Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 30 de março de 2014

Há 50 anos do terror

França volta às urnas neste domingo: Hollande abraçou receituário ortodoxo e foi esmagado no 1º turno das eleições municipais

FMI emprestará US$ 14 bi à Ucrânia mediante condicionalidades que incluem um arrocho semelhante ao imposto à Grécia

Espanha flerta com a deflação: anemia da demanda explica a taxa de -0,2% em março; o festejado sucesso do ajuste espanhol jogou 26% do país no desemprego e ressuscitou a fome entre os pobres

Ao PSDB a lei; ao PT, o domínio do fato: decisão do STF sobre mensalão tucano alivia para o PSDB, mas argui parâmetros da AP 470 e abre campo de contestação.


Foi o golpe civil-militar de 1964 que deu inicio à implantação de ditaduras que constituiriam um círculo de terror como nunca a América Latina conhecera.

por Emir Sader

Emir Sader
O golpe civil-militar de 1964 no Brasil deu inicio à implantação de ditaduras que constituiriam um círculo de terror como nunca a América Latina conhecera. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, com o inicio da Guerra Fria, os Estados Unidos promoveram no continente a Doutrina de Segurança Nacional, sua ideologia da luta "contra a subversão" que desembocaria na instauração dessas regimes.
 
A Doutrina, elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA e propagada pela Escola das Américas e por cursos ministrados diretamente por oficiais norte-americanos, propugnava a militarização dos Estados, que se tornariam Estados-maiores, conduzidos pela oficialidade das forças armadas latino-americanas, no combate a todas as forças que a Doutrina considerasse que colocavam em risco a "democracia" no continente.
 
A concepção totalitária da Doutrina se materializou, na época da ditadura civil-militar brasileira, no slogan: "Ame-o ou deixe-o", isto é, ou te identificas com o regime ou deves ir embora do país. É coerente com a concepção ideológica segundo a qual toda forma de conflito era um vírus externo, inoculado de fora para dentro no corpo nacional, para sabotar, subverter seu bom funcionamento.
 
Bem ao estilo das concepções positivistas importadas da biologia, segundo as quais o bom funcionamento da sociedade se assemelharia ao funcionamento de um corpo saudável fisicamente, em que cada célula funciona em função da totalidade. Qualquer parte do corpo que deixa de funcionar assim, representa uma doença, a introdução de um vírus externo, que tem que ser extirpado.
 
Os regimes militares do Cone Sul agiram dessa forma em relação a qualquer forma de expressão que lhes parecesse sabotar o bom funcionamento do corpo social. Era uma concepção totalmente intolerante em relação às diversidades, às divergências, aos conflitos sociais. A eliminação física dos opositores ou dos considerados opositores tinha essa origem, de "depuração democrática" de elementos considerados subversivos.
 
Quando se instaurou a primeira ditadura civil-militar, a brasileira, há 50 anos, se desenvolvia uma luta por modelos para um continente que via esgotar o impulso econômico das décadas anteriores. A Revolução Cubana radicalizou o horizonte de alternativas, ao colocar a possibilidade de ruptura da dominação norte-americana e do próprio capitalismo.
 
Os EUA tentaram forjar uma alternativa a Cuba com a chamada Aliança para o Progresso, que teve no governo do chileno democrata cristão Eduardo Frei seu exemplo mais importante, com a proposta de uma "revolução em liberdade". Sua reforma agrária fortaleceu os pequenos proprietários no campo, com objetivo de evitar vitórias dos novos movimentos guerrilheiros que se expandiam para a Venezuela, o Peru, a Guatemala, a Colômbia.
 
O golpe brasileiro seria modelar no sentido de que conseguiria derrotar de forma mais ou menos rápida a resistência armada. Inclusive porque foi um golpe prematuro, que pegou a um movimento popular brasileiro ainda em processo de constituição. Essa precocidade ajuda também a entender o motivo de seu sucesso econômico: pôde desfrutar ainda do final do longo ciclo expansivo do capitalismo no segundo pós-guerra, para canalizar grande quantidade de investimentos que permitiram a diversificação da dependência brasileira.
 
Mas o santo do chamado "milagre econômico" brasileiro foi a intervenção militar em todos os sindicatos e o arrocho salarial, os quais promoveram uma lua de mel entre o governo e as grandes empresas nacionais e estrangeiras, baseada na superexploração dos trabalhadores.
 
O sucesso da ditadura civil-militar no Brasil, com sua capacidade de impôr – baseada numa feroz repressão – a ordem e retomar a expansão econômica, fez dela referência para os outros regimes de terror que se implantariam em seguida na região. Foi o período mais terrível da historia desses países e de toda a história latino-americana. Tudo começou há 50 anos, com o golpe de primeiro de abril de 1964.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Superávit recorde desmoraliza S&P

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Um dia depois de o Tesouro brasileiro colocar títulos no valor de um bilhão de euros no mercado europeu, com vencimento em 2021, economia dá prova de força; contra expectativas que apostavam em prejuízo de até R$ 500 milhões, superávit primário atinge R$ 2,1 bilhões em fevereiro, recorde para o mês; confiança internacional de que Brasil é bom pagador e saldo positivo nas contas públicas desmoralizam agência Standard & Poor's, que rebaixou a nota de risco do Brasil no início da semana; investidores não deram ouvidos e vida real se impôs
28 de Março de 2014 às 12:54
247 - Um dia após o Tesouro nacional ter concluído uma operação exemplar no mercado internacional – a colocação de títulos brasileiros no valor de R$ 1 bilhão no mercado europeu –, a economia real e as contas públicas deram um prova de força internamente: um superávit primário muito acima do previsto. Abaixo, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA, 28 Mar (Reuters) - Com o bom resultado dos governos regionais, o setor público brasileiro surpreendeu e registrou superávit primário de 2,130 bilhões de reais em fevereiro, muito melhor do que o esperado.
Com o desempenho, no mês passado, a economia para pagamento de juros da dívida ficou em 1,76 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses, aproximando-se da meta ajustada para o ano, de 1,9 por cento, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
Analistas consultados pela Reuters mostrava que as expectativas eram de saldo primário negativo de 500 milhões de reais.
Em fevereiro, os Estados e municípios registraram saldo primário positivo de 5,468 bilhões de reais, somando no ano superávit de 12,709 bilhões de reais.
Até aqui, os governos regionais têm melhor desempenho do que o próprio governo central --governo federal, Previdência Social e banco Central--, que registrou déficit de 3,389 bilhões de reais no mês passado. Nos dois primeiros meses do ano, registram saldo positivo de 9,16 bilhões de reais.
Na véspera, e com metodologia diferente, o Tesouro já havia anunciado déficit primário de 3,078 bilhões de reais no mês passado para o governo central, num dado ruim influenciado por receitas fracas e gastos altos.
"Início do ano é favorável a resultados fiscais de governos regionais porque concentra recolhimento de tributos importantes, como IPVA e IPTU", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas. "Naturalmente não se deve esperar superávits da ordem de 5 bilhões (de reais) dos governos regionais à frente", acrescentou ele.
O BC informou ainda que as empresas estatais, que também fazem parte do setor público consolidado, tiveram saldo primário positivo de 52 milhões de reais em fevereiro, acumulando no ano superávit de 183 milhões de reais.
O déficit nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros-- de fevereiro ficou em 9,516 bilhões de reais, melhor do que o déficit de 23,9 bilhões de reais projetado pela pesquisa Reuters..
Já a dívida pública representou 33,7 por cento do PIB em fevereiro, abaixo dos 34 por cento estimados em pesquisa Reuters.
O resultado da dívida pública frente ao PIB ficou acima da estimativa do BC, de 33,6 por cento do PIB, para fevereiro.
Os agentes econômicos ainda têm incertezas sobre a capacidade de o governo de cumprir a meta ajustada de superávit primário para o setor público consolidado em 2014, de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.
Por conta disso, o governo sofreu um forte revés no início desta semana, com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating brasileiro.
(Por Luciana Otoni)

O Ibope ruim e o Ibope bom: tem caroço nesse angu

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Entrevistas de campo da pesquisa Ibope divulgada ontem, que apontou queda de sete pontos percentuais na popularidade do governo Dilma Rousseff, foram feitas entre 14 e 17 de março; mas pesquisa Ibope mostrada na semana passada, que indicou 43% de intenções de voto para a presidente, projetando vitória em primeiro turno, teve seu campo realizado entre os dias 13 e 20 de março; como Carlos Augusto Montenegro, dono do Ibope, explica a contradição?
28 de Março de 2014 às 10:57
247 – Famoso por ser dono de um instituto de pesquisas de nome forte e resultados polêmicos, Carlos Augusto Montenegro tem agora mais uma contradição para explicar. E que contradição!
Apresentadas ao público com um intervalo de seis dias entre a primeira e a segunda, as duas pesquisas Ibope divulgadas na sexta-feira 21 e na quinta-feira 27 contêm resultados absolutamente díspares, sem que se encontre um explicação plausível para tanto. O problema maior, porém, nem é esse.
O fato que assombra é o de que a pesquisa de intenções de voto que apontou a presidente Dilma Rousseff com 43% de índice – suficiente para dar a ela vitória folgada em primeiro turno – teve seu campo de entrevistas iniciado antes e fechado depois da pesquisa Ibope que indicou uma queda de popularidade no governo dela de sete pontos percentuais.
Para chegar à conclusão de que Dilma tem 43% de intenções, o Ibope colocou seus pesquisadores em campo entre os dias 13 e 20 de março.
Mas – atenção – para estabelecer que o governo Dilma perdeu sete pontos percentuais de popularidade, o que alvoroçou o mercado financeiro e a oposição, naturalmente, o mesmo Ibope fez pesquisa de campo entre os dias 14 e 17 de março.
Isso mesmo: a pesquisa que pode ser considerada boa para Dilma começou antes e terminou depois que a pesquisa vista como ruim para ela.
Como pode Dilma ter 43% de intenções de voto numa das pesquisas e, na outra, seu governo perder nada menos que 7 pontos percentuais de popularidade? E tudo isso com aferição no mesmo período?
Será que, de posse dos primeiros números favoráveis a Dilma, apurados nas entrevistas do dia 13 de março, Montenegro não gostou e, por isso, já no dia seguinte mandou que outro levantamento -- o da popularidade do governo - fosse feito?
Como o presidente do Ibope explica essa manobra?
A apuração das datas, com verificação nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, foi feita pelo site O Tijolaço, que publica a informação abaixo.
Confira e tire suas conclusões:
Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada
Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.
Seis dias depois, uma "outra" pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%...
Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia...
É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.
A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.
Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado,mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.
Reparou?
Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.
A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.
Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.
Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma...
O boato, portanto, não saiu do nada.
No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.
Uma, "sem dono", que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.
Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.
Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?
O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?
Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das "duas" pesquisas.
Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo - inconsistência estatística.
Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.
Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.

Os “filhos da esperança” foram adotados pela família do atraso

alem
O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se ontem na televisão.
Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em matéria de comunicação.
Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto e branco,  imagens abertas do estúdio, closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.
Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.
Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda eleitoral, mas é  curioso que ambos, que devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.
São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.
Mais até a Campos que a Marina.
Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.
E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do conservadorismo.
Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que esta gente fez com o Brasil.
Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos os  governos.
Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer político pode fazer.
Marina chega a dizer que o mais importante para o país é “uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.
Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as riquezas deste país.
E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat colonial-financeiro.
Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.
Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o Jorge Bornhausen…
Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”?

quinta-feira, 27 de março de 2014

DILMA TEM RECORDE DE EMPREGOS PARA MUDAR MARÉ

Se a CVM fosse a SEC, nossos lobos estavam na jaula.

UAI

Se o Brasil fosse os Estados Unidos e nossa CVM tivesse a força da SEC - Securities and Exchange Comission- a esta hora uma dúzia de agentes estariam cruzando, desesperadamente, todos os dados de compra e venda de ações do Banco do Brasil e da Petrobras na última semana.
Ficou claro que haveria, com uma notícia assim, alta expressiva nos papéis das duas estatais.
Não havia uma pesquisa mostrando queda de Dilma.
Ou melhor, havia (verdadeira ou não) uma pesquisa indicando isso.
Quem soubesse de seus resultados podia comprar Petrobras e BB, respectivamente, a R$ 13,78 e R$ 21,11, as ações ordinárias.
E vender, hoje, com valorização de uns 8%.
Em um dia.
Se soubesse disso no primeiro boato, dobre a parada e dobre os lucros.
Grana para ninguém botar defeito, dependendo da “bala” que se tinha para apostar na operação.
Dinheiro ganho, claro, dos otários que venderam as ações e dos fundos que operam com margens mais rígidas de compra e venda, por terem perfil conservador.
Mas este negócio de desonestidade nos mercados de capitais é ficção, não é?
O “Lobo de Wall Street” é só um filme, coisa de cinema.
Coisa de americano.
Aqui, não.
O Ibope fez duas pesquisas, nos mesmos dias, com a mesma base amostral, o mesmo número de entrevistados e não as “juntou”, mesmo tendo que pagar, do próprio bolso, uma legião de entrevistadores.
E guardou por dez dias o resultado de uma delas, claro, apenas porque lhe deu na telha.
Não contou o resultado para ninguém, nem para o Senado Clésio Andrade, cliente que contratou por R$ 214 mil a tal pesquisa “engavetada”.
E os ganhos de dezenas ou centenas de milhões na bolsa foram só um acaso ou, claro, fruto da competência espírita de alguns operadores.
O importante é que a Dilma “perdeu” pontos e isso vai para o Jornal Nacional, mesmo que a outra pesquisa – terminada depois, segundo os registros do TSE – mostra que não tenha perdido coisa alguma.
Sabe como é: São Luiz é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho?

Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada

ibopeduas
Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.
Seis dias depois, uma “outra” pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%…
Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia…
É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.
A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.
Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado,mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.
Reparou?
Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.
A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.
Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.
Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma…
O boato, portanto, não saiu do nada.
No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.
Uma, “sem dono”, que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.
Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.
Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?
O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?
Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das “duas” pesquisas.
Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo  - inconsistência estatística.
Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.
Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.

A GLOBO E A POLÍCIA. QUEM FAZ QUE PAPEL ? Tralli usa o mesmo uniforme …

Carro da polícia estacionado sobre a calçada em frente a placa de trânsito; ao fundo, sentados ao lado do veículo, Cesar Tralli, Robinson Cerântula e o delegado Antonio de Olim

Conversa Afiada recebeu do amigo navegante Leandro de Almeida o seguinte e-mail com link:


Olha aí que bonito o Tralli, o Olin e o Robson…

Assim é fácil ganhar…



Saiu no Notícias da TV, de Daniel Castro:

POLÍCIA INVESTIGA ENCONTRO DE DELEGADO COM CESAR TRALLI


RESUMO: A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga encontro de delegado com César Tralli e um produtor especial da Globo. Eles foram flagrados no último dia 20 descendo de um carro da polícia estacionado sobre a calçada de uma rua dos Jardins, bairro nobre de SP. A denúncia repercutiu nas redes sociais. Globo, Tralli e o delegado negam uso do carro da polícia

Por DANIEL CASTRO, em 27/03/2014

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo instaurou uma averiguação preliminar para investigar um encontro do delegado Antonio de Olim com o jornalista Cesar Tralli, apresentador do SP TV 1ª Edição, telejornal local da Globo. 

Em nota, a corregedoria informou apenas que investiga Olim por causa de uma denúncia em rede social. A investigação é secreta. O Notícias da TV apurou, no entanto, que seu principal objetivo é investigar se o delegado usou um patrimônio público (um carro) para favorecer os jornalistas da Globo.

Segundo denúncia feita à corregedoria a partir de uma publicação no Facebook, Olim teria usado um carro da polícia descaracterizado para transportar Tralli e o também jornalista Robinson Cerântula, produtor especial do Jornal Nacional, o que pode vir a ser caracterizado como falta funcional. Tanto a Globo quanto o delegado negam que Tralli e Cerântula tenham usado o carro da polícia.

O delegado só foi denunciado porque parou o carro sobre a calçada rua Haddock Lobo, nos Jardins, um dos bairros mais nobres de SP, para evitar a enxurrada que corria pela rua e molharia seus calçados. Indignada com a infração de trânsito e sem saber que se tratava de um carro da polícia, uma moradora do bairro, Rebeca Anafe, tirou uma foto e a publicou no Facebook. Seu protesto já foi compartilhado mais de 1.400 vezes.

Junto com a foto, ela publicou o seguinte relato, no último dia 20:

“Brasil, o país onde todos fazem o que querem! Estava tomando café na [Casa] Bauducco da rua Haddock Lobo, esperando a chuva passar, para eu conseguir atravessar a rua (já que os bueiros não dão conta e desce um rio), quando chegou um carro, parou embaixo de uma placa ‘proibido estacionar’ e subiu as duas rodas na calçada. Desceram três homens para tomarem o cafezinho da tarde deles. Se um cadeirante quisesse passar, não dava, porque o carro do fofo estava na calçada. Um deles é o jornalista Cesar Tralli”.

Ela continua: “Quando entraram e pediram para a funcionária secar a mesa do lado de fora para sentarem, eu falei: ‘Senta no carro, já está na calçada mesmo’. Acho que ele não ligou, ou não ouviu. Depois de 20 minutos, quando a aguaceira tinha abaixado e eu consegui ir embora, ele [Tralli] estava lá ainda tranquilo, com o carro na calçada. Parei na primeira esquina, avisei o policial, mas continuo indignada com a folga do povo brasileiro”.

No dia seguinte, um telespectador provocou Tralli no Twitter. “Poxa, Cesar Tralli, que brecha!!! Carro na calçada… Logo você que fala de cidadania!”. Tralli, então, negou que estivesse no carro. “Não tenho nada a ver com o carro. Eu estava a pé, meu amigo. E fui embora a pé”, respondeu o apresentador do SP TV 1ª Edição, que uma semana antes repreendera no ar policiais que estacionam carros da polícia em qualquer lugar.

Questionada no Facebook sobre o desmentido de Tralli, Rebeca reafirmou que o jornalista estava no carro da polícia. “Era impossível andar na Haddock Lobo. Nem calçada tinha quando ele chegou [à Casa Bauducco]. Vai ver ele anda sobre água, abre mares e eu é que estou doida e o vi saindo de um carro sequinho!”, ironizou.

Cesar Tralli já tem antecedentes de intimidades com a polícia. Em 2005, esteve no centro de uma polêmica ao filmar a prisão, pela Polícia Federal, do filho do ex-prefeito Paulo Maluf, Flávio Maluf. Tralli usava boné e roupas parecidas com a de policiais e foi confundido com um deles.

A averiguação preliminar, como o nome diz, é uma investigação inicial. Pode-se tornar um processo administrativo, resultando em advertência e até demissão, dependendo da gravidade.

Outro lado

A Globo, assim como Cesar Tralli, negou que o apresentador e Robinson Cerântula estivessem no carro da polícia. “Eles estavam trabalhando e chegaram ao local a pé e não usando a viatura da polícia”, informou a emissora em uma curta nota.

O delegado Antonio de Olim disse ao Notícias da TV que Tralli e Cerântula almoçavam nos Jardins quando combinaram com ele um café na Casa Bauducco. “Tenho amizade com ele [Tralli]“, afirmou. 

Ex-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Deic, departamento de elite da Polícia Civil e atualmente titular da Delegacia do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, Olim sustenta que estava nos Jardins investigando uma quadrilha de ladrões de relógios Rolex. Essa quadrilha, conta, assalta turistas que descem no aeroporto e se hospedam nos Jardins. Um diretor da Globo teria sido vítima desses bandidos. Ele usava um carro descaracterizado para não chamar a atenção.

Olim, que é candidato a deputado estadual, afirma que quando chegou ao café Tralli e Cerântula já estavam no local. Admite ter errado ao parar o carro em local proibido e sobre a calçada. “Mas não dava para descer do carro, a enxurrada era muito forte. E foi só a roda da frente que ficou sobre a calçada”, diz.

ATUALIZAÇÃO às 13h40 de 27/3/2014:

Após a publicação deste texto, a Secretaria de Segurança Pública enviou a seguinte nota: 

“Diferentemente do que afirma o texto publicado hoje pelo Notícias da TV, a Corregedoria da Polícia Civil não investiga o encontro do delegado Antonio de Olim com os jornalistas de Rede Globo Cesar Tralli e Robson Cerântula. A apuração preliminar da corregedoria citada no texto se refere, apenas e tão somente, a uma denúncia de que o delegado teria parado uma viatura sobre a calçada da rua Haddock Lobo. Ou seja, a investigação é sobre suposta falta funcional cometida pelo delegado, que, ao cometer uma possível infração de trânsito, estaria dando mau exemplo à população. A conversa com os jornalistas não configura irregularidade, como esta assessoria informou ao colunista por telefone.” 

Nota da Redação: O Notícias da TV mantém as informações publicadas: o que originou a investigação foi a suspeita de uso de um carro da polícia por profissionais de uma emissora de TV.
Quando a PF prendeu o Maluf, quem estava lá de uniforme da PF?
O Tralli !

Paulo Henrique Amorim


Olha só o bonezinho dele 

DRIBLADO POR PSDB, PT QUER AGORA CPI DA ALSTOM

A “tempestade perfeita” é na política

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Durante um bom tempo ouvimos falar na “tempestade perfeita” que ameaçava a economia.
Dólar em alta, investidores fugindo, contas públicas dissolvendo-se em déficits.
Como se pode notar, termina o primeiro semestre com mais chuvas no Cantareira que nesta “tempestade econômica”.
Embora modesto, mas vão se avolumando os  indícios  de uma recuperação da economia brasileira, inclusive no que tange às contas públicas, vá lá que seja dentro da “cartilha do superávit” que o rentismo.
Emprego e consumo em alta, crédito idem, inadimplência em baixa.
Hoje à tarde, a divulgação do resultado primário do Governo Federal, salvo surpresas, deverá apontar um resultado bem melhor do que o de fevereiro do ano passado, embora bem próximo do zero, é esperável para meses como fevereiro. A arrecadação recorde e a redução em 30% – em valores reais – do déficit da Previdência autorizam a imaginar um resultado pelo menos próximo do zero.
Mas o que, então, afinal, cria o clima de pessimismo que, de fato, vem desanimando muitas pessoas?
É a política, estúpido.
Porque comunicação é política e este governo resolveu fingir que não existe no Brasil um sistema monstruoso de comunicação, que tem como tarefa destruir a credibilidade de sua política econômica.
Sistema que perdeu, até mesmo, qualquer pudor em deformar notícias.
A Folha consegue transformar em tragédia o menor desemprego da história para fevereiro:
Lá no finalzinho da matéria é que se vai ler, quando se chega lá, que esse registro de dispensas no comércio é típico desta época. Aliás, em 12 anos de pesquisa, o desemprego em fevereiro é ligeiramente maior do que em janeiro. Novidade zero.
Mas o Governo desapareceu do debate político.
As dirigentes que estão no centro da polêmica, neste momento, Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster, dão entrevistas onde só são duras e agressivas com os eventuais problemas internos de suas administrações.
Será que acreditam que as boas intenções e a transparência de seus atos e providências vão fazer com que a imprensa lhes bata palmas pela franqueza?
Será que não percebem que o mercado financeiro sequer disfarça mais sua intenção de destroçar o governo Dilma.
Entregar seu futuro político a pesquisas de opinião, porque estas, eventualmente, lhes sorriem é entregar o pescoço à faca do açougueiro.
Temos agora a CPI e uma nova onda de pesquisas.
As nuvens estão aí para quem quiser ver.
E algumas delas produzidas por quem vai se molhar nessa chuva.

Terrorismo econômico e protestos contra a Copa derrubaram aprovação a Dilma

A leitura da primeira pesquisa CNI-IBOPE de 2014 não deixa dúvidas: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O antigo adágio popular é o que melhor explica os seguintes fatos revelados pela sondagem do humor dos brasileiros em relação ao governo Dilma Rousseff.
A saber:
• Cai a popularidade da presidente Dilma. Na comparação com novembro de 2013, todos os indicadores registraram redução.
• O percentual da população que avalia o governo Dilma como ótimo ou bom caiu de 43%  para 36%
• A aprovação da maneira de governar da presidente Dilma caiu de 56% para 51%
• A parcela da população que confia na presidente caiu no limite da margem de erro de 52% para 48%
• Em nenhuma das nove áreas de atuação avaliadas o percentual dos que aprovam supera o dos que desaprovam as ações do governo
• O descontentamento aumentou mais notadamente com relação às políticas econômicas, refletindo a maior preocupação com relação à inflação e ao desemprego.
Outros fatos chamam atenção na pesquisa supracitada.
A queda de Dilma foi mais intensa entre os residentes em municípios pequenos (com até 20 mil habitantes): de 59% para 44%. Também chama atenção a redução no percentual entre os eleitores mais jovens, de 16 a 24, e com renda familiar mais elevada (acima de cinco salários mínimos) e os residentes no interior.
A avaliação do eleitorado sobre o combate ao desemprego, as taxas de juros e o combate à inflação, porém, são o que mais surpreende. Em fevereiro, o Brasil gerou 260 mil postos de trabalho com carteira assinada. Os juros ao consumidor, apesar das altas da taxa Selic, são hoje muito mais baixos do que eram antes da concorrência desencadeada no início do ano passado pelos bancos oficiais. E a inflação, pelo 10º ano seguido, está dentro da meta.
O que pode, por exemplo, fazer a população ficar descontente com o desemprego justamente quando temos a taxa mais baixa de desemprego da história? É óbvio que o noticiário está por trás desse fenômeno praticamente estarrecedor.
Mas não é só. O gráfico abaixo, extraído da pesquisa Ibope, mostra quais são os fatos que mais têm impactado a popularidade do governo Dilma.
Como se vê, os protestos de forma geral e contra a realização da Copa do 2014 no Brasil vêm ajudando o noticiário sobre economia a deprimir a população. Esse efeito está sendo muito forte entre os jovens de 16 a 24 anos, justamente os que têm menos lembranças sobre o que era o Brasil do século XX.
O gráfico abaixo mostra como o noticiário desfavorável ao governo Dilma se encontra hoje em um patamar muito mais alto do que fora até meados do ano passado, quando explodiram as críticas midiáticas ao governo.
O que vem impedindo maior queda da aprovação de Dilma é o público que sente mais intensamente o efeito das políticas sociais.
O percentual dos que aprovam a maneira de governar da presidente praticamente não caiu entre os eleitores com grau de instrução até a 4ª série da educação fundamental, com idade de 25 a 34 anos, residentes nas capitais e em cidades médias (com mais de 20 mil a 100 mil habitantes).
Basicamente, o que está afetando o governo Dilma é o efeito que o noticiário econômico provoca entre a população em geral e o efeito que os protestos contra a Copa estão provocando entre a população adolescente e pós-adolescente.
Apesar da queda da popularidade de Dilma, porém, outra pesquisa Ibope divulgada recentemente mostra que nenhum candidato à sua sucessão está conseguindo tirar vantagem do sobressalto que o noticiário econômico e protestos contra a Copa estão causando.
Dilma ainda tem quase o dobro dos votos dos adversários somados no cenário mais provável, que coloca em disputa Aécio Neves, Eduardo Campos e alguns candidatos nanicos. Nesse cenário, no primeiro turno ela teria 40% dos votos e os adversários somados teriam 22%. Em um eventual segundo turno, Dilma teria o dobro dos votos de qualquer adversário.
O que a pesquisa CNI-IBOPE recém divulgada mostra, porém, é que a presidente pode ser afetada pela continuidade desse bombardeio, que acaba de ganhar uma possível CPI da Petrobrás, que deve se transformar em um belo palanque para os adversários sem votos.
Mas há um fator que talvez seja o que mais vem fragilizando Dilma Rousseff: a péssima política de comunicação de seu governo.
Os dois fatores que mais vêm prejudicando a presidente, como se viu acima, são o noticiário econômico e os protestos contra a Copa. Até agora, porém, não há uma só reação comunicacional para lembrar ao público que todo mundo está conseguindo empregos com salários cada vez melhores e quantos benefícios a Copa deverá trazer ao país.
Chega a ser espantoso que até o momento não exista uma mísera campanha publicitária sobre a Copa a 90 dias da realização do evento. E praticamente não há reação ao terrorismo econômico. As autoridades da equipe econômica parecem ter medo de falar em público e de rebaterem um noticiário que anula o pleno emprego e os salários crescendo.
O fato de os adversários de Dilma na eleição presidencial não estarem empolgando a sociedade, portanto, está sendo magnificado pelo alto comando da campanha presidencial à reeleição.
É evidente que, em algum momento, esses adversários deverão se beneficiar de uma campanha de desmoralização que já não conta mais apenas com a mídia, mas, também, com movimentos sociais e sindicais e pequenos partidos de esquerda que até podem não ter votos, mas que fazem muito barulho.
Se o governo Dilma continuar praticamente mudo enquanto apanha, uma reeleição tranquila pode sofrer sobressaltos que poderiam não ocorrer se houvesse alguma estratégia e alguma reação. Nesse aspecto, a recente pesquisa CNI-Ibope pode servir para despertar o staff governista da letargia em que se encontra.