Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

domingo, 4 de maio de 2014

OBRA DO SÃO FRANCISCO: NÃO É SÓ ÁGUA. É EMPREGO

Fala, Dilma, fala


Ministro Francisco Teixeira em visita às obras (foto: Ministério da Integração Nacional)


A situação de pleno emprego no Brasil é refletida na transposição do Rio São Francisco. Na semana passada, o projeto atingiu um efetivo de mais de 10.100 trabalhadores, que atuam ao longo dos 477 km de extensão da maior obra hídrica do Brasil.

Em fevereiro, como apurou o Conversa Afiada, o número de funcionários era de 8.700, com cerca de 2.500 máquinas em campo e com 52% das obras concluídas. – leia aqui – Três meses depois, já com 3.140 equipamentos em operação, o projeto está com quase 60% de avanço físico.

Orçado em R$ 8 bilhões e com previsão de entrega total em dezembro de 2015, o empreendimento terá os trabalhos em período integral ampliados para dar celeridade às construções principalmente no Eixo Leste, segundo o Ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, responsável pelo empreendimento.

“Nós estamos trabalhando no Eixo Norte, em quase todas as frentes, em dois turnos, e a partir de maio vamos trabalhar 24 horas também no Eixo Leste, em muitas frentes”, garantiu.

A medida é justificada quando se olha para os números do programa. Nota-se um maior avanço no Eixo Norte, em relação ao Leste.
As obras avançam

Eixo Norte, (Trecho I e II), neste mês:


Meta 1N (140 km) / Antigos lotes: 
1, 2, 3, 4 e 8: Vai da captação do rio São Francisco, no município de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE).  A Meta 1N apresenta 63,7% de execução

Meta 2N (39 km) / Antigo lote 5:
 Começa no reservatório Jati, no município de Jati (CE), e termina no reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE). A Meta 2N apresenta 25,2% de execução. 

Meta 3N (81 km) / Antigos lotes 6, 7 e 14: Estende-se do reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE), até o reservatório Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). A Meta 3N apresenta 54% de execução. 


Eixo Norte, (Trecho I e II), em fevereiro:


META 1N (140 km):
 Vai da captação do rio São Francisco, no município de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE).  A Meta 1N apresenta 57,2% de execução.


META 2N (39 km):  Começa no reservatório Jati, no município de Jati (CE), e termina no reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE). A Meta 2N apresenta 24,6% de execução.


META 3N (81 km):
 Estende-se do reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE), até o reservatório Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). A Meta 3N apresenta 47,2% de execução.



Eixo Leste (Trecho V) , neste mês:


Meta 1L – (16 km):
 Compreende a captação no reservatório de Itaparica até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE). É uma meta piloto para testes do sistema de operação. A Meta 1L apresenta 87,5% de execução. 

Meta 2L – (167 km): 
Inicia-se na saída do reservatório Areias, em Floresta (PE), e segue até o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE). A Meta 2L apresenta 60,9% de execução. 

Meta 3L – (34 km): Este trecho está situado entre o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE), e o reservatório Poções, em Monteiro (PB). A Meta 3L apresenta 17,9% de execução. 



Eixo Leste (Trecho V) , em fevereiro:

META 1L – Meta Piloto (16 km):
 Compreende a captação no reservatório de Itaparica até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE). É uma meta piloto para testes do sistema de operação. A Meta 1L apresenta 86,3% de conclusão.


META 2L (167 km): Inicia na saída do reservatório Areias, em Floresta (PE), e segue até o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE). A Meta 2L apresenta 58% de execução.


META 3L (34 km): Este trecho está situado entre o reservatório Barro Branco, em Custódia (PE), e o reservatório Poções, em Monteiro (PB). A Meta 3L apresenta 15,9% de execução.

A transposição do Rio São Francisco levará água do Velho Chico a 390 cidades do semiárido nordestino nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, ou seja,  chegará a 12 milhões de pessoas. Com 28% da população brasileira, o Nordeste tem apenas 3% da disponibilidade de água e uma irregularidade na distribuição de recursos hídricos.

(Clique aqui para ler “Dilma e cisternas no semiárido)

Em um ano, o Ministério reforçou em mais de 50% as atividades do projeto que foi concebido ainda em 1985, pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, após uma das mais longas estiagens da história.

A estrutura do Programa de Integração apresenta dois eixos: o Norte, com 260 quilômetros de extensão, levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e o Leste, com 217 quilômetros, que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba.


A obra pode ser vista em detalhes aqui (http://integracaosaofrancisco.gov.br/)



Alisson Matos
, editor do Conversa Afiada


Clique aqui para ler
 “Os números com que Lula foi pra cima !”

Foto: Ministério da Integração Nacional



sábado, 3 de maio de 2014

Se Dilma deixar, oposição surfará em horário eleitoral exclusivo até agosto

Aos poucos, vai ficando claro por que a entrevista do ex-presidente Lula a blogueiros, no início do mês passado, provocou tanta comoção nos grandes meios de comunicação – Globo à frente. Sem essa entrevista, muito provavelmente a presidente Dilma não teria tomado as iniciativas que vem tomando no sentido de reagir ao bombardeio midiático.
O endurecimento do discurso da presidente – e, com sua anuência, de membros de seu governo, sobretudo de seus ministros – contra a oposição e seus candidatos à Presidência decorreu, claro, de números desfavoráveis apurados em pesquisas obscuras que, para quem as acompanha, sabe que forçaram a mão a favor da oposição ou contra a situação. Mas, em grande medida, decorreu também – e principalmente – da senha dada por Lula.
Dilma engajou-se na administração do país em 1º de janeiro de 2011 e acabou esquecendo do resto. Esqueceu-se de como a política pode ser eficiente em distorcer a realidade.
A presidente achou que a manutenção do bem-estar dos brasileiros em meio a uma hecatombe econômica mundial seria suficiente para mantê-la politicamente forte, mas deixou de contar com um fato: manter o bem-estar não significa aumentá-lo.
Como aumentar significativamente a qualidade de vida no país seria praticamente impossível em um momento em que o mundo se debate em desemprego e recessão no âmbito da maior crise econômica mundial da história, a falta da continuidade da melhora dessa qualidade de vida seria explorada politicamente com grande eficiência devido ao fato de a oposição dispor de máquina propagandística tão avassaladora quanto é a grande mídia.
Dilma acreditou no poder da realidade contra o poder da comunicação, a qual, ao longo de seu governo, relegou a segundo plano, dispondo-se, inclusive, a repetir os chavões dos grandes impérios de mídia com os quais respondem aos questionamentos sobre a absurda concentração de propriedade desses meios que vige no Brasil.
Dilma adotou a tese midiática do “controle remoto” como que fazendo uma oferta de paz àqueles impérios de comunicação. Algo como “Deixem-me governar que não incomodo vossos oligopólios, com os quais vêm enriquecendo tanto”. A presidente não entendera, pois, que a mídia não quer apenas ganhar dinheiro, mas também governar o país…
Por “controle remoto”.
Sem estratégia de comunicação, fazendo ar blasé para ataques reiterados dos adversários na mídia, acreditando que o massacre dos petistas condenados no julgamento do mensalão não a afetaria apesar de esses ataques criminalizarem o PT, partido ao qual a presidente é filiada, ela se manteve ocupada, “apenas”, em impedir que a sociedade sentisse os efeitos da crise internacional.
E conseguiu. Dilma conseguiu manter o país a salvo da crise. A vida dos brasileiros não só não piorou como ainda melhorou um pouco, ainda que bem menos do que durante a era Lula, que só viveu dois anos de uma crise que já dura quase seis.
Mas o que aconteceria se os brasileiros não soubessem a gravidade da crise econômica internacional? E se ela fosse tratada pelos meios de informação disponíveis aos brasileiros como “nada demais”, como um fato incapaz de justificar que o ritmo da melhora da qualidade de vida no país tenha diminuído?
Foi o que aconteceu. Vermos as críticas que temos visto tanto na grande mídia quanto nas ruas do país a uma política econômica que impediu que fôssemos contaminados pelo desemprego e pela queda da renda que se espalharam pelo planeta, chega a ser surreal.
Quando falam da inflação, parece que estamos no fim do governo Sarney, do governo Collor ou no fim do governo FHC, quando a inflação de dois dígitos deixava os salários e a renda das famílias na poeira. Nem parece que por mais de uma década seguida o Brasil mantém a inflação dentro da meta do Banco Central e que os salários têm dado um baile na inflação.
Nem parece, aliás, que há hoje no país uma empregabilidade altíssima inclusive para grande parte da mão-de-obra não especializada e que os salários estejam em níveis jamais imaginados ao longo das duas décadas anteriores à chegada do PT ao Poder.
Alguns dirão que Dilma acordou tarde demais e que já não haverá tempo para reagir, mas tal premissa não passa de desconhecimento da realidade do país, não passa de uma premissa fundada em torcida ou pessimismo exagerado.
A eleição presidencial de 2014 mais uma vez irá contrapor realidade e fantasia – ou realidade e efeitos especiais. O que vivenciamos de concreto hoje no país é uma coisa, o que a máquina propagandística de oposição está enfiando em algumas cabeças, é outra.
Ora, basta fazer o cidadão olhar ao seu redor, usar a memória para lembrar o passado e decidir se quer arriscar o que tem.
A máquina propagandística da oposição está vendendo um “Viaduto do Chá” aos brasileiros, acenando com melhoras que não virão e que, pelo contrário, em vez de melhoras serão pioras, pois quem acompanha a política conhece muito bem as plataformas de Aécio Neves e Eduardo Campos vendidas ao grande empresariado, de impor “medidas amargas” à ralé.
O fato é que o horário eleitoral na televisão e no rádio com o qual o PT e sua candidata esperam fazer os brasileiros pensarem, só começa daqui a mais de 90 dias. Até lá, o governo, sua titular, o partido dela e os aliados estarão literalmente amordaçados nos meios eletrônicos, enquanto que a oposição terá uma mídia que faz a sua vez nesses meios todo dia, de segunda a segunda.
A realidade hoje é que enquanto Dilma apanha todo dia nas tevês, nos jornais expostos em cada esquina e nas rádios, meios nos quais a grande massa se informa, a oposição aparece de forma heroica enfrentando “o poder”, inclusive reclamando de estar sendo prejudicada pela “máquina estatal” nas mãos dos adversários.
Na comunicação de massas, porém, só Dilma apanha. A economia estaria em frangalhos, a Petrobrás teria sido falida, a corrupção teria explodido e todos os problemas que são de responsabilidade de Estados e municípios, grande parte dos quais são administrados pela oposição, tornam-se responsabilidade da presidente da República.
Enquanto isso, alguém se lembra de uma única reportagem negativa para Aécio Neves ou Eduardo Campos? Até surgiram episodicamente na mídia, há vários meses, algumas denúncias contra o PSDB de São Paulo, como no caso dos trens superfaturados de Alckmin e Serra, mas Aécio e Eduardo são mantidos intocados e só aparecem no ataque, repetindo o que diz o noticiário.
Eis por que o recente pronunciamento de Dilma em cadeia de rádio e tevê deixou a mídia e a oposição de cabelo em pé. A presidente fez a única coisa que não pode fazer para que os planos dos adversários deem certo: deu a sua versão contra a versão esmagadora do noticiário.
Ora, censura só funciona se for para valer e a oposição midiática depende de Dilma continuar calada para poder fazer prevalecer sua versão da realidade, impedindo os brasileiros de refletirem sobre o que têm e o que estarão colocando em jogo em outubro próximo.
Desse modo, se Dilma não continuar falando – e muito – terá dois meses de exposição na tevê e no rádio para convidar o país a refletir, enquanto que a oposição, só neste ano, terá tido OITO meses. A oposição, assim, terá desfrutado de um horário eleitoral exclusivo na mídia eletrônica que terá sido quatro vezes maior do que o que terá tido a situação.
Em condições tão desiguais, a disputa ficará difícil para Dilma. A menos que ela continue falando, pois só a sua voz tem peso suficiente para não poder ser ignorada ou escondida. E mesmo que a cada fala sobrevenham os ataques, a militância terá argumentos e não vai dar para simplesmente tapar os ouvidos e não ouvir o que o outro lado tem a dizer.
Eis, portanto, a contribuição deste blog aos estrategistas da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

O crescimento biônico de Aécio na pesquisa Sensus

Cópia-de-Aecio-Neves-Foto-George-Gianni-5
Se ainda sobrou alguma coisa das garrafas de tequila que Paulinho da Força encomendou para calibrar sua fala no Primeiro de Maio, Aécio poderia pedir a ele para comemorar a pesquisa do instituto Sensus.
Aécio cresceu quase 50%. Dos 16% em que parecia estacionado, foi para mais de 23%. Isso sem fazer nada. Aliás: fazendo coisas como garantir à plutocracia que seu governo tomará “medidas impopulares”.
O único problema, na celebração aeciana, é que o crescimento extraordinário é biônico. O Sensus – que nos últimos tempos tem prestado serviços ao PSDB – decidiu inovar, aspas.
Os nomes, nas pesquisas, aparecem num círculo, para que não haja favorecimento visual a nenhum deles.
O Sensus optou – sabe-se lá por quê, ou melhor, sabe-se bem por quê – pela ordem alfabética. Se Aécio se chamasse Zaratustra, o Sensus talvez tivesse escolhido a ordem alfabética ao inverso. Você bate o olho no cartão da pesquisa e o nome de Aécio se destaca amplamente, em detrimento dos demais.
Quem denunciou a invenção do Sensus foi o insuspeito Estadão, pelo bom blogueiro José Roberto de Toledo.
No ritmo do crescimento apontado pelo Sensus, Aécio pode chegar às eleições com mais de 100% dos votos. Talvez na próxima pesquisa o Sensus possa retirar os outros nomes. A ascensão irresistível de Aécio se confirmará plenamente.
Se algum partido reclamar na Justiça, a decisão deve caber ao campeão da neutralidade Joaquim Barbosa. Pausa para rir, ou chorar.
Não é a primeira vez que o Sensus faz algo estranho, notou Toledo em seu blog. “Na disputa presidencial de 2002, o instituto também fez uma pesquisa surpreendente na fase da pré-campanha. No final de 2001, o instituto divulgou pesquisa que colocava Roseana Sarney (então no PFL) empatada com Lula, em primeiro lugar. Razão: antes de perguntar a intenção de voto, o Sensus perguntava ao eleitor sobre um escândalo envolvendo o PT, e sobre o racionamento de energia elétrica, o que prejudicava José Serra (PSDB).”
O fato é que o episódio mostra que é mais que hora de investigar as pesquisas. Como são feitas, quais os critérios etc.
O brasileiro já é manipulado demais pelo noticiário das grandes empresas jornalísticas para que seja engambelado também pelas pesquisas.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

CUT suspeita de armação contra petistas em ato do 1º de maio


O 1º de maio de 2014 teve um episódio inédito nas mega comemorações do Dia do Trabalhador que as centrais sindicais promovem anualmente em São Paulo. Neste ano, políticos petistas foram vaiados em ato da Central Única dos Trabalhadores, que apoia o governo Dilma e tem ligações históricas com o PT.
No fim da tarde da última quinta-feira, a militância tucana na internet comemorava matéria do site do jornal O Globo, espécie de bíblia da direita brasileira que faz oposição cerrada ao governo federal e ao PT. A razão: o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi vaiado por um grupo incrustado em meio aos trabalhadores.
Confira, abaixo, a matéria de O Globo
—–
O GLOBO
País
Prefeito Fernando Haddad foi embora sem discursar
Ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha fez apenas saudação
Lino Rodrigues (Email · Facebook · Twitter)
Publicado: 1/05/14 – 18h48
Atualizado: 1/05/14 – 19h41
SÃO PAULO – Políticos petistas como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o pré-candidato ao governo do estado Alexandre Padilha (PT) e o ministro Ricardo Berzoini foram impedidos de fazer os discursos programados para a festa do 1º de Maio, liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores (CTB) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), na tarde desta quinta-feira, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. O público vaiou e atirou papéis, latas e garrafas em direção ao palco todas as vezes que os nomes de políticos foram anunciados.
Pela programação do evento em comemoração pelo Dia do Trabalho, os discursos políticos deveriam durar uma hora, mas acabaram abreviados em poucos minutos. O primeiro a subir no palanque seria Haddad. Mas tão logo seu nome foi anunciado pelo apresentador do evento, o público, estimado em 3 mil pessoas segundo a Polícia Militar (80 mil pessoas de acordo com a organização), começou a vaiar e a arremessar objetos. Indignado, o prefeito foi embora sem sequer falar com a imprensa.
O apresentador tentou acalmar o público exaltado durante vários momentos, pedindo calma várias vezes, e chegou a dizer que “o ato político era importante”. O ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também foi recebido com vaias e impedido de discursar.
No momento de anunciar Alexandre Padilha, o locutor não o apresentou como pré-candidato, apenas como ex-ministro. Padilha, ao pegar o microfone, logo lançou uma pergunta: – Quem é contra o racismo?. As pessoas ergueram os braços e Padilha aproveitou o momento e resumiu seu discurso à saudação única “bom dia, boa tarde e boa noite”. E logo deixou o palco e foi embora.
O senador petista Eduardo Suplicy também só agradeceu o público e a festa seguiu com os shows programados.
—–
A matéria de O Globo forçou a mão. Outro jornal inimigo do PT, o Estadão, relatou que só Haddad foi vaiado e sem estar no palco. Abaixo, a matéria do jornal paulista.
—–
O ESTADO DE SÃO PAULO
CARLA ARAÚJO – Agência Estado
01 de maio de 2014 | 18h 37
O prefeito Fernando Haddad foi alvo de vaias por boa parte da plateia do evento promovido pela CUT por conta do Dia do trabalho, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
Ao ter seu nome anunciado, e mesmo sem estar presente no momento, o público vaiou fortemente Haddad. A presença do prefeito era aguardada, constava em sua agenda oficial, porém, ele não compareceu ao palco. O Broadcast apurou, entretanto, que Haddad estava no local, mas preferiu não subir.
Além das vaias, assim que se iniciou o ato político, algumas pessoas levantaram faixas de protesto cobrando Haddad. “Prefeito Fernando Hadad: atenda a nossas reivindicações!”
Petistas
Apesar da ausência de Haddad, o ex-ministro da saúde e provável candidato ao governo de São Paulo Alexandra Padilha esteve no evento e praticamente encerrou o ato político, ao lado do senador Eduardo Suplicy.
Por conta da impaciência do público, que claramente queria continuar assistindo aos shows musicais, os políticos decidiram falar pouco. Em sua breve saudação, Padilha desejou “bom dia, boa tarde e boa noite” e questionou a plateia “quem era contra o racismo: levanta a mão”.
O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também esteve no palco representando a presidente Dilma Rousseff. Ao ser anunciado, Berzoini, no entanto, fez apenas uma rápida saudação e preferiu não discursar.
O ministro do Trabalho, Manoel dias, também fez apenas uma rápida saudação gritando “viva o trabalhador”.
—–
Como se vê, O Globo forçou a mão. Estendeu vaias a Haddad a todos os outros petistas. Contudo, segundo relatos de liderança da CUT presente ao ato as vaias de fato aconteceram, mas, à diferença do que relatam os jornais, não partiram “do público”, mas de um grupo infiltrado em meio à manifestação e que não tinha relação com o movimento sindical.
Atos públicos como os de 1º de maio são perfeitos para esse tipo de ação. Como a rua é pública, qualquer um que esteja passando pode participar. Assim, seria fácil, por exemplo, a Força Sindical infiltrar pessoas no ato da CUT – Força e CUT travam batalhas políticas todo 1º de maio em São Paulo, disputando quem reúne o maior público.
Mas o mais interessante é que a CUT já suspeitava de que aconteceria o que aconteceu. O Blog recebeu email de membro da CUT no fim da tarde do dia 30 alertando para o que poderia acontecer. 24 horas antes do ato da central sindical, Paulo Salvador, diretor da Rede Brasil Atual, enviou e-mail a blogueiros que o leitor pode conferir abaixo.
—–
“(…) Até o final da tarde desta quarta-feira, um batalhão de repórteres havia se credenciado para cobrir o ato da CUT, CTB E CSB no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. A Globo credenciou 49 pessoas. Todos os veículos estão lá: CQC, Pânico, TV Fama etc.
Opa, a Globo credenciou meia centena de profissionais quando não há nenhum interesse em cobrir qualquer coisa desse grupo de centrais?! Há algo fora do comum nisso aí.
É uma mídia que não vai cobrir a democratização das comunicações, o eixo do ato, também não vai falar das reivindicações do movimento sindical. Estará interessada em produzir cenas para as eleições ou criminalizar ainda mais a cobertura política.
Antevejo que o cenário será o pior possível (…)” 
—–
Dito e feito. A previsão de Salvador se confirmou. Mas, por via das dúvidas, antes de publicar este post o Blog procurou o diretor da RBA para saber se o alerta que enviou a blogueiros partiu de uma intuição sua ou se a própria CUT compartilhava tais suspeitas de sabotagem de seu ato público.
Segundo Salvador, a direção da CUT já previa o que acabou ocorrendo. Segundo esse interlocutor, ele foi alertado pela própria secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães. Mas a entidade sabia que não haveria como impedir a infiltração.
Por sorte, a grande maioria do público presente ao ato – que não participou das vaias a Haddad – aceitou democraticamente a sabotagem dos infiltrados, evitando um confronto que poderia ter desfecho trágico devido à grande quantidade de pessoas presentes.
A maior suspeita sobre a autoria dessa infiltração recai sobre Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força”, quem, segundo matéria da Folha de São Paulo publicada nesta sexta-feira (2), estava alcoolizado quando, aos berros, sugeriu que a presidente Dilma Rousseff fosse encarcerada no presídio da Papuda.
Abaixo, a matéria da coluna Painel, da Folha de São Paulo de 2 de maio de 2014
—–
2 de maio de 2014
Painel
Vera Magalhães
PINGA NI MIM
Paulinho da Força comprou três garrafas de tequila “Revolución” para a festa da central e, às 11 horas, já circulava com um copo à mão. Disse que era para “calibrar o discurso”. Acabou dizendo que Dilma deveria estar na Papuda. A fala preocupou advogados da central.
CONTRA-ATAQUE
Auxiliares de Dilma ficaram indignados: “Isso é linguajar de quem está muito doido, fora do juízo. Esse deputado deve ter enchido a cara antes do ato”, diz o ministro Paulo Bernardo (Comunicações)

—–
Como se vê, a campanha eleitoral que o Brasil viverá nos próximos meses tem tudo para repetir ou até superar a de 2010. Armações, farsas, calúnias e até crimes eleitorais ou mesmo comuns serão usados fartamente pela oposição.
Aécio Neves, sobretudo, é tão conhecido por suas baixarias quanto José Serra. Mineiros costumam dizer que Aécio é muito pior do que Serra. Capaz de muito mais golpes baixos.
O PT e a própria candidata do partido à reeleição precisam ter em mente que com punhos de renda será difícil enfrentar essa máquina de calúnias, difamações e golpes eleitorais de última hora. Sem o apoio da mídia não seria nada, mas com Globo, Folha, Veja e Estadão apoiando as armações tucanas elas ganham força. Inclusive sindical.

A miragem mexicana

 

Na última década, o modelo mexicano de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o do Brasil.

Poucas pessoas inteligentes – fora da Inglaterra - ainda prestam atenção nas notícias da monarquia inglesa e da sua família real, em pleno século XXI. Mas o mesmo não se pode dizer da City, centro financeiro de Londres, e dos seus dois principais órgãos de  imprensa e divulgação – o Financial Times, e o The Economist – que  seguem tendo importância decisiva na formação das opiniões e dos consensos ideológicos dentro das elites liberais e conservadoras do mundo. 
 
A escolha dos seus temas e o uso de sua linguagem nunca é casual. Como no caso recente do seu entusiasmo pelo México e seu modelo de desenvolvimento liberal e seu ataque cada vez mais estridente, ao “intervencionismo” da economia brasileira. Uma tomada de posição compreensível do ponto de vista ideológico, mas que não vem sendo confirmado pelos fatos.

Em 1994, o México assinou o Tratado de Livre Comercio da América do Norte/ NAFTA, junto com os EUA e  Canadá, e nos últimos 20 anos tem sido absolutamente fiel ao livre-cambismo, incluindo sua adesão a Aliança do Pacífico, e à inciativa norte-americana do TPP. Por outro lado, nesse mesmo período, o México praticou uma política macroeconômica e financeira rigorosamente ortodoxa - em particular na última década - mantendo inflação baixa, cambio flexível,  taxas de juros moderadas e amplo acesso ao crédito. 
 
Mesmo assim, depois de duas décadas, o balanço dessa experiência ultraliberal deixa muito a desejar [1]. Como era de se prever o comercio exterior do país cresceu significativamente no período e passou – em termos absolutos - de U$ 60 bilhões em 1994, para U$ 400 bi em 2013. Mas nesse mesmo período, a economia mexicana teve um  crescimento médio anual pífio, de 2,6%, sendo o crescimento per capita, de apenas 1,2%. O emprego industrial cresceu de forma setorial e vegetativa, e mesmo nas “maquiladoras”, foi de apenas 20%, algo em torno de 700 mil novos postos de trabalho. A participação dos salários na renda permaneceu em trono de 29% da renda nacional, e a pobreza absoluta da população mexicana aumentou significativamente.
 
Por fim, ao contrário do que havia sido previsto, a economia mexicana não se integrou nas “cadeias globais de produção”, a produtividade média da economia praticamente só cresceu de forma segmentada e vegetativa, e o “investimento direto estrangeiro” (o principal “premio” anunciado em troca da abertura da economia) não teve nenhuma alteração significativa.

Esse balanço fica ainda mais decepcionante quando se compara o desempenho do “modelo mexicano”, com o “modelo intervencionista” da economia brasileira, no período entre 2003 e 2012. Segundo  dados publicados pelo Banco Mundial [2], e pelos Ministérios do Trabalho dos dois países, os números e as diferenças são realmente chocantes. Nesse período, a crescimento médio anual do PIB brasileiro, foi de 4,21%, o do México de 2,92%. O crescimento total a economia brasileira foi de 42,17%, o do México, de 29,29 %. As exportações brasileiras cresceram, a uma taxa anual de 6,59%, as do México, a uma taxa de 5,35%. O crescimento total das exportações brasileiras foi de 65.95%, o do México, foi de 53,35%. As importações brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 17,33%, e as do México, a uma taxa de 6,75%. O crescimento total das importações no Brasil foi de 173,32%, e no México de apenas 67,54%.
 
Por outro lado, a renda per capita brasileira cresceu a uma taxa anual de 2,84%, e a do México, 1,42%; o crescimento total da renda no Brasil foi de 28,4%, e no México foi de 14,26%; e  a participação dos salários na renda chegou a 45 % , no Brasil, e no México, a 29%. Nesse mesmo período, o Brasil criou 16 milhões de novos empregos formais, e o México 3.500 milhões; e a pobreza absoluta foi reduzida a 15,9%, no Brasil,  e aumentou para 51,3%, no México.
 
Por fim, (pasme-se), entre 2002 e 2012, o “investimento direto estrangeiro” no Brasil,  cresceu de U$ 16.590 milhões, para U$ 76.110 milhões de dólares, e no México,  caiu de U$ 23. 932 milhões, em 2002, para U$ 15.4553 milhões, em 2012 ! Só para encerrar a comparação, em 2103 a economia brasileira cresceu 2,3%, em  ( uma das maiores taxas entre as grandes economias do mundo) enquanto  a economia mexicana cresceu 1,1%.

Foreign direct investment, net inflows (BoP, current US$)

Fonte: International Monetary Fund, Balance of Payments database, supplemented by data from the United Nations Conference on Trade and Development and official national sources.Catalog Sources World Development Indicators. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.CD.WD/countries/BR-MX?display=graph em 27/04/2014
    
Isto posto, o elogio do México deve ser considerado um caso de má fé,  fundamentalismo ideológico, ou estratégia internacional ? As três coisas ao mesmo tempo. Mas o que importa é o que dizem os números, e a conclusão é uma só: na última década, o “modelo mexicano” de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o “modelo intervencionista”, “heterodoxo” e “fechado”(apud FT e TE) da economia brasileira, junto com seu projeto de integração do Mercosul.
 
Notas
[1] Vide  artigo  do ex-ministro de Relações Exteriores do México,  Jorge Castañeda: “NAFTA´s  mixed  record”,  publicado no numero da Revista Foreign Affairs,. de janeiro/fevereiro de 2014.

[2] www.data.worldbank.org

Cuidado com as pesquisas do Sensus O Sensus é do Aécio ! O Cerra voltou !



Não bastasse o duopólio Golpista do Globope e do Datafalha, essa eleição de 2014 será mais suja que a de 2002.

Em 2002, depois de abater em pleno voo a candidatura de Roseana Sarney – com a ajuda do Ministério Público do Avelar, da Polícia Federal do Itagiba, da Globo da revista Época, e do Presidente de então, Fernando Henrique Cardoso (leia “em tempo”) – o Padim Pade Cerra abateu a candidatura de Ciro Gomes com um Globope fajuto.

Fez circular uma pseudo pesquisa do Globope para mostrar que tinha ultrapassado Ciro.

Mentira.

A pesquisa era fajuta, segundo o próprio dono do Globope, o notável analista político Augusto Montenegro.

Uma vez, o Brizola disse a seu candidato a vice, Fernando Lyra, que era impossível ganhar uma eleição no Brasil, com a sociedade Globo-Globope.

Agora se fala de uma próxima pesquisa do Instituto Sensus que mostrará a vertiginosa ascensão do Aécio e a queda fulgurante da Dilma.

Só tem um problema: o Sensus trabalha para o Aécio.

“Já o Sensus, que está neste ano na campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República …”, diz Eduardo Belo, no caderno de fim de semana do Valor, o PiG (*) cheiroso, na reportagem “A era da incerteza”.

Portanto, a inclinação partidária, eleitoral do Sensus é ainda mais clara, direta, que o Globope e o Datafalha, sub-produtos de duas instituições que militam no Golpe contra governos trabalhistas – qualquer um, de Vargas a Jango, Brizola, Lula e Dilma.

E, como diz o Marcos Coimbra, da Vox Populi, só um país infra-democratico como o Brasil se deixa enganar por institutos de pesquisa de opinião.

Note bem , amigo navegante, uma palavrinha sobre esses últimos “levantamentos” de opinião pública que o PiG identifica como  a “queda inexorável da Dilma”.

Os Datafalhas e inúmeros Globopes mostram a mesma coisa.

Margem de erro pra lá, margem de erro pra cá – porque “margem de erro” no Brasil tem a flexibilidade de busto de assistente de palco:  aumenta e diminui a cada sessão de silicone – constata-se o seguinte.

Dilma caiu um ponto.

So que o PiG faz uma conta de somar: ela perdeu “X”no Globope + “Y” no Datafalha; mais “Z” no InSensus = – 75.

Dilma tem menos 75 !

É a aritmética do Golpe !

Em tempo: a participação do Governo Fernando Henrique no desmanche da candidatura Roseana, em 2002, está fartamente documentada no livro de Saulo Ramos, “Código da Vida”, Planeta, São Paulo, 2007, pág 415 e seguintes. Cerra e o Príncipe da Privataria jamais o interpelaram judicialmente.

Ao contrário: numa manhã de sábado, no Shopping Iguatemi, Saulo contou ao ansioso blogueiro que tinha até recebido carinhoso telefonema do Cerra pelo último aniversário…

O Ciro conhece profundamente a alma dos tucanos de São Paulo …

Em tempo2: o Presidente Sarney disse a uma colonista (**)  Ilustre da Folha (***) que Fernando Henrique recebeu no Palácio do Alvorada um fax do agente da PF na hora em que “estourou” o escritório do marido de Roseana. Dizia apenas a frase “missão cumprida”. Ela talvez não se lembre disso, mas o Sarney, o Cerra e o FH se lembram… E o ansioso blogueiro, também.

Hoje, a Ilustre se dedica a botar lenha na fogueira do “volta Lula”.

Uma questão de hábito …


Clique aqui para ler “Mino: Genoino preso e Dantas solto !​”


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Padilha enfrenta Globo – e a PF do zé ! A PF do zé é o “esquema militar” do Jango !



O Globo Overseas, um dos principais beneficiários dos sistemáticos vazamentos da PF do da Justiça, publica nesta sexta-feira uma foto do Padilha como testemunha da assinatura do acordo do Laboratório Labogen, do doleiro dos tucanos, o Youssef, com o Laboratório Farmacêutico da Marinha.

Padilha era Ministro da Saúde.

Clique aqui para ler ” Padilha vai processar a PF ?”

O que faltou a PF vazar ao Globo ?

Que aquela foi uma solenidade PUBLICA  com 250 empresários de cem laboratórios para assinar compromisso INICIAL de fornecimento de remédio a laboratórios PÚBLICOS.

Cumpridas TODAS as etapas de avaliação do “compromisso”, o Labogen foi REJEITADO, não vendeu uma aspirina à Marinha e não recebeu UM TOSTÃO.

O Ministério da Saúde não comprou nada !

Não adiantava a Labogen “comprar” o Padilha.

Porque o Padilha não comprava, não era Ministro da Marinha e a decisão – contra a Labogen dos tucanos – saiu quando ele já não era Ministro da Saúde.

Por esse tipo de compromisso, o Ministério da Saúde participa de um processo interministerial de avaliação, que, se bem sucedido, resulta em que o laboratório privado fornecerá a um laboratório publico.

O Padilha explicou isso aos obedientes entrevistadores do Roda Morta.

Mas, se depender da PF do zé, terá de responder a mesma coisa TODO DIA !

O laboratório público, no caso, o da Marinha não recebeu, repita-se,  um Melhoral da Labogen – Melhoral, nem nada !

Um dos critérios dessa avaliação é o preço.

O laboratório público sempre compra pelo preço que o SUS paga.

Muitos laboratórios estrangeiros faziam dumping ao participar da licitação e o critério do “preço SUS” resulta que, ao fim do processo, o laboratório publico venha a pagar menos do que tinha sido previsto no “compromisso”.

Um dos itens mais importantes da balança comercial do Ministério da Saúde do Brasil é exatamente esse, da “química fina”.

E o critério de sucessivas avaliações do Ministro da Saúde e dos laboratórios públicos tem, também, o objetivo de fortalecer essa balança comercial.

Mas, isso tudo é rigorosamente secundário.

O que está em jogo é o trabalho na Policia Federal do zé de pretender destruir a candidatura do Padilha.

O resto é o luar de Paquetá.

É um processo diário de corrosão de imagem.

No caso, hoje, a tentativa de esvaziar o Comício do Anhembi com o Lula, a Dilma – e o Padilha !

O zé Cardozo, provavelmente, não ousará pisar lá !

Até quando o zé terá o direito de omitir-se na questão dos vazamentos da PF ?

O que diz o DG Daiello ?

A PF é Republicana ou Tucana ?

Há alguma dúvida ?

O ansioso blogueiro tem as suas.

Porque a PF é especialista em trabalhar para tucanos no Ministério da Saúde.

Quem não se lembra do delegado Bruno, aquele que vazou as fotos do dinheiro dos “aloprados” ?

Como se sabe, a cessão das fotos do delegado da PF ao PiG (*) foi exatamente uma operação para abafar a denuncia de que o Ministério da Saúde do Padim Pade Cerra e seu sucessor comprava ambulâncias super-faturadas.

A aliança da PF com o PiG – a Globo do “i” (**) à frente – levou a eleição de 2006 ao segundo turno.

Clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve, falta o segundo”.

Foi quando o jn ignorou o desastre da Gol para mostrar as notas do delegado federal Bruno – onde está ele ?

A história agora se repete.

Ministério da Saúde, PiG, Polícia Federal.

Fura-bolos, cata-piolho, pai de todos.

O pai de todos é o “i”…

E a PF do zé é o “esquema militar” do Jango.

Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

Visita de deputados a Dirceu desmoralizou Legislativo, Judiciário e imprensa



Matéria da Folha de São Paulo sobre a comitiva de deputados federais que foi investigar as condições de encarceramento de José Dirceu no presídio da Papuda, em Brasília, publicada na terça-feira passada no UOL e no dia seguinte no jornal impresso, produziu um factoide asqueroso que tenta enganar a sociedade enquanto infringe descaradamente a lei.

Comecemos pela lei. O inciso VIII do artigo 41 da lei 7.210/84, que regula a Execução Penal no país, é claro quanto à exploração da imagem de pessoas mantidas em regime de privação de liberdade: é garantido aos presos “proteção contra qualquer forma de sensacionalismo”.

Ora, o que foi a matéria da Folha sobre as condições de encarceramento de José Dirceu se não uma clara violação da lei 7.210/84, que proíbe que sejam feitas e divulgadas imagens de presos no ambiente de confinamento? A lei impediu a Folha de usar imagens feitas por um membro da comitiva de deputados que visitou o ex-ministro em sua cela?

Se a Folha deu uma banana para a lei e publicou vídeo gravado ilegalmente por algum membro da comitiva que adentrou o presídio, parte dessa comitiva esbofeteou o país com relatos sobre regalias de Dirceu que foram contestados não por partidários do ex-ministro, mas por deputados de oposição ao PT que também participaram da visita.

Quatro membros daquela comitiva se destacaram pelas declarações sobre o que viram na Papuda: a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Detalhe: os quatro deputados são de partidos de oposição ao governo Dilma e ao PT. Contudo, diferenciaram-se entre si por demonstrarem ou não espírito público e entendimento do que é fazer oposição.

A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) disse que Dirceu recebe tratamento diferenciado por sua cela ser “mais ampla e iluminada”, por ter televisão e micro-ondas, utensílios que afirmou que outros presos não têm e que, depois se soube, é mentira, pois vários presos com “bom comportamento” têm esses e outros utensílios. Inclusive, Dirceu tem uma pequena tevê antiga e há presos com tevês de plasma.

Já o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) relatou à imprensa, em tom de denúncia, que Dirceu assistia ao jogo entre Bayern de Munique e Real Madrid no momento em que os deputados chegaram à sua cela…
As declarações desses deputados ganharam as manchetes principais dos jornais do dia seguinte à visita (quarta-feira). Contudo, havia as declarações de Erundina e Wyllys, que foram solenemente ignoradas pelos repórteres que esperavam a comitiva parlamentar na saída da Papuda.

Jean Wyllys deu a seguinte declaração: “A gente veio verificar se havia regalias. Pela nossa visita, que a gente fez às celas, e pelas conversas que nós tivemos com os agentes penitenciários, os gestores e o diretor do complexo, a gente viu que não há regalias. Não há privilégio [a Dirceu]”.
Luiza Erundina declarou que viu “Uma cela modesta, uma cela malconservada, cheia de infiltrações, gotejando água no corredor, na porta da cela”. E que o tratamento que dão a Dirceu na Papuda lhe tira “Aquilo que é dado a outros presos”.

Entre dois pares de declarações tão contraditórias, adivinhe, leitor, que versão ganhou as manchetes… A dos que enxergaram “regalias”, claro. A manchete da Folha reproduziu a declaração de Mara Gabrilli, mas depois se soube que ela não entrou na cela de Dirceu por ser cadeirante e sua cadeira-de-rodas não passar pela porta.

Sobre a deputada tucana de São Paulo, aliás, vale uma informação pessoal deste que escreve. Essa deputada vem se elegendo há anos usando sua condição de deficiente física. Seu mandato atua junto a famílias de deficientes, as quais ela transformou em massa de manobra.

Há alguns anos, Gabrilli era vereadora na capital paulista. A esposa deste blogueiro vinha tentando conseguir vaga em uma instituição municipal para nossa filha, portadora de paralisia cerebral. Como não havia vaga na instituição, sugeriram a ela que procurasse a vereadora tucana.

Gabrilli impôs uma condição à minha esposa, para ajudá-la: teria que se unir ao “movimento” que essa parlamentar coordenava. Consultado pela esposa, recomendei que não se aproximasse desse tipo de gente. O desespero de mãe, porém, vendo a saúde de nossa filha Victoria se deteriorar, falou mais alto.
A mãe de minha filha doente se animou com a promessa, que quase foi cumprida. Gabrilli chegou a comunicar a ela que conseguira a vaga para a menina. Marcou dia e hora para Cristina ir buscar uma “carta” da parlamentar para a instituição.

Quando minha esposa foi procurar a assessora de Gabrilli para ir retirar a tal “carta” ouviu que a vaga “não tinha dado certo”, mas que a vereadora ficara sabendo que este blogueiro era o pai da criança e que, por eu ser “ligado ao PT”, seria “fácil” para mim conseguir vaga para minha filha em alguma instituição federal.
O resultado é que minha esposa passou meses protestando contra a minha atividade de blogueiro, que estaria prejudicando nossa filha. Mas, ao fim, consegui convencê-la de que não era eu que estava errado por exercer minha liberdade de expressão, mas a parlamentar que usara sua posição para perseguir inimigos políticos.

Não espanta, pois, que Gabrilli tenha dito o que disse após a visita à Papuda. Esse tipo de conduta é a cara dela.

Seja como for, o fato é que quem tenta se posicionar sobre esse caso fica num dilema. Em quem acreditar? Claro que o cidadão que tem posições políticas definidas acreditará no que quer, mas quem procura somente a verdade fica desalentado ao ver a contradição entre quatro parlamentares que viram a mesma coisa, mas relatam fatos tão diferentes.

Esse mesmo cidadão fica sabendo que é proibido captar imagens de presidiários para exploração jornalística, vê que um dos membros da comitiva de deputados infringiu a lei ao gravar tais imagens, vê que a Folha divulgou o que é proibido e conclui que o jornal e os deputados estão se lixando para a lei.
Por fim, já percebendo que este país não passa de uma republiqueta bananeira em que leis valem tanto quanto a seriedade de parlamentares e da imprensa, o cidadão vê o Judiciário não tomar providências contra um episódio que desmoralizou ainda mais instituições cuja imagem nunca foi das melhores. O Brasil poderia ter passado sem essa pantomima.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Entenda o boicote tucano ao leilão de energia. E porque não haverá “apagão”.

leilao

Nestes dias em que está difícil escrever de política, o tempo que tenho deve servir para dar ao leitor a informação que ele não terá na mídia ou que terá, mas tão encoberta que se torna difícil compreender.
E num tema que este blogueiro vem estudando atentamente.

Ontem, o comentário de Míriam Leitão na CBN – assim como sua coluna hoje, em O Globo, voltam a bater na tecla de que o Governo Federal deveria decretar um racionamento de energia elétrica, em razão da seca que faz os reservatórios das hidrelétricas ficarem abaixo do ideal.

Nem em um, nem em outro, uma palavra sequer sobre o fato de o abastecimento de água em São Paulo estar numa situação desesperadora.

Esqueça qualquer consideração técnica. O caso é que hoje está sendo realizado um leilão de comercialização de energia elétrica e o objetivo, além de majorar o preço, é evitar que  as geradoras ofereçam eletricidade a um preço viável para as distribuidoras e deixem o mercado de fornecimento a descoberto.

E quebraram a cara no resultado, embora ainda vão tentar sustentar que não se cobriu toda a necessidade de contratação do que é comprado à vista, hoje; 3,2 mil MW, por até 822,83 por MW.
Foram contratados 2,05  mil MW – dois terços do que hoje é  comprado à vista – por R$ 268 o MW, ligeiramente abaixo do preço máximo permitido, de R$ 271.

AAs previsões eram que 50% já seria um sucesso.

E porque isso aconteceu?

Porque não houve piora nas condições de armazenamento hidráulico do Sistema Integrado Nacional, mesmo não tendo havido em março e abril chuvas dentro da média histórica, muito ao contrário.
O armazenamento do Sudeste e Centro-Oeste termina março na casa dos 39%, contra pouco mais de 34% no final de fevereiro. A capacidade armazenada de todo o sistema nacional – que intercambia energia – passou de 38% para 43%.  No Rio Madeira, Santo Antonio voltou a operar algumas turbinas e Jirau colocou mais uma nova unidade em operação e houve o reforço de mais uma um pequena usina, a de Batalha, no Rio Grande, que começou a operar ontem.

Se o esvaziamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, o mais crítico,repetir este ano o período seco do ano passado – quando já se utilizou as térmicas como elementos de economia e registrou-se uma redução de 62,4 (29 de abril) para 45% (31 de outubro) – a previsão poderia ser de chegar-se ao período chuvoso com mais de 20% de energia armazenada. Pensando no pior cenário, talvez 15%.
E com a volta das chuvas o cenário teria uma mínima normalização, pois o “período chuvoso” deste ano só teve chuvas, mesmo, no nome. Foi, simplesmente, o pior da história desde que se tem registro.

É isso o que explica o sucesso do leilão.

Óbvio que ninguém vende no atacado por R$ 270 se pode encontrar cliente no varejo da R$ 820.
Mas também não deixa de vender a R$ 270 para guardar e, amanhã, ter de vender a R$ 100.
Exceto, é claro, as estatais do setor de energia nas mão de governos estaduais tucanos,  que não venderam energia no leilão, segundo o Valor.

Julgue você se estão sendo está sendo usadas politicamente para agravar a crise.

Não creio que a nossa valorosa imprensa se aventure a questionar Aécio sobre a atitude da Cemig ou o tal Beto Richa sobre a da Copel em boicotarem o leilão.

Os tucanos trouxeram a seca para a eleição e vão pagar caro por isso.

Porque ela traz São Paulo para este tema, também. E o quadro é muito mais dramático por lá.

O Cantareira terminará a semana a 10% de sua capacidade.

Há um ano, eram 63% – bem parecido com o volume dos reservatórios das hidroelétricas do Sudeste/Centro Oeste.

Em 31 de outubro, esse nível havia caído para 36,8.

Uma perda, portanto, de 26,2%.

Menos os 10% de reserva atual, tem-se um resultado negativo de -16% do volume útil do sistema, ou  156 bilhões de litros de déficit.

A visão otimista da Sabesp é de retirar até  200 bilhões de litros do “volume morto’.  Cálculo duvidoso, porque são represas de mais de 30 anos,  sofridas com o  assoreamento e acúmulo de substâncias nocivas no fundo, sobretudo metais pesados.

Como o amigo e a amiga sabem fazer contas, nota-se que a melhor das hipóteses e “chegar no talo” às chuvas.

Portanto, preparem-se: a pouca chuva, paradoxamente, faz fazer rolar muita água no período eleitoral.

1º de Maio: a encruzilhada brasileira


Ainda há tempo de esclarecer à sociedade o verdadeiro divisor de águas desta eleição. Essa é a atualidade do 1º de Maio de 2014. 

por: Saul Leblon
 
Arquivo



O jogral do Brasil aos cacos esforça-se por  convencer a sociedade de que seus pés tateiam  o precipício  no qual o PT  transformou tudo aquilo que um dia já foi uma economia  de fundamentos sólidos, um país de  vida aprazível.

Narra-se  o Brasil  abanando leques para os donos da casa-grande.

Dá-se a isso o nome de  jornalismo; o resto é ideologia.

A sofreguidão  prestativa mistura problemas reais e imaginários em  uma escalada arfante destinada a validar nas pesquisas  da semana seguinte  a crispação denuncista   emitida no período anterior.

Vive-se uma  circularidade. Soa quase como um bate bola entre amigos.

Esse churrasco de compadres, que se repete com regularidade conveniente,   incorporou   ao  rachão  o ambiente carimbado das bolsas de valores.

O jornalismo  isento grita fogo;  em rodízio disciplinado, institutos de pesquisa  perguntam  ao eleitor  ‘se já sentiu o  cheiro de queimado’; as bolsas  correm e precificam o rescaldo dando  ares de  consenso  ao incêndio  antipetista.

Analistas –todos isentos, ideológicos são os blogueiros que entrevistaram Lula--  cuidam de emprestar  à pantomima uma seriedade imiscível com a manipulação cotidiana que  jorra  de todo o processo.

Não se pode negar alguma eficácia ao jogo corrosivo que tem a seu favor  os flancos  que a  transição de ciclo mundial impõe à economia e ao governo brasileiros.

 Enquanto for capaz de manter o debate  do desenvolvimento sob a neblina dessa isenção,  o conservadorismo terá o mando do campo.

 Mas só o terá enquanto durar a omissão do PT e do governo.

Se estes resolverem  –enquanto ainda há tempo--   esclarecer à sociedade o custo  efetivo das soluções  propugnadas pela ortodoxia , o jogo pode mudar.

Trata-se de repor o verdadeiro divisor de  águas desta eleição.

O conservadorismo insiste que se trata de um embate  entre o precipício petista e a estabilidade que só os candidatos dos livres mercados podem restaurar.

Em primeiro lugar, há que se arejar a moldura.

O Brasil faz parte do mundo. O  jogo aqui é o mesmo  em curso em outras praças do capitalismo internacional.

A escolha, de fato,  consiste em reordenar a economia com o escalpo dos assalariados, como prescreve a restauração neoliberal  em curso; ou repactuar o futuro construindo uma democracia social, que sincronize ganhos de produtividade, crescimento e redistribuição da riqueza.

Essa é a encruzilhada do 1º de Maio de 2014.

Aqui e em todas as latitudes do planeta.

É ela também que repõe os termos da luta entre capital e trabalho, entre  Estado social e estado mínimo, entre Aécios,  Campos & Marinas  --tanto faz--  e o campo progressista nas eleições brasileiras de outubro próximo.

Talvez seja o pressentimento  dessas massas de forças em conflito que explica por que 72% dos eleitores consideram o governo Dilma entre ótimo, bom e regular (segundo a última CNT), apesar do bombardeio diuturno dos isentos rapazes da mídia.

O governo e o PT precisam ajudar essa intuição com  a força do  esclarecimento político para que a sociedade tenha a certeza de que  existe uma escolha a ser feita .

E que ela pode fazer a diferença entre o Brasil que somos e o que gostaríamos de ser.

O conservadorismo prefere entregar o timão da travessia  à mão invisível  dos livres mercados.

A escolha predefine o vencedor do embate com base nas regras que lhes são intrínsecas, a saber: desregulação de direitos  trabalhistas, choque de juros, arrocho fiscal, liberdade irrestrita aos capitais e privatizações.

A  repactuação democrática do desenvolvimento, ao contrário, traz o embate para o delicado campo da negociação política; inclui prazos, sacrifícios e metas a serem pactuados em sintonia com  ganhos de  produtividade e crescimento que deem coerência macroeconômica ao processo.

Trata-se de promover  uma mudança na correlação de forças pós-crise de 2008. E de fazer da campanha de outubro o seu cenário.

A opção conservadora é mais simples e direta.

 Desde a estrutura do Estado, aos ventos internacionais, passando pela  prontidão plutocrática, até aos aparelhos ideológicos da sociedade, com a prestimosa turma do jornalismo isento à frente, tudo está  em linha para deflagrá-la.

O que atrapalha o cortejo é presença contraditória do PT na direção do país desde 2003.

Com as consequências sabidas.

A principal delas sendo a emergência de um novo protagonista representado pela ascensão de  53% dos brasileiros, que,  sozinhos,  formam  hoje  o 16º maior mercado popular do mundo.

O que fizeram os governantes das economias desenvolvidas desde os anos 90 — com os aplausos obsequiosos do dispositivo midiático local  — foi lubrificar uma espiral inversa.

Essa  à qual  o conservadorismo pretende  alinhar o país, se vencer em outubro.

Tome-se o caso mais ameno dos EUA, para não insistir no funeral econômico promovido na Europa pela rendição  socialista, para júbilo da extrema direita.

Nos EUA, ao contrário, há uma  recuperação nos indicadores de mercado.

Mas ela  não impede que o prestígio de Obama derreta aos olhos da sociedade, que hoje lhe atribui taxa de aprovação equivalente a de Bush nos piores momentos.

Por quê?

Porque   a propalada retomada   não inclui o resgate dos mais pobres, nem  a reincorporação da classe média no comboio dos vencedores.

O  grande séquito dos ‘ loosers ‘ norte-americanos  não foi obra do improviso.
Desde os anos 70, com as reformas neoliberais, a participação do trabalho na renda mundial declina.

 Recente debate promovido pela rádio Brasil Atual mostrou, por exemplo, que 2/3 das nações integrantes da ONU promoveram cortes em direitos trabalhistas nas últimas décadas.

Os EUA foram o palco de uma das decepações  mais drásticas.

 Hoje, a parcela da renda destinada aos trabalhadores  norte-americanos  está no  nível mais baixo desde 1950.

Os lucros das grandes corporações, em contrapartida, consomem a maior fatia do bolo já registrada desde 1920.

Esse arrocho estrutural  --associado a distorções cambiais—explica em boa parte  a brutal diferença de custo  entre fabricar  manufaturados no  Brasil e nos EUA.

Em 2004, segundo dados publicados pelo Valor Econômico, o custo da indústria brasileira era 3% menor que o da norte-americana; hoje é 23% maior.

 O fato de Obama não ter conseguido até agora reajustar um salário mínimo congelado há 15 anos, diz muito sobre as escolhas de futuro embutidas nessa diferença de competitividade.

Se por um lado ela inclui opções indesejadas, por outro é evidente que a construção de uma democracia social no Brasil exige respaldar  seu custo em contrapartidas  de produtividade, sem as quais a artificialidade do processo desembocará  em uma espiral salários/preços de consequências  sabidas.

Restaurar o modelo neoliberal, em contrapartida,  como quer o conservadorismo, é repetir o percurso que desembocou justamente no colapso de 2008, e hoje catapulta a extrema direita na Grécia,  França, Inglaterra (leia  a  análise de Marcelo Justo; nesta pág).

Não apenas isso.

Foi sobre  uma  base de renda e trabalho esfacelados  pela transferências de empregos  às ‘oficinas asiáticas’, que se instalou a desordem  neoliberal.

A asfixia desse arranjo capitalista só não explodiu antes de 2008, graças à válvula de escape do endividamento maciço de governos e famílias, que atingiu patamares  insustentáveis na bolha imobiliária norte-americana, espoleta da maior crise do capitalismo desde 1929.

Quando as subprimes gritaram — ‘o rei está nu’, todo o edifício de uma ciranda financeira ancorada no crédito sem poupança (porque sem empregos, sem renda e sem receita fiscal compatível) veio abaixo.

A tentativa atual de  ‘limpar o rescaldo’ resgatando apenas seus gargalos financeiros  --salvando os bancos e arrochando ainda mais os assalariados e os pobres — é mais uma forma de perpetuar a essência da crise do que de enfrentar as suas causas.

É nessa roleta russa que o conservadorismo quer engatar o futuro do Brasil.

O jogo, portanto, é pesado.

 Controlar as finanças desreguladas é um pedaço do caminho para controlar a redistribuição do excedente econômico, ferozmente concentrado nas últimas décadas, na base do morde e assopra – -arrocho de um lado, crédito do outro.

 Preservar o modelo, adicionando-lhe  a contração do crédito, como se tenta agora, desemboca nas manifestações mórbidas de totalitarismo em curso na Europa.

A produtividade imprescindível à renovação dessa engrenagem requer a construção de um outro percurso. Distinto da compressão dos holerites, do emprego e dos direitos sociais preconizado pelos jornalistas isentos.

A pactuação política de um novo ciclo de  expansão da economia certamente  é um caminho mais longo que o ajuste instantâneo oferecido pelo ferramental ortodoxo.

Mas o Brasil ainda preserva em seu metabolismo uma estrutura de organização social e sindical que pode e deve ser rejuvenescida com essa finalidade.

 Dispõe, ademais de um bloco progressista que mudou, para melhor, a face da sociedade em mais de uma década à frente do Estado.

As eleições de 2014 configuram uma derradeira oportunidade para as duas pontas renovarem seu estoque de força e consentimento na repactuação dessa heresia histórica.

Ou seja, construir um Estado social em uma nação em desenvolvimento.

A alternativa,  repita-se, é arrocho.

Pasadena: a Dilma roubou ? E a Graça ? O Cláudio Haddad, o Fábio Barbosa e o Gerdau roubaram ?

Imbassahy e ACM: é tudo a mesma sopa !

Toda a discussão em torno de Pasadena desaguou agora em seu leito natural: a Big House  e seus  instrumentos no PiG (*) e no Congresso  embarcaram no Golpe do impeachment.

O resto é o luar de Paquetá.

A CPI da partilha da partilha não vai rodar em cima do capex, da revamp e da put option.

Isso não vai a lugar nenhum.

O que está em jogo é: quem roubou ?

O Gabrielli roubou ?

A Graça roubou ?

A Dilma roubou ?

O Lula roubou ?

O Cerveró roubou ?

O Cláudio Haddad roubou ?

O Fábio Barbosa roubou ?

O Gerdau roubou ?

Os três últimos, empresários, como se sabe, coonestaram a “roubalheira”.

Portanto, é preciso explicar logo onde está o dolo.

O tal diretor que está em cana, preso na “Operação Lavajato” da Polícia Federal – clique aqui para ler “o Padilha vai processar a PF ?” e aqui para ver “o vazamento do agente PiG ao Estadão” – terá suas responsabilidades apuradas, de acordo com a lei.

Não será o primeiro executivo de uma grande empresa eventualmente apanhado em ilícito.

Então, cadê o dolo, deputado Imbassahy ?

Será que o sargento Prisco sabe, aquele tucano aliado e líder da rebelião de PMs na Bahia ?

Isso é o que a CPI haverá de demonstrar de forma solar !

Cadê o dolo ?

Quem embolsou a grana ?

(Trata-se, aqui, da CPI da partilha da partilha e, não, a outra, que vai tratar dos tucanos. Nessa, a do trensalão, a resposta é mais fácil.)


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Padilha vai processar a PF ? Vazamento da PF é da categoria “criminal”.

Saiu na primeira pagina do Estadão em comatoso estado:

“Doleiro teria (sic) influência sobre Padilha, aponta (sic) PF”.

Lá dentro, na pág A8, lê-se:

“Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele e muito”, disse o doleiro de tucanos, o Youssef.

Segundo os dois (dois !) repórteres do Estadão, para a PF, o diálogo grampeado “indica (sic) possivelmente (sic) que Youssef tem (sic) influência política junto (sic) ao candidato do Governo de São Paulo, Alexandre Padilha”.

“Junto” como ?

O Padilha lava dinheiro com o Youssef ?

O Padilha joga biriba na casa do Youssef ?

O Padilha também tinha conta no Banestado ?

“Junto”, como ?

Quem dirige esse inquérito em que aparece o Padilha mais do que o Youssef ?

Quem vaza ?

Padilha já entrou na Justiça contra o deputado André Vargas.

O que fazer diante dessa Polícia Federal do zé da Justiça, essa PF que, um dia, ainda vai derrubar a Dilma ?

Não basta fazer, como ele disse aos disciplinados “entrevistadores” do PiG (*) no Roda Morta: pedir à PF a íntegra do inquérito.

Neste caso e da Petrobras, a PF atravessou a barreira da legalidade.

Sem líder, sem chefe, sem Governo, ela se tornou o braço armado do Golpe !

Se o Governo Federal não faz nada, – sabe como é, amigo navegante, quem nasce pra zé … – cabe ao Padilha reagir: porque, se não, a PF acaba com a candidatura dele.

Não é o Youssef.

Não é o Vargas.

É o zé !

Em tempo: esta é a nota oficial da campanha do Padilha sobre a interpelação a Vargas e o pedido de acesso aos vazadores da PF:

São Paulo, 29 de abril de 2014 – O advogado Marcelo Nobre, que representa o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, protocolou em cartório nesta terça-feira (29/04), em Brasília, interpelação solicitando esclarecimentos ao deputado federal André Vargas. O deputado deverá explicar o uso indevido do nome de Alexandre Padilha em mensagem escrita por ele, e interceptada pela Polícia Federal. Procurado pelo oficial responsável pela intimação, André Vargas não foi localizado hoje em Brasília. Nova tentativa será feita nesta quarta-feira (30/04) e pelo tempo necessário até que o deputado seja efetivamente notificado.

O advogado Marcelo Nobre também formalizou na segunda-feira (28/04) um pedido de acesso integral aos autos eletrônicos de investigação da Polícia Federal.

As medidas, com respaldo legal, são mais uma demonstração da seriedade e da transparência com que Alexandre Padilha tem tratado a questão do envolvimento indevido do seu nome na operação da Polícia Federal, mesmo sem ter nenhuma acusação ou denúncia contra ele.


Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.