que somam cerca de US$ 550 milhões. Baby Doc responde a processos por crimes financeiros desde que foi deposto e deixou o Haiti em 1986, através dos quais teve o sigilo financeiro quebrado e, assim como Mubarak, sofreu medidas restritivas. Apesar de apelar seguidas vezes na justiça britânica, as acusações e o congelamento de bens foram mantidos.


Além dos ex-ditadores, a Halliburton, uma das maiores companhias de gás e petróleo do mundo também figura a lista de corrupção. O caso ocorreu durante os anos 1990, quando a KBR, subsidiária da Halliburton, foi acusada de subornar as autoridades nigerianas com US$ 180 milhões para garantir contratos para a construção de uma usina de gás no país.


À época, as acusações recaíram sobre o então chefe-executivo da empresa, Dick Cheney, que depois veio a se tornar vice-presidente durante o governo Bush. Em 2010 a Halliburton fez um acordo com o governo nigeriano em que se comprometeu a pagar US$ 32.5 milhões e mais US$ 2.5 milhões pelos honorários dos advogados. Além disso, a empresa se comprometeu a ajudar o governo a reaver parte do dinheiro que está congelado em contas bancárias suíças, que tinham como titular o agente de um empreendimento conjunto de fomento à indústria de gás nigeriana.


O banco de dados pode ser acessado por este link: http://star.worldbank.org/corruption-cases/



Sobre a tentativa de Dantas de corromper um agente federal, veja qui o vídeo exibido no jornal nacional e que foi solenemente ignorado por Gilmar Dantas (*)
Clique aqui para ler o que diz a reportagem de Leandro Fortes na Carta Capital sobre as atividades empresariais de Gimar Dantas e seu sócio.
E aqui para ver como o mestre Joaquim Falcão desmonta as teses de Gilmar Dantas (*), Macabu e Tourinho.
Como diria o Galvão Bueno, depois de a Holanda empatar: a situação já esteve melhor para o Gilmar e o Dantas.

Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas (*) ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…”

ATÉ ELE, (NÊUMANNE), RECLAMA DOS TUCANOS


A CRISE, A CORDA E O PESCOÇO

No final de maio, a Alemanha vendeu títulos da dívida a juro zero. Foram ofertados 4,5 bilhões de euros em papéis de dois anos rendendo irrisórios  0,07% ao ano ao investidor . A procura por segurança nas burras germânicas, todavia,  foi quase o dobro da oferta. Da mesma forma, nos EUA, o Tesouro consegue financiar o déficit público mastodôntico de US$ 1,5 trilhão/ano  pagando taxas de 1,4% a.a  (a inflação é da ordem de  2%). Há, portanto, cifras e circuitos que dão conforto  a rigidez ortodoxa de frau Merkel responsável pela ruína de muitas nações. No sábado, a gerencia do euro aprovou um socorro 'generoso' à combalida Espanha. O volume do regalo,  sintomaticamente, é idêntico ao total de capitais  evadidos do país desde janeiro. Tudo se passa como se os mesmos US$ 150 bilhões que voaram  para serem remunerados a taxas negativas nos centros hegemônicos  do euro,  saíssem de lá agora para fornecer oxigênio aos bancos espanhóis, a um custo de 4% ao ano, pagos pelo Estado; quer dizer, por toda  sociedade, enforcada duas vezes  com o seu próprio dinheiro. (LEIA MAIS AQUI ) 

Quem só se informa pela “velha mídia” sabe tudo pela metade

Quem ainda só se informa pelo que se convencionou chamar de “velha mídia” certamente ficou surpreso com o resultado da oitiva do governador de Brasília, Agnelo Queiróz, na sessão de ontem (13/06) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o envolvimento do chefe de quadrilha Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.
Antes de explicar o por que dessa surpresa poder sobrevir, um preâmbulo para quem venha a ler este texto fora do blog onde foi publicado originalmente e que não costuma se informar através dessa alternativa informativa que é a “blogosfera”.
Por “velha mídia”, entendam-se grandes jornais, revistas, telejornais e os mega portais de internet como UOL e G1, por exemplo. E o fato é que esses veículos vinculados a esquemas políticos e a interesses econômicos só contam o que querem. Às vezes, chegam até a mentir. Mas o mais comum é que omitam o que não querem que o público saiba.
Todavia, o pior da empulhação que propagam – e não só em política, ainda que principalmente em questões políticas – reside nas “análises” que, sob linguagem jornalística e garantias de isenção dos “analistas”, difundem um sem-número de meras invenções de jornalistas pagos para tentarem enganar o público e para direcioná-lo a conclusões precipitadas ou errôneas.
De volta à oitiva de Agnelo pela CPMI do Cachoeira, há que lembrar do que os analistas da “velha mídia” diziam sobre o governador de Brasília nos primeiros momentos do escândalo que está abalando a República. Segundo “analistas” de veículos como O Globo, Folha de São Paulo ou revista Veja, havia mais indícios de envolvimento de Agnelo com Cachoeira do que do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Naquele momento, grande parte dos vazamentos das escutas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, ainda não chegava aos grandes meios de comunicação. Isso porque estes tentavam impedir a instalação da CPMI do Cachoeira, uma iniciativa dos governistas, e, assim, tratavam de vender a tese de que a investigação recairia sobre o PT e seus aliados, apesar de que o principal flagrado pela investigação da Polícia Federal fora um dos nomes mais eminentes da oposição.
Nessa toada, a mídia tentava intimidar os parlamentares da base aliada do governo federal para que não apoiassem a abertura da investigação mostrando que a deturparia.
A “velha mídia” ocultou ou minimizou muitas das informações que já se tinha sobre Perillo, como as nomeações de membros da quadrilha de Cachoeira em seu governo, os negócios que o governador mantinha com o quadrilheiro, as ligações telefônicas entre eles etc. Enquanto isso, exacerbava menções inconclusivas a Agnelo nas escutas.
Instalada a CPMI, com a transmissão dos seus trabalhos pela TV Senado e pela Internet, a grande mídia teve que reconhecer que as garantias que seus “analistas políticos” deram de que havia mais evidências contra o governador de Brasília do que contra o de Goiás estavam erradas.
Jornalistas como Ricardo Noblat, Merval Pereira e Eliane Cantanhêde, entre outros, reconheceram o “erro”. Outros, como Reinaldo Azevedo, fizeram de conta que nada disseram. Todavia, agora não dava mais para esconder que evidências contra Agnelo nem se assemelhavam às que havia contra Perillo.
Agora que a CPMI se tornara um fato, era hora de tentar desmoralizar a investigação. Os mesmos “analistas” passaram a difundir um pseudo acordo entre governistas e oposicionistas que, por saberem-se todos igualmente envolvidos, haviam combinado de não convocar governador nem de um lado, nem do outro.
Ainda assim, a “velha mídia” conseguiu atrapalhar os trabalhos da CPMI, pois para mostrar que não havia acordo algum os governistas decidiram convocar os governadores extemporaneamente. Convocaram Perillo, contra quem as provas se avolumam, e, para mostrar que não tinham nada a esconder, aceitaram convocar Agnelo apesar de as evidências contra este serem débeis.
Antes da oitiva dos governadores, os tais “analistas” atacaram de novo. Novamente os governistas perderiam porque Perillo seria um mestre da oratória e Agnelo seria um inepto que iria gaguejar e se enrolar todo.
De segunda-feira para cá, porém, o que se viu foi muito diferente. O depoimento de Perillo foi marcado pela dubiedade. Deixou muito sem resposta e se valeu de uma verdadeira guerra travada pela bancada oposicionista na CPMI, que, aos berros, não deixava os governistas inquirirem o governador goiano.
A nebulosidade que marcou a oitiva de Perillo teve seu ponto alto na negação que fez do pedido do relator da CPMI de abrir mão dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (e-mails e SMS’s), o que comprovou a suspeita de que tem o que esconder.
Mais uma vez contrariando a “velha mídia”, o depoimento de Agnelo surpreendeu a todos. Seguro, veemente e transparente, não se furtou a pergunta alguma. E coroou seu excelente desempenho oferecendo à CPMI o que Perillo negou: a quebra de TODOS os seus sigilos em qualquer período que se requeira.
Como não foi possível vincular o governador de Brasília ao objeto da investigação – o envolvimento com o esquema Cachoeira –, “velha mídia” e oposição apelam, mais uma vez, à desinformação, a qual, proximamente, será desmontada como foi todo o resto que tentaram vender em termos de empulhação.
Em primeiro lugar, tentam descaracterizar a transparência de Agnelo vendendo uma tese deformada, de que em novembro do ano passado o ministro Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a quebra dos sigilos de Agnelo entre 2005 e 2010 por conta de denúncias de desvios de verbas do Ministério do Esporte, quando foi ministro.
Em segundo lugar, “velha mídia” e oposição difundem uma distorção sobre imóvel que o governador de Brasília adquiriu há mais de cinco anos por R$ 400 mil e que, hoje, valeria R$ 2 milhões ou até mais. E dizem isso com base em achismos, sem respaldo algum de avaliações sérias.
O negócio não tem relação alguma com o esquema Cachoeira. Nem deveria ser abordado pela CPMI, pois o foco da investigação é a relação de agentes públicos e privados com o bicheiro. Mas, na falta de elementos que liguem Agnelo a ele, “velha mídia” e oposição buscam qualquer coisa que possam usar.
Mais adiante, tudo isso também irá virar nada.
Mesmo se fosse verdade que os sigilos TODOS de Agnelo já foram quebrados e que, portanto, ele não teria sido transparente, as análises da mídia esconderam ou minimizaram o fato de que após o gesto do governador de Brasília Perillo teria seus sigilos quebrados na marra porque 16 membros da CPMI assinaram o requerimento de quebra de sigilos dos dois.
Além disso, o STJ quebrou o sigilo bancário de Agnelo, sim, mas este ofereceu à CPMI TODOS os seus sigilos, ou seja, além do bancário, o sigilo fiscal, o telemático e, mais importante de todos, talvez, o sigilo telefônico. Fora o bancário, os outros sigilos de Agnelo não foram quebrados por aquela Corte.
Sobre a casa de Agnelo, uma rápida pesquisa na internet revela um fenômeno que se espalhou pelo Brasil nos últimos anos, mas que, na capital da República, foi mais intenso. O índice de valorização imobiliária em Brasília é de 40% ao ano. Ou seja: um imóvel adquirido na região por R$ 400 mil há mais de cinco anos, hoje facilmente chega a mais de R$ 2 milhões.
Detalhe: a casa foi comprada sem acabamento, ainda em construção.
É por isso, leitor, que, se você não lê a blogosfera, se confia apenas no que dizem impérios de comunicação que têm montanhas de interesses que nada têm que ver com jornalismo, eis a explicação do por que vem se surpreendendo com o sepultamento do que os tais analistas da “velha mídia” lhe venderam sobre a CPMI do Cachoeira.

Depois de Agnello, Perillo abre sigilos. Cadê os valentões ?


Depois que Agnelo liberou seu sigilo, governador de Goiás consentiu em liberar dados

Os sigilos bancário, telefônico e fiscal dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF) deverão ser quebrados na próxima quinta-feira (14). A articulação para a quebra dos dois sigilos começou logo depois que Agnelo ofereceu acesso aos seus dados pessoais no início da sessão da CPI.

Imediatamente, as bancadas do PT e PDT, através do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), elaboraram o requerimento que será votado e aprovado na próxima quinta. Nos planos governistas, o requerimento serviria para quebrar os sigilos dos dois governadores, e não só de Agnelo.

Ao saber da movimentação da bancada do governo, o governador goiano informou aos aliados que também “oferecia” seu sigilo e que eles deveriam votar a favor.

Leia mais notícias no R7

O consentimento de Perillo foi dado ao líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), durante um telefonema nesta quarta-feira (13), durante depoimento de Agnelo à CPI.

O requerimento para a quebra de sigilo dos dois governadores foi apresentado por

16 parlamentares e será votado amanhã.


Seria interessante rever as cenas de explícita valentia da bancada do tucano e peemedebista Perillo, na sessão de ontem na CPI.
(Quem é mais Perillo – os tucanos ou o PMDB ?)
Agora, fica 0 a 0.

Vamos ver o que sai da toca.
Do PT e do PSDB.
Quem sabe o amigo navegante consegue tirar a dúvida cruel, que se espelha na trepidante enquete: quem comprou a casa do Perillo ?
Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 13 de junho de 2012

DILMA: O QUE FAZER COM A BANCA NA CRISE?

 
 
*TENSÃO MUNDIAL:Presidente da Comisão Européia,Manoel Barroso diz que economia do euro vive a ante-sala de um colapso sistêmico e pede medidas urgentes de união bancária e fiscal para evitar a bancarrota** **Faltam 4 dias para  as eleições na Grécia :'O cerco ao país e o fim das metáforas' (Leia mais aqui)

  "Além de termos a inflação sob controle,  e as finanças públicas sob controle, temos ainda um consumo extremamente deprimido nas classes mais populares e não temos nível elevado de endividamento das famílias; (tampouco) existe 'bolha' no setor de construção civil. Qual é (então) a nossa diferença que explica -tecnicamente, não estou pedindo explicação política para isso-  que  os juros não se (coadunem) com a qualidade da nossa situação econômica?" O desabafo da Presidenta foi feito ontem, em Belo Horizonte, num dia de forte turbulência internacional, marcado pela incerteza crescente na economia européia, sem que as autoridades do euro esbocem qualquer medida contracíclica consistente para retomar o crescimento. A prática ortodoxa de apenas socorrer bancos à beira do abismo, ainda que necessária, comprovou mais uma vez a sua insuficiência agora na Espanha. Setenta e duas horas depois do resgate de 100 bi de euros liberado por Bruxelas, para salvar banqueiros locais, os mercados intensificam a fuga de capitais de um país prostrado pela receita suicida de cortes fiscais drásticos em plena recessão. A Presidenta Dilma sublinhou a inutilidade dessa prática ao lembrar que no final de 2011 o BCE destinou 1 trilhão de euros ao sistema bancário europeu. Nem por isso a crise cedeu. Sobretudo, porém, seu desabafo deve-se a um descompasso desconcertante: enquanto a Espanha ferida de morte pagava nesta 3ª feira juros recordes de 6,8% ao ano para seus papéis, o Brasil sendo uma das forças de solidez do panorama global ainda tem uma Selic de 8,5% o ano, enquanto a banca privada não faz negócio por menos que o dobro, embutindo os maiores spreads do mundo, ademais de reajustar tarifas 3 vezes acima da inflação, como ocorreu no primeiro trimestre. A resposta à inquietação da Presidenta é a mesma que os economistas não ortodoxos tem manifestado no caso da Europa:a banca privada tem que ser submetida a um rígido controle público para que funcione como instrumento contracíclico em meio a uma crise da gravidade da atual. Do contrário, lá como cá, será a corneta do salve-se quem puder, indiferente à sorte da economia e da sociedade.

"Criamos uma Europa dos bancos"

A solução histórica para a Europa seria uma melhor integração numa união política e orçamentária, de acordo com modalidades capazes de pôr termo ao “déficit democrático” e de tornar as instituições europeias mais responsáveis perante os cidadãos. Mas, antes que a Europa esteja em condições de dar esse passo histórico, ela deve mostrar que aprendeu com as lições do passado. A União Europeia foi criada para evitar a repetição dos desastres dos anos 1930. O artigo é de Nouriel Roubini (foto) e Niall Ferguson.

Qual é a situação hoje? Diferentes países da zona do euro estão em depressão. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto sofrerá uma contração de 4,7% na Grécia e de 3,3% em Portugal. A taxa de desemprego atinge 24,3% na Espanha, 21,7% na Grécia, 15,2% em Portugal e 14,2% na Irlanda. A dívida pública já ultrapassa em 110% do PIB da Grécia, da Irlanda e de Portugal. Esses países, com a Espanha, estão de fato excluídos do mercado obrigatório em Euros.

É nesse contexto que se perfila a crise bancária. Faz mais de três anos que repetimos que a Europa continental deve apurar os balanços deploráveis de seus bancos. E nada foi feito. Ao mesmo tempo, persegue-se há dois anos uma discreta fuga de liquidez nesses países da zona do euro: o financiamento transfronteiriço e interbancário pouco a pouco se esgotou, em troca de financiamento pelo Banco Central Europeu (BCE); e o “smart money” - depósitos de altas quantias não garantidas efetuados por fortunas privadas – abandonou os rios da Grécia e os bancos dos países do Sul da Europa.

Mas o público perdeu a confiança e o movimento de desengajamento bancário poderá estender-se aos depósitos garantidos de menor volume. Na verdade, se a Grécia vier a sair da zona do euro, assistiremos a um congelamento dos depósitos e os depósitos em euro seriam convertidos em novos dracmas: também, um euro num banco grego já não é equivalente a um euro depositado num banco alemão. No mês de abril os gregos sacaram mais de 700 milhões de euros de seus bancos.

Mais inquietante ainda: assistimos em abril a um nítido aumento das retiradas em alguns bancos espanhóis. O lamentável resgate do Bankia pelo governo só fez agravar a ansiedade do público. Quando de uma passada recente por Barcelona, um de nós foi diversas vezes questionado se arriscaria confiar seu dinheiro a um banco espanhol. Esse tipo de processo é explosivo. O que é apenas um “jogging bancário” poderá se transformar numa rápida fuga de capitais. E assistiríamos a um pânico bancário generalizado no seio dos PIIGs (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia, Espanha), caso uma saída da Grécia gere um congelamento nos depósitos em euro e uma mudança na moeda do país. "Quem é o próximo? - se perguntará, então.

Ao mesmo tempo, a restrição do crédito pelos bancos da zona do euro presentes nos países ditos periféricos permanece severa, apesar das denegações dos bancos – incapazes de elevar o nível de seus próprios fundos a 9%, segundo as exigências da autoridade bancária europeia pela elevação dos capitais privados – vendem ativos e contraem o crédito, agravando de uma só vez a recessão na zona do euro. Fragmentação e balcanização bancárias, mas também “nacionalização’ das dívidas públicas não cessam de ganhar terreno, o que poderá conduzir à desintegração do sistema bancário da zona do euro.

O processo de fragmentação política se acentua igualmente na Europa. Quando das eleições gregas, sete em cada dez eleitores deram voz a pequenos partidos opostos ao programa de austeridade imposto a Grécia, em vez de a dois planos de resgate capitaneados pela União Europeia (EU).

Os partidos tradicionais também perderam terreno para formações dissidentes na Itália, onde a “geração 5 estrelas” do artista Beppe Grillo acaba de obter o controle da cidade de Parma, e na Alemanha, onde o partido franco atirador Pirata está fazendo um estrago.

O caminho que permitirá a saída da crise parece no entanto claro. Primeiramente, como os Estados Unidos fizeram com o Plano Paulson, é preciso que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FESF) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES) ponham em marcha – pelo viés das ações preferenciais de dividendos prioritários sem direito de voto – um programa de recapitalização direta dos bancos da zona do euro, tanto na periferia como no centro.

Uma abordagem consistente na recapitalização dos bancos pelos empréstimos subscritos pelos Estados sob os mercados nacionais obrigatórios – e ou a cargo do FESF – produziu efeitos desastrosos na Irlanda e na Grécia: levou a um forte aumento da dívida pública e a um aumento ainda maior da insolvência dos Estados, tornando os bancos mais arriscados, à medida que, quanto mais a dívida pública for “nacionalizada”, mais uma parte crescente da dívida presumida repousa entre as suas mãos.

As injeções diretas de capital contornariam os Estados e permitiram que se evitasse o aumento da dívida pública. Na prática, o contribuinte da zona do euro tornar-se-ia acionista dos bancos da zona e a balcanização bancária em curso – assim como a resistência política às fusões-aquisições transnacionais que os sistemas bancários nacionais, mimados por demais, oferecem - seria refreada.

Claro, com o tempo, os bancos saudáveis que constituiriam seu capital graças aos seus lucros poderiam recomprar as ações preferenciais públicas. Assim, essa nacionalização parcial seria provisória, levaria o tempo de resgate e de re-privatizações.

Em segundo lugar, a fim de evitar um pânico bancário no seio da zona do euro – coisa certa no caso da saída da Grécia da zona, e provável em todo caso – é preciso instaurar, na escala da União Europeia, um sistema de garantia de depósitos bancários. A fim de reduzir o risco moral (assim como o risco das ações e do crédito endossado pelos contribuintes da zona do euro na fase de recapitalização e de instauração do mecanismo de garantia dos depósitos), várias outras medidas deveriam ser tomadas

De início, o sistema de garantia de depósitos deve ser financiado pelas contribuições bancárias apropriadas: isso poderia tomar a forma de uma taxa sobre as transações financeiras ou, melhor ainda, de retenções sobre todos os passivos dos bancos – tanto dos depósitos como dos títulos da dívida.

Segundo, para limitar as perdas potenciais para os contribuintes da zona do euro, é preciso pôr em cena um sistema de resolução de problemas de falência bancária pelos quais os credores sem garantias – tanto subordinadas como principais – dos bancos arcariam com uma parte das perdas antes que o dinheiro dos contribuintes fosse utilizado para cobrir as perdas dos bancos.

Em terceiro lugar, é preciso adotar medidas para limitar o tamanho dos bancos, para evitar o problema dos “grandes demais para quebrar”: no caso do Bankia, é a fusão de sete estabelecimentos de tamanho modesto que deu nascimento a esse banco grande demais para se tornar sombra.

Em quarto, é preciso adotar na escala da União Europeia, um sistema de supervisão e de regulação: se o dinheiro do contribuinte da zona do euro serve de rede de segurança para os capitais e depósitos bancários da zona, então supervisão e regulação não podem permanecer em nível nacional, onde considerações políticas estreitas impedem uma vigilância exemplar.

Outros problemas devem ser resolvidos. Se um dos membros da zona do euro vier a operar sua saída – em razão de uma dívida insustentável e de uma falta de competitividade – os depósitos garantidos em euros seriam muito custosos, pois os países antes de optarem pela saída deverão ter de converter na nova divisa nacional os créditos até então liberados em euros.

De outra parte, se a garantia dos depósitos não for validada senão à condição de o país não sair da zona, então esse país ficaria incapacitado de evitar uma fuga de liquidez. Também é preciso adotar políticas que permitam minimizar os riscos de saída da zona. Três medidas, em particular, são necessárias:

1. As políticas de austeridade orçamentária não devem ser estritas demais em sua fase inicial (pois assim corre-se o risco de se ter um efeito recessivo), ao passo que as reformas estruturais que melhorem a produtividade devem ser aceleradas.

2. O crescimento econômico na zona do euro deve ser retomado. Sem crescimento, a reação política e social diante da austeridade corre o risco de ser devastadora. Reembolsar suas dívidas não é sustentável sem crescimento.

3. As políticas para alcançar esse objetivo poderiam implicar uma flexibilização monetária da parte do Banco Central Europeu, um euro menos forte, um pouco de estímulo orçamentário no coração da zona do euro, mais despesas com infraestrutura, redução de bloqueios e estímulos de ofertas à periferia (com uma “regra de ouro” para os investimentos públicos), e a vinculação dos altos salários à produtividade nos países de centro, a fim de se incrementar a renda e o consumo.

É preciso, enfim, um processo que permita se chegar à mutualização das dívidas. Existe um certo número de propostas de obrigações europeias e, cada uma delas, tem vantagens e inconvenientes. Dentre elas, é preciso apoiar a proposição, feita pelo Conselho alemão de experts para a apreciação da evolução econômica geral, de um Fundo de Amortização Europeu (FAE) – não porque seja a solução ideal, mas porque é a única capaz de dar segurança aos alemães.

Um programa de empregos temporários que não implique a emissão de obrigações europeias permanentes; o FAE se apoia numa garantia e estabelece prioridades para o seu financiamento, e ofereceria uma forte condicionalidade. O risco principal é que toda proposta aceitável pela Alemanha implique uma perda tal de soberania nacional em matéria de política orçamentária que ela seria inaceitável para os países da periferia.

Renunciar a uma parte de sua soberania é inevitável. No entanto, que a política orçamentária de um país se torne objeto de uma submissão “neocolonial” à Alemanha – como o formulou para nós um alto responsável de um país periférico, quando da reunião do Instituto Nicolas Berggruen, em Roma – não é aceitável. Até aqui, a posição alemã tem sido negativa, a respeito de propostas desse gênero. A proposta nuançada que fazemos aqui poderia apaziguar as inquietações alemãs. Mesmo que eles não estejam convencidos, eles devem compreender que o custo de uma quebra da zona do euro seria astronômico – tanto para a Alemanha, como para os outros países.

No fim das contas, a solução histórica para a Europa seria uma melhor integração numa união política e orçamentária, de acordo com modalidades capazes de pôr termo ao “déficit democrático” e de tornar as instituições europeias mais responsáveis perante os cidadãos. Isso sempre esteve implícito no projeto da união monetária.

Mas, antes que a Europa esteja em condições de dar esse passo histórico, ela deve mostrar que aprendeu com as lições do passado. A União Europeia foi criada para evitar a repetição dos desastres dos anos 1930. Chegou o tempo de os responsáveis europeus – e sobretudo os dirigentes alemães – de compreenderem que eles estão perto de provocarem um retorno aqueles anos.

(*) Niall Ferguson é professor de história da economia na Universidade Harvard; Nouriel Roubini é professor de economia da Universidade de Nova York.

Tradução do francês: Katarina Peixoto

quarta-feira, 6 de junho de 2012

RESISTIR: O MERCADO NÃO FARÁ ISSO POR NÓS.

*O governador serrista Marconi Perillo já está precificado na CPI do Cachoeira:

é o 'Gilmar Mendes 2.0'; a cada dia uma nova versão para a mesma história** a operação de venda de sua residência de R$ 1,4 milhão  já tem duas versões de forma de pagamento; duas de comprador e dois relatos de como o negócio foi fechado** para fechar as contas Perillo teria que ter vendido o mesmo imóvel duas vezes; e isso é provável.

 

O governo Dilma acelera o passo na direção em que Lula enveredou a partir da crise de 2008: colocar o mercado, a banca e os recursos públicos a serviço do país para protegê-lo do duplo naufrágio europeu-norte americano. O vagalhão provocado pela submersão de 34% do PIB  mundial ruma de encontro às economias da Ásia e América Latina em duas ondas sobrepostas: a retração em cadeia do comércio internacional, enquanto a singular coordenação do FMI recomenda que todos os países exportem mais e importem menos, o que fará todo sentido quando a Terra estreitar laços econômicos com Saturno; e a fuga de capitais para qualidade e segurança. Títulos alemães e americanos mesmo pagando juros negativos tem a preferência da manada. Papéis do Tesouro dos EUA com prazo de 10 anos, por exemplo, rendem 1,4% ao ano para uma inflação da ordem de 2%.  Trata-se de uma corrida contra o tempo; deles e nossa. A dança das cadeiras deixará trilhões sem assento quando a música parar. Dilma tem pouco tempo, mas dispõe paradoxalmente de mais espaço que teve Lula para agir. (LEIA MAIS AQUI)

Amaury volta com a lista de Furnas. Tucanos, tremei !

 



Alô, é a filha do ... ... ... ? Alô ? (Crédito da foto: Ansioso blogueiro)


O ansioso blogueiro encontrou o Amaury Ribeiro Junior, na redação da TV Record, no exato momento em que, ao telefone, ele tentava falar com a filha do …  … … , notável empresária do setor de lavanderia (a seco).

Inútil.

Só dava caixa postal.

Amaury procurava confirmar se o pai dela, notável tucano, estava na lista de Furnas.

Por que, Amaury, você vai mexer nessa caixa de marimbondo ?

Como se sabe, Amaury prepara o Privataria – II , com os documentos que não couberam no Privataria – I , além de outras preciosidades tucanas.

É que, no caminho da Privataria, Amaury entrou na caverna de Furnas.

E se prepara para soltar a bomba.

Vai voar pena de tucano para todo lado: Minas, São Paulo e Rio.

A Lista de Furnas, como se sabe, contém todos aqueles que receberam dinheiro (ilegal) de Furnas para a campanha de 2002.

2002, quando Aécio foi candidato a governador e o Padim Pade Cerra (derrotado) a Presidente.

A lista seria de autoria de Dimas Toledo.

Um laudo da Polícia Federal considerou que:
1)a assinatura de Dimas Toledo na lista é verdadeira;
2)a lista não foi “montada”, “editada”.

Esse laudo é uma – UMA e não a ÚNICA – prova da veracidade da lista.

O laudo foi incorporado à denúncia da Procuradora do Ministério Público Federal, que apresentou denuncia ao Juiz da Segunda Vara Federal do Rio, já que Furnas tem sede no Rio.

A Promotora denunciou peculato, corrupção passiva, e lavagem de dinheiro.

Um deputado estadual de Minas testemunhou que recebeu exatamente o valor que consta ao lado de seu nome na lista.

Disse que pediu o dinheiro para um hospital no Sul de Minas, recebeu o que pediu e mostrou o recibo da doação.

Roberto Jefferson, que só serve para denunciar o mensalão, mas não serve quando diz que não havia mensalão, também confirmou que recebeu de Furnas exatamente o que corresponde ao nome dele na lista.

E os tucanos se estrebucharam.

E resolveram melar as provas (alô, alô, Daniel Dantas !).

Arrumaram uns laudos da lista que mais pareciam a bolinha de papel do Cerra.

E se desmoralizaram quando arrumaram um “perito” americano que se revelou uma fraude.

E tentaram cassar o mandato de Rogério Corrêa, líder do PT na Assembléia de Minas, do grupo “Minas sem Censura”, um dos poucos que não tem medo da irmã do Aécio Neves.

O PSDB pediu a cassação do mandato dele, porque denunciou a lista.

O pedido foi arquivado.

Agora, Corrêa quer ter acesso à denuncia da Procuradora.

E desvendar dois mistérios profundos.

O Juiz da 2a. Vara Federal do Rio se considerou incompetente para julgar, já que Furnas é uma empresa de “economia mista” e mandou o abacaxi para a Justiça estadual do Rio.

Por que seria ?, pergunta-se o Corrêa.

E mais intrigante, ainda.

A Procuradora do Ministério Público Federal, que substituiu a Procuradora que fez a denuncia inicial, não contestou o Juiz.

Será que o brindeiro Gurgel poderia explicar essa aparente omissão ?

Com isso, o abacaxi foi enviado à Justiça do Rio, sem que o MP protestasse.

Como o PSDB tentou envolver Corrêa no escândalo – com o inevitável apoio da revista Veja, o detrito sólido de maré baixa – ele se considera no direito de furar o bloqueio do “segredo de Justiça” para ter acesso, também, à inesperada decisão do Juiz federal do Rio que não quis julgar o caso.

Rogerio Corrêa ganhou na Justiça o direito de resposta contra o jornal O Estado de Minas, que o atacou.

Por enquanto, o jornal, um dos pilares do aecismo cinzento de Minas, prefere pagar a multa diária a publicar a resposta do deputado.

Por que será, amigo navegante ?

E onde entra o Amaury ?

Bem, aí é que palpita o coração tucano, de pais e filhas.

Amaury está na bica para se tornar blogueiro sujo, daqueles que o Cerra não deixa de ler (de madrugada).

A Procuradora Federal assegurou que a lista é UMA das peças da denuncia.

Quais são as outras provas ?

O que provam ?

Quem inculpam ?

Tchan, tchan, tchan, tchan !

E mesmo que o Juiz estadual do Rio devolva ao Juiz federal – e isso tome outros cinco anos – o Amaury está aí, ao telefone.

Esse Amaury …

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 5 de junho de 2012

“Quem apostar em crise vai perder”

Dilma diz que governo tem “arsenal de medidas” para enfrentar crise financeira internacional


Carolina Gonçalves e Yara Aquino

Repórteres da Agência Brasil


Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (5) que quem apostar na crise financeira internacional “vai perder de novo” e que o governo brasileiro tem um “arsenal de medidas” para enfrentá-la. Dilma disse ainda que nos próximos meses o Brasil irá crescer.


“Essa nova onda que vem do exterior não pode derrotar os povos do mundo. Sistematicamente tomaremos medidas para expandir o investimento público, estimular o investimento privado e o consumo das famílias. O Brasil vai se manter no rumo, as medidas estão sendo tomadas e ainda temos um arsenal de providências que serão adotadas, quando necessárias”, disse ao discursar na cerimônia de celebração do Dia do Meio Ambiente.


“Enfrentamos a crise de 2008 e 2009 com crescimento econômico, estímulo ao consumo e à produção, com geração de emprego e renda. Agora vivenciamos a segunda onda dessa crise internacional e, podem ter certeza, saberemos enfrentar essa experiência com mais sabedoria e com melhores instrumentos”, completou Dilma.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou, no último dia 1º, o crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, no primeiro trimestre deste ano. O desempenho foi considerado fraco.


Entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) consideraram que o baixo crescimento do PIB indica que economia brasileira não conseguirá se recuperar este ano.


Edição: Lílian Beraldo

Por todas as Victorias do Brasil

Pretendo que este texto seja lido, além de pelos meus leitores habituais, também por quase todos, ou seja, por aqueles que não me conhecem. E por que tal pretensão? Porque, apesar do que pode parecer, não escrevo por uma criança doente, mas por todas aquelas que portam um mal que as torna o grupo social mais frágil de nossa sociedade. E, paradoxalmente, o mais abandonado por ela e pelo Estado.
Por conta de ser um ilustre desconhecido, hesitei em pôr neste texto o título que o encima, que alude à história que contarei adiante, da qual a primeira pergunta se faz inevitável: quem é Victoria?
Antes de dizer quem é, explico que sou – ou estou – blogueiro político. No site – ou “blog” – que criei há quase oito anos, de 2009 para cá, entre um post político e outro, passei a postar, a períodos esparsos, desabafos sobre o drama que enfrenta minha quarta filha, Victoria, que hoje tem 13 anos. Todavia, sem jamais ter pedido nada a ninguém, o que tampouco ocorrerá agora apesar de este não ser um desabafo, mas um trabalho social que presto.
Segue o relato sobre Victoria.
Após três filhos (meninas que hoje têm 29 e 26 anos e menino que tem 24), minha esposa deu à luz essa garota feita de pura magia. O olhar de Victoria alterna o limbo e o dia de sol mais radiante, conforme está absorta ou consciente. E, apesar de tudo que relatarei sobre ela em busca de entendimento e envolvimento do leitor com causa nobre e de interesse público que lhe apresentarei, minha filha é feliz. Tenho certeza disso. E ao fim deste texto explicarei por quê.
Victoria tem síndrome de Rett, mutação genética que se produz durante a gestação e que só se manifesta após quase dois anos de vida, em geral, quando desencadeia uma doença neurológica que afeta principalmente o sexo feminino (aproximadamente 1 em cada 10.000 a 15.000 meninas nascidas vivas) em todos os grupos étnicos.
Clinicamente, a síndrome gera no paciente perda progressiva das funções neurológicas e motoras após desenvolvimento normal até por volta de 18 meses de idade, em média. Após esse período, as habilidades adquiridas (como fala, capacidade de andar e uso intencional dos membros) são perdidas gradativamente e surgem as estereotipias manuais (movimentos repetitivos e involuntários das mãos), característica marcante da doença.
Eis alguns sintomas:
Perímetro cefálico (circunferência da cabeça) normal ao nascimento;
Desaceleração do perímetro cefálico após 6 meses de idade;
Perda do uso propositado das mãos;
Movimentos manuais estereotipados (torcer, apertar, agitar, esfregar, bater palmas, “lavar as mãos” ou levá-las à boca);
Afastamento do convívio social, perda de palavras aprendidas, prejuízos na compreensão, raciocínio e comunicação.
Distúrbios respiratórios em vigília (hiperventilação, apneia, expulsão forçada de ar e saliva, aerofagia);
Bruxismo (ranger os dentes);
Distúrbios do sono;
Tônus muscular anormal;
Distúrbios vasomotores periféricos (pés e mãos frios ou cianóticos);
Cifose/escoliose progressiva;
Retardo moderado no crescimento;
Pés e mãos pouco menores do que o normal
Presença de doença metabólica ou outra doença neurológica progressiva;
De acordo com a evolução e sintomas, a síndrome de Rett é classificada em duas formas: clássica e atípica. Na forma clássica, que é o caso de Victoria, o quadro clínico evolui em quatro estágios definidos:
Estágio 1 – de 6 a 18 meses de idade.
Ocorre desaceleração do perímetro cefálico (reflexo do prejuízo no desenvolvimento do sistema nervoso central);
Alteração do tônus muscular (às vezes parece “molinha”);
A criança interage pouco (muitas são descritas como crianças “calmas”) e perde o interesse por brinquedos.
Neste estágio, os primeiros sintomas da doença estão surgindo, mas muitas vezes nem são percebidos pelos pais (especialmente se são “marinheiros de primeira viagem”) ou pelos médicos (muitos deles desconhecem a síndrome de Rett).
Estágio 2 – de 2 a 4 anos de idade.
Ocorre regressão do desenvolvimento;
Inicia-se a perda da fala e do uso intencional das mãos, que é substituído pelas estereotipias manuais;
Ocorrem também distúrbios respiratórios, distúrbios do sono (acordam à noite com ataques de risos ou gritos);
Manifestações de comportamento autístico.
Estágio 3 – de 4 a 10 anos de idade.
A regressão é severa neste estágio e os problemas motores, crises convulsivas e escoliose são sintomas marcantes.
Há melhora no que diz respeito à interação social e comunicação (o contato visual melhora), elas se tornam mais tranquilas e as características autísticas diminuem.
Estágio 4 – a partir dos 10 anos de idade.
Caracterizado pela redução da mobilidade, neste estágio muitas pacientes perdem completamente a capacidade de andar (estágio 4-A), embora algumas nunca tenham adquirido esta habilidade (caso de Victoria);
Escoliose, rigidez muscular e distúrbios vasomotores periféricos são sintomas marcantes;
Os movimentos manuais involuntários diminuem em frequência e intensidade;
Apesar disso tudo, a puberdade ocorre na época esperada na maioria das meninas. Como aconteceu com Victoria.
Demorou um ano e oito meses após o nascimento para que o mal de minha filha fosse diagnosticado. Percebi o que estava acontecendo bem antes. Ou melhor, intuí. Contudo, ninguém da família me deu bola. Pelo contrário, irritaram-se comigo… Até que o mal da menina fosse diagnosticado.
A partir de setembro de 2009, a doença de Victoria, então com 11 anos, agravou-se. Naquele mês, naquele ano, ela deu entrada na UTI com pneumonia dupla e derrame em uma das pleuras. E ali permaneceu internada por mais de 90 dias.
Ao fim, Victoria saiu do hospital com uma gastrostomia, procedimento cirúrgico para a fixação (por perfuração) no abdome de uma sonda alimentar na altura do estômago. Esse orifício cria uma ligação direta do meio externo com o meio interno do paciente. É por ali que ela se alimenta e ingere medicamentos.
A cirurgia é realizada em pacientes que perderam, temporária ou definitivamente, a capacidade de deglutir os alimentos, tanto em conseqüência de lesões cerebrais graves como de transtornos do trato gastrointestinal superior.
O procedimento cirúrgico só é recomendado quando há a necessidade de alimentação por longo prazo. Como no caso de Victoria, que terá que usar a gastrostomia por prazo indefinido.
Mas não é só. Ainda naquele estertor de 2009, a menina estava se afogando na própria salivação, pois se tornara incapaz de deglutir. Foi preciso, então, interromper o sintoma. Tentaram lhe extirpar algumas glândulas salivares fazendo pequenos cortes sob os maxilares, mas não foi suficiente.
Restou, apenas, o botox salivar, procedimento que interrompe a salivação com aplicação da substância no interior da boca. Todavia, o plano de saúde (um bom plano, de renome e caro) se negou a pagar pelo procedimento. Entrei, então, na Justiça e obriguei a empresa em questão a honrar o contrato e as leis deste país. Sou um felizardo por poder fazer isso. Ou Victoria é.
Desde 2009, graças a ação na Justiça, ela passou a ter Home Care, ou seja, montou-se uma UTI em minha casa. Há empresas especializadas nisso. Fornecem equipamentos de monitoramento de sinais vitais, respiradores, uma pequena farmácia com todo tipo de droga, inclusive neurológicas, enfermagem full time e seis sessões diárias de terapias, entre fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Victoria, porém, sofreu ainda mais. Ficou, a partir de 2009, com o pulmão esquerdo comprometido. Assim, a cada espaço de alguns meses contrai novas pneumonias, que, a cada vez que se manifestam, levam-na de volta ao hospital para semanas e até meses de internação na UTI.
Essa é a situação de minha filha. Muito melhor do que a da quase totalidade dos milhões de jovens com necessidades especiais neste país que para uma tomografia que minha filha consegue em questão de horas, precisam esperar meses. Isso sem falar de procedimentos infinitamente mais complexos.
Agora, o leitor passa a entender por que este texto não é para a minha filha, mas para todas as Victorias deste país.
Em 2010, como blogueiro, tive reunião com políticos no âmbito de uma campanha eleitoral quente na qual, como cidadão, publiquei muitas matérias tomando partido do grupo político que julgava que melhor governaria o país. Em uma dessas reuniões – um almoço –, um desses políticos, sabendo do drama de minha filha através do meu blog, ofereceu-me ajuda para colocá-la no serviço público que até hoje lhe falta: o da educação escolar.
Sim, educação escolar normal, como para qualquer criança.
Mas para Victoria?, dirá você. Como uma criança – ou adolescente, hoje – tão frágil poderia ir à escola? Por estranho que pareça, se o Brasil fosse um país de todos, como diz a propaganda, ela deveria estar na escola e o Estado, na falta de condições financeiras de seus pais, deveria arcar com o custo de treinar um professor e de pagar um cuidador para que a assistissem em aulas que deveria estar frequentando com crianças – ou adolescentes – como ela junto aos “normais”.
Esse é o conceito mais respeitado entre os especialistas, de que não é por a criança ser “deficiente”, ou seja, por ter necessidades especiais que ela deve ser segregada a instituições específicas. O contato com outras crianças e adolescentes é vital para o desenvolvimento desse grupo social que é o mais frágil desta nação, o das crianças com necessidades especiais.
Mas o que resultou da oferta daquele político, feita há cerca de dois anos? A resposta que lhe dei foi a de que, se ele tivesse que fazer alguma coisa por alguém, que fizesse por todos que a minha filha, em algum momento, também seria beneficiada. Não havia resposta mais digna, por mais que a minha esposa até hoje não a aceite.
A intenção daquele político não foi ruim. Sou um João Ninguém. Não sou dono de um grande meio de comunicação. Tenho, sim, alguns milhares de leitores, mas não importo a ponto de quererem me subornar. Foi apenas solidariedade, o que recebi. Desde que fundei uma página na internet para tratar de política, porém, assumi compromisso comigo mesmo de não usá-la em benefício próprio.
E, neste momento, não é diferente. Escrevo em prol de todas as Victorias deste país, as quais, em maioria e à diferença de minha filha, não têm planos de saúde caros e meios de entrar na Justiça, como fiz, para obrigá-los a garantirem os melhores tratamentos, home care, terapeutas, medicamentos etc. Por isso não aceitei a oferta daquele político.
Agora, porém, surgiu a oportunidade de tratar do assunto de forma macro. Venho escrever por aquilo que nem a minha Victoria e nem boa parte de todas as outras Victorias (leiam-se tanto meninas quanto meninos “especiais”) têm, que é Educação Escolar normal junto a outros jovens, o que, ao não terem, faz com que se desenvolvam muito menos do que poderiam.
Apesar disso, a situação no Brasil vinha melhorando muito. E começou a melhorar porque minha escolha política, em 2002, foi acertada. A partir do advento do governo Lula, em 2003, houve uma inversão do problema de crianças especiais não estarem incluídas nas escolas públicas convencionais, com atendimento adequado.
As políticas para jovens estudantes com necessidades especiais inserem-se no Plano Nacional de Educação (PNE), que é decenal. No de 2000, figuraram intenções de incluir crianças e adolescentes com necessidades especiais nas escolas públicas. Após a chegada de Lula ao poder, as medidas, que até 2002 eram tímidas, passaram a ser largamente implantadas.
Em 2003, apenas 30% das crianças com necessidades especiais estavam incluídas nas escolas públicas com atendimento condizente. Em 2010, esse percentual subiu para 70%. Foi uma revolução. Ainda assim, um terço dos jovens, terço entre o qual se inclui minha filha, ficou de fora.
O Decreto nº. 6.571/2008 determinou o apoio da União aos sistemas de ensino para oferta de atendimento educacional especializado, estabelecendo o duplo financiamento para o público alvo da educação especial matriculado na educação regular pública e no atendimento educacional especializado complementar.
Desse modo, em 2010, além dos recursos de R$ 909.855.443,92 destinados aos alunos da educação especial matriculados em classe comum, foram acrescentados R$ 167.137.201,11 para a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), totalizando R$ 1.076.992.645,00. Uma revolução.
No governo Dilma, porém, tudo está ficando mais difícil. Até porque, estamos em 2012 e ainda não temos um novo Plano Nacional de Educação, o qual deveria ter saído em 2010 por ser um plano decenal, já que o último é de 2000. E um fato explica essa situação: está em curso, no Brasil, uma aliança tácita entre um setor do PT e outro do PSDB que parecem querer dividir um curral eleitoral que era só tucano.
Na redação do novo Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso, a Meta 4 (sobre AEE), cujo relator é o deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), foi apresentada para agradar pessoas  e para atender aos interesses de ONGs que recebem (muito) dinheiro público para manterem educação especial em classes especializadas em vez de inclusão nas escolas regulares.
O texto apresentado por Vanhoni aos parlamentares que votarão a proposta do PNE no dia 12 de junho, abre possibilidades diferentes. Define, na meta 4, que será objetivo do país atender a esses alunos especiais, “de preferência”, na rede regular de ensino. Porém, “garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
Entenderam? Não? Bem, é para isso mesmo que o texto foi feito: para ninguém entender. O relator (do PT) propõe um retrocesso na política de colocar crianças especiais junto das “normais”, segregando-as em classes especiais nas instituições não-governamentais beneficiadas por dinheiro público para prestarem tal atendimento, como são os casos das Associações de Pais e Amigos do Excepcional (APAES) ou Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD).
Sobre essas instituições, tenho uma história particular para contar. Antes de a doença de Victoria piorar, em 2009, minha família tentava incluí-la em uma escola regular, provida pelo Estado, podendo ser municipal ou Estadual (somos de São Paulo, capital). Todavia, além de só encontrarmos desculpas nas escolas públicas, tanto APAE quanto AACD fizeram um jogo de empurra justamente porque preferem os casos fáceis e o de minha filha dizem ser muito grave para o atendimento que fornecem.
Na APAE, minha filha não foi aceita por também ser deficiente física. Na AACD, porque também é deficiente mental. O curral eleitoral, como o nome diz, não é para todos. Depende do que aquela criança ou adolescente têm. Se a doença tiver o grau “certo” de gravidade, tudo bem. Do contrário, rua. E sem direito a instituição pública.
Nesse aspecto, devo reconhecer que o problema é pior para a classe média – o que acho justo, pois esta pode arcar com mais do que as classes sociais mais “baixas”, que não têm planos de saúde de qualidade, inclusive. Mas há, também, contingentes de classes mais baixas que não estão incluídos. E devem até ser mais numerosos.
O problema da utilização política desse setor tão vulnerável da sociedade é tão grave, aliás, que acabou gerando uma investigação na qual está incluído outro membro da comissão do Congresso Nacional que prepara o novo Plano Nacional de Educação. Trata-se do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que faz parte do movimento das APAEs há 30 anos.
De acordo com relatório de fiscalização da Secretaria geral da Presidência da República, há irregularidades no repasse de R$ 1 milhão à APAE de Minas Gerais. O repasse foi feito por meio de emendas do deputado tucano, que tem significativa participação no texto da Meta 4 do Plano Nacional de Educação.
O documento que aponta as irregularidades está na página da Secretaria Geral da Presidência da República (divulgado por meio da lei de acesso à informação). É um documento público gerado a partir de denúncia.
Segundo o relatório, existe falha na documentação comprobatória das subcontratações de serviços, pois foram apresentadas declarações no lugar de notas fiscais, com “conteúdo insatisfatório”, que, em sua maioria, não comprovam o uso das verbas.
Também foram assinalados indícios de conflito de interesses entre o deputado Eduardo Barbosa e uma empresa contratada para realizar serviços financiados com recursos do convênio (a empresa fez doação à sua campanha eleitoral).
O relatório pede, ainda, investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Eleitoral (devido à suspeita de uso da verba para realizar eventos para promover eleitoralmente Eduardo Barbosa em período proibido) e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, órgão responsável pelo convênio.
Enquanto isso, política de manutenção da doação de muito dinheiro público às tais ONGs supracitadas, entre outras, mantendo o curral eleitoral de políticos como o supracitado, ora investigado por se valer desse curral em benefício próprio, vai sendo consolidada através da atuação do deputado Ângelo Vanhonhi, que se espera que, diante destes fatos, reveja sua atuação na comissão que elabora o PNE.
Lá em cima, quando tratei da minha Victoria, disse que, ao fim deste texto, revelaria por que ela é feliz. É porque, ao contrário da quase totalidade das pessoas ditas “normais”, não só a minha mas as Victorias de todo o país não precisam de tudo que move e promove nesta sociedade. Elas só precisam de amor e cuidados mínimos. E isso a MINHA Victoria tem muito. Mas e as outras?
Por elas, por todos os meninos e meninas infantes ou adolescentes deste país que têm necessidades especiais, por esses mais frágeis entre os mais frágeis, peço a você, leitor, que passe este texto adiante, que o discuta, que cobre dos políticos que estão elaborando o novo PNE que procurem outra forma de se locupletarem. Que não sejam tão canalhas, tão desalmados a ponto de explorarem assim esses seres de luz.
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Da leitora jornalista Meire Cavalcante
Edu, parabéns por expor algo tão pessoal e fazer disso uma luta em defesa de todas as Victorias deste país. Eu, como pesquisadora em educação inclusiva, tenho certeza de que retrocesso, neste caso, é CRIME.
Temos que continuar com as políticas de educação inclusiva instituídas com êxito (sem precedentes!) pelo governo Lula. Os dados que você apresentou são prova de que não podemos parar. Estamos cada vez mais saindo da pergunta “essas crianças aprendem?” e partindo para a pergunta “como elas aprendem?”.
Estar na escola comum é direito CONSTITUCIONAL. E isso significa uma revolução positiva na escola. Dá a alunos e educadores dignidade.
Podemos, todos nós, transformar esse sentimento que nos move a escrever aqui em AÇÃO. Vamos escrever ao relator Vanhoni PARA QUE ELE GARANTA O TEXTO ORIGINAL DA META 4, QUE FOI FRUTO DE AMPLAS DELIBERAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E EDUADORES DE TODO O PAÍS E QUE GARANTE A UNIVERSALIZAÇÃO DA ESCOLA COMUM PARA 100% DOS CASOS, como defendeu o ministro da educação.
Chega de guetos! Chega de segregação que torna esses sujeitos invisíveis na sociedade e que promove a miséria! Aqui está o link pra mandar mensagens a Vanhoni:
http://www2.camara.gov.br/participe/fale-conosco/fale-com-o-deputado?DepValores=526612-PR-M-PT&partidoDeputado=PT&sexoDeputado=M&ufDeputado=PR
Este é o email e o telefone do gabinete dele:
Nome civil: Angelo Carlos Vanhoni
Partido/UF: PT / PR / Titular
Telefone: (61) 3215-5672
E-mail: dep.angelovanhoni@camara.gov.br
Um abraço.
Meire.