Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aécio, diga isso aos brucutus da mídia


A Folha e a dupla Aécio Neves-Marina Silva estão em nova ofensiva.
Marina, que contraditoriamente quer formar um partido chamado “Rede”, publicou sexta-feira um artigo chamado “mensalet”, onde diz que os boateiros e seus detratores são ”organizações mantêm suas brigadas digitais, com “editores” dos debates e notícias cujos critérios são os interesses de seus patrões” e diz que “uma investigação detalhada poderia mostrar essa espécie de “mensalão da internet”, uma indústria subterrânea da calúnia”.
Hoje, Aecinho segue a linha e diz que essa ação busca “desconstruir a imagem de qualquer um que ouse defender ideias divergentes dos interesses daqueles que mantêm plugada essa verdadeira quadrilha virtual”.
Patrões? Quadrilhas?
Será que estão se referindo às organizações de mídia que mantêm blogueiros e colunistas dedicados, permanentemente, a atacar um governo progressista?
Será que estão se referindo a registrar sites como “petralhas.com.br”, que, segundo o Whois, continua registrado em nome do Instituto Social Democrata e do tucano de alto coturno Eduardo Graeff?
Aécio diz que “esse tipo de ação covarde é um lado da moeda que, na outra face, tenta controlar a imprensa, impedir a formação de novos partidos, defender a remoção do direito de investigação do Ministério Público e a submissão das decisões do STF à maioria governista no Congresso Nacional”.
Tenta controlar a imprensa, como? Enchendo ela de verbas, como faz o Governo Federal? Será que o Governo a controla? Só se for masoquista. Ou será que o Estado de Minas, que recebia verbas vultosas do governo mineiro, sob Aécio, estava comprometido?
Impedir a formação de novos partidos? Ou impedir que levem o dinheiro do fundo partidário e o tempo de televisão, que não são propriedade pessoal do mandatário, mas resultado da manifestação do eleitor, que lhes deu o mandato por outro partido?
Ah, será que somos nós, “blogueiros sujos”, que não temos mais – quando temos – uns míseros banners, os que somos uma poderosa quadrilha de difamação?
Mas não foram os “blogs sujos”, mas o Estadão que publicou que “o senador Aécio Neves (PSDB) fez para o Rio de Janeiro 63% das viagens bancadas pela verba de transporte aéreo (VTA) do Senado. Desde o início do mandato, o presidenciável pagou com dinheiro público 83 voos, dos quais 52 começaram ou terminaram na capital fluminense” e acrescenta que “as passagens de Aécio pelo Rio costumam aparecer em colunas e redes sociais que, não raro, registram sua presença em baladas e eventos cariocas nos fins de semana”.
Vejam que barbaridade difamatória publica o vetusto jornal paulista:
“Em tom bem-humorado, em 27 de agosto a imprensa do Rio registrou a participação do senador numa celebração do “PC (Partido do Chope)”, num bar em Copacabana, três dias antes. O Senado pagou R$ 939 pelo voo entre São Paulo e a cidade naquele dia, uma sexta-feira, e mais R$ 172 pelo trecho Rio-Belo Horizonte na segunda-feira seguinte.”
Senador, os blogueiros sujos do Rio de Janeiro só aceitam uma subvenção num chopinho, se o senhor quiser convidar. A minha parte eu dispenso, porque já não posso fazer estas farras.  Quanto a essas acusações, seria bom esclarecer de quem o senhor fala.
Senão, fica parecendo difamação. Ou aquela música da “Turma do Funil”.
 Por: Fernando Brito

CADÊ O POLICARPO ? CADÊ O MINO ? A Veja sofrerá mudança radical: vai ficar pior.

O PiG (*) conseguiu noticiar a morte de Robert(o) Civita sem mencionar o Policarpo, aquele a quem o senador Collor se refere como o “Caneta”.

O PiG (*) tratou das obras de Robert(o) e cometeu leves equívocos.

Robert(o) fundou a revista Realidade.

Clique aqui para ler sobre o livro do Miltainho a respeito da Realidade.

Quem fez a Realidade foi o Paulo Patarra, que, por esperteza, sugeriu ao patrão nomear o filho diretor. 

Quem fundou a Veja – hoje por Robert(o) transformada num detrito de maré baixa -  foi o Mino Carta.

O pai, “seu” Victor, é que teve a ideia de fazer uma revista semanal de informações.

E chamou o Mino, que já tinha dirigido a Quatro Rodas na Abril, para criá-la.

Clique aqui para ler sobre “O Brasil”, de Mino Carta, que é pior do que você pensa, onde há passagens sobre Robert(o).

TODA a diretoria da Abril, inclusive Robert(o), quis fechar a Veja, quando ela começou a cair dos 700 mil exemplares da estreia.

Quem não deixou fechar a Veja foi o “seu” Victor.

Mas, hoje, é preciso glamorizar o empreendedor que quis fazer aqui o que via nos Estados Unidos: Time, Life, Playboy …

Não há uma única publicação desta árvore que tenha enriquecido os brasileiros do ponto de vista intelectual, jornalístico ou em autoestima.

Robert(o) menosprezava o Brasil.

Vivia num mundo à parte, em algum pedaço dos Estados Unidos, que já não o reconhecia.

E, aqui, como já disse esse ansioso blog, foi um “loser”, um perdedor.

Vamos combinar que a Veja se tornou uma revista pós-fascista, Golpista, um coito de bandidos com pseudo-jornalistas, como lembrou Collor.

Como se sabe, quando se instalou a CPI do Robert(o), o Michel Temer recebeu a recomendação do Fabio Barbosa, o banqueiro (sic) que hoje dirige a Abril, e de filho do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – para seguir a seguinte rota:

Quando ouvir falar em Veja, entenda imprensa.

Quando ouvir falar em imprensa, entenda Globo.

Robert(o) e o Policarpo não foram chamados a depor.

Como pretendia o deputado Fernando Ferro.

Venceu a lógica do Miro Teixeira, que não deixa a bandeira da Globo cair.

Depois, o PT odarelou e a CPI deu no que deu.

O Policarpo está aí, e não surpreenderá o ansioso blogueiro se, breve, assumir a chefia de redação da própria Veja, em sua remodelação radical, que se avizinha: vai ficar pior !

Na Argentina, mandaram a Abril embora.

Aqui, ela é um simbolo da liberdade de imprensa !

Viva o Brasil !

Não deixe de ler “Civita, o Sírio e a Folha”.


Paulo Henrique Amorim

ESQUEÇAM POLICARPO: 
O CHEFE É CIVITA

E nao é que o PT odarelou e deixou o Robert(o) e o Policarpo sairem de fininho ?

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Conversa Afiada republica texto de Luis Nassif, extraído do Blog do Miro:

ESQUEÇAM POLICARPO: O CHEFE É CIVITA



Por Luis Nassif, em seu blog:

Veja se antecipou aos críticos e divulgou um dos grampos da Policia Federal em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o araponga Jairo falam sobre Policarpo. Pinça uma frase – “o Policarpo nunca vai ser nosso” – para mostrar a suposta isenção do diretor da Veja em relação ao grupo.

É uma obviedade que em nada refresca a situação da Veja. Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja.
Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo.

Como diz Cachoeira, “quando eu falo pra você é porque tem que trabalhar em grupo. Tudo o que for, se ele pedir alguma informação, você tem que passar pra mim as informações, uai”.

O dialogo abaixo mostra apenas arrufos entre subordinados – Jairo e Policarpo.

Os seguintes elementos comprovam a associação criminosa:

1- Havia um modus operandi claro. Cachoeira elegeu Demóstenes. Veja o alçou à condição de grande líder politico. E Demóstenes se valeu dessa condição – proporcionada pela revista – para atuar em favor dos dois grupos.

2- Para Cachoeira fazia trabalho de lobby, conforme amplamente demonstrado pelas gravações até agora divulgadas.

3- Para a Veja fazia o trabalho de avalizar as denúncias levantadas por Cachoeira.

Havia um ganho objetivo para todos os lados:

1- Cachoeira conseguia afastar adversários, blindar-se contra denúncias e intimidar o setor público, graças ao poder de que dispunha de escandalizar qualquer fato através da Veja.

2- A revista ganhava tiragem, impunha temor e montava jogadas políticas. O ritmo frenético de denúncias – falsas, semi-falsas ou verdadeiras – conferiu-lhe a liderança do modelo de cartelização da mídia nos últimos anos. Esse poder traz ganhos diretos e indiretos. Intimida todos, anunciantes, intimida órgãos do governo com os quais trabalha.

3- O maior exemplo do uso criminoso desse poder está na Satiagraha, nos ataques e dossiês produzidos pela revista para atacar Ministro do STJ que votou contra Daniel Dantas e jornalistas que ousaram denunciar suas manobras.

Em “O caso de Veja”, no capítulo “O repórter e o araponga” narro detalhadamente – com base em documentos oficiais – como a cumplicidade entre as duas organizações permitiu a Cachoeira expulsar um esquema rival dos Correios e se apossar da estrutura de corrupção, até ser desmantelado pela Polícia Federal. E mostra como a Veja o poupou, quando a PF explodiu com o esquema.

Civita nem poderá alegar desconhecimento desse ganho de Cachoeira porque a série me rende cinco ações judiciais por parte da Abril – sinal de que leu a série detalhamente.

Os próprios diálogos divulgados agora pela Veja mostram como se dava o acordo:

Cachoeira: Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos. Então é o seguinte: se não tiver um líder e a gente trabalhar em conjunto… Ele pediu uma coisa? Você pega uma fita dessa aí e ao invés de entregar pra ele fala: “Tá aqui, ó, ele tá pedindo, como é que a gente faz?”. Entendeu?

Desde 2008 – quando escrevi o capítulo – sabia-se dessa trama criminosa entre a revista e o bicheiro. Ao defender Policarpo, a revista, no fundo, está transformando-o em boi de piranha: o avalista do acordo não é ele, é Roberto Civita.

Em Londres, a justiça processou o jornal de Rupert Murdoch por associação indevida com fontes policiais para a obtenção de matérias sensacionalistas. Aqui, Civita se associou ao crime organizado.

Se a Justiça e o Ministério Público não tiverem coragem de ir a fundo nessa investigação, sugiro que tranquem o Brasil e entreguem a chave a Civita e a Cachoeira.



Clique aqui para ler “Cadê o Policarpo ? Cadê o Mino ?”. 

aqui para ler “A Folha, o Sírio e Civita. Viva o Brasil !”. 

E CENSURA JORNALISTA Juiza Marielza Franco manda tirar texto de Emiliano José do ar. Viva (a Justiça d)o Brasil !!!

Saiu no site da Carta Capital, matéria de Leandro Fortes:Censura. O agora evangélico (direita) conseguiu na Justiça retirar da internet um artigo revelador do jornalista
O pastor Átila Brandão, destacado agente da repressão na ditadura, tenta calar um jornalista que lembra seu passado 

De Salvador

Nas manhãs de sábado, o pastor Átila Brandão, líder máximo da Igreja Batista Caminho das Árvores, faz uma exaltada pregação na TV Aratu, retransmissora do SBT na Bahia. É uma mistura de ignorância, oportunismo e preconceito. Exemplo: o ser humano é inteligente por falar e não por pensar. Outro: o anticristo será um homossexual nascido de uma prostituta. Não se assuste, o pastor tem a solução contra o mal. Além do apego ao Evangelho e à Bíblia, Brandão acredita-se destinado a presidir o Brasil.

Infelizmente, a estratégia para derrotar o coisa-ruim via Palácio do Planalto corre sérios riscos. Atualmente, torturador de palavras e consciências, Brandão destacou-se nos anos 70 por outro tipo de barbárie, bem mais grave. Teve passagem marcante pelo aparato de repressão da ditadura.

Denunciado pelo ex-deputado e jornalista Emiliano José, o pastor perdeu a fleuma religiosa e ressuscitou seu velho estilo, consagrado nos anos de chumbo. Então oficial da Polícia Militar da Bahia, Brandão comandou espancamentos contra estudantes em Salvador entre 1968 e 1973. Em um prazo de três meses, o evangélico fez um boletim de ocorrência, registrou uma queixa-crime e abriu duas ações judiciais contra José. Seu objetivo principal é censurar o jornalista por causa do artigo intitulado “A premonição de Yaiá”. Publicado em fevereiro passado no jornal A Tarde e disponível na internet, o texto trata de uma história assustadora.

Com base em um depoimento gravado, o ex-deputado relata um momento na vida de Maria Helena Rocha Afonso, conhecida como Dona Yaiá, mãe do preso político Renato Afonso de Carvalho, ex-militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Segundo Dona Yaiá, em 1971, após sentir terrível angústia no peito, decidiu por conta própria pegar um táxi e visitar o filho, então com 23 anos, preso no quartel da PM dos Dendezeiros, na chamada cidade baixa. Carvalho havia sido preso no Rio de Janeiro em fevereiro daquele mesmo ano por agentes da repressão e levado ao quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, um dos mais cruéis centros de torturas do regime. Por dois dias, ficou pendurado em um pau de arara. Foi espancado e submetido a choques elétricos e afogamentos. Depois, enfrentou um fuzilamento simulado. Como, ainda assim, não entregou ninguém, seu assassinato parecia iminente.

Graças a um pedido do pai, Orlando de Carvalho, e da interferência de Dom Eugênio Salles, à época arcebispo do Rio de Janeiro, o militante foi salvo e transferido a Salvador. Sob custódia da PM baiana, achou que a fase das torturas havia passado. Engano absoluto. O militante do PCBR, hoje um respeitado professor de História na capital da Bahia, reencontrou no quartel dos Dendezeiros um velho desafeto, o capitão Átila Brandão.

(…)


Clique aqui para ler a íntegra.

Aqui para ler: até tu Toffoli? Dantas manda no Brasil.

Na mesma edição da Carta, Mauricio Dias diz que “Faoro sugeriu Barroso a Lula”.

Veja o que Agnelli, ex-Vale, tirou dos brasileiros

O que Roger Agnelli, o queridinho de nossos analistas econômicos, tirou do nosso país quando encomendou na China e na Coreia a frota de supergraneleiros – aliás, um “mico” naval, que quase provoca um desastre em São Luiz – para a Vale?
Para saber é só ler a reportagem sobre o que está acontecendo na cidade capixaba de Aracruz – “Estaleiro ultrapassa papel em Aracruz”-, publicada hoje pela Folha.
Na cidade que só era conhecida pelas suas medonhas megaplantações de eucalipto para celulose, os coreanos da Jurong estão investindo R$ 1 bilhão para construir ali um estaleiro que vai produzir sete navios sonda – como o da foto – para a Petrobras usar no pré-sal, com capacidade para perfurar em águas profundíssimas, abaixo de três mil metros de lâmina d`água. Vai gerar seis mil empregos, a maioria qualificados,  e de ótimos salários numa cidade que tinha, pelo censo de 2010, 35 mil pessoas em idade ativa. Ou seja, quase 20% de todos os que têm idade para trabalhar.
Os navios de Agnelli só fizeram isso pelos chineses e pelos coreanos, com o dinheiro dos brasileiros.
Inclusive dos poucos impostos que pagava, percentualmente uma mixaria perto de outras empresas.
Mas era o “competente”, a alegria dos acionistas, da Mirian Leitão e da mídia em geral, que criticava e critica a decisão da Petrobras de fazer o máximo de encomendas aqui no Brasil, mesmo que isso tenha mais dificuldades e desafios.
Vai demorar um pouco mais e custar um pouco mais? Pode até ser, mas é salário para brasileiros, indústria para o país, progresso para o Brasil.
E os navios de Agnelli? Bem, eles só não viraram elefantes brancos porque não são brancos, porque estão é trazendo prejuízos para a empresa, pela falta de planejamento com que sua construção foi ordenada.
E muito mais para o Brasil, porque este crime não tem mais reparação.
 Por: Fernando Brito

O que farão os cidadãos europeus, quando descobrirem que não adianta mudar governos?

TARSO GENRO: A EXAUSTÃO QUE NOS AFLIGE

O que farão os cidadãos europeus, quando descobrirem que não
adianta mudar governos? Eis a pergunta recentemente lançada pelo professor Boaventura Souza Santos, em artigo memorável. (...) Isso tem muito a ver conosco, que a duros custos estamos remando contra a maré: criando empregos, reestruturado o setor público, contratando servidores, investindo incomparavelmente mais em inovação, ciência e tecnologia, fortalecendo o mercado interno (...)nos próximos cinco anos, certamente, nosso modelo atingirá o apogeu e a sociedade brasileira não será "inteiramente outra", mas terá uma estrutura de classes e novos sujeitos sociais e políticos novos. (...) O difícil sistema de alianças que trouxe o Brasil até hoje (porém)  dá sinais de cansaço, não porque os políticos são vilões ou corrompidos. Enquanto na Europa o tecido político dominante cumpre o seu papel de transmissor do programa do Banco Central Europeu, no Brasil este mesmo tecido fragmenta-se; não mais corresponde aos desafios políticos que os partidos devem enfrentar, em nome das suas bases sociais e regionais. Creio que a esquerda brasileira deveria se unir em torno de um amplo movimento político e social para preparar um calendário de lutas, com um programa mínimo muito simples, de resistência democrática: novos marcos regulatórios para democratizar o acesso à comunicação e garantir o direito à livre circulação da opinião; reforma política, no mínimo para acabar com o financiamento privado nas eleições e valorizar os partidos através da votação em lista; reforma do pacto federativo, principalmente tributário, para reduzir drasticamente as desigualdades sociais e regionais"

domingo, 26 de maio de 2013

O reacionarismo insensível dos médicos brasileiros


Parece que essa montagem é de Alex Moreira. Ou não.
O passado desnecessário

Os médicos brasileiros contrários à vinda de médicos estrangeiros para atuar no interior desassistido ainda não perceberam que desejam modelar o futuro com pedaços do passado de má memória até para eles.

Quando a crise social e econômica bateu aqui de verdade, muitos médicos se foram em busca de alguma oportunidade nos Estados Unidos. Os dentistas brasileiros descobriram Portugal. A propagação do conceito de serem mais atualizados tecnicamente, à época, lotou seus consultórios com a clientela portuguesa. E levou mais dentistas daqui.

Dos anos 1980 para os 1990, a batalha foi intensa e incessante, com envolvimento diplomático, dos governos, médicos e dentistas, meios de comunicação, entidades científicas de um lado e do outro. As relações entre os dois países ficaram difíceis.

Os portugueses cobravam que os dentistas brasileiros se submetessem, para validação dos seus diplomas, a exame baseado no currículo local. Os brasileiros respondiam que o currículo português incluía, em detrimento do maior domínio técnico, matérias médicas não adotadas no Brasil. Atritos e impasse por mais de dez anos.

A recusa à vinda de médicos reproduz exatamente a posição dos portugueses, à qual nenhum núcleo médico, odontológico, intelectual ou outro deu apoio no Brasil. A diferença entre os fatos de lá e os de cá está só nos motivos. Já foi dito que os médicos brasileiros defendem o seu mercado, a tal reserva de mercado. Só os portugueses fizeram isso.

Os médicos daqui não querem saber do interior atrasado, não importa que mercado haja aí e que condições sejam oferecidas. Mesmo as periferias das cidades são incapazes de atraí-los no número necessário, como prova a procura para os hospitais e postos públicos. A mera recusa à contratação de espanhóis, cubanos e portugueses despreza ainda outra realidade inegável: a dos milhões deixados a sofrimentos que até conhecimentos médicos elementares podem evitar ou atenuar.

Responder à proposta do governo com grosserias, como tem feito o Conselho Federal de Medicina, não disfarça outra realidade. Médicos de alta reputação e entidades científicas e de classe têm insistido na adoção, para os recém-diplomados, de exame à maneira do que faz a OAB para dar status de advogado aos bacharéis em direito. O pedido do exame é o reconhecimento de que a proliferação de faculdades tem diplomado levas de médicos com despreparo alarmante.

* A coluna de Janio de Freitas comenta também outro assunto, mas eu a editei para não misturar alhos com bugalhos.

Dez mentiras que a direita quer tornar verdades


A direita brasileira é tão bobinha que faz rir.
Sofisma sem  o menor constrangimento.
E ainda cita a frase nazista sobre mentiras que se tornam verdades.
É o que gostaria de fazer.
Não consegue.
Dez mentiras da direita que não emplacam:
1) Capa da Forbes mostra Lula como bilionário.
Era uma montagem rastaquera.
2) Não há liberdade de imprensa na Venezuela.
Os jornais El Nacional e El Universal provam o contrário.
3) Cristina Kirchner quer calar o Clarín.
O Clarín tem mais de 200 concessões de televisão. A lei dos meios, inspirada na lei americana, quer evitar a concentração de mídia.
4) Os dois lados precisam ser investigados pela Comissão da Verdade.
Um lado, o dos que resistiram à ditadura, foi investigado pela justiça militar do regime, submetido a processo, condenado, preso, torturado, morto, exilado.
A história dos processos e condenações dos resistentes está em documentos, livros, depoimentos, relatos, reportagens, etc.
Por que o lado dos resistentes deveria ser condenado duas vezes?
Os torturadores é que nunca foram investigados nem condenados.
5) O Brasil estava à beira do comunismo em 1964.
Trata-se de uma tese sem fundamentação histórica.
6) O bolsa-família torna as pessoas preguiçosas e dependentes.
Um milhão e seiscentos mil beneficiados saíram espontaneamente do sistema.
7) Alunos cotistas não conseguem acompanhar o ritmo dos outros.
A média dos cotistas, numa escala comprimida, é 5.4, a dos não cotistas, 6.0. Uma diferença mínima, estatisticamente irrelevante.
8) Não havia corrupção no regime militar.
O historiador Carlos Fico e muitos outros mostram o tamanho da corrupção ao longo da ditadura. Só não se podia falar sobre ela nos jornais.
9) Jango foi um presidente fraco.
Jango foi um visionário que se dispôs a antecipar reformas que teriam melhorado tanto o Brasil que os conservadores trataram de derrubá-lo.
10) O Estado mínimo produz o máximo de benefícios e não existe a divisão esquerda/direita.
Paul Krugman, prêmio Nobel de economia, tem surrado os que acham, por ignorância ou ideologia, que a crise de 2008 nada tem a ver com Estado mínimo e com neoliberalismo.
“EXAME - Os defensores do Estado mínimo não estão agora na defensiva?
Paul Krugman – Claramente estão. É preciso muita ginástica intelectual para defender que o livre mercado estabiliza a si mesmo. Muitos economistas até criaram explicações para que as persistentes e elevadas taxas de desemprego não sejam mais consideradas deficiência do mercado. Mas certamente esse não é um ambiente muito amistoso a quem defenda o rigoroso funcionamento do livre mercado.”
A crise de 2008 enterrou essa vulgata de manual do neoliberalismo. A ideia de que não existem mais esquerda e direita é uma ideia de direita.
Juremir Machado da Silva

Por que Dilma ficou com Barroso

Ela resolveu o problema do mensalão sem se indispor com a Globo, que gosta do novo ministro.


Resolveu um problema sem criar outro
Resolveu um problema sem criar outro
O que você faz para resolver um problema e não criar outro?
Bem, no caso do STF, você nomeia Luís Roberto Barroso.
Barroso resolve o problema do mensalão. Sua chegada ao Supremo muda o cenário no momento fundamental dos recursos.
Desfaz-se o estado de espírito anti-réus que dominou o STF, e que por um momento pareceu que levaria Zé Dirceu à cadeia.
(Quem não se lembra do relato de Mônica Bergamo, na Folha, sobre o dia em que Dirceu fez as malas à espera de que o levassem pela madrugada?)
Joaquim Barbosa, o grande derrotado na nomeação, agora é minoritário, e é uma benção que seja assim, tamanha a inépcia grosseira, pedante e autoritária do ex Batman.
A segunda etapa do julgamento – aquela, sabemos agora – quase que começa do zero. Dirceu pode desfazer a mala, se já não desfez.
As sentenças extraordinariamente rigososas comandadas por Barbosa, e alinhadas com a mídia, vão sofrer uma enorme redução.
Teses como a Teoria do Domínio do Fato, pela qual você pune sem provas, voltarão ao ostracismo.
Será difícil, como aconteceu, condenar alguém com base em denúncias de jornais e revistas – a maior parte delas sem comprovação.
Barroso trouxe isso a Dilma – a certeza de que ela não terá que aturar a expressão de sarcasmo vitorioso de Barbosa, tão bem expressa no funeral de Niemeyer.
Para os repórteres, Dilma disse que a nomeação nada teve a ver com o mensalão, mas chamo aqui Wellington para comentar: quem acredita nisso acredita em tudo.
É um pastelão, é verdade – mas o final é melhor que o começo, tamanhas as barbaridades dos juízes no mensalão.
Dilma, com Barroso, resolve também um problema, como foi dito acima
Ela poderia enfrentar muitas críticas da mídia com a indicação. Com Barroso, ela neutralizou o maior foco das críticas: as Organizações Globo. Monopolista como a Globo é, você ganha a aprovação dela e o resto está feito no capítulo das relações com a mídia.
Barroso é amigo da Globo. Foi advogado da Abert, a associação que defende os interesses da Globo. Conforme mostrei num artigo anterior, chegou a escrever um artigo em que defendia a reserva de mercado para a Globo. (Os argumentos eram ridículos: até Mao Tsetung era invocado como um risco. Mas o fato é que ele escreveu o artigo e ele foi publicado no Globo.)
Portanto: você não vai ver Jabor, Merval, Ali Kamel, Míriam Leitão ou quem quer que seja na Globo atacando Barroso agora ou, um pouco depois, em suas intervenções no julgamento do recurso.
A família Marinho gosta dele: então seus vassalos também gostam.
São todos papistas, para usar a expressão com que o ex-diretor do Globo Evandro de Andrade se insinuou a Roberto Marinho quando quis o cargo.
Faço o que o senhor mandar, disse Evandro. É o que todos ali fazem, basicamente.
Barroso só não resolve o problema dos brasileiros de ter um Supremo patético – mas nada é perfeito.
Paulo Nogueira
No DCM

Boatos do fim do Bolsa Família teriam sido 'vacina' para 2014?




Setores da velha mídia e da oposição resolveram discutir a paternidade dos boatos sobre o fim do programa Bolsa Família. Óbvio que quem planta um boato destes pela lógica é oposicionista. A quem interessa tocar o terror nas pessoas de baixa renda? Sem fazer ilações sobre nomes, nem a vínculos partidários, só alguém contra o programa, a ponto de ter raiva, faria uma maldade dessas com pessoas mais vulneráveis socialmente.

Colunistas da velha mídia, para tirar o constrangimento de oposicionistas que fizeram declarações públicas contra o programa no passado, lançaram um teste de hipótese, na forma da pergunta: "Quem ganha com o boato do fim do Bolsa Família?", e responderam, eles mesmos, "o governo, que se beneficiaria ao reafirmar que o programa é 'imexível'".
Argumento fraco, raciocínio frágil e retorcido, pois nenhum governo tem nada a ganhar com tumultos e confusões, e jamais precisaria espalhar um boato só para reafirmar seu compromisso com o programa. Bastaria fazer uma campanha de divulgação institucional, se achasse necessário.

Se é para testar hipótese, há outra bem mais plausível, sobre quem ganharia com o boato. Há gravações do programa Roda Viva com o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) dizendo que o Bolsa Família estimula a preguiça .Há vídeos no Youtube gravados pelo próprio deputado Roberto Freire (PPS ou MD) em chat com militantes do PPS, onde afirma que o Bolsa Família é pernicioso ao país. E há declarações negativas ao Bolsa Família de diversas outras lideranças oposicionistas.
Logo, o assunto pode vir à tona na próxima campanha eleitoral, e essas declarações serem resgatadas, em tempos de internet, onde não dá mais para esconder aquilo que disse no passado. Isso fragiliza o discurso de compromisso oposicionista com essas políticas sociais.
Se oposicionistas espalhassem um boato anonimamente como esse, mesmo sabendo que o povo acabaria descobrindo a mentira, o fato poderia funcionar como uma "vacina" na campanha de 2014. Se viessem críticas questionando a sinceridade da oposição no engajamento ao programa social, diante de tantas críticas no passado perpetradas por seus líderes, um candidato oposicionista poderia se defender lembrando que questionamentos ao Bolsa Família seriam boatos, como o ocorrido nesta semana.

Modelo

O Bolsa Família é um sucesso internacional. Foi adotado no México, Venezuela, Bolívia, Peru, Equador, dentre outros países da América Latina. Recomendado pela ONU, foi levado para a África do Sul, Gana e Egito, no continente africano; e para a Turquia, Paquistão, Bangladesh e Indonésia, na Ásia.

Como se vê, se é para testar hipóteses, a oposição teria muito mais a ganhar.

VOLTAMOS Verdade dá calafrios na Folha e no Globo



Postei aí na seção de vídeos a reportagem  veiculada ontem pelo SBT sobre as precauções de segurança tomadas para assegurar a inviolabilidade do túmulo do ex-presidente João Goulart, em São Borja, Rio Grande do Sul.
Tem lógica, pois se aguarda a exumação de seus restos mortais, proposta pela Comissão da Verdade e autorizada pela família, que não acredita estarem plenamente esclarecidas as circunstâncias de sua morte, em dezembro de 1976.
As cartas trocadas naqueles dias entre o general Ernesto Geisel e o recém-ditador argentino – morto esta semana – Jorge Rafael Videla, recém-reveladas, só ampliam as suspeitas.
E as viúvas da ditadura estão em polvorosa com a pretensão da maioria da Comissão da Verdade brasileira representar pela revisão do esdrúxulo julgamento do Supremo que, contrariando os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, aceita a prescrição dos crimes de Estado cometidos aqui, ao contrário do que fizeram os argentinos, após a redemocratização.
Esta semana, O Globo publicou um editorial no qual qualifica como “no mínimo, ilegal” que a comissão encaminhe qualquer nomes – e provas, portanto – ao Ministério Público para levar ao Judiciário assassinos e torturadores. Agentes, aliás, de um regime que cevou e engordou o império Globo.
Hoje é a vez da Folha, que chama a ditadura de “ditabranda”, sair em defesa dos fantasmas da repressão, dizendo em editorial que a ação dos integrantes da Comissão da Verdade “a desconfiança de que os trabalhos em curso se pautem pelo espírito de revanchismo”.
A ambos, pelo seu papel colaboracionista nos tempos de um regime que só pode despertar nojo e revolta em qualquer democrata, falta autoridade moral para falar em revanchismo ou institucionalidade.
Aliás, qualquer coisa que tenha o nome de Verdade parece lhes provocar calafrios.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Para entender a exploração do pré-sal


Diante da notícia de que o Governo resolveu marcar para outubro a primeira licitação para a exploração de uma nova área do pré-sal, muita confusão  vai se formar na cabeça das pessoas e é preciso fazer alguns comentários.
A primeira delas é afirmar, sem medo de patrulhismos, que isso não é o ideal, mas o possível. O desejável seria que a exploração ficasse totalmente em mãos do Estado brasileiro, sem participação alguma de empresas privadas e, mais ainda, estrangeiras.
Mas o volume de petróleo – e o de investimentos necessários à sua retirada – é tão grande que isso não é, objetivamente, factível. Uma simples olhada nas projeções da Agência Internacional de Energia da ONU  sobre as exportações de petróleo em 2035, no gráfico aí em cima, dá ideia do tamanho do desafio.
Só o campo de Libra, o primeiro – e único – do pré-sal que irá a leilão este ano, tem reservas recuperáveis entre  8 e 14 bilhões de barris. Se estiver na estimativa máxima, essas reservas equivalem a todo – vejam bem, todo mesmo – o petróleo contido nas reservas provadas do país até hoje.
Mas para esse petróleo valerá a nova lei do petróleo, que nada tem a ver com o regime de concessão implantado por Fernando Henrique Cardoso e vigente até agora. Essa regulamentação dá à Petrobras a condição de operadora das perfurações e da produção, com uma participação mínima de 30% nos poços de Libra.
E nada impede, sobretudo agora que a empresa fez caixa com no lançamento de títulos no mercado internacional, que ela aumente sua parcela. Mesmo assim, é possível que ela faça novas captações, para poder aumentar seu poder de negociar a formação de consórcios de exploração.
E, ainda, quando o Governo entender que for conveniente, pode adjudicar áreas, sem leilão ou outra forma de licitação, à Petrobras.
Além dessa fatia, o Brasil ficará com uma percentagem – o que vai ser propriamente o “lance” do leilão – do petróleo produzido que exceder aos custos da exploração – daí uma das necessidades de a Petrobras ser a operadora exclusiva – além de dar à empresa o controle das encomendas de equipamentos e serviços, o que garante o máximo de indução à economia brasileira, o que não ocorreria com empresas estrangeiras, que tenderiam a adquirir fora todo o necessário para desenvolver e operar os poços.
Fica assegurado, assim, controle da estatal dos pontos de medição da extração, que jamais ficarão sob responsabilidade de empresas privadas. Isso é ainda mais importante porque parte do petróleo será exportada centenas de quilômetros mar adentro, sem sequer vir à terra, gerando insegurança sobre o volume produzido.
Nada disso acontece no atual modelo, o de concessão.
Ainda é cedo para especular de quanto serão as ofertas, mas certamente não serão pequenas, tanto nos valores pagos pela concessão quanto na parcela entregue ao Estado brasileiro.  Mas, ao contrário, já se sabe que serão imensas as necessidades de capital para colocar em operação essas áreas a curto e médio prazo.
Calculados os custos de produção à razão de 8,5 dólares o barril, o mesmo usado na operação de capitalização da empresa, em 2010, isso pode levar os investimentos e custos operacionais, só em Libra, a mais 100 bilhões de dólares.
E a Petrobras não teria como fazer frente a isso senão se endividando de maneira suicida, porque boa parte dos investimentos precede a produção e os preços do petróleo não são previsíveis. Logo, também não é o fluxo temporal de receitas. Nem, também, o que isso impacta sobre a velocidade de extração, vencida a etapa de implantação dos poços de produção.
Traduzindo: é muito importante “controle da torneira”, porque reserva de petróleo é um estoque o qual se vende não apenas conforme a procura, mas do preço de mercado.
Embora as multis do petróleo estejam interessadíssimas nos campos do pré-sal, o modelo vai ser mais convidativo às empresas estatais, como é o caso das chinesas, que se pouparam do leilão de petróleo de extração convencional para esperar pelas áreas do pré-sal. A razão é simples: sua visão de negócios é mais estratégica que imediatista e a negociação com a petroleira estatal brasileira será facilitada pelas relações governo a governo.
Se a licitação, como é provável, subdividir o campo em muitos blocos, isso será ainda mais conveniente ao país, pela multiplicidade de parceiros possível à Petrobras, reduzindo percentualmente a participação de cada um dos outros sócios na área total de exploração e, portanto, elevando a concentração de poder decisório da estatal.
É por essas razões que a Petrobras está se preparando financeiramente para o imenso desafio de explorar o campo gigante de Libra. Ela irá, certamente, ao limite de suas forças.
E ela tem forças imensas, mas o que vem pela frente é tão grande que, mesmo assim, elas não bastariam para tirar do fundo do mar o oceano de petróleo que está lá.

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