Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 12 de março de 2015

No Globo, “consultora” dá curso para ensinar domésticas a “se comportarem”

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Avisa, pelo Facebook, o mestre Nílson Lage, que uma “consultora” com nome de gringa, a ilustre desconhecida Lisa Mackey, vai ministrar um curso para “secretárias do lar” no dia 25, segundo O Globo.



Ninguém sabe aonde, porque o jornal não informa e o tal curso não existe na internet.

É mais uma daquelas pérolas que de vez em quando aparecem, “ensinando a negrada” a se portar direitinho na Casa Grande.

Teriam, segundo a moça de olhar feros, “perdido os limites”.

Lisa ficou escandalizada porque uma serviçal não quis lhe por a mesa do café, prontinha, às 7:30 h.

E porque falam no celular, e porque colocam o pano de prato no ombro…

Dona Lisa, eu não sei em que mundo a senhora vive, mas o tempo do “lerê, lerê” já se foi.

Há dias, a Folha fez matéria mostrando que o número de ações trabalhistas de domésticas subiu 25%, mesmo sem a regulamentação, no Congresso, da PEC das domésticas.

(aliás, a página de comentários da matéria tem coisas do tipo: “Quando morava com meus pais sempre tivemos empregadas full time (eram duas!), trabalharam cerca de 20 anos conosco e quando chegou o momento, cada uma seguiu seu rumo. Nossas famílias de classe média não têm como pagar FGTS, horas extras e tantos outros direitos às domésticas. “

Ora, então, em nome das famílias de classe média que pode ter “duas empregadas full-time”, reduzam-se as pobres almas à escravidão.

Dona Lisa, os que dão espaço para este tipo de picaretagem escravagista (incrível que isso seja exposto assim, de forma acrítica, num grande jornal) e a turma da subnobreza, já eram.

Quem quiser, pague por isso, como qualquer trabalhador deve ser pago.

Ou façam, eles mesmos, um curso para aprender a lavar, passar e cozinhar, quem sabe já aproveitando a temporada das panelas.

Altman: dia 13 é capítulo decisivo para a história

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A mobilização programada para esta sexta-feira em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff e da Petrobras, em contraposição as manifestações contra o governo previstas para o domingo, visa não apenas defender a democracia, mas também lutar contra a ascenção de grupos reacionários; para o jornalista Breno Altman, "o fato é que o processo que terá início amanhã poderá abrir nova etapa na vida política do país (...) Minoritárias no parlamento e atropeladas pelos monopólios de comunicação, as correntes de esquerda têm na mobilização militante e popular ferramenta decisiva para romper o cerco a que estão submetidas"; em seu artigo ele alerta que, a partir de agora, "está se abrindo capítulo decisivo da história nacional e da luta dos trabalhadores"

12 de Março de 2015 às 12:32

Por Breno Altman

Amanhã as forças progressistas, comandadas pelo movimento sindical, darão provas se têm vontade política e capacidade de mobilização para enfrentar a ascensão dos grupos reacionários.

Não se configura uma jornada puramente a favor do governo, a bem da verdade. Afinal, um dos três eixos da convocação se confronta com a política econômica, ao reivindicar a retirada das medidas provisórias do ajuste fiscal.

Mas as outras duas bandeiras centrais – a defesa da democracia e da Petrobrás – são claras contraposições à ofensiva conservadora que busca deslegitimar e interromper o mandato da presidente Dilma Rousseff.

O fato é que o processo que terá início amanhã poderá abrir nova etapa na vida política do país.

A disputa é pela praça pública e a voz das ruas.

Minoritárias no parlamento e atropeladas pelos monopólios de comunicação, as correntes de esquerda têm na mobilização militante e popular ferramenta decisiva para romper o cerco a que estão submetidas.

Desta vez, no entanto, há uma novidade: a direita está disposta e preparada para lutar por cada palmo de asfalto. Não se vivia situação desse tipo desde o período que antecedeu o golpe de 1964, quando as marchas com Deus e a família pavimentaram o caminho dos tanques.

Deve-se reconhecer, aliás, que a reação burguesa encontra-se em melhores e mais avançadas condições de combate que a esquerda.

Doze anos de estratégia predominantemente institucional e conciliatória, com renúncia à batalha de ideias e ao protagonismo do povo organizado, provocaram bizarrice histórica: os governos encabeçados pelo PT ostentam o feito, ao menos desde certo ponto, de terem mobilizado seus opositores e desmobilizado a própria base de apoio.

Esta deficiência, que agora atinge indiscutível visibilidade, tem que ser resolvida em momento de crise aguda, quando o tempo proíbe o erro e a hesitação.

Administrações progressistas de países com problemas econômicos muitíssimo mais graves, como a Venezuela ou a Argentina, contam com padrão de mobilização sensivelmente superior ao brasileiro simplesmente porque apostaram, cada qual a sua maneira, na construção de políticas e instrumentos para a luta pela hegemonia no Estado e na sociedade.

O ato do dia 13, contudo, terá ainda outros desafios a enfrentar.

O principal deles é que o governo Dilma, ao adotar pacote fiscal que descarrega o reequilíbrio das contas públicas nos ombros dos trabalhadores e do setor produtivo, criou clima de confusão, divisão e paralisia entre as fileiras de esquerda.

A jornada convocada pelas centrais e movimentos terá de combinar a defesa democrática do mandato de Dilma Rousseff com o protesto contra medidas antipopulares que está implantando.

Fosse outro o comportamento das principais entidades envolvidas na manifestação dessa sexta-feira, estaria assentado o terreno para a oposição capitalizar para seu projeto a insatisfação que começa a grassar entre os trabalhadores. Além disso, seria impensável a unidade de ação, multipartidária, que se deseja construir.

Não é uma situação confortável, que se exemplifica no tímido envolvimento da direção do PT e do ex-presidente Lula na mobilização. Não seria fácil, para as principais lideranças petistas, é evidente, subirem em um palanque cujo discurso inclui crítica frontal à política econômica estabelecida pelo governo.

Por essas e outras, é louvável a iniciativa da CUT e seus parceiros de empreitada, ao demarcar linha de resistência contra a escalada reacionária, em um momento no qual os partidos progressistas e o Palácio do Planalto parecem atônitos.

Trata-se de esforço para reconstruir o campo de alianças do segundo turno presidencial, atropelado pela guinada ortodoxa pós-outubro e o gabinete que a representa.

Nas próximas horas será dado o primeiro passo para a articulação de uma frente ampla contra o retrocesso e o golpismo, que simultaneamente disputa os rumos do governo e exige um programa mínimo que represente as classes e grupos dispostos a defender o mandato democrático e o aprofundamento das mudanças.

Oxalá dezenas ou centenas de milhares atendam o chamado do movimento sindical e popular. Talvez venha a ser demonstração de forças inferior àquela preparada pelo reacionarismo para o dia 15, mas começará a ser trilhado o caminho para uma nova estratégia política.

Não tenhamos dúvidas: está se abrindo capítulo decisivo da história nacional e da luta dos trabalhadores.

*Breno Altman é editor do Opera Mundi e colunista parceiro do 247.

Dilma vai ter maioria. Com ou sem o PMDB O PSDB terceirizou a doutrina ao PiG e a pratica aos marmiteiros, quer dizer, paneleiros.




O ansioso blogueiro encontrou o Profeta Tirésias, protegido atrás de uma das palmeiras da praça em frente ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.

Ela aguarda o “dossiê Aécio” que está por se concluir.

- O que achou da indicação do Aldo e do Kassab para cuidar da Política ?

- Inevitável. Não se pode botar toda a culpa das derrotas nas costas do Mercadante.

- Por que ?

- Porque aquela Casa Civil é um inferno. Ou ela some, perde a importância, ou ela tem, necessariamente, que centralizar tudo.

- Mas, já não basta uma centralizadora ?

- Não, é que, no fim das contas, a Casa Civil é a maior interessada em aprovar os projetos do Governo no Congresso.

- Mas, insigne Profeta, então não adianta mandar o Kassab e o Aldo pra lá, porque o Mercadante vai continuar mandando.

- Também não, ansioso. Calma. O Mercadante vai cuidar do Governo. Do Governo pra dentro, da cozinha …

- E do Ministério da Fazenda… Ele não se contém… Quer o lugar do Levy…

- Também não é assim. Mesmo se quiser, ele não vai tomar o lugar do Levy. O risco-Brasil ia a 5 000 !

- Então, como é que fica a dupla Aldo e Kassab com o  Mercadante na cozinha do Governo ?

- Veja bem. O problema do Governo é a Câmara.

- E o Senado ?

- Renan é um craque, meu querido. A Casa Grande – como diz o Mino, não é isso ? -, o PiG e São Paulo não tem competência para entender o Renan. O Renan é muito sofisticado para eles … Com o Renan tem jogo.

- Bom, e na Câmara ?

- Imagine o seguinte. O Aldo e o Kassab vão conseguir unir PT, PCdoB, PSD, PDT, PR, PRB, PROS e um pedaço do PSB.

- Mas, o PSB morreu naquele jatinho sem dono …

- Não se engane. O Fernando Bezerra é de boa qualidade. O Paulo Câmara, governador deles, em Pernambuco, vai precisar do Governo Federal, porque  a situação nos Estados é muito séria.

- Então, o do Ceará, do Ciro, também.

- Claro, o Camilo Santana também.

- Mas, e daí ? No que dá essa sua aritmética ?

- Se o Aldo e o Kassab conseguirem reunir em torno da Dilma esse conjunto de Partidos, soma aí, direitinho: dá ou quase dá a maioria na Câmara, SEM o PMDB.

- Mas, também pode puxar um pouquinho do PMDB.

- Claro, o PMDB não é suicida.

- Quem é suicida ?

- O PSDB.

- Por que ?

- Meu filho, o PSDB terceirizou a doutrina ao PiG, como você diz.

- É verdade. Eles não pensam. O Ataulfo (ver no ABC do C Af) e o dos chapéus (também no ABC) pensam por ele. Quer dizer, o Fernando Henrique também ainda pensa um pouco por eles. Mas, é o Velho Testamento …

- Quem é dos chapéus ? O que é isso ?

- Deixa pra lá, grande Profeta. O PSDB terceirizou a doutrina ao PiG … e o que mais ?

- E agora terceirizou a prática ao impeachment, aos paneleiros…

- O amigo Profeta sabe o que “paneleiro” significa em Portugal…

- Ouvi falar …

- Eles agora são companheiros de viagem das paneleiras de Higienópolis.

- E, mesmo assim, nem todos os tucanos. O Tasso Jereissati, que não é tucano paulista, tem lá as suas dúvidas.

- Golpe, capital Higienópolis, SP.

- Aloysio Nunes à frente !

- Aloysio 300 mil …

-  Isso, paneleiros, marmiteiros desde o PRP, a UDN …

- Bem lembrado … marmiteiros do Eduardo Gomes, que tomou duas tundas … Que nem o Cerra …

- Bem lembrado: paneleiros e marmiteiros

- E sempre no bloco da minoria…

- Só o Golpe salva eles.

- Só.

- Sem a Globo eles não passam de Resende…

- Não passam de Itararé.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim

Na lista do HSBC, a “baruscada” do Governo FHC Acabou o monopólio da Fel-lha e do Fernando Rodrigues ? – PHA

O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:

Na lista do HSBC, a “baruscada” do Governo FHC



Com a entrada de O Globo na “sociedade privada” da lista de brasileiros que detinha contas do HSBC, ficamos sabendo de muitos outros nomes além dos quais Fernando Rodrigues, julgava haver “interesse público” em que se lhes divulgasse a identidade.

A nova lista, publicada hoje pelo jornal O Globo, mostra que todos eles abriram estas contas bem antes do primeiro governo Lula e, entre os que abriram depois, foram investigados durante este período por atos de corrupção (ah, sim, não institucionalizada..) praticados em governos anteriores, notadamente o de Fernando Henrique Cardoso.

O personagem citado no caso do “mensalão” é também personagem do “mensalão tucano”.

Os dirigentes do Metrô de São Paulo e suas mulheres e filhas também estão lá.

Ilustra o post a imagem que Fernando Rodrigues não quis publicar, do facebook de uma delas, Fernanda Mano, hoje com o sobrenome Almeida, de casada. Imagino que se a moça tivesse publicado uma foto de Dilma ou de Lula, Rodrigues também não a publicaria, como fez com a de Aécio.

Claro, né?

A moça, hoje, é uma ativista anticorrupção, vejam só…

Mas o nome mais interessante da lista é o do doleiro Dario Messer, velho parceiro de Alberto Yousseff  no caso Banestado, julgado lá mesmo, pelo Dr. Sérgio Moro.

Há três anos, no “Privataria Tucana”, páginas 92 e 93, Amaury Ribeiro Jr contou o que fazia o personagem:


(…)Parceiro de Dantas no processo de privatização, (diretor do Banco do Brasil  no governo FHC)Ricardo Sérgio (conhecido como Mister Big), lançou mão do mesmo estratagema para movimentar recursos no exterior. Com 1.057 páginas, o relatório dos peritos da PF mostra que Mr. Big usava dois doleiros de peso para levar seus recursos até a agencia do Banestado em Nova York: Alberto Youssef – que também prestou o mesmo serviço para o contrabandista João Arcanjo Ribeiro (conhecido como Comendador Arcanjo, o criminoso foi preso em abril de 2003. Também prestou esse serviço para Dario Messer, acusado de levar para a Suíça os R$20 milhões desviados pela “Máfia dos Fiscais” do Rio de Janeiro.

Em quatro anos, entre 1996 e 2000, Mr. Big teria remetido ao exterior uma montanha de dinheiro com altitude de US$ 20 milhões. Para os peritos federais, todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio dormia inicialmente em várias contas abertas por Messer e por Yousseff na agência novaiorquina do Banestado. Novamente, as contas eram abertas em nome de offshores, com apoio de David Spencer e ancorado no escritório de Citco nas Ilhas Virgens Britânicas. Eram incumbências de Spencer – que opera para Mr. Big desde os anos 1980 – também a abertura das contas dessas offshores na agência do Banestado e em outros bancos de Nova York. A documentação expõe, por exemplo, a participação do advogado na abertura da conta da offshore June International Corporation, operada por Yousseff no Banestado nova – iorquino. Do Banestado, a grana do ex-diretor do banco fazia uma escala em outras contas abertas no MTB Bank e outros bancos operados pelos doleiros da Beacon Hill. Era o último porto do dinheiro antes da revoada para as contas de Ricardo Sérgio, João Madeiro da Costa, o homem de Mr. Big na Previ, Ronaldo de Souza, em Miami ou nas Ilhas Virgens Britânicas.


Mas, como se sabe, àquela época a corrupção, segundo o tratadista de ética e moralidade Pedro Barusco, não era institucionalizada.

Esse pessoal abria conta na Suíça só por diversão…



Leia também:

HSBC: os crimes que a Fel-lha acoberta



É fácil saber quem tem conta no HSBC

1789: Barbosa seria um fâmulo dos plutocratas Será Barbosa o Berlusconi brasileiro ? – perguntou o Lazenha.

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

A ignorância histórica de Joaquim Barbosa



Deu a louca no mundo.

Ou, pelo menos, deu a louca em Joaquim Barbosa.

No Twitter, ele conseguiu comparar o atual momento brasileiro às vésperas de duas revoluções, a Francesa e a Russa.

Nesta visão turvada e obtusa, é como se na França de 1789 a insatisfação revolucionária houvesse partido da aristocracia. E na Rússia de 1917 da corte czarista.

Que JB era insuficiente em direito já sabíamos. Que era incapaz de articular frases que fizessem sentido, também.

Mas que era analfabeto em história é uma novidade.

O Brasil de 2015 se aproximaria da França de 1789 e da Rússia de 1917 se os privilegiados estivessem na iminência de ser varridos.

Mas não.

Os privilegiados brasileiros – cujo porta-voz é a mídia – se batem ferozmente para derrubar um governo popular.

Na verdade, o Brasil de 2015 lembra, sinistramente, o Brasil de 1954 e o Brasil de 1964. A plutocracia, mais uma vez, se insurge contra a democracia.

Repetem-se muitas coisas.

O demagógico e seletivo discurso anticorrupção, por exemplo. Aécio chegou a empregar uma expressão de Lacerda, o Corvo, contra Getúlio: mar de lama.

Não pude notar se ele não ficou vermelho ao falar em mal de lama. Mas deveria. Aécio construiu um aeroporto privado com dinheiro público. Colocou, pelas mãos da irmã, dinheiro público nas rádios da família quando governador de Minas. Viu ser exposta a monumental roubalheira de seus eminentes colegas de PSDB no metrô de São Paulo.

Agora mesmo, escapou por um triz de entrar na lista de Janot, da qual não escapou sua cria, Anastasia.

Mesmo assim, ele posa de Catão. Ou de Catão 2, dado que o Catão 1 é FHC, o homem que comprou a emenda de reeleição. Essa compra está toda documentada, nos detalhes mais patéticos, graças ao depoimento milimétrico de um comprado.

O repórter que tratou solitariamente do assunto na era FHC disse, recentemente, que seu trabalho recolheu não evidências – mas “provas”.

Alguns personagens de 54 e 64 estão presentes em 2015, uma demonstração de quão pouco as coisas mudam no Brasil.

A Globo, por exemplo. Sabotou Getúlio, sabotou Jango, sabotou Lula e agora sabota Dilma.

Neste longo percurso de sabotagem, os donos da Globo acumularam a maior fortuna do Brasil.

Se o Brasil vivesse uma situação parecida com a França e a Rússia pré-revolucionárias, como escreveu Barbosa, os Marinhos estariam de malas prontas para recomeçar a vida em outro país.

Eles e todo o grupo que tanto tem feito, ao longo da história, para dar ao Brasil as feições classicamente definidas por Rousseau como as perfeitas para uma insurreirão popular: aquelas marcadas pelos “extremos de opulência e de miséria”.

Com diferentes nomes, figuras como Joaquim Barbosa participaram das tramas de 1954 e de 1964.

Eram os mistificadores.

Eles fingiam defender os interesses da voz rouca das ruas, mas na verdade estavam do lado dos poderosos, dos exploradores, dos predadores sociais.

Em 1789, para voltar ao início, Barbosa não derrubaria a Bastilha.

Estaria do outro lado, como um fâmulo dos plutocratas.

Tudo igual a 1964; só faltam os EUA. Ou não faltam?



golpe


Vejamos se esqueci alguma coisa.

1 – O que mais se fala hoje, no Brasil, é em depor uma presidente da República reeleita há pouco mais de quatro meses.

2 – As ruas são tomadas por grupos que, aos milhares, pedem que essa deposição do governo seja feita via golpe militar.

3 – A grande imprensa divulga diariamente, e em destaque, textos opinativos pregando a deposição da presidente, ainda que por manobra no Congresso e apesar de não haver acusação formal alguma contra ela.

4 – A imprensa divulga em grande destaque a manifestação que tem, entre os seus, milhares de pessoas que pregam golpe militar

5 – Nas ruas, militantes de dois grupos antagônicos envolvem-se em choques violentos, ainda que restritos a pequenos grupos.

6 – Campanhas milionárias pela deposição do governo são vistas e ninguém sabe exatamente como foram financiadas.

7 – Nas ruas, pessoas que usem roupas identificadas com um determinado grupo político sofrem insultos e agressões físicas.

8 – Como em tantas vezes na história brasileira, a desculpa para depor o governo é a “corrupção” – contudo, investigações só foram possíveis porque o governo que supostamente roubou, nomeou pessoas com autoridade para investigá-lo que não hesitaram em fazê-lo.

9 – A campanha contra uma presidente acusada (sem provas) de corrupção debocha dela até em sua compleição física e a insulta cotidianamente valendo-se de nomes impublicáveis, lembrando os ataques debochados contra Jango Goulart e até contra sua família.

10 – O preenchimento deste espaço é de livre provimento pelo leitor.

O décimo tópico da lista acima é o que falta para que a situação política hoje no Brasil seja praticamente idêntica à que vigia em 1964, quando o Brasil foi sequestrado e assim permaneceu por 21 anos.

De acordo com vídeo que anda circulando na internet, porém, nem isso falta.

O vídeo que você assistirá a seguir reproduz com imagens artigo atribuído a Frederick William Engdahl, economista, escritor e jornalista americano que discute temas de geopolítica econômica e de energia há mais de três décadas. Engdahl contribui regularmente para várias publicações, incluindo Nikon Keizai Shimbun, a revista Foresight, Investor.com de Grant, Banker Europeu e Negócios Banker International e da revista italiana Eurasia estudos geopolíticos. Ele já participou de muitas conferências internacionais sobre a geopolítica, economia e energia.

Esse vídeo faz um resumo do que aconteceu na política brasileira ao longo dos últimos dois anos e insere na equação o décimo tópico da lista acima. Teoria conspiratória ou fato? Em 13 minutos de atenção, você terá elementos para decidir.

EUA JÁ AGEM PARA DERRUBAR DILMA ROUSSEFF

(Por F. William Engdahl na Revista americana NEO)

Vídeo e narração: Cibele Laura

Texto: publicado no “NEO – New Eastern Outlook”. Escrito por F. William Engdahl, norte-americano, engenheiro e jurisprudente (Princeton, EUA-1966), pós-graduado em economia comparativa (Estocolmo, Suécia-1969). Artigo transcrito no “Patria Latina” com tradução de Renato Guimarães.

Adaptação para o vídeo: Cibele Laura

Agitadora tucana cai na lista do Swissleaks

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Filha de um ex-diretor do Metrô na gestão de José Serra, que mantinha conta no HSBC, Fernanda Mano de Almeida (ela também correntista na Suíça) espalha mensagens como 'eu tenho vergonha dos políticos brasileiros' nas redes sociais; seu pai, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado por suspeita de corrupção com a Alstom; na época da assinatura de um polêmico contrato com a multinacional francesa, ele virou correntista do banco suíço e chegou a ter saldo de US$ 3,032 milhões; Fernanda é uma das beneficiárias da conta

247 – O caso que denunciou o esquema de evasões do HSBC, na Suíça, inclui entre os brasileiros envolvidos a família de Paulo Celso Mano Moreira da Silva. Ex-diretor do Metrô de São Paulo, ele é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado por suspeita de corrupção com a Alstom.

Em 1997, Moreira da Silva abriu uma conta no país helvético e acrescentou duas filhas como beneficiárias da conta: Fernanda Mano de Almeida, 41 anos, e Mariana Mano Moreira da Silva, 38 anos. No período em que o Swissleaks é investigado, ele apresentava um saldo de US$ 3,032 milhões.

A ironia do caso é que Fernanda é uma agitadora das redes sociais, militante tucana. Em fevereiro do ano passado, ela postou uma imagem em seu perfil no qual aparece a seguinte inscrição: “Campanha contra a corrupção no Brasil – Eu tenho vergonha dos políticos brasileiros”. Ela também compartilhou imagens de apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência.

Leia aqui reportagem de Fernando Rodrigues sobre o assunto.

quarta-feira, 11 de março de 2015

CUT e golpistas disputaram na sede da PM direito de manifestação na Paulista



REVOLTADOS


No mesmo dia em que houve confronto entre sindicalistas da CUT e provocadores do grupo Revoltados On Line diante da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, durante ato em defesa da Petrobrás do qual participou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a central sindical anunciou que no dia 13 de março haveria novo ato em defesa da Petrobrás em várias capitais do país.

O tumulto ocorreu por conta de orquestração preparada por esse grupo que prometia “não deixar Lula falar”.
 
milicos 1


Conforme este Blog informou anteriormente, o que o grupo provocador fez foi ilegal, pois, de acordo com a Constituição Federal, no artigo que trata de direito de reunião e manifestação, locais onde tenham sido convocadas manifestações não podem ser objeto de outra manifestação por outro grupo de manifestantes.

Artigo 5º da Constituição Federal

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente

Apesar disso, seguindo a sua tática de fazer provocações, o grupo que tentou impedir o ex-presidente Lula de falar e que buscou confronto com os sindicalistas da CUT tratou de convocar manifestação para o mesmo dia e hora.

Assista, abaixo, vídeo do líder do Grupo Revoltados On Line convocando seus seguidores a se manifestarem no mesmo dia e local em que a CUT se manifestará.





Nesta semana, o Comando da Polícia Militar da Capital paulista convocou as entidades que disputam o espaço diante do edifício-sede da Petrobrás, na avenida Paulista, para uma reunião em busca de acordo sobre a utilização daquele espaço público.

Alertado por meio de um leitor que integra a CUT-SP, o Blog foi ouvir os sindicalistas responsáveis pela organização do ato da próxima sexta-feira, o vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, e Renato Carvalho, secretário de Finanças da CUT-SP sobre a reunião que tiveram com outras entidades, com participação do líder dos “Revoltados”, Marcelo Reis, e outras entidades dos dois lados que se manifestarão no dia e local supracitados. A reunião foi mediada pelo comandante da PM de São Paulo.

Confira, abaixo, as duas entrevistas.

Entrevista com Douglas Izzo

Blog da Cidadania – Vocês foram à Polícia Militar combinar o ato da CUT na próxima sexta-feira e lá encontraram um representante do grupo Revoltados On Line, que quer fazer manifestação no mesmo dia e local, correto?

Douglas Izzo – Exatamente, eles estão chamando uma manifestação, que eu não sei qual o objetivo, no mesmo dia e local. O que nós entendemos é que se trata de uma provocação. Já tivemos um episódio lamentável provocado por um grupo lá no Rio de Janeiro e sabemos que a estratégia desses grupos consiste em tentar colocar para a sociedade que nossas manifestações são violentas. Querem criar um ambiente de violência.

Blog da Cidadania – Você me disse em off que quando os representantes da CUT chegaram no Comando da PM encontraram um representante desse grupo Revoltados On Line. Pode falar um pouco sobre isso?

Douglas Izzo – Sim, um tal de Marcelo Reis. Por conta dele, houve uma conversa bastante dura. É um pessoal difícil. Eles são truculentos no trato.

Blog da Cidadania – Houve algum desentendimento?

Douglas Izzo – Vários desentendimentos. Vou lhe passar o telefone do Renato Carvalho, secretário de Finanças da CUT-SP, que foi quem participou da reunião. Ele poderá lhe relatar o que aconteceu.

Blog da Cidadania – Você acredita que terá êxito o vosso ato?

Douglas Izzo – penso que sim. Estamos estimando cerca de 40 mil participantes. Além dos que vierem participar por meios próprios, virão 400 ônibus com manifestantes do nosso lado.

[…]

Entrevista com Renato Carvalho

Blog da Cidadania – Você teve uma reunião no Comando da Polícia Militar em São Paulo para negociar a disputa com o grupo Revoltados On Line do espaço na avenida Paulista no mesmo dia. Pode relatar o que aconteceu?

Renato Carvalho – A PM convidou para participar dessa reunião que havíamos marcado todas as entidades que pretendem se manifestar; a CUT, a Apeoesp e esse grupo Revoltados On Line. O comandante da PM nos disse que havia um conflito porque o grupo dos revoltados queria fazer um ato no mesmo dia e local. E, além disso, às 14 horas a Apeoesp fará uma assembleia no Masp, a CUT fará seu ato poucos metros adiante, na Petrobrás, e, depois, os dois grupos irão se juntar e faremos uma caminhada pela avenida da Consolação até a Praça da República.

O que ficou acertado é que esse pessoal revoltado só irá para o local após terminarmos a nossa manifestação por lá, ao redor das 16 horas.

Blog da Cidadania – Houve algum tipo de desentendimento com os revoltados durante a reunião?

Renato Carvalho – Durante a reunião houve um debate ideológico muito forte e o líder desse grupo fez várias provocações na frente do comandante da PM, mas não entramos na provocação.

Blog da Cidadania – Que tipo de provocação ocorreu?

Renato Carvalho – Ficaram dizendo que nós somos manipulados pelo PT e que tinham medo de que nós fizéssemos a mesma coisa que diz que NÓS fizemos lá no Rio de Janeiro, apesar de que eles é que foram lá nos provocar. Mas não demos bola.

Blog da Cidadania – Ao fim, vocês chegaram a algum consenso?

Renato Carvalho – Ficou combinado que eles só farão a manifestação deles após terminar a nossa. Eles devem ir no mesmo horário que nós, mas a polícia diz que irá isolá-los enquanto nos manifestamos.

Blog da Cidadania – Você teme que ocorra algum tipo de confronto?

Renato Carvalho – Nós estamos preocupados porque já na reunião no comando da PM percebemos que eles estão dispostos a fazer provocações. Se fizeram lá, provavelmente farão muito mais enquanto estivermos nos manifestando. Porém, estamos orientando o nosso lado a não aceitar essas provocações. Mas, haja o que houver, estaremos preparados.

Leonardo Boff: golpe é induzido pela mídia





"Essa dramatização que se faz aqui, é feita pela mídia conservadora, golpista, que nunca respeitou um governo popular. Devemos dizer os nomes: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a perversa e mentirosa revista Veja", diz o teólogo Leonardo Boff; ele afirma ainda que o golpismo reflete apenas a frustração dos derrotados na disputa presidencial de 2014; "É o golpe virtual, que eles fazem pelas redes sociais e pela mídia, inventando e fantasiando, projetando cenários dramáticos, que são projeções daqueles que estão frustrados e não aceitam a derrota do projeto que era antipovo"; Boff afirma ainda que o golpe não passará, em razão da força dos movimentos sociais e de uma nova "consciência política"


Da Rede Brasil Atual - A crise econômica e política pela qual o país atravessa neste momento é "em grande parte forjada, mentirosa, induzida, ela não corresponde aos fatos", afirma o teólogo Leonardo Boff. Segundo o teólogo, a crise amplificada por uma dramatização da mídia. "Essa dramatização que se faz aqui, é feita pela mídia conservadora, golpista, que nunca respeitou um governo popular. Devemos dizer os nomes: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a perversa e mentirosa revista Veja."

Em entrevista à Rádio Brasil Atual na segunda-feira (9), o teólogo disse que, no entanto, o atual nível de acirramento no cenário político não preocupa porque, para ele, comparado a outros contextos históricos, a "democracia amadureceu". Ele diz acreditar, ainda, na emergência de uma "nova consciência política".

Boff também considera que o cenário brasileiro é bastante diferente da Grécia, Espanha e Portugal, onde são registrados centenas de suicídios, por conta do fechamento de pequenas empresas e do desemprego, e até mesmo de países centrais, como os Estados Unidos, que veem a desigualdade social avançar.

"A situação não é igual a 64, nem igual a 54", compara. "Agora, nós temos uma rede imensa de movimentos sociais organizados. A democracia ainda não é totalmente plena porque há muita injustiça e falta de representatividade, mas o outro lado não tem condições de dar um golpe."

Para Boff, não interessa ao militares uma nova empreitada golpista. Restaria ao campo conservador a "judicialização da política", e acrescenta: "Tem que passar pelo parlamento e os movimentos sociais, seguramente, vão encher as ruas e vão querer manter esse governo que foi legitimamente eleito. Eles têm força de dobrar o Parlamento, dissuadir os golpistas e botá-los para correr."

Sobre o 'panelaço' ocorrido no domingo, durante o discurso da presidenta Dilma Rousseff para o Dia Internacional da Mulher, Boff afirma que o protesto é "totalmente desmoralizado", pois "é feito por aqueles que têm as panelas cheias e são contra um governo que faz políticas para encher as panelas vazias do povo pobre".

O teólogo afirma que a manifestação expressa "indignação e ódio contra os pobres" e são símbolo da "falta de solidariedade"; e que o "panelaço veio exatamente dos mais ricos, daqueles que são mais beneficiados pelo sistema e que não toleram que haja uma diminuição da desigualdade e que gostariam que o povo ficasse lá embaixo".

Sobre o ato programado pela CUT e movimentos sociais para sexta-feira (13), Leonardo Boff diz que a importância é reafirmar os valores democráticos e a defesa da soberania do país: "Aqueles que perderam, as minorias que foram vencidas, cujo projeto neo liberal foi rejeitado pelo povo, até hoje, não aceitam a derrota. Eles que tenham a elegância e o respeito de aceitar o jogo democrático".

O teólogo frisa, mais uma vez, não temer o golpe. "É o golpe virtual, que eles fazem pelas redes sociais e pela mídia, inventando e fantasiando, projetando cenários dramáticos, que são projeções daqueles que estão frustrados e não aceitam a derrota do projeto que era antipovo."

 

Golpistas pagam R$ 10 por hora para quem divulgar protesto anti Dilma

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Continuam chegando relatos sobre gastos dos grupos que organizam o protesto do próximo domingo pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Neste caso, as informações são do tuiteiro Marcus Pessoa, quem flagrou uma militante dos grupos anti Dilma de Recife oferecendo R$ 10 reais por hora para quem se dispuser a panfletar a favor do protesto pelo impeachment da presidente que ocorrerá naquela e em outras capitais no próximo domingo.
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A pessoa que andou fazendo essa oferta no Twitter usa em seu perfil nessa rede social o nome de Mariana Brito e se diz “jornalista (com diploma), escritora, cientista política, economista, ex-BBB e Miss Brasil 2010”.
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Conforme relata Marcus Pessoa, essa pessoa apagou a postagem sobre oferta de dinheiro para trabalhar pela manifestação anti Dilma do próximo domingo logo após publicá-la, o que se pode supor que se deveu a alguém tê-la alertado de que estava fazendo besteira.
Esse episódio sugere que pode haver alguma ilegalidade nesses gastos para financiar protestos contra a presidente da República. Com a palavra, as autoridades.

Empresários custeiam vaias a Dilma e pressionam funcionários a aderir





A campanha empreendida contra Dilma Rousseff está custando fortunas. Essa grana toda está sendo gasta em sofisticadas peças de áudio, vídeo e imagem, espalhadas aos milhares diária e incessantemente na internet, e na logística para o ato do próximo dia 15. As vaias que a presidente recebeu em São Paulo nesta terça-feira dão uma pista sobre quem paga.

Um leitor do Piauí, por exemplo, enviou ao Blog imagens dos kits anti Dilma que estão chegando ao seu Estado aos milhares, via correio, vindos de São Paulo – o que não chega a surpreender.





Note o leitor que panfletos, adesivos para carro, camisetas, bonés etc. chegam até os mais distantes pontos do país. Há o custo de produção dos kits, o custo do frete, o custo com distribuição local etc.

Tudo isso – e muito mais – custa dinheiro.

A orquestração via Whats Appp ou Facebook também custa dinheiro. Aliás, no FB textos, vídeos, posts e memes contra a presidente são “patrocinados”, ou seja, quem os produz paga àquela rede social para “promovê-los”.

Aquelas páginas de revoltados com a vida e com Dilma, em vez de oferecer tratamento psicológico para seus frequentadores, gasta fortunas com promoção de suas postagens.

Para quem não conhece, veja, abaixo, como se consegue milhares de curtidas no FB.



Aliás, nada contra “patrocinar” conteúdo jornalístico para que seja mais lido. Muitos fazem isso, à direita e à esquerda. A maioria dos sites jornalísticos recorre a esse investimento. O problema é quem paga por isso, porque é bastante caro.

Recentemente, uma amiga cineasta me disse que a promoção de postagem que fez no FB de seu trabalho lhe custou mais de 500 reais. Agora veja quantas postagens patrocinadas têm essas páginas de “revoltados” por dia e faça a conta de quanto gastam em um mês.

De onde vem esse dinheiro? Estamos falando de milhões de reais, para uma campanha desse tamanho. Inclusive, o ato anti Dilma do próximo dia 15 terá caravanas vindo de cidades próximas às capitais. Farto material de som ou publicitários será distribuído.

Uma outra leitora envia mensagem com informações que dão uma bela ideia de quem está pagando pela festa golpista.

Eduardo,

boa tarde.

Tenho ficado preocupada com a hostilidade contra a Dilma e o PT.

O movimento Vem Pra Rua, segundo a carta capital vem sendo financiada pelos empresários.

Alguns amigos meus disseram que seus patrões estão fazendo de tudo para convocar os funcionários para a manifestação de 15/03. O mesmo aconteceu na empresa na qual trabalho, e minha irmã disse que a mesma coisa aconteceu na empresa na qual ela trabalha.

Essa pessoa disse que a Dilma não vai continuar no poder. Os empresários estão articulados e estão coagindo os funcionários a irem às ruas contra o PT e Dilma. São e-mails do patrão com a capa da Veja circulando nos e-mails, são mensagens no celular, Whats App…

Isso vem acontecendo desde antes da eleição e foi por isso que ela [Dilma] quase perdeu, porque os patrões estão jogando tudo e coagindo os funcionários.

Coadunando-se com essa narrativa, as vaias que Dilma recebeu nesta terça-feira ao visitar o pavilhão de feiras do Anhembi, em São Paulo, aos gritos de “vaca” e “vagabuna”. Para quem não viu, o vídeo com as agressões.






O pavilhão de exposições é velho conhecido deste blogueiro. Em sua atuação comercial, participou de inúmeras feiras. Quem vaiou foram os funcionários que preparavam os estandes para a feira. Eu mesmo já participei dessas montagens.

Quem leu na internet que trabalhadores que montavam os estandes vaiaram Dilma pode pensar que são “peões” de macacão com martelos em punho que apuparam a presidente da República, mas não foi nada disso.

Como se vê no vídeo, são profissionais de vendas e seus patrões, ou seja, pessoas da classe média paulistana que votaram em Aécio Neves.

Ao contrário do que a mídia e a oposição tentam fazer crer não é quem votou em Dilma Rousseff que a está vaiando, são os que votaram no adversário dela em 26 de outubro do ano passado.

O eleitorado de Dilma, em parte, ficou descontente com medidas de ajuste fiscal ou com nomeação de ministros oriundos “do lado de lá”. Essas pessoas, irritadas, disseram ao Datafolha, ao fim de janeiro, seu descontentamento.

Conversava na segunda-feira com um blogueiro importante que está insatisfeito e ele me disse que se fosse entrevistado pelo Datafolha no mês de janeiro, avaliaria Dilma como “regular”. Conheço eleitores dela que, no janeiro fatídico em que sua popularidade despencou, no auge da irritação chegariam a classificá-la como ruim ou péssima.

Isso não significa que essas pessoas tenham mudado de opinião, que estejam dispostas a votar no PSDB ou que tivessem coragem de chamá-la de “vadia” ou “vagabunda”. Quem faz isso é quem já não gostava dela antes de se reeleger.

Todos se lembram de como Dilma foi vaiada diversas vezes nos novos estádios de futebol e até em outras partes antes de a campanha eleitoral começar, de quem eram os xingadores e de como a mera hipótese de o PSDB voltar ao poder, pouco depois, fez com que milhões votassem na presidente apesar de estarem insatisfeitos com ela.

Para entender o fenômeno, basta pegar uma das muitas análises de rede que há por aí para verificar que a hegemonia política dos anti Dilma viscerais está longe de ser maioria. Por exemplo, a do analista Fábio Malini, via Facebook, sobre redes sociais, que é bastante interessante.



O que se depreende dessa análise é que, à diferença do que tenta fazer parecer a mídia, os anti Dilma estão longe de ser maioria e, na hora do “pega pra capar”, o centro do gráfico, que no momento está neutro, pode escolher um lado e, por seu perfil, dificilmente seria o do PSDB.

Diante do exposto, está mais do que na hora de se fazer uma investigação jornalística séria sobre os financiadores do golpismo. Esses empresários estão mesmo tão convencidos de que Dilma faz mal ao país ou existem conchavos com partidos políticos e troca de favores, por exemplo, com o governo de São Paulo?

terça-feira, 10 de março de 2015

DEPOIS DE DESTRUIR NACIONALISMO ÁRABE, EUA PREPARAM O BOTE NA AMÉRICA DO SUL

Cristina Fernandez, Nicolas Maduro, Dilma Rousseff, Evo Morales


DEPOIS DE DESTRUIR NACIONALISMO ÁRABE, EUA PREPARAM O BOTE NA AMÉRICA DO SUL

por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

A lista é impressionante: Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria. Em menos de 15 anos, os quatro países se transformaram em Estados zumbis. É algo muito grave, a indicar a direção para onde aponta a política expansionista dos Estados Unidos no século XXI.

Com o fim da Guera Fria, deixaram de ter qualquer anteparo para sua estratégia de fazer tombar todos os governos que signifiquem ameaça ao controle do petróleo no Oriente Médio (ou em outras partes do planeta).

Saddam Hussein (Iraque) não era um santo. Todos sabemos. Muamar Gadafi (Líbia), tampouco. Os dois, ao lado da família Assad na Síria, faziam parte de um movimento (o nacionalismo árabe) a significar um grito de independência desses países – que, no passado, haviam estado sob domínio turco ou europeu.

Outra característica unia os três (e era a marca também do regime forte no Egito, comandado por Mubarak, que caiu na tal “primavera árabe”): conduziam estados laicos, com um discurso pautado mais pelo “orgulho nacional” do que pela religião. Eram países comandados por regimes fortes, organizados, com projetos de nações independentes. Apesar de longe, muito longe, de qualquer princípio democrático.

Em nome da democracia, os Estados Unidos varreram do mapa esses governantes. A Líbia foi retalhada, já não existe, debate-se em crise permanente com o confronto entre pelo menos 4 facções armadas. A Síria é um semi-estado, em que Assad resiste em Damasco, mas vê o Estado Islâmico (EI), de um lado, e os “rebeldes” armados pelos EUA/Europa, de outro, avançando sobre grandes porções do território. O Iraque é agora um protetorado ocidental, sem qualquer margem para se organizar de forma independente.

Vejo alguns analistas “liberais”, na imprensa brasileira, dizendo que Washington “fracassou” porque derrubou governos autoritários e, em vez de democracias, colheu o caos no Oriente Médio. Coitados. Tão ingênuos esses norte-americanos.

Ora, ora. Pode haver algo mais fácil de controlar do que populações desorganizadas, que se matam em guerras sem fim, sem a proteção de nada parecido com um Estado organizado?

O projeto dos EUA era – e é – o caos, a criação de uma grande franja que (do norte da África ao Tigre e Eufrates, chegando às montanhas do Afeganistão) debate-se no caos. É o que tenho chamado de “Estados zumbis”.

Mais recentemente, a intervenção de Washington avançou para a Ucrânia. De novo, vejo quem lamente que a intervenção não tenha levado a uma democracia ucraniana em estilo ocidental. Como se o objetivo fosse esse…

Está claro que, também na Ucrânia, o objetivo era criar um estado de caos e inoperância – que, de toda forma, é melhor do que uma Ucrânia forte, unificada, pró-Russia (essa era a ameaça antes da famosa rebelião fascista da Praça Maidan, insuflada pelos EUA, em Kiev).

A diferença é que na Ucrânia os norte-americanos encontraram resposta russa, que puxou para si a Criméia e as regiões do leste ucraniano (onde a cultura dominante e a língua são russas). “Ok, vocês podem criar o caos na sua Ucrânia; mas na nossa, não” – esse parece ter sido o recado de Putin a Obama.

Evidentemente, a derrubada dos governos em cada um desses países (do norte da África ao Afeganistão, da Ucrânia ao Tigre/Eufrates) seguiu motivações e roteiros próprios. Mas todas essas intervenções são parte de um mesmo movimento de afirmação da hegemonia dos Estados Unidos.

O poder imperial, em relativa crise econômica, se afirma pelas armas de forma impressionante, mundo afora – e isso em apenas 15 anos.

Vivemos o período das “operações especiais”, das guerras não-declaradas, das rebeliões movidas a whatsapp e vendidas como “gritos pela democracia”.

O mundo se ajoelha ao poder imperial. O nacionalismo árabe, que oferecia alguma resistência ao avanço dos EUA e seus parceiros da OTAN, foi destroçado.

Outro pólo de oposição é o que se desenha na Eurásia, com a parceria energética e logística entre russos e chineses. Por isso, Putin está sob cerco econômico, e ali – mais à frente – será jogada a partida decisiva no xadrez mundial.

Antes disso, no entanto, a política de intervenção de Washington se move para a América do Sul. Honduras e Paraguai foram ensaios, bem-sucedidos.

Venezuela, Argentina e Brasil: aqui, agora, vemos avançar o projeto de criar novos Estados zumbis. Depois do nacionalismo árabe, chegou a hora de destruir o nacionalismo latino-americano. Não é por outro motivo que “bolivarianismo” virou o anátema, o palavrão, o inimigo a ser derrotado – numa ofensiva que é política, econômica e sobretudo midiática.

Claro que todos esses país possuem problemas. Não quero dizer que todos os dilemas da América do Sul sejam responsabilidade do Império do Norte. Não. Simplesmente, Washington aproveita as contradições e fraquezas internas, em cada um desses países, para assoprar a faísca do caos.

Aqui, no Brasil, a intervenção não precisa ser diretamente militar. Basta atiçar setores sob hegemonia da cultura (e da grana) dos Estados Unidos.

Num encontro social (em São Paulo, claro), recentemente, ouvi a proposta pouco sutil: “bom mesmo é que o Obama invadisse isso aqui, e acabasse com essa bagunça”. Esse é o projeto dos paneleiros no Brasil. O fim da Nação, a anexação ao Império.

A próxima batalha – parece – será travada na Venezuela.

Maduro fustigou os Estados Unidos, mandando embora parte do pessoal da embaixada dos EUA em Caracas. Agora Washington reage e declara a Venezuela uma ameaça à segurança dos Estados Unidos (leia aqui).

A escalada verbal favorece os setores mais duros do chavismo. Ameaça de intervenção do Império pode dar a justificativa para um governo chavista mais forte, em que o poder já não estaria com Maduro, mas com os militares chavistas. A burguesia que hoje bate panelas em Caracas talvez tenha que seguir o caminho da elite cubana, em direção a Miami. Mas haveria guerra civil. O caos. Uma Líbia, ou um Iraque, às portas do Brasil.

Com um governo muito mais moderado, o Brasil também vive em estado de pré-convulsão política. Reparem: é o Estado (e não o “petismo”) que pode se desmanchar. Petrobras, políticas sociais, a própria ideia de desenvolvimento. Tudo isso está em cheque. E não é à toa.

Na Argentina, já se fala abertamente no envolvimento de serviços de inteligência estrangeiros, na morte do procurador Nisman – com o objetivo de desestabilizar Cristina Kirchner - leia mais aqui, no texto de Paul Craig Roberts (sugestão do site O Empastelador).

No Brasil, vivemos uma venezuelização de mão única: apenas um dos lados aposta no confronto total. Os paneleiros querem sangue; o governo mantem a moderação verbal. Até quando?

O cenário é de um confronto que ameça não o governo Dilma, mas a própria ideia de um Estado nacional com projeto próprio. Não é à toa que os quadros mais ajuizados da burguesia – inclusive ex-tucanos, como Bresser Prereira alinham-se contra o golpe, e em defesa do projeto nacional.

A manifestação do dia 15 é só um capítulo da guerra. A própria batalha do impeachment é parte de uma guerra muito mais ampla.

Essa guerra será dura, e pode durar muitos anos. O tempo da conciliação acabou.

PS do Rodrigo: Nos anos 80, quando se falava na participação direta dos Estados Unidos na derrubada de TODOS os governos do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai), ocorrida uma ou duas décadas antes, certos liberais uspianos sorriam, e atribuíam a afirmação a “teorias conspiratórias”; com a abertura dos arquivos em Washington, conheceu-se a verdade. Parece “teoria conspiratória” que, depois de eliminar o nacionalismo árabe, os EUA preparem-se para um ataque contra a América do Sul bolivariana?
Leia também:

Tarso Genro: Mídia omite que PP gaúcho apoiou Aécio Neves


Barusco: 'Não posso dizer se Vaccari recebeu'


Pautas que a midia isenta esqueceu: o doleiro Alberto Youssef afirma que doou US$ 12 milhões ao PP, do falecido José Janene, em 2001, sob o governo FHC. De onde saiu esse dinheiro?


 Perguntas que a mídia prefere calar: doleiro Alberto Yousseff afirma que havia informação de que Aécio Neves e Janene, do PP, dividiram uma diretoria de Furnas durante quatro anos e que o dinheiro era comissionado para a irmã de Aécio.Quem era o diretor? O que ele faz hoje?

  Agora é rua: o golpismo aquece as caçarolas para fritar o governo Dilma;não reagir é sancionar uma regressão que contaminará toda AL; sexta-feira, 13, na rua em defesa da democracia, da Petrobras e do desenvolvimento com justiça social

 Carta maior


:



Ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, depõe à CPI e esclarece pontos levantados pela mídia sobre US$ 200 milhões que teriam sido pagos ao PT; "O que eu disse e quero esclarecer é o que eu estimo que o PT tenha recebido", afirmou; "Como eu recebi a minha parte, imagino que outros tenham recebido"; Barusco levantou ainda outras dúvidas; "Não sei se o Vaccari recebeu, se foi doação legal, se foi no exterior, se foi em dinheiro"; ele afirma ainda que, dos US$ 100 milhões que recebeu, nunca transferiu nada a ninguém e que irá repatriar os recursos; Pedro Barusco falou também que se arrependeu de receber recursos ilícitos da Petrobras; "Entrei num caminho sem volta e me sinto aliviado por estar devolvendo os recursos. É um caminho que eu não recomendo para ninguém", afirmou; denúncia dos "US$ 200 milhões em propina" foi amplamente explorada pela mídia

247 - O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco presta depoimento na manhã desta terça-feira, 10, na CPI da Petrobras. Ele deixou claro que é uma estimativa o que ele falou sobre suposto recebimento de propina para o PT. O valor de US$ 200 milhões está baseada nos recursos supostamente repassados ao tesoureiro do partido, João Vaccari.

"O que eu disse e quero esclarecer é o que eu estimo que o PT tenha recebido", afirmou; "Como eu recebi a minha parte, imagino que outros tenham recebido". Barusco levantou ainda outras dúvidas: "Não sei se o Vaccari recebeu, se foi doação legal, se foi no exterior, se foi em dinheiro".
Pedro Barusco falou também que se arrependeu de receber recursos ilícitos da Petrobras. "Entrei num caminho sem volta e me sinto aliviado por estar devolvendo os recursos. É um caminho que eu não recomendo para ninguém", afirmou.

Barusco repetiu informações que constam dos depoimentos que já prestou no processo de delação premiada junto à Justiça Federal. Ele ratificou à CPI que a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos, e que esses recursos eram divididos da seguinte maneira: metade para o PT, por meio de João Vaccari, e metade para a "Casa", como ele chama os diretores da Petrobras envolvidos no esquema. Ele menciona, entre estes, Renato Duque e, eventualmente, Jorge Luiz Zelada e Roberto Gonçalves.

Ele afirmou que não repassou recursos para ninguém. "Nunca repassei recursos para ninguém. Por isso tenho o volume elevado [de US$ 100 milhões] que está sendo repatriado pelo Ministério Público Eu recebia para mim e para o Renato Duque".

Barusco contou que iniciou a receber propinas por serviços prestados à Petrobras em 1997. "Iniciei a receber propina em 1997, 1998, por iniciativa minha. Mas a partir de uma forma mais institucionalizada, foi a partir de 2004", afirmou.

Após a abertura da sessão, os parlamentares defenderam na sessão a saída dos deputados Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO) (suplente) da CPI. Os dois foram citados na lista entregue ao STF. "Investigados não devem investigar", afirmou Ivan Valente (PSOL-SP). Outro a se manifestar a favor da saída dos investigados foi o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) informou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prestará depoimento na próxima quinta-feira (12), a partir das 9h30.

Cunha é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter se beneficiado do esquema de corrupção da Petrobras. Segundo Motta, o presidente da Câmara se colocou à disposição para depor, portanto, não se trata de convocação.

Barusco, que também é delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ainda começou a falar. Nessa segunda-feira, 9, o engenheiro havia pedido que seu depoimento fosse tomado em sessão secreta, mas os deputados decidiram manter a sessão aberta.

Em sua delação premiada à Justiça, entre outras afirmações, Barusco declarou ter recebido, desde 1997, propina de empresas que mantinham contrato com a Petrobras; e que, a partir de 2003, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, passou a participar do esquema – segundo o delator, Vaccari teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas para o PT entre 2003 e 2013.

O deputado Affonso Florence (PT-BA) disse que o simples depoimento de Barusco não serve de prova contra o partido. "Não é um réu confesso, em delação premiada, que vira juiz. Então, ouvi-lo não significa que quem ele citou está condenado", argumentou. "Significa que quem ele citou tem direito a defesa. Temos de encarar isso com parcimônia, sem 'espetacularizar' e transformar em herói réu confesso", completou.

A convocação de Barusco, como primeiro depoente da CPI, foi fruto de um acordo entre deputados da oposição e do governo. Depois dele, serão ouvidos os ex-presidentes da Petrobras Sergio Gabrielli e Graça Foster.

segunda-feira, 9 de março de 2015

TUCANOS DISPUTAM COMANDO DO ESTADO ISLÂMICO

Quem se surpreendeu por o Jornal Nacional dar uma forcinha aos golpistas?

Jornal da Vergonha

A edição do Jornal Nacional de segunda-feira, 9 de março de 2015, mostrou, pela enésima vez, que este país, na contramão dos países mais desenvolvidos do mundo, permite que uma família bilionária faça uso de concessão pública da importância da maior rede de comunicação nacional com fim político-partidário, ilegal por força da lei.
O Jornal Nacional começou e terminou mal. A rima acidental soa a conspiração dos deuses da redação para, por esse meio, também manifestarem repúdio à apropriação ilegal e imoral de um bem público, a faixa do espectro radioelétrico por onde trafegam as ondas da Globo, por um grupo político afinado com setores da sociedade que vêm se notabilizando pelo fascismo, pela boçalidade, pela falta de uma réstia de educação e de um mínimo de civilidade.
O telejornal começou tratando (pouco) do indiciamento de políticos no Supremo Tribunal Federal, semana passada. Como era de se esperar, restringiu a reportagem ao PT, com alguma sobra para o PMDB e para o PP, mas, obviamente, poupando o PSDB ao não tocar na citação com arquivamento da acusação contra Aécio Neves e no indiciamento de fato de seu afilhado político e sucessor no governo de Minas, Antonio Anastasia.
Ao fim do primeiro bloco, o JN anuncia reportagem sobre o “panelaço” de energúmenos contra Dilma Rousseff. Milhões de espectadores devem ter pensado que viria paulada, que seria feita uma reportagem massacrando a presidente – dentre esses milhões, parte estaria torcendo para que isso ocorresse, parte estaria indignada com a previsibilidade de ocorrer.
Não foi o que se viu. Tratou-se de uma reportagem até bastante correta. Abriu com a resposta de Dilma aos agressores, o mínimo que deveria ser feito contra alguém agredida com palavrões do mais baixo calão, aos berros, pelas ruas de várias partes do país, ainda que tenha sido manifestação de poucos. Em seguida, foi apresentada a posição do PT sobre o ataque.
Foi só ao fim da reportagem que, em tempo menor que o de Dilma e de seu partido, um membro do DEM acusado recentemente de corrupção, e outro do PSDB ligado a grupos políticos envolvidos com corrupção, responderam à acusação do PT, veiculada pouco antes, de que a oposição estaria por trás da agressão de domingo à presidente da República.
Então, onde está o motivo para reclamação? Para entender, é preciso perguntar se aquela notícia deveria receber tal destaque no maior telejornal do país, no horário mais nobre da televisão, que medições oficiais mostram que atinge a milhões de pessoas.
Dilma Rousseff, a cidadã Dilma Rousseff, poderia processar qualquer uma das pessoas que a chamaram de “vaca” da varanda de seus enormes apartamentos, incrustados em condomínios de luxo.
Mais: qualquer morador de um desses condomínios que tiver se sentido agredido pelos palavrões berrados pelo vizinho a plenos pulmões poderia reclamar ao próprio condomínio e até à Justiça, pois sair à janela e berrar palavrões e insultos a quem quiser ouvir pode provocar danos morais, na melhor das hipóteses, a quem não concordar com a manifestação em espaço  onde todos têm direito a paz e tranquilidade, já que interiores de condomínios não se prestam a esse tipo de manifestação política truculenta.
Diante disso tudo, o Jornal Nacional, tanto qualquer outro que tenha dado espaço àquela aberração, tratou de ajudar os agressores energúmenos da primeira mandatária da Nação, eleita por mais de meia centena de milhões de votos e que não tem uma mísera acusação contra si na Justiça, à diferença dos dois tucanos que, ao fim da reportagem, puderam dizer que haveria algum tipo de mérito na agressão a ela.
O telejornal da Globo ajudou esses golpistas boçais a divulgarem seu protesto, que continuará no próximo domingo em manifestações de rua.
A reportagem, se tivesse mesmo que ser feita, poderia, muito rapidamente, dizer só os fatos, que algumas dezenas de pessoas, em algumas capitais, gritaram palavrões contra a presidente da República, mas tratou de legitimar aquele ato ao não revelar a virulência com que foi levado a efeito e ao pôr políticos com ar de seriedade para defender tal barbárie.
Por que não surpreende a Globo dar uma forcinha àqueles animais? Porque essa é a história de cinquenta anos de Globo no Brasil, uma história suja, uma história de promiscuidade com forças políticas obscuras como a ditadura militar de 1964, que deu dinheiro ao fundador da emissora para ajudá-la a massacrar o povo brasileiro.
Seja como for, o Blog deixa ao leitor, através do vídeo abaixo, a prerrogativa de concordar ou não com o que acaba de ler assistindo à edição em tela do Jornal Nacional. Detalhe: só comentários em contrário que forem civilizados e respeitosos serão publicados. Nada além destes.