Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Por que o Ibope desanimou os colunistas tucanos




Em tese, a última pesquisa Ibope sobre intenções de voto para presidente da República deveria ter sido daquelas contra as quais ninguém chia, pois manteve os principais candidatos a presidente praticamente onde estavam no mês passado – os que “subiram” (Aécio Neves e Eduardo Campos), foi dentro da margem de erro.
Ainda assim, tanto no pré-Ibope quanto no pós o que se viu foram manifestações explícitas ou implícitas de desalento por parte de alguns dos principais colunistas aliados do PSDB na grande imprensa, aqueles que só sabem criticar o PT e que, à diferença do que acontece em relação a este, não se indignam com escândalos como aécioportos e cartéis.
Tomemos como exemplo o colunista e blogueiro da Globo Ricardo Noblat e a colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde. De quinta para sexta-feira, parece que lhes caiu a ficha de que se Dilma tem problemas maiores com intenções de voto neste ano do que tinha em 2010, com a oposição ocorre pior: Aécio e Eduardo é que precisam deslanchar – já que Dilma está bem à frente deles –, mas não deslancham.
Antes de prosseguir, confira abaixo, respectivamente, o texto de Cantanhêde e, em seguida, o de Noblat.
FOLHA DE SÃO PAULO
7 de agosto de 2014

BLOG DO NOBLAT

8 de agosto de 2014
Deste jeito, Dilma poderá ganhar no 1º turno
A um ano da eleição presidencial de 2002, em conversa com um grupo de empresários paulistas, José Dirceu, coordenador da quarta campanha consecutiva de Lula a presidente da República, comentou:
- A eleição está liquidada. Lula ganhará – só não sabemos ainda se no primeiro ou segundo turno. Começamos a discussão interna sobre com quem governaremos.
O comentário de Dirceu foi mais ou menos repetido na semana passada por um estrelado membro da campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Faltou apenas dizer que a candidata já se preocupa com quem governará.
Faz sentido?
Faz, sim. A não ser que ocorra um poderoso imprevisto. Do tipo: a filha de Dilma guarda a chave do aeroporto de Porto Alegre.
O caso do aeroporto mineiro de Cláudio, construído em terras da família de Aécio Neves, atrapalhou o desempenho do candidato do PSDB a presidente durante o mês de julho. Até hoje ele ainda se explica por que como governador de Minas Gerais gastou R$ 13 milhões para asfaltar a pista do aeroporto.
Descobriu-se que ele investiu dinheiro público em outro aeroporto – o de Montezuma, a pequena distância de uma fazenda sua.
Eduardo Campos, candidato do PSB à vaga de Dilma, atravessou julho desnorteado a prometer o que poderá ou não fazer caso se eleja. Enfrenta o dilema hamletiano de ser ou de não ser uma pálida sombra do que foi Marina Silva na eleição de 2010.
Dilma chegou ao início de agosto próxima do confortável teto de 45% das intenções de voto. Voltou à situação de quem poderá liquidar a eleição no primeiro turno. Ou de passar para o segundo precisando de poucos votos a mais para se reeleger.
Agosto marca o início do período de 45 dias de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Devido ao grande número de partidos que a apoiam, Dilma contará com mais do dobro do tempo de propaganda de Aécio e com o mais do triplo do tempo de propaganda de Eduardo. É uma vantagem e tanto.
A eleição presidencial deste ano é candidata à passar à História como aquela onde faltou uma oposição capaz de corresponder ao majoritário desejo de mudança dos brasileiros.
Se não tem tu, vai tu mesmo, Dilma!
A despeito de todas as consultorias e instituições financeiras que afiançam que Aécio vencerá, a despeito da tão propalada “rejeição” de Dilma – de um nível com o qual ela VENCEU a eleição de 2010 e que gira em torno de 35% –, o desânimo campeia nas hostes tucanas e “socialistas”.
Eis, então, que os adeptos do autoengano argumentarão que os números do Ibope mostram Aécio e Eduardo subindo, ainda que dentro da margem de erro, e Dilma “estagnada”. Mas os oposicionistas estão subindo quando e como? Estão subindo dentro da margem de erro (2 pontos percentuais) e no primeiro turno.
Novamente, os antipetistas dirão que Aécio e Eduardo cresceram no segundo turno e acima da margem de erro (Aécio e Eduardo cresceram três pontos) e Dilma, nessa incerta segunda etapa da eleição, cresceu dentro da margem de erro (1 ponto).
Sim, é verdade. A pesquisa, tal qual foi apresentada, ainda que dentro da margem de erro favorece mais a oposição.
Abaixo, os gráficos apresentados pelo Jornal Nacional na última quinta-feira (7/8).

Os colunistas tucanos já explicaram que Dilma está chegando ao horário eleitoral – quando terá o dobro do tempo de Aécio e o triplo do de Eduardo – com larga vantagem, mas não explicaram que eles e o próprio PSDB esperavam que ao menos um dos oposicionistas chegasse a essa fase tecnicamente empatado com Dilma.
Mas o que mais esses colunistas – e vários outros que estão desanimados – não disseram sobre a pesquisa Ibope em termos de seu poder depressor de tucanos? Nem Cantanhêde, nem Noblat e nem qualquer outro tucano do partido tucano ou da imprensa tucana dirão, mas eles estão desanimados por estarem comparando essa pesquisa com a do Datafolha do mês passado.
O Datafolha de julho apresentou números parecidos com o do Ibope recém-divulgado, certo? Sim, certo, mas só no primeiro turno. Veja, abaixo, matéria da Folha de São Paulo de 17 de julho último.

Como se vê, o Datafolha deu uma de black bloc e jogou uma bomba na praça: Dilma e Aécio estariam tecnicamente empatados em um eventual segundo turno. A bomba foi tão poderosa que o próprio governo federal acabou se fazendo ouvir sobre seu inconformismo com aquela projeção de segundo turno.
No dia 18 de julho, este Blog ouviu fontes do governo para publicar o post Governo Dilma duvida do Datafolha, principalmente sobre 2º turno. Naquele momento, o governo afirmava que pesquisas que o Vox Populi faz para o PT mostravam números bem melhores para Dilma tanto no primeiro como no segundo turnos. Porém, no segundo turno a diferença era gritante.
Daquela pesquisa Datafolha em diante, as outras não mostraram números parecidos no segundo turno. Inclusive a que o Ibope acaba de divulgar.
O que se extrai de tudo isso é que:
A) o Datafolha, assim como em 2010, tentou forçar a barra com uma profecia pretensamente autorrealizável sobre o 2º turno – do tipo que se realiza simplesmente por ter sido feita –, mas os números do Ibope mostram que a estratégia fracassou, já que Dilma aparece com seis pontos à frente de Aécio;
B) O tempo para uma reação oposicionista se esvai e nada muda, o que é muito ruim para a oposição porque em 2010, a esta altura, os dois principais candidatos de oposição (José Serra e Marina Silva), somados, tinham 39% e, hoje, têm 32%, enquanto que Dilma está exatamente onde estava há quatro anos.
Simples assim.

Analista do Santander plagiou outra instituição

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Demitida por texto polêmico que relacionou ameaça à economia com a reeleição de Dilma Rousseff, executiva Sinara Polycarpo copiou na integra trechos de avaliação produzida por economista do banco Fator; caso levou presidente mundial do Santander, Emilio Botín, a pedir desculpas ao governo brasileiro, e resultou na demissão de ao menos quatro pessoas

247 – O polêmico informe enviado em nome do Santander a clientes de alta renda contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff usou frases inteiras do relatório do banco Fator, que já circulava no mercado há mais de um mês.

De um texto curto de seis frases, cinco foram copiadas parcialmente ou na íntegra, pela executiva Sinara Polycarpo, do Santander, do relatório do banco Fator, assinado pelo estrategista Paulo Gala, também professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

"A quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas", dizia o texto do Santander... Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir ".
Já o documento do Fator destacava: "A quebra de confiança e pessimismo crescente em relação ao Brasil pode derrubar ainda mais a popularidade da presidente nas pesquisas... Se Dilma se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas um cenário de reversão pode surgir".

Dilma classificou a atitude do Santander de "lamentável" e "inadmissível". O caso levou o presidente mundial da instituição, Emilio Botín, a pedir desculpas públicas ao governo brasileiro. Ao menos quatro pessoas foram demitidas.

WSJ ( Wall Street Journal ) reconhece a força do pré-sal do Brasil


Isso é a Bovespa: Petrobrás bate recorde produção em julho, mas as ações da estatal caem nesta 5ª feira porque Dilma bate os gêmeos ideológicos no 1º turno, 38% x 32%, diz o Ibope

Dilma no encontro com as centrais sindicais: 'Eu estou do lado do trabalhador: não quero ser reeleita pra arrochar salário, desempregar e tirar direitos trabalhistas


Piada: Aécio critica desindustrialização no mesmo dia em que seus assessores econômicos defendem câmbio livre que incentiva a importação e mata a indústria


Aprovação à Presidenta, segundo o Ibope, salta de 44% para 47%: jornais classificam isso de estabilidade

Inflação despenca e Banco Central revoga a palavra resistente associada à alta dos preços: discurso conservador da estagflação esfarela

Fonte: Site Carta Maior.


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“Quando a Petrobras revelou a maior reserva de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro. Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo”, diz reportagem do americano Wall Street Journal; extração de 520 mil barris, um recorde histórico para a estatal, e reconhecimento internacional derrubam teses derrotistas de colunistas como Carlos Alberto Sardenberg e Reinaldo Azevedo 


247 – Em reportagem nesta sexta-feira, o Wall Street Journal furou previsões incrédulas da mídia brasileira reconhecendo a força do pré-sal no Brasil.
“Quando a Petrobras revelou a maior descoberta de reservas de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro. Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo”, diz o texto.
 
Em maio, a extração de 25 poços da província do pré-sal resultou em 520 mil barris, um recorde histórico para a estatal. O governo estuda até ceder mais áreas para a produção da Petrobras, seguindo modelo adotado para a produção de quatro áreas da Bacia de Santos - Búzios, Florim, Nordeste de Tupi e Entorno de Iara.

“É um crescimento rápido para a Petrobras em uma das regiões petrolíferas mais desafiadoras do mundo. Os depósitos se encontram a cerca de 320 quilômetros longe da costa sudeste do Brasil, enterrados no solo oceânico sob uma grossa camada de sal, o que dá nome aos campos”, afirma a publicação.

Texto diz ainda que, com o pré-sal, o Brasil pretende ser um dos cinco principais produtores de petróleo do mundo até 2020, quando a produção deve chegar a quatro milhões de barris por dia.
 
Recentemente, a presidente Dilma Rousseff comemorou a marca ao lado da presidente da estatal, Graça Foster, lembrando que a exploração do pré-sal foi desacreditada por muitos comentaristas.

“A solidez, os avanços e as conquistas de uma empresa do porte e da importância estratégica da Petrobras só podem ser compreendidas numa cadeia ininterrupta de sucessos. Não vai ser um ou outro fato isolado que irão mudar essa história”, disse Dilma.
 
Em 2008, o colunista Carlos Alberto Sardemberg chegou a publicar que «o petróleo do pré-sal só existia na campanha do governo”. “Acreditar que o óleo esta na mão é como acreditar que o Brasil é auto-suficiente em petróleo”, escreveu.

Um ano depois, o jornalista neocon Reinaldo Azevedo comemorava: “E saiu só um tiquinho de petróleo do pré-sal no bloco Tupi”.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Perícia comprova: Veja fraudou fita da CPI

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Uma perícia contratada pelo senador Delcídio Amaral (PT/MS) demonstra que a revista Veja editou a fita que motivou a capa da última semana, sobre uma suposta farsa na CPI da Petrobras; "Do arquivo analisado separamos segmentos que demonstram a edição do mesmo, sendo claramente perceptível pelo menos duas interrupções na sequencia das falas", diz a análise do IPC, o principal instituto de perícias do Mato Grosso do Sul; "O uso de palavras separadas de sua sequência original pode trazer interpretação destoante do efetivo contexto em que teriam sido empregadas"; ontem, em entrevista ao 247, o ministro Ricardo Berzoini defendeu que Veja apresente a íntegra de sua fita gravada com uma caneta espiã; a revista da Marginal Pinheiros aceitará o desafio?

247 - O laudo elaborado pelo Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul revela que a gravação da conversa entre dois funcionários da Petrobras – José Eduardo Barrocas e Bruno Ferreira – e uma outra pessoa não identificada, divulgada esta semana pela revista Veja, foi editada, o que compromete qualquer avaliação sobre a participação de senadores em uma suposta tentativa de fraudar os trabalhos da CPI da Petrobras, conforme denunciado com alarde pela revista.

O documento, assinado pelo perito Fernando Klein, conclui , com base na análise feita na gravação disponibilizada pela Veja em seu site na Internet, com duração de 2 minutos e 40 segundos, que não há uma sequência lógica que permita vincular o senador Delcídio do Amaral (PT/MS) a eventual orientação repassada aos depoentes da CPI da Petrobras, uma vez que no momento imediatamente anterior à citação do nome "Delcídio" na conversa há uma interrupção de 1 minuto e 14 segundos na gravação, o que comprova a montagem.

O laudo esclarece que o uso de arquivo editado pode trazer interpretações equivocadas em relação ao contexto de todo um diálogo.

"Do arquivo analisado separamos segmentos que demonstram a edição do mesmo, sendo claramente perceptível pelo menos duas interrupções na sequencia das falas, a primeira com 1 minuto e 12 segundos e a outra com 1 minuto e 30 segundos. O uso de palavras separadas de sua sequência original pode trazer interpretação destoante do efetivo contexto em que teriam sido empregadas. Dessa forma, não há credibilidade para a interpretação do conteúdo e da aplicação dos diálogos constantes na gravação de 2 minutos e 40 segundos disponibilizada no sítio eletrônico da revista Veja, dada a evidente edição do mesmo", assegura o perito.

O IPC é o maior e mais conceituado instituto de perícias de Mato Grosso do Sul. Ele é responsável por pelo menos 70 % de todas as investigações periciais requisitadas pela Justiça no estado.
Nesta quarta-feira, em entrevista ao 247, o ministro Ricardo Berzoini, das Relações Institucionais, defendeu que Veja apresente a íntegra de sua fita gravada com uma caneta espiã (leia aqui).

Demitida pelo Santander pedia votos para Aécio

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Executiva Sinara Polycarpo compartilhou reportagem da Folha de S. Paulo no Facebook que afirmava que a presidente Dilma seria "leniente com a inflação"; junto ao link, postou um comentário: "Aécio para presidente"; banco Santander demitiu ao todo quatro pessoas após divulgação de informe a clientes que associava Dilma ao cenário de instabilidade econômica no País; por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania

Por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania

Segundo o jornal Folha de São Paulo, o banco Santander demitiu quatro pessoas por terem participado de um conluio que resultou em propaganda política enviada ilegalmente pela instituição aos seus correntistas "seletos", ou seja, pessoas cuja renda ultrapassa 10 mil reais por mês.

Na matéria "Santander demitiu quatro por informe que irritou petistas", o jornal chama de "informe" texto que figurou em extratos de conta-corrente que o banco enviou pelo correio aos seus correntistas mais abastados, e qualifica como "agressiva" a reação do PT pelo que o partido considera crime eleitoral.

A matéria ainda "acusa" o PT de ter "pressionado" o banco para que demitisse os envolvidos no envio do texto acima. Todavia, o vice-presidente de Comunicação do Santander, Marcos Madureira, nega: "Não recebemos, e nem aceitaríamos, qualquer tipo de pressão externa para adotar as medidas que tomamos".

Vale comentar que a Folha não explica que tipo de benefício o governo Dilma auferiu com a demissão dos funcionários responsáveis pela propaganda política ilegal. Na verdade, quem se beneficia pelas demissões é o banco, pois podem ajudá-lo a evitar problemas com a Justiça Eleitoral, já que é ilegal fazer propaganda política por esse meio.

A propaganda política ilegal foi redigida pela agora ex-superintendente de investimentos do Santander Sinara Polycarpo. Além dela, três outras pessoas que poderiam ter impedido que cometesse o crime eleitoral por terem posições hierárquicas superiores também foram demitidas por não terem agido como deveriam.

Mas o mais interessante é que, ao visitar o perfil de Sinara no Facebook, descobre-se que, muito provavelmente, ela transformou suas idiossincrasias político-eleitorais em "analise" para os clientes de seu empregador.

O perfil da ex-superintendente de investimentos naquela rede social é "fechado", ou seja, só os seus "amigos" virtuais podem ler o que ela escreve, mas, por alguma falha do Facebook, é possível acessar suas mensagens antigas.

Em 7 de abril do ano passado, por exemplo, Sinara compartilhou no Facebook reportagem da mesma Folha de São Paulo que afirmava que a presidente Dilma seria "leniente com a inflação". Nesse
compartilhamento, a ex-funcionária do Santander pôs um comentário: "Aécio para presidente".


À época, a candidatura Aécio Neves não passava de especulação, mas Sinara já integrava o contingente de simpatizantes do PSDB que advogavam por sua candidatura. Como se sabe, sua preferência foi vencedora.

Parece bem provável que Sinara tenha feito muitas outras apologias ao ex-governador de Minas, o que sendo feito em seu perfil em uma rede social é absolutamente legítimo. Contudo, vender suas preferências políticas como "análise" aos clientes de seu empregador, não é.

Em entrevista que concedeu à revista Exame, a autodeclarada eleitora de Aécio diz que sua trajetória profissional é "impecável e bem-sucedida" e que "jamais poderia estar associada a qualquer polêmica". E decretou que "o assunto já se esgotou".

Assim como o blogueiro do UOL especula que o vice-presidente de Comunicação do Santander mentiu ao dizer que o governo não pressionou o banco a demitir os funcionários responsáveis pelo crime eleitoral em questão, este blogueiro especula que Sinara pode ter feito um acordo com seu ex-empregador.

Talvez o banco lhe tenha conseguido outra posição em alguma empresa amiga ou coligada, talvez lhe tenha oferecido uma bela compensação monetária.

Sinara, nem de longe demonstra estar contrariada com a demissão. Muito pelo contrário, parece muito segura. Inclusive, afirma que irá viajar "até o dia 25". Pelas fotos em seu perfil no Facebook, parece gostar da Europa.

Ao contrário do que o Santander alega, portanto, pode-se dar uma de Josias de Souza ou Ali Kamel e fazer um "teste de hipóteses": será que o banco não compactou com a propaganda eleitoral nos extratos de seus clientes e encenou uma farsa com essas demissões?

Aliás, quando é que a Justiça Eleitoral vai se pronunciar sobre esse episódio?

TCU é do terceiro turno tucano PGR, STF, TSE e agora o TCU… A balança de Acari é mais confiável.

Sugestão do amigo navegante Walber Leandro, no Facebook do C Af

Liga o Vasco, de um botequim em Claudio (MG), à espera da chave do cadeado:

- Você percebeu que o Tribunal de Contas da União cancelou o leilão da 4G da telefonia ?

- Sim, é verdade. Mas, e daí, navegante de longo curso ?

- É para não deixar entrar dinheiro no Caixa do Governo.

- Pra ferrar as contas públicas …

- Exatamente .

- Você se lembra desse mesmo juiz dizer que ia ferrar o trem-bala da Dilma, custe o que custar ?

- Claro que lembro. Grande juiz… Do PFL, não é esse ?

- Sim ! Do Grande PFL !

- Será que na 4G o Supremo Tribunal Tucano se deixou levar pela pressão da Globo e da Telefonica de Espanha, que não querem saber de 4G ?

- Também. Mas não só da Globo e da Telefonica. (Clique aqui para ler “A Marta quer ser prefeita de São Paulo e insiste em agradar a Globo.)

- Esquisito, não, Vasco ?

- Nada de esquisito. Você está vendo aí o TCU bloqueando os bens do Gabrielli e da Graça e daqui a pouco da Dilma.

- E do Gerdau, do Claudio Haddad, do Fabio Barbosa…

- Não, aí o TCU não toca … Eles têm juízo …

- Mas, os bens da Graça e da Dilma ainda não bloquearam.

- Falta pouco. Vai ser lá em cima da eleição.

- Combinado com o jornal nacional.

- Você é quem está dizendo.

- Quer dizer que que você acha que o TCU entrou para o pelotão do terceiro turno.

- Claro ! STF, PGR, TSE, e agora TCU.

- Mais o Pastor Everaldo.

- Tudo, menos a Dilma.

Pano rápido


Paulo Henrique Amorim


Pastor Everaldo é o verdadeiro Aécio

Dr Frankenstein é quem edita o jornal nacional.
 

A Globo já se convenceu de que o Arrocho Neves – que não é nada – e o traíra Dudu – veja o “baião da traição” – não garantem o segundo turno.

Como se sabe, o Datafalha insiste: ela ganha no primeiro turno.

Mas, é preciso lutar desesperadamente para ter o segundo turno e multiplicar o poder do Gilberto Freire com “i” (*) , especialista em editar eleições – clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve”.

Qual é a estratégia ?

É compensar a hegemonia da Dilma no horário eleitoral – onde ela tem o dobro dos dois juntos – com o noticiário do tele (sic) – jornalismo da Globo.

Foi o que eles fizeram na primeira eleição do Fernando Henrique, quando o noticiário sobre o Plano Real apagou o debate eleitoral.

A Globo, então, elegeu o Plano Real e, só mais tarde, se soube que o eleito era o ministro da Fazenda do verdadeira autor do Plano, o presidente Itamar.

Fez o mesmo na reeleição do Fernando Henrique, quando reduziu a cobertura da eleição a zero, para não dar chance a Lula de se contrapor ao presidente no poder.

Na época, Franklin Martins era jornalista político da Globo e ele próprio reclamou da “não-cobertura” para prejudicar o Lula.

É velho esse truque.

Vem do diretor de jornalismo (sic) Alberico de Souza Cruz.

O “i” não é nem original, portanto.

Para garantir o desejado (pelo Ataulfo (**) ) segundo turno, a Globo trouxe agora à ribalta o pastor Everaldo.

E lhe concede o mesmo tempo de jornalismo (sic) de Dilma, Dudu e Arrocho Never.

É a balança da Feira de Acari.

Nessa manhã, por exemplo, no Mau Dia Brasil, o pastor Everaldo mostrou a que veio.

Ele é o verdadeiro Arrocho Never.

Ele diz o que o Arrocho deixa entender, quer dizer, mas não confessa.

O pastor se disse “a favor do Estado Mínimo” e vai vender TODAS as empresas do Estado.

É a Glória !

Vai vender a Petrobrax, como pretendem fazer o Arrocho e o Dudu, mas (ainda) não dizem.

O pastor é a verdadeira Bláblárina, também.

A primeira aparição dele foi num templo evangélico, antes território eleitoral que a Bláblárina monopolizava.

(Ela voltou a usar xale, para a alegria da Constanza Pascolato.)

Trata-se, portanto, de um Golpe de Mestre – e de plágio – do “i”.

Substitui o horário eleitoral pelo jn e seus congêneres.

E inventa um Arrocho e uma Bláblá.

Vamos ver se não se trata, apenas, de um Dr Frankenstein.


Em tempo:
esse Bessinha …


Paulo Henrique Amorim


 
(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

Ayres ganhou R$ 56 mil por parecer sobre Cláudio

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Opinião legal do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto atestou a legalidade dos procedimentos para a construção do aeródromo de Cláudio (MG); documento, com apenas uma folha, foi contratado pelo PSDB para rebater as acusações dirigidas contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que autorizou a obra quando foi governador de Minas Gerais; além de Ayres Britto, outro ex-ministro do STF, Carlos Mário Veloso, também produziu parecer sobre o caso, que se tornou um dos temas mais discutidos na campanha eleitoral até agora

247 - Custou R$ 56 mil o parecer, de apenas uma folha, produzido por Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, que atesta a legalidade da construção do aeródromo de Cláudio (MG). A informação é da coluna Painel, de Bernardo Mello Franco. Eis a nota:

Conta salgada

Aécio pagou R$ 56 mil ao escritório de advocacia de Carlos Ayres Britto. O ex-ministro do STF assinou parecer dizendo não ver "nada de juridicamente inválido" na obra do aeródromo de Cláudio (MG).
 
O documento do ex-ministro do STF sobre a obra do aeroporto de Cláudio (MG) foi usado por Aécio para rebater denúncias feitas pela ‘Folha de S. Paulo’. O jornal o acusa de ter misturado interesses públicos e privados na construção da pista durante seu segundo mandato como governador de Minas Gerais. 
 
Em suas breves ponderações, Ayres Britto citou documentos a respeito da desapropriação, "para fins de utilidade pública", da fazenda que recebeu, em seguida, a pista do aeroporto de Cláudio. "Nada de juridicamente inválido", registrou o ex-ministro. Na defesa do caso, o PSDB também contratou outro parecer, de Carlos Mário Veloso, que também foi ministro do STF.

Leia, abaixo, o parecer de Ayres Britto:


 
 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Petrobras, US$ 108 bilhões, volta a ser a maior da AL

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Estatal presidida por Graça Foster colhe os louros pela política de investir em prospecção no pré-sal, compartilhar exploração com gigantes do petróleo, preservar domínio territorial e concretizar plano bilionário de investimentos; companhia é avaliada em US$ 108,5 bilhões e volta a ser a maior da América Latina; ações sobem 3% na bolsa, impulsionadas por declaração do ministro Guido Mantega sobre possível reajuste de combustíveis até o final do ano; companhia vai fazendo lição de casa; "Provocamos um círculo virtuoso, em que quanto mais prospectamos, mais encontramos petróleo e mais fazemos receitas próprias", explica Graça; plano de investimento para próximos 15 anos não prevê necessidade de captações financeiras; crítica irresponsável à companhia é respodida pelos fatos

Marco Damiani, 247 – Baixem a crista os críticos irresponsáveis da Petrobras. É de conhecimento do mercado há algumas horas que a estatal brasileira de petróleo retomou o primeiro lugar no ranking das maiores companhias da América Latina, posição que vinha sendo ocupada pela Ambev, de Jorge Paulo Lehman. A empresa comandada pela funcionária de carreira Graça Foster chega a US$ 108,57 bilhões de valor de mercado, poderio que a coloca acima da companhia de bebidas (US$ 105,56 bi), do Itaú Unibanco (US$ 83,67), da mexicana American Movil (US$ 83,5) e da colombiana Ecopetrol (US$ 71,23 bi).

O levantamento é da respeitada consultoria Ecomática, com base no preço de mercado das ações negociadas em bolsa. Para a estatal, o reconhecimento chega num momento de paz e produtividade interna, e guerra aberta nos meios políticos. Sob o comando de Graça, a companhia passou a executar nos últimos três anos políticas de longo prazo que tinham como base a prospecção de petróleo, uma verdadeira obsessão da atual presidente. Respaldada pela presidente Dilma, com quem tem uma sintonia quase telepática, sua gestão foi sacudida por ataques especulativos em todas as frentes.

No principal front da guerra, o mercado financeiro, as ações da Petrobras foram derrubadas ao piso de R$ 12,64, em fevereiro, mas nesta quarta-feira 6 chegavam a R$ 20,22, com alta de 3,10% no dia, às 13h50. 

A subida com jeito de disparada vai sendo atribuída ao posicionamento do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, admitindo à agência Reuters que este ano, "a exemplo do que tem acontecido todos os anos", um reajuste no preço dos combustíveis poderá ocorrer até dezembro.  De fato, no ano passado, em novembro, a gasolina subiu 3% e o óleo diesel. Também houve reajustes em 2012.

Mais que isso, os fundamentos da Petrobras também estão se mostrando cada vez mais sólidos, depois de terem resistido a diversos tipos de especulação. Talvez se tente atribuir a alta exclusivamente ao pronunciamento de Mantega, mas para a alta superior a 3% certamente o mercado também está reconhecendo que a companhia merece ser avaliada com seriedade e sem partidarismo. Por seus resultados.

A Economatica apurou que o valor de mercado da Petrobras ultrapassou o da AmBev em 5 de agosto. Esta situação já tinha acontecido em 22 de julho do ano passado, mas logo a estatal voltou para a segunda posição. O maior valor de mercado já atingido pela empresa na sua história foi no dia 21 de maio de 2008: US$ 309,48 bilhões. Os pessimistas podem dizer que a estatal vale hoje um terço do que já foi. Mas também dá para enxergar o quanto se pode crescer.

A personagem pública responsável pela Petrobras não se abala com as críticas e sabe comemorar suas conquistas. No mês passado, a Petrobras quebrou o recorde de extração de barris de petróleo do pré-sal, ultrapassando a marca dos 500 mil.

- Nosso plano de investimentos para 2017 não prevê a necessidade de nenhuma injeção de capital, lembrou a presidente, em junho, a jornalistas de meios eletrônicos.

- Nós estamos conseguindo produzir um círculo virtuoso, no qual prospectamos mais, descobrimos mais e aumentamos, assim, as nossas receitas. Você consegue aumentar a gasolina com um telefonema, mas não consegue aumentar a produção de petróleo com um telefonema. Tem muito trabalho atrás disso, frisou ela.

Arrocho Neves não é nada. Ele é o anti-PT O ódio ao PT sempre produzirá um candidato – ainda que seja esse aí do Bessinha.

O ansioso blogueiro se deixou envolver pela plúmbea nuvem  da perplexidade e não viu alternativa: era preciso achar o Oráculo de Delfos, a qualquer custo.

Encontrou-o numa sala remota do Instituto Mauricio de Nassau, em Recife, onde o Dias descobriu que o Lula é um canhão e surgem indícios de que o Dudu vai perder a eleição para presidente, governador e senador – um prodíjio !

(Clique aqui para ler sobre a crise que o Dudu previu e o Tombini desmonta.)

- Caríssimo Oráculo, quer dizer que o Dudu vai mal, aí …

- É, meu filho, ele se convenceu de que ganhou a eleição de todas as prefeituras em 2012 …

- Mas, não é esse o centro da minha perplexidade, caro Oráculo…

- Qual é o centro ?

- O Arrocho Neves.

- O do aeroporto do Titio.

- Precisamente. Veja bem, Oráculo, ele só faz besteira.

- Foi sempre assim. A gente é que não dava atenção.

- É uma atrás da outra. Vai acabar com o salário mínimo, com o Bolsa Família, com o Mais Médicos, vai fechar o Ministério da Previdência Social.

- Você está exagerando…

- Sim, maneira de dizer. Mas veja bem: e o balança, balança, mas não cai ?

- Pois é, ele balança, diz que era o vento, mas as folhas das arvores estavam imóveis …

- E a questão da cocaína ?

- Sem dúvida: o Serra tem razão…

- Cerra com “C”, por favor, de Padim Pade Cerra.

- Tá bom. O Cerra, com “c”, tem razão. Esse tema tem que ir para o centro …

- Centro direita …

- Sim, para o centro das discussões na eleição.

- Pois, é isso, caro Oráculo. Como é que ele faz essas besteiras todas, comete imprudências cavalares e quer se eleger Presidente ?

- Meu filho, o Aécio não existe.

- Como assim ? O pessoal do Leblon jura que ele existe !

- Não é isso o que eu quero dizer. Ele pode fazer qualquer coisa. Pode sair pelado na Lagoa Rodrigo de Freitas ou vestido de odalisca na Savassi. Tanto faz.

- Mas, e os efeitos eleitorais ?

- Nenhum. Ele é um poste … apagado.

- Calma, Oráculo, não capto.

- O Aécio é apenas o anti-PT. Com o invariável, sanguinário apoio do PiG (*), sempre haverá um anti-PT.

- E sempre terá esses 30%.

- Sempre. Pode ser o maníaco do Parque, Frankenstein ou a Maitê Proença.

- Não é melhor a Cristiane Torloni ?

- Como você quiser. Pode ser qualquer um, qualquer uma…

- Que o sentimento anti-PT se sobrepõe ao instrumento desse ódio.

- Exatamente. O ódio é maior que seus mensageiros.

- Então, ele tem chance …

- Nenhuma !

- Como assim, Oráculo ? Não acompanho sua linha de raciocínio.

- É tortuosa, mesmo. Pergunte ao Édipo.

- Fala serio …

- Com todo o apoio do PiG, do Itaú…

- Itaúúú, por favor.

- Do Itaúúú , da elite banca, da Chevron, do João Dória ….

- Quem ?

- Você não conhece. Seja lá com o apoio de quem for, ele é muito fraco. Não convence nem a irmã.

- Aí, você exagera.

- Nem o Perrella pai, naquelas feéricas recepções que organizava em Brasília, nem ele levava o Aécio a sério…

- Calma, Oráculo.

- Ele vai ter menos votos que o Cerra em 2010.

- Você acha ?

- Sem dúvida. Menos que o Cerra em 2010 e o Dudu …

- Bom, o Dudu tem o apoio da Bagróloga.

- O Dudu vai ter menos votos do que a Bagróloga em 2010.

- Mas, e a onda de pessimismo, a rejeição crescente à Dilma …

- No Satãder, você quer dizer.

- Então, o Aécio e o Dudu vão ter menos em 2014 do que tiveram seus congêneres, em 2010. Como é que você sabe dessas coisas, Oráculo ?

- O pessoal do Datafalha me contou.

Pano rápido.


Em tempo:
o Conversa Afiada reproduz post e imagem do site SGA Notícias:

Aécio é recebido em Curitiba com chuva de aviões de papel lançados dos prédios



Os estrategistas da campanha de Aécio Neves decidiram colar a imagem do presidenciável à dos governadores tucanos. E resolveram começar esta nova tática pelo Paraná de Beto Richa. O resultado foi desastroso. O pior governador da história do nosso Estado mostrou que não tem competência nem para organizar uma passeata. O que o candidato a presidente pelo PSDB viu foi muita desorganização e meia dúzia de gatos pingados¹, todos funcionários comissionados do governo, segurando com má vontade alguns cartazes.

(…)



Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Em artigo, Fidel aponta holocausto palestino

:

"O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?", questiona Fidel Castro, líder da Revolução Cubana


247 - Em artigo publicado no jornal Granma, o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, afirmou que Israel comete holocausto contra o povo palestino. Leia, abaixo, a tradução feita pelo site Vermelho e publicada pelo Opera Mundi:

Fidel Castro: Holocausto palestino em Gaza

Fidel Castro | Granma | Havana - 05/08/2014 - 12h24
 
Novamente, peço ao Granma que não dedique espaço de primeiro plano a estas linhas, relativamente breves, sobre o genocídio que se está cometendo contra os palestinos. Escrevo-as com rapidez apenas para deixar constância do que requer meditação profunda.

Penso que uma nova e repugnante forma de fascismo está surgindo com notável força neste momento da história humana, no qual mais de sete bilhões de habitantes se esforçam pela própria sobrevivência.

Nenhuma destas circunstâncias tem a ver com a criação do Império Romano há cerca de 2.400 anos, ou com o império norte-americano que, nesta região do mundo, há apenas 200 anos, foi descrito por Simón Bolívar quando exclamou que: “(...) os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a infestar a 

América com misérias em nome da Liberdade”.

A Inglaterra foi a primeira real potência colonial que usou seus domínios sobre grande parte da África, do Oriente Médio, da Ásia, Austrália, América do Norte e muitas das ilhas antilhanas, na primeira metade do século 20.

Não falarei, nesta ocasião, das guerras e dos crimes cometidos pelo império dos Estados Unidos ao longo de mais de cem anos, mas só registrarei o que quis fazer com Cuba, o que fez com muitos outros países no mundo e só serviu para provar que “uma ideia justa desde o fundo de uma caverna pode mais do que um Exército”.

A história é muito mais complicada do que tudo o que foi dito, mas foi assim, em grandes traços, como a conheceram os habitantes da Palestina e, é lógico, igualmente, que nos meios modernos de comunicação se reflitam as notícias que diariamente chegam; assim ocorreu com a vexatória e criminosa guerra na Faixa de Gaza, um pedaço de terra onde vive a população do que restou da Palestina independente até apenas meio século atrás.

A agência francesa AFP informou, no sábado (02/08): “a guerra entre o movimento islamita palestino Hamas e Israel causou a morte de cerca de 1.800 palestinos (...), a destruição de milhares de lares e a ruína de uma economia já debilitada”, ainda que não assinale, à partida, quem iniciou a terrível guerra.

Depois adiciona: “(...) no sábado, ao meio-dia, a ofensiva israelense havia matado 1.712 palestinos e ferido 8.900. As Nações Unidas puderam verificar a identidade de 1.117 mortos, majoritariamente civis. (...) A 

Unicef contabilizou ao menos 296 menores [de idade] mortos”.

“As Nações Unidas estimaram (...) (cerca de 58.900 pessoas) sem casas na Faixa de Gaza.”

“Dez dos 32 hospitais fecharam e outros 11 foram afetados.”

“Este enclave palestino de 362 quilômetros quadrados não dispõe tampouco das infraestruturas necessárias para os 1,8 milhão de habitantes, sobretudo em termos de distribuição de eletricidade e de água.”

“Segundo o Fundo Monetário Internacional, a taxa de desemprego ultrapassa 40% na Faixa de Gaza, território submetido, desde 2006, a um bloqueio israelense. Em 2000, o desemprego afetava cerca de 20% e, em 2011, cerca de 30%. Mais de 70% da população depende da ajuda humanitária em tempos normais, segundo o Gisha [Centro Legal para a Liberdade de Movimentação].” 

O governo de Israel declara uma trégua humanitária em Gaza às 07h00 (hora de Greenwich) desta segunda-feira (04/08), entretanto, às poucas horas rompeu a trégua ao atacar uma casa em que 30 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram feridas e, entre elas, uma menina de oito anos, que morreu.

Na madrugada deste mesmo dia, 10 palestinos morreram como consequência dos ataques israelenses em toda a Faixa e já subiu a quase 2 mil o número de palestinos assassinados.

A matança chegou a tal ponto que o “ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira (04/08) que o direito de Israel à segurança não justifica o ‘massacre de civis’ que está perpetrando”.

O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?

A espécie humana vive uma etapa sem precedentes na história. Um choque de aviões militares ou aeronaves de guerra que se vigiam estreitamente ou outros fatos similares podem desatar uma contenda com o emprego das sofisticadas armas modernas que se converteria na última aventura do conhecido Homo sapiens.

Há fatos que refletem a incapacidade quase total dos Estados Unidos para enfrentar os problemas atuais do mundo. Pode-se afirmar que não há governo nesse país, nem o Senado, nem o Congresso, a Agência 

Central de Inteligência, o Pentágono, que determinarão o desenlace final. É triste, realmente, que isso ocorra quando os perigos são maiores, mas também as possibilidades de seguir adiante.

Quando houve a Grande Guerra Patriótica, os cidadãos russos defenderam seu país como espartanos; subestimá-los foi o pior erro dos Estados Unidos e da Europa. Seus aliados mais próximos, os chineses, que, como os russos, obtiveram a sua vitória a partir dos mesmos princípios, constituem hoje a força econômica mais dinâmica da terra. Os países querem yuanes, e não dólares, para adquirir bens e tecnologia e incrementar o seu comércio.

Novas e imprescindíveis forças surgiram. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujos vínculos com a América Latina e com a maioria dos países do Caribe e da África, que lutam pelo desenvolvimento, constituem a força que, em nossa época, está disposta a colaborar com o resto dos países do mundo sem excluir os Estados Unidos, a Europa e o Japão.

Culpar a Federação Russa pela destruição, em pleno voo, do avião da Malásia é de um simplismo desconcertante. Nem Vladimir Putin ou Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, nem os demais dirigentes deste governo fariam, jamais, semelhante disparate.

Vinte e seis milhões de russos morreram na defesa da Pátria contra o nazismo. Os combatentes chineses, homens e mulheres, filhos de um povo de cultura milenar, são pessoas de inteligência privilegiada e espirito de luta invencível, e Xi Jinping é um dos líderes revolucionários mais firmes e capazes que já conheci na minha vida.

Texto escrito 04 de agosto às 22h45. Tradução de Moara Crivelente, da Redação do Vermelho

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Tucanistão: a província de São Paulo e seus longos tempos bicudos

tucanistao
Vladimir Safatle, filósofo e professor da USP, publica hoje na Folha de S. Paulo um texto daqueles do tipo “seria cômico se não fosse trágico”.
Trata da longa dinastia tucana em São Paulo, ao qual chama de “Tucanistão”.
O mais avançado dos Estados brasileiros é, curiosamente, aquele onde há mais tempo nada muda, senão o membro da confraria bicuda.
E muda, aliás, muito pouco.
Montoro, Covas, Serra, Alckmin.
Safatle escreveu ontem, no máximo.
Não pegou a última tucanagem, a de se revelar um e-mail aumentando as medições de obra “para a campanha”, como escreve nm e-mail a diretora da construtora Tejofran.
Empresa que, aliás, nasceu de uma firma de limpeza de escritórios  comprada em 1975 por Antonio Dias Felipe, o Português, amigo de Mario Covas e padrinho de seu filho Mario Covas Neto, o Zuzinha.
Hoje, ela divide  contratos mililionários das obras de reformas de trens do Metrô paulista, ao lado da Siemens, da Alston , da Bombardier…
Dela, este Tijolaço já tratou aqui.
Agora, acompanhe Safatle em sua visita ao Tucanistão.

Tucanistão

“Bem-vindos ao Tucanistão, a terra da plena felicidade. Vocês acabam de desembarcar no aeroporto internacional que leva o nome do fundador de nossa dinastia, governador de nossa terra há 32 anos. Desde então, nossa amada dinastia está presente no coração de nosso povo de maneira praticamente ininterrupta.
Em nossos planos, haveria um Expresso Bandeirante que ligaria o aeroporto ao centro de nossa capital por trens rápidos. Ele não saiu do papel, mas isso não importa. Isso permitirá vocês passarem de carro lentamente pelo mais novo campus de nossa grande universidade, que leva o nome de nosso Segundo grande líder. No momento, ela está falida, com um deficit de 1 bilhão de reais produzido depois da passagem de um interventor nomeado pelo nosso Quarto grande líder. O próprio campus está sem aula por ter sido construído em terreno contaminado, mas tudo isso também não importa.
Depois do campus, vocês conhecerão o caudaloso rio Tietê. Há décadas ele está sendo despoluído. Grandes especialistas internacionais garantem que seu nível de poluição está caindo, mas ainda demorará algumas décadas para que os incautos sejam capazes de enxergar tal maravilha. Por falar em água, estamos passando atualmente por um “estresse hídrico de proporções não negligenciáveis”, mas não se preocupem. Como disse uma rainha francesa: quem não tem água que tome suco.
Se vocês olharem mais à frente verão nosso maravilhoso metrô cruzando velozmente nossa marginal. Não se deixem impressionar pelo fato de ele ser menor do que o de cidades como Santiago, Buenos Aires ou Cidade do México. Nós amamos nosso metrô do jeito que ele é, mesmo que inimigos tenham espalhado a informação de que investigações na Suíça e na França descobriram esquemas milionários de desvio e superfaturamento. Todos sabem que nossa dinastia é incorruptível. Se algo aconteceu, nosso Terceiro-Quinto grande líder não sabia de nada.
Não se espantem também com o tamanho dos muros e aparatos de segurança. Nossa polícia, que mata mais do que toda a polícia norte-americana junta, um dia conseguirá dar conta de todos esses bandidos. Nosso Terceiro-Quinto grande líder está pessoalmente empenhado nisso.
Alguns podem se impressionar com o fato de tanto fracasso não abalar nosso amor por nossa dinastia. É que eles ainda acham que devemos avaliar nosso líderes por aquilo que eles são capazes de fazer, mas nós descobrimos o valor do amor incondicional. Nós os amamos porque… nós os amamos. Por isso, nossa terra é o lugar da pura felicidade. O Tucanistão é a locomotiva do progresso imaginário, alimentada por choques tortos de gestão.”

Vereador: "negros já estão quase brancos, saindo com loira, comendo em restaurantes"

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Em discussão na Câmara de Rio Grande (RS) acerca da reserva de 20% de vagas para pessoas autodeclaradas negras ou pardas no serviço público municipal, o vereador Wilson B. Duarte da Silva (PMDB) constrangeu boa parte do público ao dizer que "os negros querem se favorecer, isso que é racismo"; segundo ele, "os negros já estão quase brancos, estão saindo com loira, polaca, estão comendo em restaurantes..."

Rio Grande do Sul 247 – Em discussão na Câmara de Rio Grande (RS) acerca da reserva de 20% de vagas para pessoas autodeclaradas negras ou pardas a fim de ingressarem no serviço público municipal, o vereador Wilson B. Duarte da Silva (PMDB) constrangeu boa parte do público presente. De acordo com o parlamentar, "os negros querem se favorecer, isso que é racismo, afinal os negros já estão quase brancos, estão saindo com loira, polaca, estão comendo em restaurantes...". Leia abaixo texto de Jailton de Freitas Neves, coordenador do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, publicado no Jornal Agora:

Na Sessão Plenária em que a pauta discutida na Câmara de Vereadores do Rio Grande/RS era o Projeto de Lei que dispõe sobre a reserva de 20% de vagas para autodeclarados negros e pardos para o ingresso no serviço público municipal. A Casa Legislativa estava amplamente ocupada por representantes de movimentos negros, coletivos, ONG's, assim como cidadãs de diversos setores da sociedade riograndina, dentre as manifestações dos parlamentares, causou repúdio a todos presentes a fala do vereador Wilson B. Duarte da Silva (Kanelão) – PMDB.

O vereador Kanelão não se constrangeu em desqualificar a luta do Povo Negro entoando um discurso desrespeitoso àqueles que lutam por igualdade de oportunidades e contra toda forma de opressão: "Os negros querem se favorecer, isso que é racismo, afinal os negros já estão quase brancos, estão saindo com loira, polaca, estão comendo em restaurantes..."

Desprezando os índices estatísticos nacionais e a realidade de nossa periferia, assegurou que o povo negro não necessita de políticas públicas para inserção no mercado de trabalho, uma vez que já frequentam restaurantes, galgam posições e até casam-se com brancas (os). Para o Vereador, o alegado embranquecimento dos Negros da cidade do Rio Grande, respalda a posição contrária às ações afirmativas. Não é de espantar a posição do vereador Kanelão - como representante da burguesia - à defesa de seus interesses. Discurso de teor racista, que seguido de vaias, causou indignação a todos.

Dados divulgados pelo próprio governo demonstram que a mestiçagem racial não democratizou, de maneira alguma, as relações entre as "raças". Isso simplesmente porque a riqueza do nosso País não foi "miscigenada". Nos últimos dez anos dos governos do PT, os homicídios praticados contra jovens brancos diminuíram 33%, enquanto entre os jovens negros cresceu 23,4%. Os negros que representam 52% da população brasileira aparecem como 67% dos moradores das favelas. O número de 41.127 negros mortos, em 2012, e 14.928 brancos é um retrato cruel das diferenças raciais no Brasil e apenas apontam o estado emocional subjacente que vive cada pessoa e cada família negra brasileira.

Embora trabalhem tanto quanto os brancos, os negros recebem salários muito menores. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais 2012, publicada pelo IBGE, enquanto um branco recebe em média 3,5 salários mínimos mensais, uma simples mudança no tom da pele derruba esse rendimento para 2,2 salários no

Estado, o que representa uma diferença de 59%.

Como a dominação de classe, combinada à opressão racial, se manteve, o mito da democracia racial permanece até hoje como escudo ideológico dessa dominação/opressão. O Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe repudia o discurso e atitude do vereador Kanelão e se coloca como alternativa na luta contra o racismo burguês e capitalista e na defesa dos trabalhadores (as) negros(as) do Rio Grande. Esta luta transcende as questões raciais, pois mostra ser uma luta de classe, que precisa ser combatida com todo vigor.

Itaú lucra por País não ter desemprego que Ilan pediu

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Balanço do banco das famílias Setúbal e Moreira Salles prova que fórmula recessiva defendida por economista-chefe e sócio Ilan Goldfajn era furada; ex-BC pediu e insistiu por cortes no mercado de trabalho; alegava que só demissões poderiam controlar inflação; na prática, política econômica de preservação de empregos fez Itaú Unibanco bater recorde de lucro no segundo trimestre, aumentar concessão de crédito e ter inadimplência reduzida; houve até margem para ganhos com tarifas cobradas dos clientes; diante do resultado de R$ 4,9 bi no período, presidentes Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles devem estar gratos por medidas amargas defendidas por subordinado não terem sido levadas a sério

247 – Os resultados divulgados na manhã desta terça-feira 5 pelo Itaú Unibanco, das famílias Setúbal e Moreira Salles, referentes ao segundo trimestre, mostraram o quanto foi positivo para a economia a não aceitação dos conselhos dados e repetidos, em diferentes artigos, pelo economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn. Também sócio do banco. O ex-diretor do BC tornou-se, no ano passado, um arauto de desemprego como forma de esfriar a economia e controlar a inflação que, segundo ele, iria corroer a capacidade de compra e de pagamentos da população, Diante dessa projeção, defendeu cortes no mercado de trabalho para que ocorresse uma normalização nas relações comerciais. Goldfajn não se alongou, no entanto, sobre o que deveria ser feito com os milhões de desempregados que seu plano produziria.

Agora, o que se vê diante dos resultados do Itaú Unibanco no segundo semestre, o que se vê é que a fórmula era mesmo inútil. Sem que tivesse sido aplicada, a instituição viu a inadimplência decrescer, aumentou a concessão de crédito, acentuou no reajuste de tarifas bancárias e, em consequência, extraiu um lucro recorde, de R$ 4,9 bilhões no período. Pelo jeito, o economista-chefe tem agora um bom momento para rever suas teorias.

Abaixo, notícia da agência Reuters sobre o lucro recorde do Itaú:

Itaú Unibanco lucra R$4,9 bi no 2º tri; calotes caem, rentabilidade sobe

SÃO PAULO, 5 Ago (Reuters) - O Itaú Unibanco teve lucro recorde no segundo trimestre, apoiado no efeito de maiores taxas de juros nas operações de crédito, no controle da inadimplência e em maiores receitas com serviços.

O maior banco privado do país anunciou nesta terça-feira que teve lucro líquido de 4,899 bilhões de reais no período, alta de 36,7 por cento ante mesma etapa de 2013. Em bases recorrentes, o lucro foi de 4,973 bilhões de reais, avanço de 37,3 por cento. A previsão média de sete analistas consultados pela Reuters para esta linha era de 4,634 bilhões de reais.

A carteira de crédito teve evolução modesta, mas em ritmo superior ao de seus principais concorrentes privados, subindo 9,6 por cento no acumulado de 12 meses, a 487,623 bilhões de reais, no conceito que inclui avais e fianças.

Os destaques foram consignado (+62,1 por cento), imobiliário (+26,1 por cento) e cartão de crédito (+28,6 por cento). O empréstimo para pessoa física evoluiu 12,4 por cento. O crédito corporativo subiu 8,2 por cento, a 278,6 bilhões de reais, liderado pelo segmento grandes empresas (+9,6 por cento).

O avanço dos empréstimos veio acompanhado de queda nos calotes, a oitava consecutiva. O índice de inadimplência da carteira, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, chegou a 3,4 por cento, ante 4,2 por cento um ano antes.

Apesar de aumentar o crédito em ritmo superior ao de rivais como Bradesco e Santander Brasil, o Itaú Unibanco viu a inadimplência cair, ao contrário dos outros dois, que divulgaram seus números na semana passada.

E o movimento do Itaú Unibanco foi alavancado pelo fato de o banco conseguir repassar aos clientes o custos maiores de captação devido ao aumento da Selic. A margem financeira com clientes deu um salto de 7,1 por cento na base sequencial, para 12,7 bilhões de reais.

A despesa do Itaú Unibanco com provisão para perda com calote somou 4,465 bilhões de reais no período. Descontados valores com recuperação de crédito, o montante foi de 3,23 bilhões de reais, ante 3,16 bilhões de reais no trimestre anterior e 3,65 bilhões em igual trimestre de 2013.
Em outra frente, as receitas do banco com tarifas e serviços avançou 17,4 por cento, para 6,39 bilhões de reais.

Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como o banco remunera o capital de acionista, ficou em 23,7 por cento no trimestre em bases recorrentes, o maior desde o terceiro trimestre de 2010. O número foi de 22,6 por cento de janeiro a março e 19,3 por cento em igual etapa de 2013.
(Por Aluísio Alves e Guillermo Parra-Bernal)

Afrouxem os cintos que o “Aécioporto” sumiu

 Não chegou a duas semanas inteiras a repercussão na grande mídia da denúncia da Folha de São Paulo contra um ente abstrato, “Minas” – o jornal, ao menos na manchete denunciante, não acusou uma pessoa física, mas um ente da Federação por ter construído um aeroporto nas terras da família do candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves.
Na edição de 20 de julho último, o diário paulista manchetou, na primeira página, que “Minas construiu aeroporto em fazenda de tio de Aécio”. A denúncia repercutiu muito pouco na grande mídia, com exceção do jornal que a divulgou, que publicou cerca de 50 textos sobre o tema – a maioria, cartas de leitores.
Contudo, apesar da frieza com que foi tratada pelo resto da imprensa escrita, a denúncia da Folha repercutiu intensamente na internet. Para se ter uma ideia, a reportagem original da denúncia teve 78 mil compartilhamentos no Facebook, sem falar da grande repercussão em outras redes sociais e na blogosfera.
Aliás, a blogosfera fez denúncias complementares sobre outros aeroportos esquisitos construídos pelo tal Proaero, programa da gestão Aécio Neves no governo do Estado que prometia construir ou reformar aeroportos regionais do Estado, mas que, segundo a mesma Folha, só construiu 2 aeroportos novos de 2003 (quando o programa foi criado) até hoje.
Porém, no veículo que transforma em notícia de fato o que sai na grande imprensa escrita, ou seja, no Jornal Nacional, a repercussão foi pífia, para dizer o máximo. Foram duas míseras reportagens, uma de 3 minutos e 17 segundos no dia 21 de julho (o dia seguinte à denúncia da Folha) e outra de 2 minutos e 18 segundos no dia 31 de julho. E mais nada.
Para que se possa mensurar a desproporção entre denúncias na Globo contra tucanos e contra petistas, matéria do Jornal Nacional sobre denúncia da revista Veja do último fim de semana sobre suposto vazamento de perguntas que a CPI da Petrobrás faria a funcionários e ex-funcionários da empresa teve duração de 4 minutos e 8 segundos e deve se estender indefinidamente, com a oposição batendo bumbo.
Uma mera busca no Google dá a dimensão da pouca atenção dada pela grande mídia ao caso. Pode-se contar nos dedos as matérias desses veículos corporativos. E há quatro dias não sai notícia nova – a última foi sobre Aécio ter admitido que usou o aeroporto.
Quando a denúncia eclodiu, este Blog entendeu que se tratava de preparação para ataque a Dilma que ainda virá, e que requereria, antes da divulgação, “prova de isenção” da mídia para esta ser levada a sério, já que existe uma percepção consolidada de que Globos, Folhas, Vejas e Estadões são parciais. E, ao menos aqui, esse entendimento se mantém.
A denúncia sobre o aeroporto, aliás, começa a cair rapidamente no esquecimento, como também foi previsto aqui. Apesar de o Ministério Público de Minas Gerais ter prometido investigar, há motivos de sobra para não acreditar nessa investigação.
Encheriam a pista do “Aécioporto” as denúncias contra Aécio que o MP mineiro arquivou sem sequer investigar. Casos muito mais graves, como o da Copasa, que envolve 3,3 bilhões de reais, foram sumariamente arquivados sem maiores explicações e o mesmo MP de Minas já arquivara denúncia anterior contra o aeroporto nas terras da família do tucano.
O mesmo aconteceu, em meados do ano passado, com o imenso escândalo dos trens do metrô e da CPTM em São Paulo, que envolve bilhões. As denúncias duraram até mais, algumas semanas, e tomaram chá-de-sumiço. Nunca mais foi dito nada. E o que é pior: o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra praticamente nunca foram citados.
Aécio, por sua vez, já deu o caso por “encerrado”, apesar de jamais ter explicado nada. Aliás, ele tem se referido à “importância” do aeroporto que mandou construir e que ele e sua família provavelmente usaram mais do que qualquer outro. E a relevância da obra é a grande questão.
É possível provar que havia interesse público na construção do aeroporto de Cláudio? Se houvesse, não viveria trancado e com as chaves em mãos da família de Aécio. 14 milhões de reais foram usados para fim incerto e dificilmente uma investigação séria mostrará que Minas Gerais precisava da obra. Se for uma investigação séria, claro.
Agora, vale acompanhar a repercussão que a mídia dará à denúncia contra a Petrobrás feita pela Veja no final de semana. Apesar de aparentemente ser fraca – a Petrobrás explica que as perguntas para a qual treinou seus executivos foram extraídas do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho –, a mídia vai espremê-la até a última gota.
Como a denúncia do “Aécioporto” durou um pouco além do normal na mídia (para uma denúncia contra tucanos), alguns se animaram. A este Blog, porém, a estratégia midiática para afetar isenção nunca enganou. E uma coisa você pode escrever aí, leitor: a mídia cobrará muito caro do PT por tê-la divulgado. É só esperar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AECIOPORTO: ARROCHO FALA, MAS NÃO EXPLICA E o “vamos conversar ?”


Do Muda Mais:

QUER SABER? AÉCIO NEVES NÃO RESPONDE



Entrevista estranha, com perguntas esquisitas. Dá pra resumir assim a sabatina de Aécio Neves ao G1, que aconteceu hoje (4/8) pela manhã.

Aécio falou mas não explicou direito sobre aeroportos, recriação de um ministério da era Collor e sobre uma estranha sensação de segurança jurídica que tem que reinar novamente sobre o Brasil.

O candidato acha que o número de ministérios é muito alto, e vem propondo sua redução – muito embora a gente já tenha contado aqui que reduzir ministérios não necessariamente reduz o custo Brasil. Ele deixou escapar hoje que pretende juntar uma série de pastas de perfil econômico e recriar o ministério da Infraestrutura, criação original do governo Fernando Collor – que não deu muito certo e foi logo extinto.  

Aécio também teve que responder sobre os aeroportos de Cláudio e Montezuma. Voltou a repetir que a pista de Cláudio é muito importante, pois atende a várias indústrias de fundição locais. Mas como uma pista de avião de pequeno porte vai atender a um setor que trabalha com ferro fundido, material pesado por definição, ele não explicou – também, ninguém perguntou. O aeroporto serve à indústria ou aos empresários? Ninguém perguntou. Também não houve perguntas sobre as chaves do aeroporto de Cláudio que, segundo consta, ficam sob tutela dos donos do terreno e não da prefeitura.

Para o candidato, tudo o que ele fez está dentro dos conformes, não há nada irregular. O problema é a Anac, que não homologou o aeroporto. Outra vez, ele não respondeu como a Anac pode homologar um aeroporto sem que se apresente a documentação necessária para isso, caso da pista de Montezuma. E, outra vez, ninguém perguntou isso.

Aécio contou, ainda, que construiu um total de 29 pistas regionais durante seu governo. Não citou nenhuma. A uma pergunta do internauta sobre por que Minas estava tão endividada, Aécio respondeu que pôs as contas do estado em dia, mas a dívida pública é que é muito alta, e a culpa é da União, que cobra juros muito altos.

Mas o momento mais pitoresco dessa sabatina foi a seleção de uma pergunta de um internauta, que quer saber se Aécio vai reduzir o preço dos games no Brasil.

O candidato entabulou uma resposta sobre redução de impostos. Disse que é muito importante baixar impostos e isso tem que ser resolvido, e vai mandar proposta para o Congresso etc e tal.

O que Aécio não contou é que para se conseguir uma reforma fiscal é necessário que os governos federal, estaduais e municipais entrem em acordo para isso. Sem diálogo e acordo mútuo, não há reforma – e, na maioria das vezes, o gargalo está no governo estadual. Foi assim em 2003 e em 2008. Ele também não contou quais foram os governadores que não permitiram que a reforma trbutária fosse levada adiante em 2008. Nós encontramos a resposta aqui,  mas se você estiver com preguiça de clicar, a gente conta: foram os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves (terceiro parágrafo). Mas isso talvez ele explique melhor em outra ocasião, né?

Com relação aos Games, um dos primeiros posts do Muda Mais fala sobre isso. O problema não é a tributação, mas a margem de lucro. #ficadica.

Voltando à sabatina, Aécio citou várias vezes que é necessário reduzir a sensação de impunidade penal que reina hoje no Brasil. Não explicou o que é isso. Mas disse que o fim de tal sensação vai permitir a retomada do crescimento. Também falou de, no setor de segurança pública, estabelecer parcerias com as Forças Armadas, como se as Forças Armadas não fossem parte do Governo Federal.

Aí cabe a pergunta: Aécio realmente sabe do que está falando?