Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Davos, a democracia e o capitalismo de Estado


Mauro Santayana 
Nos corredores do encontro de Davos, de acordo com matéria de O Globo, empresários latino-americanos expressaram os temores de que “o capitalismo de Estado” represente um risco para democracia em nosso continente. Para entrar no assunto, convém saber o que, para esses senhores, é democracia,  capitalismo e Estado. 
Poucos têm sido, no mundo moderno, os regimes sociais que não se identificam como democráticos. Entre eles, como modelos, o nazismo e o fascismo não só dispensaram a hipocrisia de se identificarem como democráticos como consideraram a democracia um sistema apodrecido. Os novos e superiores homens que pretendiam construir - com  eugenia social e moral - seriam viris, atléticos, cultos, honrados, semideuses. As mulheres, reflexos das valquírias, belas, esposas virtuosas, mães devotadas. Quando o nazismo desmoronou, de suas ruínas vieram as provas de que as coisas não eram exatamente como proclamavam ser. Os líderes não passavam de  um bando de criminosos insanos, em que havia de tudo, menos virtuosos deuses olímpicos.
Registradas essas exceções, todos os regimes se dizem democráticos. Os governos militares em nosso continente – e não só no Brasil – surgiram sob o pretexto de que estavam defendendo a democracia. No Chile, nessa inversão da linguagem, Pinochet assassinou o regime republicano, que respeitava os partidos e realizava eleições regulares e livres. Acompanhei, em Santiago, as eleições de março de 1973, vencidas por grande maioria por Allende, apesar das dificuldades decorrentes do locaute capitalista, isso seis meses antes do golpe. Não há um só país da América Latina que não tenha sofrido governos ditatoriais, e nenhum deles, nem mesmo o dos Somoza, na Nicarágua, o de Trujillo, na República Dominicana, o dos gorillas da Argentina, e de seus vizinhos, no Uruguai, se disseram antidemocráticos.
Antidemocráticos, em seu idioma, eram os povos, que lutavam contra o desemprego, a fome, a ignorância, a doença, a humilhação e a morte. 
A democracia não é um sistema acabado de organização política da sociedade. É um processo que se desenvolve, com seus momentos de avanço e de recuo, em busca da igualdade de direitos de todos os seres humanos. De todos os direitos – do conhecimento, do trabalho criativo, da vida saudável, da expressão intelectual e artística, da alegria, do amor, da  dignidade – enfim, da vida plena. Sendo assim, a democracia é uma forma de convívio que só poderia ser construída onde houvesse liberdade de ação política. Só será completa no espaço político em que todos os homens disponham da mesma oportunidade de educação, dos mesmos serviços de saúde, da mesma possibilidade de trabalho e de formação de sua família. 
O capitalismo sempre existiu, a partir do momento – valha o truísmo conhecido – em que surgiram a propriedade privada e as sobras de produção familiar. Temos sociedades capitalistas mais primitivas e mais avançadas. Os defensores do capitalismo o associam ao direito de propriedade e de livre iniciativa. Mas poderemos considerar  perfeita uma sociedade capitalista – e democrática - em que a livre iniciativa é tolhida pelos cartéis e monopólios, montados e conduzidos pelo sistema financeiro que existe acima e além dos Estados nacionais? 
Os Estados nacionais são a organização possível das sociedades políticas. Eles se legitimam na missão essencial e em sua identidade ontológica: existem para servir aos homens e à sua sobrevivência como espécie. Sendo assim, os Estados serão tanto mais perfeitos quanto mais democráticos venham a ser, se a democracia, como a queriam os pensadores antigos, significar a plena isonomia entre os seres humanos, e sua participação igualitária nas decisões da comunidade política. 
A liberdade, portanto, está subordinada às condições objetivas para o seu exercício. Mais uma vez, valha o truísmo: quem tem fome não é livre; quem não domina os instrumentos básicos do saber não é livre; quem é obrigado a vender sua força de trabalho a outro homem tampouco é livre. Na visão de Hannah Arendt, todo assalariado é um escravo em tempo parcial. 
Ora, em uma situação como essa – e é a que nos toca viver – o capitalismo de Estado não pode ser uma maldição e o oposto da democracia. Se o socialismo real tem se frustrado no mundo, e o capitalismo financeiro é isso que estamos vendo,  a solução ideal talvez viesse a ser uma sociedade econômica em que os grandes setores estratégicos de produção e de serviços, sobretudo os que dependem de recursos naturais (que devem ser de propriedade comum, de todo o povo) fossem administrados pelo Estado, em nome da sociedade nacional – e os outros fossem deixados à iniciativa privada. 
As minas, as águas, os recursos energéticos e sua exploração, as telecomunicações, as ferrovias, os transportes aéreos,  a emissão da moeda, as operações bancárias, os seguros, além dos serviços de saúde, da educação e do absolutamente necessário monopólio da violência, a fim de assegurar a segurança dos cidadãos e da comunidade, deveriam ser do Estado. A agricultura e a pecuária (garantido o acesso familiar à terra), a indústria de transformação, os serviços de turismo e de entretenimento, o comércio em geral talvez funcionassem melhor no regime da livre concorrência. 
Enfim, capitalismo de Estado e democracia não são situações antagônicas. Mas não há democracia real – e isso estamos vendo hoje – onde um por cento da população vive no fausto, enquanto o restante mal sobrevive,  algumas poucas famílias do mundo dominam os bancos, e, mediante eles, os Estados e os recursos naturais do planeta.

"A esquerda não está na televisão" Enfrentar o latifúndio midiático

 
Por Terezinha Vicente, no sítio da Ciranda:

João Pedro Stédile colocou o enfrentamento aos meios de comunicação de massa entre os principais desafios que temos na conjuntura atual. O lider do MST falou na Assembléia dos Movimentos Sociais, ao final do FST.
Solicitando um minuto de silêncio pela morte de dois líderes de esquerda no ano passado - Egídio Brunetto, do MST e Paulo Schilling, um dos fundadores do PT - João Pedro Stédile iniciou a sua intervenção na Assembléia dos Movimentos Sociais, tradicional no encerramento de todas as edições do Forum Social.

"Análise de conjuntura deve ser um exercício coletivo", disse Stédile. "Do olhar diferente de cada um é que se pode construir a síntese do que ocorre na complexidade da realidade atual". O economista propos-se então a levantar pontos de introdução para um aprofundamento da atual crise do capitalismo, lembrando que o sistema rejuvenesceu nas crises anteriores, a crise estrutural por maior que seja não conduzirá o capitalismo a sua auto-destruição. "Na última grande crise 20 milhões de imigrantes foram expulsos da Europa".

Entretanto, "a crise global pela primeira vez atinge todos os países", disse o lider do MST. Ressaltando a financeirização do capital e o fato de que 500 empresas transnacionais hoje controlam o mundo, Stédile acredita que a crise será longa e causará muitas transformações na vida dos povos. A utilização do Estado como instrumento de acumulação de capital e salvação dos bancos, enquanto há 200 milhões de operários desempregados no mundo, é outro dado apontado como fundamental para analisar o momento histórico atual.

Na época da segunda guerra, os governos decidiam, hoje existe uma "dicotomia entre o poder econômico e o poder político", continuou. "Hoje os governos se reunem e não representam o capitalismo, os bancos mudam os presidentes, os governos não tem poder político". Para Stédile, a crise é importante para o lado dos que querem superar o capitalismo. Ou iremos à bárbarie ou conseguiremos mudar as estruturas em nossos países, acredita o lider, e para isso devemos enfrentar alguns desafios principais.

Capitalismo e redes de tv

Stédile apontou cinco desafios principais na conjuntura atual. O primeiro é tirar as massas da apatia, superando o medo dos trabalhadores e inserindo parcelas da juventude que protesta, mas que estão deslocadas do mundo da produção. "Defendemos um projeto que supere o capitalismo", segundo desafio. "Como explicar para as massas e construir um caminho até o socialismo?", questionou.

Para o lider, faz parte desta resposta o enfrentamento aos meios de comunicação de massa. "A burguesia no mundo controla as massas pela televisão, a esquerda não está na televisão". Este terceiro desafio é fundamental, diz ele. "Fazer a disputa ideológica, enfrentar os meios de comunicação de massa". Indo além das lutas locais, "importantes para resolver problemas imediatos", Stédile acredita que a "a conjuntura nos exige que consigamos construir lutas comuns, de massa, contra os mesmos inimigos: capitalistas e as redes de tv!"

Devemos ser mais criativos nas formas de organização e de luta para envolver as massas, afirma. Ele destacou a data de 5 de junho como dia de ação global, onde devemos buscar realizar grandes mobilizações de massa em defesa dos recursos naturais da terra. Concluindo com um chamado à unidade dos movimentos sociais, disse esperar que refletíssemos sobre a questão: "O que podemos fazer juntos daqui para a frente?"

Dilma em Cuba denuncia Guantánamo


Na primeira visita oficial a Cuba, presidenta DIlma Rousseff se reúne com o presidente Raúl Castro. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Saiu no Blog do Planalto:

Presidenta Dilma defende parceria estratégica e duradoura entre Brasil e Cuba

Na primeira visita oficial a Cuba, a presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (31) uma parceria “estratégica e duradoura” para acelerar o desenvolvimento cubano. Em entrevista coletiva após visita ao Memorial de José Martí, na Praça da Revolução, a presidenta citou os investimentos brasileiros no Porto de Mariel e o financiamento da produção por meio do programa Mais Alimentos.

“A grande ajuda que o Brasil vai dar a Cuba é contribuir para que esse processo, que é um processo que eu não considero que leve a grande coisa, leva mais à pobreza e a problemas sério para as populações que sofrem a questão do bloqueio, a questão do embargo, a questão do impedimento do comércio. Eu acredito que o grande compromisso, a grande contribuição que nós podemos dar aqui em Cuba é ajudar a desenvolver todo o processo econômico”, disse a presidenta.


Além da cooperação econômica, a presidenta Dilma falou ainda sobre direitos humanos, tema que, segundo ela, deve ser discutido dentro de uma “perspectiva multilateral”.

“Não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político-ideológico. O mundo precisa se convencer de que é algo que todos os países do mundo tem de se responsabilizar, inclusive o nosso. Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós, no Brasil, temos os nossos. Então, eu concordo em falar de direitos humanos dentro de uma perspectiva multilateral. Acho que esse é um compromisso de todos os povos civilizados. Há, necessariamente, muitos aspectos a serem considerados. De fato, é algo que nós temos de melhorar no mundo, de uma maneira geral. Nós não podemos achar que direitos humanos é uma pedra que você joga só de um lado para o outro. Ela serve para nós também.”



É claro que o Ali Kamel e seus fieis seguidores pretendem colocar a faca no pescoço de Fidel.
Cuba não respeita os Direitos Humanos.
Geraldo Alckmin também não.
A Justiça de Pinheirinho também não.
E muito menos em Guantánamo, onde os Direitos Humanos são tão respeitados quanto nas cadeias de São Paulo.
É como a bomba atômica.
O Irã não pode ter.
Mas os Estados Unidos e Israel podem.
Paulo Henrique Amorim

Ophir do movimento “Cansei” é acusado de uso indevido de cartão corporativo

 
O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara da Justiça Federal, decidiu que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem o prazo de cinco dias para se manifestar sobre acusações de uso indevido de cartão corporativo e despesas sem comprovação nos valores de até R$ 230 mil do presidente da entidade, Ophir Cavalcante.Ophir é também daquelas fontes que a  imprensa usa quando quer derrubar ministros ou  quando  quer aparecer na mídia  tentando se mostrar  indignado  contra a corrupção

Em 2011, Uma reportagem  da Folha de São Paulo, revelou que o presidente da OAB, vem recebendo um salário de R$ 20 mil mensais sem trabalhar. É sua licença remunerada, como procurador do Pará. Leia mais aqui no nosso blog

CUBA, MÍDIA E HIPOCRISIA

Quem paga a conta? Desde a eclosão da crise, em 2008, o endividamento privado nas 10 maiores economias do mundo recuou 2%; a dívida pública, em contrapartida, cresceu 26% --basicamente para salvar bancos e corporações que originaram a crise (McKinsey Global Institute (MGI); citado por J.P.Kupfer, Estadão,31-01) 
A  Folha desta 3ªfeira dedica meia página da Ilustrada a entrevista com ilustre escritora cubana desconhecida. Sem piscar, nem engasgar, lá pelas tantas, Zoé Valdés, que vive em Paris, afirma que o regime de Fulgência Batista era mil anos luz melhor que o de Fidel Castro. Passemos. Na 'totalitária' Cuba uma Comissão de Direitos Humanos convocou ontem uma coletiva de imprensa internacional, livremente realizada (será que na sempre poupada Arábia Saudita isso seria possível?). Colocou à disposição dos jornalistas a viúva de um suposto dissidente morto após greve de fome. O  motivo original da prisão, reconhecido pela viúva, não foi político, mas uma briga de casal, que levou  sua mãe a pedir socorro aos vizinhos e estes à polícia. Nota da União Patriótica Cubana, de oposição, admite que o  'estreitamento de laços' do suposto dissidente com a UPC só teria ocorrido após a prisão. No mínimo nebuloso, este é o caso em torno do qual a mídia demotucana tentou transformar a visita oficial da Presidenta Dilma a Havana num constrangimento diplomático. O jornal O Globo, como se sabe um veículo de impecável tradição democrática, reclama, também na edição desta 3ª feira, que a entrevista coletiva da viúva teve a  participação da imprensa oficial cubana, cujas perguntas provocaram, digamos assim, ruídos na narrativa conservadora do caso. Carta Maior defende a democracia em todas as latitudes e considera incompatível o socialismo sem soberania popular, mas não compactua com a hipocrisia midiática que subestima a inteligência do leitor e menospreza a História.

Paulo Maldos: “Você volta e manda sua presidenta falar comigo”



Depoimento parcial de Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social, durante audiência pública na Câmara Municipal de São José dos Campos sobre a desocupação violenta do Pinheirinho
Transcrição publicada no blog Partido da Imprensa Golpista, sugerido pelo professor3f
Boa noite. Eu queria esclarecer que a minha presença naquela manhã se deu devido a um acordo da Presidência da República porque entendemos que haveria um tempo de 15 dias de estudar uma solução.
Como havia este tempo, a partir daquele final de semana iríamos trabalhar já a partir daquele momento. Trabalhavamos junto ao prefeito, ao governador. Eu fiquei incumbido de falar com a comunidade. Procurar as alternativas. Construir casas. Procurar terrenos. Solucionar. Eu vim numa missão de escuta. Tinha marcado nove da manhã, ainda por celular soube que havia um cerco na comunidade.
Não quis acreditar por conta do pacto. Eu não entendi como poderia estar cercado militarmente aquela comunidade. Eu cheguei e me deparei com uma situação bastante crítica. Um cerco militar com escudos escrito choque.
Eu quis acessar o comando. Me dirigi até o grupo de soldados, quando cheguei até uns oito metros. E fui advertido que parasse e vi armas em minha direção.
Dei a volta e fiquei a uns vinte metros de distância. E conversando com a população, de repente sem mais nem menos, eu senti um ferimento, eu recebi uma bala na perna esquerda. Procurei me esconder. Esta tropa veio atacando a população.
Eu fiquei por nove horas no bairro. Sofremos ondas de ataque. Haviam cercado o Pinheirinho. Pude perceber ataques cada vez mais prolongados. Jogando bombas. Notícias de senhoras sendo espancadas. Por volta de onze da manhã, tentei acessar o comando da operação.
Voltei fiquei falando com os jornalistas. Fomos chamados por um grupo de oficiais. Eu tentei ir junto, mas fui barrado. Apresentei meu cartão da Presidência da República. Com brasão. Secretaria Nacional. Ele leu e falou que eu não entrava. Ele falou você : você volta e manda sua presidenta falar comigo (murmuros).
Leia também:
“Parecendo um porco para abater amanhã”

Governador tucano com medo do povo cria 'gabinete antiprotesto'

Protestar é um direito legitimo do cidadão? Para o PSDB não!. É comum a A Polícia Militar de São Paulo reprimir manifestaçãoes com o uso de gás pimenta, cassetetes, bala de borracha, bomba de efeito moral....

O governador paulista, que na frente das cameras de TVs, gosta de passar imagem de bom moço,não quer a polícia distribuindo cassetada quando ele estiver presente em eventos, arrumou um jeito de não ver e não saber de nada....

Na Folha: Palácio dos Bandeirantes monitora manifestações organizadas nas redes sociais e muda agenda do governador

Em seis dias, tucano deixou de ir a dois eventos; assessoria nega que protestos pautem atos do governo

O Palácio dos Bandeirantes passou a monitorar manifestações organizadas nas redes sociais para evitar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) seja alvo de protestos em agendas públicas.

Nos últimos seis dias, Alckmin não foi a dois eventos em que sua participação estava prevista. Ambos foram marcados por atos contra o governo, detectados antes pelas cúpulas da Casa Civil e da Comunicação do Palácio.

O primeiro furo na agenda oficial foi na última quarta-feira, quando o governador deixou de participar de missa na catedral da Sé pelo aniversário de São Paulo.

A decisão foi tomada na noite que antecedeu o evento, após reunião com os secretários da Casa Civil e da Comunicação.

A missa ficou marcada pelas imagens do prefeito Gilberto Kassab sendo atingido por ovos atirados por pessoas que protestavam contra a desocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos.

Ciente da manifestação, Alckmin perguntou ao vice, Guilherme Afif Domingos, se poderia representá-lo.

O mesmo aconteceu no último sábado, quando o governador faltou à inauguração da nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Também houve protesto na saída do evento, mas dessa vez, além de ovos, os manifestantes levaram sacos com chuchus para arremessar contra as autoridades.Os vegetais eram referência a apelido dado ao governador

As manifestações, organizadas com auxílio de militantes de partidos que fazem oposição ao governador, são monitoradas pela subsecretaria de Comunicação e por um assessor de Alckmin.Como contraponto, os aliados organizam duas grandes agendas externas, esta semana, fora da capital.

PSDB precisa não gosta de povo....

Ptotestar não vandalismo, nem terrorismo, como classificou o governador tucano Geraldo Alckmin. É uma ação legitimamente lícita em qualquer Estado Democrático, doa a quem doer.Quanto aos ovos e tomates, fazem parte do circo que a administração publica montou nesses últimos anos em São Paulo.Interessante notar que quando acontece protestos em outros países a gente ouve do pessoal da direita: "tá vendo, lá sim, são mobilizados". Mas quando acontece aqui... realmente é a herança maldita deixada pela ditadura, afinal somos "pacíficos" e quem vai contra a "ordem" é subversivo....

OS PORCOS ESTÃO À DENTADAS.FHC detona Cerra. Nem ele aguenta mais !


Saiu no Blog do Nassif:

FHC perde a paciência: “Minha cota de Serra já deu”

“A minha cota de Serra deu. Ele foi duas vezes meu ministro, duas vezes candidato a presidente, candidato a governador e a prefeito. Chega, não tenho mais paciência com ele”. O desabafo do ex-presidene Fernando Henrique, segundo o jornal Correio Braziliense de ontem, foi feito a pelo menos dois interlocutores, semanas antes da famosa entrevista à revista The Economist, na qual aponta Aécio Neves como candidato natural do PSDB à campanha presidencial de 2014. Serra é pressionado pelos tucanos para ser candidato do partido à prefeitura da São Paulo, mas recusa terminantemente, com a obsessão de enfrentar Dilma novamente em 2014. Fora Serra, o PSDB não tem um nome ‘decisivo’ para disputar e vencer em S.Paulo.

Visão estreita – O que impacienta o PSDB não é apenas o fato de o comando do partido em São Paulo estar concentrado apenas em duas mãos. Irrita profundamente os filiados a constatação de que nem Alckmin nem Serra podem ser considerados lideranças empolgantes. O primeiro é visto como um governador provinciano e caipira. Faz questão de ligar pessoalmente para prefeitos e discutir convênios firmados pelo governo estadual. “Ele não saiu de Pindamonhangaba ainda (terra onde começou a carreira política). Quando foi deputado federal, parecia um vereador”, provocou um aliado de José Serra.

Clique aqui para ler “Cerra chama FHC de gagá !”

Como sempre disse este ansioso blogueiro, não fosse o PiG (*), os tucanos de São Paulo não passavam de Pinheirinho.
O que dirá a Catanhêde, que considerava o Cerra “o mais consistente” ?
Mas, ela não põe o FHC no céu ?
Só que esse bate-boca, amigo navegante, tem outra origem: a Privataria Tucana.
O Cerra, para matar o Aécio, expôs a roubalheira presidida pelo Fernando Henrique.
FHC não perdoa o Cerra por macular sua biografia (já de si, cinzenta com o Apagão).
Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O pré-sal é nosso ! A maior obra de Gabrielli




No programa Entrevista Record que vai ao ar nesta segunda feira, na RecordNews, às 22h15, depois do programa do Heródoto Barbeiro, o ansioso blogueiro procurou fazer uma espécie de balanço da gestão de Sergio Gabrielli, o mais longevo presidente da Petrobrás.

Dia 13 de fevereiro, ele passa o cargo a Graça Foster e vai ser Secretário do Governo Jacques Wagner, na Bahia.

O mote da entrevista foi uma frase de Gabrielli na Carta Capital desta semana, na pág. 18 – “A senhora do pré-sal”, sobre Graça Foster.

Disse Gabrielli:

A Petrobrás “era uma empresa fragmentada, pulverizada, que estava sendo preparada para ser vendida aos pedaços e fizemos um grande esforço no sentido contrário, de fortalecer a empresa.”

Clique aqui para ler o Mino Carta, quando diz que “O PiG (*) até hoje não consegue engolir a Petrobrás”

A primeira tarefa, diz Gabrielli, foi produzir mais petroleo, aumentar o patrimonio da empresa.

A descoberta do pré-sal se encaixa nessa estratégia.

Depois, combater a fragmentação pré-liquidação e integrar o refino, a produção, a logística.

Fazer com que as partes que os tucanos iam vender, aos pedaços, se comportassem como uma empresa só.

E abrir novos espaços de atuação: no gás e no bio-combstível.

Dar músculo à empresa para evitar que, frágil, pudesse ser passada nos cobres (como a Vale – PHA. Clique aqui para ver o video em que FHC diz que foi Cerra que mandou torrar a Vale).

(Convém lembrar que o WikiLeaks flagrou o Padim Pade Cerra a prometer à Chevron entregar o pré-sal )

Até 2015, Graça Foster vai investir US$ 224 bilhões, dos quais US$ 127 bilhões no pré-sal.

Desses US$ 224 bilhões, 95% serão produzidos no Brasil e 65% por empresas que têm sede no Brasil.

Ou seja, US$ 120 bilhões por empresas que tem sede aqui, com trabalhadores, engenheiros brasileiros.

Outra preocupação de Gabrielli foi investir na renovação do pessoal da empresa.

Hoje, mais de 52% dos funcionários da Petrobrás têm menos de 10 anos de casa.

O ansioso blogueiro observou que preservar o pré-sal para os brasileiros pode ter sido um dos principais legados do Presidente Lula, e, portanto, da gestão Gabrielli.

Como foi o processo de decisão que levou a isso ?

Gabrielli conta que, quando a Petrobrás descobriu aquele conjunto gigantesco no pré-sal, ele ponderou ao Presidente Lula que não fazia mais sentido manter o sistema de exploração que prevaleceu no governo Cerra/FHC.

Como a margem de risco da empresa exploradora do petróleo era muito alta, o Governo Cerra/FHC recebia um percentual da descoberta, e a exploradora levava a parte do leão para casa.

(Era o regime de ”concessão”, que, como se percebe, vem de “conceder”…)

Gabrileli explica que, no modelo/Lula – de “partilha”-, a União compartilha da descoberta e fica com parte dos lucros.

Além disso, a Petrobrás tem que explorar, no minimo, 30% de cada área descoberta no pré-sal.

As concorrentes disputarão os 70%.

Junto, foi criado um Fundo Social, para dirigir os lucros do pré-sal para a educação, a saúde e a inovação tecnológica.

E uma empresa já aprovada e ainda não estabelecida, a Petroleo Pré-Sal, que vai supervisionar o trabalha da Petrobrás.

Só falta o Congresso aprovar a distribuição dos royalties entre os Estados, mas isso não afeta a integridade do conceito do Governo do Nunca Dantes: o pré-sal é nosso !

Gabrielli lembrou que, para explorar o pré-sal, a Petrobrás precisou captar dinheiro no mercado financeiro internacional.

E levantou US$ 72 bilhões num dia !

Foi o maior lançamento da História do Capitalismo !

(A Urubóloga teve um troço !)

Sobre o renascimento da indústria da construção naval – uma obra da Petrobrás – ele lembou que, em 2002 (no Governo sombrio de Cerra/FHC), ela empregava dois mil brasileiros.

Hoje, emprega 60 mil !

Que horror !

Por que o PiG é sistematicamente contra a Petrobrás ?, o ansioso blogueiro perguntou.

Ah, isso é a rotina.

Depois de algum tempo, você se acostuma a uma crítica por dia.

Do que o PiG (leia-se Urubologa) não gosta ?

O PiG não gosta:

De a Petrobrás ser a principal operadora;

Do regime de partilha – prefere conceder;

Da operação de capitalização, os US$ 72 bi;

Não gosta de a União controlar a empresa;

Acha que a Petrobrás é formada por um bando de incompetentes (“bando” é deste ansioso blogueiro).

O ansioso blogueiro perguntou se devia comprar ações da Petrobrás.

Gabrielli respondeu:

A Petrobrás, com o pré-sal (ah, como a Chevron deve suspirar !) tem 30 bilhões de barris de reservas comprovadas.

Como o valor da companhia é de US$ 160 bi, isso significa que um barril de reserva comprovada sai a US$ 5.

O preço do barril de petroleo varia em torno dos US$ 100.

Uma barganha, disse ele !

(Este post e a entrevista são uma singela homanagem ao Davizinho, ao “especialista” Adriano Pires, à Urubóloga e a todos os Urubólogos, desde Roberto Campos, que queriam e querem entregar a Petrobrás às Chevron da vida.)

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A vingança dos dinossauros

Os leitores se recordam dos anúncios patrocinados pelo governo Collor, quando o caçador de marajás iniciava o processo de entrega dos bens nacionais aos estrangeiros, em nome da modernidade. Os que defendiam o patrimônio público eram desdenhosamente identificados como dinossauros.

Os leitores se recordam dos anúncios patrocinados pelo governo federal durante o mandato de Collor, quando o caçador de marajás iniciava o processo de entrega dos bens nacionais aos estrangeiros, em nome da modernidade. Os que defendiam o patrimônio público eram desdenhosamente identificados como dinossauros, ou seja, animais dos tempos jurássicos. Iniciou-se, com o confisco dos haveres bancários, o processo de desnacionalização da economia, sob o comando da senhora Zélia Cardoso de Melo e do economista Eduardo Modiano, nomeado presidente do BNDES com a missão de desmantelar o setor estatal e entregar suas empresas aos empreendedores privados que se associassem às multinacionais.

Naquela época publiquei artigo na Gazeta Mercantil, em que fazia a necessária distinção entre os dinossauros – uma espécie limpa, sólida, quase toda vegetariana – e os murídeos: camundongos, ratos e ratazanas.

É difícil entender como pessoas adultas, detentoras de títulos acadêmicos, alguns deles respeitáveis, puderam fazer análise tão grosseira do processo histórico. Mas eles sabiam o que estavam fazendo. Os economistas, sociólogos e políticos que se alinharam ao movimento neoliberal – excetuados os realmente parvos e inocentes úteis – fizeram das torções lógicas um meio de enriquecimento rápido.

Aproveitando-se dos equívocos e da corrupção ideológica dos quadros dirigentes dos países socialistas – que vinham de muito antes – os líderes euro-norte-americanos quiseram muito mais do que tinham, e resolveram recuperar a posição de seus antecessores durante o período de acumulação acelerada do capitalismo do século 19. Era o retorno ao velho liberalismo da exploração desapiedada dos trabalhadores, que havia provocado a reação dos movimentos operários em quase toda a Europa em 1848 (e animaram Marx e Engels a publicar seu Manifesto Comunista) e, logo depois, a epopéia rebelde da Comuna de Paris, com o martírio de milhares de trabalhadores franceses.

Embora a capitulação do Estado se tenha iniciado com Reagan e Thatcher, no início dos oitenta, o sinal para o assalto em arrastão veio com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989 – coincidindo com a vitória de Collor nas eleições brasileiras. Não se contentaram os vitoriosos em assaltar os cofres públicos e em exercer a prodigalidade em benefício de seus associados do mercado financeiro. A arrogância e a insolência, nas manifestações de desprezo para com os pobres, que, a seu juízo, deviam ser excluídos da sociedade econômica, roçavam a abjeção. Em reunião realizada então na Califórnia, cogitou-se, pura e simplesmente, de se eliminarem quatro quintos da população mundial, sob o argumento de que as máquinas poderiam facilmente substituir os proletários, para que os 20% restantes pudessem usufruir de todos recursos naturais do planeta.

Os intelectuais humanistas – e mesmo os não tão humanistas, mas dotados de pensamento lógico-crítico – alertaram que isso seria impossível e que a moda neoliberal, com a globalização exacerbada da economia, conduziria ao malogro. E as coisas se complicaram, logo nos primeiros anos, com a ascensão descontrolada dos administradores profissionais – os chamados executivos, que, não pertencendo às famílias dos acionistas tradicionais, nem aos velhos quadros das empresas, atuavam com o espírito de assaltantes. Ao mesmo tempo, os bancos passaram a controlar o capital dos grandes conglomerados industriais.

Os “executivos”, dissociados do espírito e da cultura das empresas produtivas, só pensavam em enriquecer-se rapidamente, mediante as fraudes. É de estarrecer ouvir homens como George Soros, Klaus Schwab e outros, outrora defensores ferozes da liberdade do mercado financeiro e dos instrumentos da pirataria, como os paraísos fiscais, pregar a reforma do sistema e denunciar a exacerbada desigualdade social no mundo como uma das causas da crise atual do capitalismo.

Isso sem falar nos falsos repentiti nacionais que, em suas “análises” econômicas e políticas, nos grandes meios de comunicação, começam a identificar a desigualdade excessiva como séria ameaça ao capitalismo, ou seja, aos lucros. Quando se trata de jornalistas econômicos e políticos, a ignorância costuma ser companheira do oportunismo. Da mesma maneira que louvavam as privatizações e a “reengenharia” das empresas que “enxugavam” as folhas de pagamento, colocando os trabalhadores na rua, e aplaudiam os arrochos fiscais, em detrimento dos serviços essenciais do Estado, como a saúde, a educação e a segurança, sem falar na previdência, admitem agora os excessos do capitalismo neoliberal e financeiro, e aceitam a intervenção do Estado, para salvar o sistema.

Disso tudo nós sabíamos, e anunciamos o desastre que viria. Mas foi preciso que dezenas de milhares morressem nas guerras do Oriente Médio, na Eurásia, e na África, e que certos banqueiros fossem para a cadeia, como Madoff, e que o desemprego assolasse os países ricos, para que esses senhores vissem o óbvio. Na Espanha há hoje um milhão e meio de famílias nas quais todos os seus membros estão desempregados.

Não nos enganemos. Eles pretendem apenas ganhar tempo e voltar a impedir que o Estado volte ao seu papel histórico. Mas o momento é importante para que os cidadãos se mobilizem, e aproveitem esse recuo estratégico do sistema, a fim de recuperar para o Estado a direção das sociedades nacionais, e reocupar, com o povo, os parlamentos e o poder executivo, ali onde os banqueiros continuam mandando.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.


UM NOVO DEGRAU DE RUPTURA  
O conservadorismo reconhecido e não dissimulado do Financial Times deu contornos ainda mais desconcertantes a uma informação exclusiva publicada na sua edição de 6ª feira última, 27-01. Documento sigiloso do governo alemão, obtido pelo jornal, preconiza literalmente que a Grécia seja privada de sua soberania orçamentária terceirizando-se o comando financeiro do país a um diretório nomeado pela UE. Simultaneamente, o Parlamento grego seria induzido a aprovar uma lei que legitimaria a precedência do pagamento aos credores sobre qualquer outro gasto público nacional, até que se possa zerar esse passivo. Ou seja, nunca. No estilo peremptório conhecido dos mercados, o diktat   prussiano conclui que diante da insatisfatória competência de Atenas para cumprir acordo anteriores, " a Grécia tem que aceitar a cessão de sua soberania orçamentária para a administração européia por um tempo'. O desembaraço de um poder financeiro que se move a contrapelo da democracia e da soberania das Nações é conhecido. Brasil e outras nações latino-americanas viveram isso na pele nos anos 80/90. Mas exceto no Tratado de  Versalhes, nunca antes havia se manifestado na Europa de forma tão desabrida como agora, quando interventores são nomeados e ajustes são impostos a elites genuflexas e Parlamentos catatônicos, que renunciam a referendos e plebiscitos  para não afrontar o imperativo financeiro.  O importante a reter é a incompatibilidade entre a asfixia necessária à preservação da riqueza financeira e as necessidades sociais  e salvaguardas democráticas nos dias que correm. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista e debate promovidos por Carta Maior durante o FSM, em Porto Alegre, chamou a coisa pelo nome e extraiu dela as consequências cabíveis que o jogo de faz-de-conta da mídia e de amplos círculos políticos e econômicos hesita em nomear: " A Taxa Tobin já se tornou anacrônica; a questão que está posta pela crise é o controle  público de todo o sistema financeiro", disse Belluzzo. Aqueles que subestimam a importância dos debates travados em Porto Alegre na última semana, elidem a gravidade desse divisor descortinado pelo intelectual cujo nome foi incluído entre os 100 maiores economistas dissidentes do século XX no 'Biographical Dictionary of Dissenting Economists'. Por certo não o fazem por menoscaso ao vencedor do Prêmio Juca Pato de 2005, mas, sim, por não conseguirem lidar com o fardo de uma disjuntiva histórica que os coloca ostesivamente em rota de colisão com a democracia e a civilização.  Como disse o próprio Belluzzo, na cerimonia de entrega do Juca Pato, em 2005: "O que está em jogo é o conflito entre os dois processos de universalização que se propagam desde o Iluminismo: a busca da igualdade entre os homens e os povos e a criação e acumulação da riqueza através da expansão mercantil". Não era apenas uma frase, mas a premonitória visão de um novo degrau de ruptura que agora chegou. 






 

Graça não está para gracinhas

Ao escrever o  post anterior, sobre o  machismo da nossa imprensa, ainda não havia tomado conhecimento das insinuações feitas pela revista Época de que a futura presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, teria recebido vantagens indevidas na empresa por conta de uma nomeação retroativa.
E, acintosamente, apesar de ser ela reconhecida por todos como pessoa que construiu uma história de competência desde que entrou há quase 30 anos, por concurso na empresa, depois de ter sido estagiária, diz que ela só ascendeu na carreira por “ter ficado amiga de Dilma Rousseff”.
Já na primeira, provocação, Graça mostrou que não está para brincadeiras.
Além das explicações oficiais da empresa, a nova presidente desafiou a Época a examinar seus contracheques e ver se ela recebeu algo indevido.
Fez muito bem.
E fará muito bem se não se enganar pela boataria que os jornais – especialmente O Globo, que nutre um especial ódio pela Petrobras – andam fazendo sobre possíveis (e naturais) troca de ocupantes de cargos de direção, como tratou ontem o blog do Zé Dirceu. Embora a armação já de início não se sustente, porque tanto Graça quanto o ex-presidente do PT, José Eduardo Dutra são servidores de carreira da empresa, é bom estar atento a isso o tempo todo.
Porque O Globo não se pejou de dizer que “estava sendo criada uma diretoria” só para abrigar o petista, embora tivesse a função tivesse sido  anunciada publicamente antes mesmo da  eleição de Dilma Rousseff.
Hoje, no finalzinho da resposta de Dutra, o jornal se comporta como o lobo da fábula, ao reconhecer que a decisão é antiga, mas emendar dizendo que “está sendo efetivada apenas agora”.
Sabem como é: se não foi você foi seu pai, ou seu avô…

Fina e gentil dama de nossa sociedade é solidária, esclarecida e progressista

sonuazinha

Todo o charme, a desenvoltura, a evolução e a 'joie de vivre' de nossa musa ex-saia, afilhada de Dom José, o Venturoso, o-mais-preparado
Excelentíssimos e Liberais Senhores da TFP , Opus, Tea P.  & KKK,
Um exemplo para as novas gerações é o comportamento independente, solidário e porque não dizer, nacionalista de uma das mais finas damas da sociedade paulistana e da política, ao não aceitar a provocação de um intrometido marxista britânico e rechaçar suas ilações sobre o comportamento de baderneiros, comunistas e malfeitores que dominavam as terras do bom homem quase branco Nagi Nahas, o benemérito financista e especulador que legitimamente tem a propriedade e os direitos sobre as terras invadidas pela turba vermelha, chamada de Pinheirinho pelos jornais.
O blog sujo e chapa branca, conhecido pela alcunha de  Conexão Brasília Maranhão, trata a boa moça, das boas causas, as vezes até sem calças pela causa bicicletal, como uma morta de fome, uma sem terra qualquer, uma relés do populacho fétido, como se não fosse uma das nossas, neotucana de penas raras.
Esse blog, que recomendo em nenhuma hipótese clicar em cima do nome, em vez de louvar as boas cousas do Maranhão, como as bondosas e altruístas famílias de Ribas Mares, Lobos Grandes, de máquinas de fazer Café, digo Cafeteiras, etc. que tanto fizeram por este estado, de altíssimo IDH alavancado  pela chegada desses ao pudê, cujos políticos do bem troixeram tanto progresso e rentabilidade com negociatas, quero dizer negócios, os quais prosperaram, fica esse blog petralha a deitar calúnias e aleivosias contra boas mulheres do bem, como nossa querida Soninha, a rival, uma injustiçada, que sequer foi chamada a participar dos educativos reality’s shows da excelente e cultural mídia televisiva da Terra de Vera Cruz, a-melhor-TV-do-mundo, como dizem na Venus.
Em certo ponto diz o blog sujo:
A jornalista e ex-vereadora paulistana Soninha Francine disse no seu Twitter (imagem abaixo), na noite desta quinta-feira (26) que os moradores de Pinheirinhos que apareceram em fotos – há cerca de duas semanas – portando escudos e pedaços de madeira para resistir ao iminente despejo que a Polícia Militar promoveria são “criminosos tirando vantagem da situação, não gente comum defendendo sua terra”.
A afirmação foi postada em inglês, em resposta ao consultor inglês Jimmy Greer, que atua com temas de meio ambiente. Greer divulgou a imagem dos moradores de Pinheirinho em “barricada”, que considerou “just unreal”, algo mais ou menos equivalente a “surreal” na gíria brasileira.”
Twitter

Uma mulher de coragem repele o comuna inglês e diz o que pensa

Este vídeo prova cabalmente a agressão do fortemente armado e perigoso criminoso, tirando vantagem da situação, contra corajosos e destemidos agentes do bem da polícia do Geraldo, que desarmados e tentando o diálogo, não arredaram pé.
Alvíssaras irmãos em fé,
Sig, Heil!
Sig, Heil, Herr Geraaldo!
Sig, Heil, Herr Imperator Pelusiano!
Sig, Heil Fraulen S. Francine!

O GLOBO PUBLICA MATÉRIA MENTIROSA, E RECONHECE QUE “ERROU”, APÓS DURA RESPOSTA DE JOSÉ EDUARDO DUTRA.



 No último sábado (28/01), o jornal o globo publicou na capa de sua edição impressão a seguinte chamada: “PETROBRAS CRIA DIRETORIA SÓ PARA ABRIGAR PETISTA”.

Ou seja, o jornal afirmou que, o governo, controlador da empresa, e o comando de uma das maiores petrolíferas do mundo, estavam criando uma diretoria apenas (só) para arranjar uma vaga para integrante do PT, e aponta o ex-presidente do PT e também ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, como o mais cotado para assumi-la.

Na página 3 – 1o. Caderno - o referido jornal, em matéria assinada por Gerson Camarotti e Gabriela Valente, com título e sub-título, tendenciosos e baixos, afirma que... “outra decisão....é a criação de mais uma Diretoria, a Corporativa, que deverá ser usada para acomodar José Eduardo Durtra....

Essa é a visão e análise dos jornalistas, bem como a opinião do jornal, publicada em uma notinha na mesma página. Abram-se “aspas” para torpeza do texto:

“.....MAS A presidente e o PT se enfraquecem quando, ao mesmo tempo, criam um cargo de direção na Petrobras APENAS PARA EMPREGAR O COMPANHEIRO José Eduardo Dutra,....”

Lamentável que além de mentirosa, a referida matéria venha acompanhada de um texto desse nível, em que os editores do jornal utilizam o termo “companheiro” de forma pejorativa, escrevendo como se fossem integrantes de um partido de oposição.

Na edição de ontem, timidamente, não na capa, onde o globo só distorce fatos, mas, na página 18, diante de uma carta enviada por José Eduardo Dutra, que só teve publicada trechos, o jornal reconhece que “errou”.


NOTA DA REDAÇÃO: O Globo errou ao afirmar na reportagem....que a diretoria corporativa da Petrobras foi criada só para abrigar José Eduardo Dutra. A Diretoria está em gestação na empresa há cerca de dois anos. Em 2009, ela foi aprovada..........

Na sua carta ao jornal, (destacamos) José Eduardo Dutra diz o seguinte:

“A matéria(...) não se deu ao trabalho de apurar...outras empresas do mesmo porte têm diretorias equivalentes....esse assunto vem sendo discutido na Petrobras desde 2009....
A matéria em momento algum analisa se eu teria ou não capacidade para ocupar este cargo (...) 0 que importa é me carimbar como alguém que conseguiu a sua “boquinha”.

O jornal o globo, errou desta vez, como em tantas outras, por uma simples razão, ao invés de se pautar como uma empresa jornalística séria e independente, prefere atuar como braço midiático da oposição e coloca sempre uma forte dose de má-fé nas questões que envolvem o Governo Dilma ou o PT.


 

Juíza de Pinheirinho, uma especialista. Esse Machado de Assis …

Como diria o Machado – “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Cap. II – , uma ideia pendurou-se no trapézio que tinha no cérebro e me levou da notável entrevista da Juiza Marcia Loureiro, de São José dos Campos, a Hannah Arendt.

A Juíza é aquela que decidiu dar reintegração de posse ao grande “financista” Naji Nahas  – como diz o Elio Gaspari, colonista (*) da Folha (**) e do Globo.

(A dois pernambucanos, o Globo deu outro tratamento, neste domingo.)

A Juíza Marcia Loureiro demonstrou ser uma exemplar técnica do Direito.

Seus argumentos dentro e fora dos autos são irretocáveis.

Breve, com certeza, chegará a desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo.

É uma especialista em Direito.

O trapézio foi, voltou, foi e o ansioso blogueiro pousou na página 274 do portentoso livro “Eichmann em Jerusalém – relato sobre a banalidade do mal”, de Hannah Arendt, edição da Companhia das Letras, São Paulo, 2000.

Trata-se da versão ampliada da reportagem que fez para a revista The New Yorker sobre o julgamento do carrasco nazista em Jerusalém.

Arendt reproduz os últimos momentos de Eichmann e o que ele diz, depois de tomar meio copo de vinho tinto, que tinha pedido:

“Dentro de pouco tempo, senhores, iremos encontrar-nos de novo. Esse é o destino de todos os homens. Viva a Alemanha, viva a Argentina, viva a Áustria. Não as esquecerei.”

“Diante da morte” – continua Arendt – “encontrou o clichê usado na oratória fúnebre. No cadafalso, sua memória lhe aplicou um último golpe: ele estava ‘animado’, esqueceu-se de que aquele era seu próprio funeral.”

“Foi como se naqueles últimos minutos estivesse resumindo a lição que este longo curso de maldade humana nos ensinou – a lição da temível banalidade do mal, que desafia as palavras e os pensamentos.”

“Banalidade do mal” – Arent pagou caro por essa expressão.

Muitos intérpretes consideraram que o mal praticado por Eichmann não era banal.

Mas, Eichmann era.

Banal.

A epígrafe do livro é devastadora:

“Ó Alemanha …
Ouvindo as falas que vêm da tua casa, rimos.
Mas quem te vê corre a pegar a faca.”
Bertolt Brecht

O mesmo trapézio machadiano continuou a balançar e conduziu, agora, o ansioso blogueiro, ao filme “The Specialist”- “o extraordinário julgamento de um assustador homem comum”.

O filme é de Eyval Sivan e Rony Brauman, a que o ansioso blogueiro assistiu no templo do Film Forum, na rua Houston, a oeste da Sexta Avenida, em Nova York.

O filme é apenas a edição das imagens oficiais do julgamento, em que Eichmann aparece o tempo todo dentro de uma jaula de vidro.

O trecho em que dá vontade de pegar uma faca é quando ele descreve os cálculos que fez  – ele se dizia engenheiro e não era – oh !, maldita coincidência ! – para acomodar o maior número de judeus num único vagão da composição que levava aos campos de Pinheirinho, digo, aos campos de extermínio.

Ele reproduziu os cálculos.

Tantos centímetros quadrados por judeu de pé.

Quantas malas, de qual cubagem e a área disponível em cada vagão.

(Dependia do tipo do vagão, de quantas malas deixava transportar.)

O trapézio levou o ansioso blogueiro de novo a Machado:

“Na sociedade, como a criaram, as peças têm que ficar onde estão, bispo é bispo, cavalo é cavalo.” (“Bolas de estalo”, 30 de novembro de 1885, segundo Raymundo Faoro, em “Machado de Assis: A pirâmide e o trapézio”, Editora Globo.

Maldito trapézio !


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Yoani Sánchez: blogueira ou mercenária?

Nas vésperas da visita da presidenta Dilma Rousseff a Cuba, a mídia colonizada tem feito grande alarde em torno do nome da blogueira cubana Yoani Sánchez. Ela é apresentada como uma “jornalista independente”, que mantém um blog com milhões de acessos e que enfrenta, com muitas dificuldades materiais, a “tirania comunista”, que a persegue e censura.
Na busca pelo holofote midiático, líderes demotucanos e, lamentavelmente, o senador petista Eduardo Suplicy têm posado de defensores da blogueira. Eles se juntaram para pressionar o governo a conceder visto para que Yoani venha ao Brasil assistir a pré-estréia do filme “Conexões Cuba-Honduras”, do documentarista Dado Galvão – que, por mera coincidência, é membro-convidado e articulista do Instituto Millenium, o antro da direita que reúne os barões da mídia nativa.
A falsa “jornalista independente”
Mas, afinal, quem é Yoani Sánchez? Em primeiro lugar, ela não tem nada de “jornalista independente”. Seus vínculos com o governo dos EUA, que mantém um “escritório de interesses” em Havana (Sina), são amplamente conhecidos. O Wikileaks já vazou 11 documentos da diplomacia ianque que registram as reuniões da “dissidente” com os “agentes” da Sina desde 2008.
Num deles, datado de 9 de abril de 2009, o chefe da Sina, Jonathan Farrar, escreveu ao Departamento de Estado: “Pensamos que a jovem geração de dissidentes não tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar papel a longo prazo em Cuba pós-Castro”. Ele ainda aconselha o governo dos EUA a aumentar os subsídios financeiros à blogueira “independente”.
Subsídios e “prêmios” internacionais
Anualmente, o Departamento de Estado destina cerca de 20 milhões de dólares para incentivar a subversão contra o governo cubano. Nos últimos anos, boa parte deste “subsídio” é usada para apoiar “líderes” nas redes sociais. A própria blogueira já confessou que recebe ajuda. “Os Estados Unidos desejam uma mudança em Cuba, é o que eu desejo também”, tentou justificar numa entrevista ao jornalista francês Salim Lamrani.
Neste sentido, não dá para afirmar que Yoani Sánchez padece de enormes dificuldades na ilha – outra mentira difundida pela mídia colonizada. Pelo contrário, ela é uma privilegiada num país com tantas dificuldades econômicas. Além do subsídio do império, a blogueira também recebe fortunas de prêmios internacionais que lhe são concedidos por entidades internacionais declaradamente anticubanas. Nos últimos três anos, ela foi agraciada com US$ 200 mil dólares de instituições do exterior.
O falso prestígio da blogueira
Na maioria, os prêmios são concedidos com a justificativa de que Yoani é uma das blogueiras mais famosas do planeta, com milhões de acesso, e uma “intelectual” de prestígio. Outra bravata divulgada pela mídia colonizada. Uma rápida pesquisa no Alexa, que ranqueia a internet no mundo, confirma que seu blog não é tão influente assim, apesar da sua farta publicidade na mídia e dos enormes recursos técnicos de que dispõe – inclusive com a estranha tradução “voluntária” para 21 idiomas.
Quanto ao título de “intelectual” e principal dissidente de Cuba, a própria Sina realizou pesquisa que desmonta a tese usada para projetar a blogueira. Ela constatou que o opositor mais conhecido na ilha é o sanguinário terrorista Pousada Carriles. Yoani só é citada por 2% dos entrevistados – ela é uma desconhecida, uma falsa líder, abanada com propósitos sinistros.
O “ciberbestiário” de Yoani Sánchez
A “ilustre” blogueira, inclusive, é motivo de chacota pelas besteiras que publica e declara em entrevistas à mídia estrangeira. Vale citar algumas que já compõem o “ciberbestiário” de Yoani Sánchez:
- [Sobre a Lei de Ajuste Cubano, imposta pelos EUA para desestabilizar a economia cubana, ela afirmou que não prejudica o povo] porque nossas relações são fortes. Se joga o beisebol em Cuba como nos Estados Unidos;
- Privatizar, não gosto do termo porque tem uma conotação pejorativa, mas colocar em mãos privadas, sim.
- Não diria que [os chefões da máfia anticubana de Miami, sic] são inimigos da pátria;
- Estas pessoas que são favoráveis às sanções econômicas [dos EUA contra Cuba] não são anticubanas. Penso que defendem Cuba segundo seus próprios critérios;
- [A luta pela libertação dos cinco presos nos Estados Unidos] não é um tema que interessa à população. É propaganda política;
- [A ação terrorista de Posada Carriles contra Cuba] é um tema político que as pessoas não estão interessadas. É uma cortina de fumaça;
- [Mas os EUA já invadiram Cuba, pergunta o jornalista] Quando?;
- O regime [de Fulgencio Batista, que assassinou 20 mil cubanos] era uma ditadura, mas havia liberdade de imprensa plural e aberta;
- Cuba é uma ilha sui generis. Podemos criar um capitalismo sui generis.
Mentiras sobre censura e perseguição
Por último, vale rechaçar a mentira midiática de que Yoani Sánchez é censurada e perseguida em Cuba. Participei no final de novembro de um seminário internacional sobre “mídias alternativas e as redes sociais” em Havana e acessei facilmente o seu blog. Segundo o governo cubano, nunca houve qualquer tipo de bloqueio à página da “jornalista independente”.
Quanto às perseguições sofridas, Yoani Sánchez tem se mostrado uma mentirosa compulsiva e cínica. Em 6 de novembro de 2009, ela afirmou à imprensa internacional que havia sido presa e espancada pela polícia em Havana, “numa tarde de golpes, gritos e insultos”. Em 8 de novembro, ela recebeu jornalistas em sua casa para mostrar as marcas das agressões. “Mas ela não tinha hematomas, marcas ou cicatrizes”, afirmou, surpreso, o correspondente da BBC em Havana, Fernando Ravsberg.
O diário La República, da Espanha, publicou um vídeo com testemunhos dos médicos que atenderam Yoani um dia após a suposta agressão. Os três especialistas disseram que ela não tinha nenhuma marca de violência. Diante dos questionamentos, ela prometeu apresentar fotos e vídeos sobre os ataques. Mas até hoje não apresentou qualquer prova.
Altamiro Borges
No Blog do Miro

A VELHA MARMITA RANÇOSA DA MÍDIA BRASILEIRA



Por Cristóvão Feil, do Diário Gauche (publicado originalmente no Jornalismo B*)


O jornal britânico Financial Times, uma das bíblias do neoliberalismo, caiu na real e está fazendo uma série de matérias sobre a crise estrutural do capitalismo, se dando a liberdade de cogitar que estamos experimentando o limiar de um novo sistema de produção, mesmo não se sabendo ao certo aonde iremos. 
Esse não é qualquer jornal. O FT é uma publicação que circula desde 1888, tem uma tiragem diária de 2,1 milhões de exemplares, circula em 140 países e tem agências editoriais em 50 países.
.     
Corte rápido.
.
O diário paulistano O Estado de S. Paulo estampou em suas páginas, no dia 23 de janeiro último, um artigo do ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, em que ele afirma que os altos ganhos salariais são um dos fortes fatores da atual crise econômica da eurolândia. Pronto, sobrou para os assalariados! É inacreditável que a essa altura da crise alguém ainda atribua a mesma motivações que não as das finanças hipertrofiadas, o descontrole do crédito e a desregulação geral da atividade econômica, em especial a liberdade de ação dos grandes capitais bancários na Europa e no mundo todo. 
Observem que enquanto um jornal de reputação internacional – podemos questionar a sua afiliação político-ideológica – trata da crise de forma direta, frontal e corajosa, o outro, um jornal provinciano como o Estadão, insiste em manter um séquito de especialistas em produzir vianda requentada, como se fora algo fresco e atual, para assuntos tão relevantes como a crise do capitalismo. 
Essa é a grande dificuldade da mídia brasileira: servir marmita rançosa como se estivesse oferecendo peixe fresco grelhado sobre folhas tenras. O problema não é o proselitismo de direita tout court, o problema é o proselistismo de direita, proferido por velhos funcionários da ditadura civil-militar (como Maílson e tantos outros) envolto no papel engordurado do palpite manjado, da opinião pessoal e interessada travestida de vontade geral e republicana.
Prestem atenção: a mídia está coalhada de indivíduos, colunistas, apresentadores, leitores de telepromter e outros quetais que estão ali para expressarem as vozes dos seus donos (ou dos seus patrões e dos amigos dos seus patrões). Entretanto, querem representar o papel de porta-vozes do universal, do democrático e do espírito de nosso tempo.
Ainda bem que eles são péssimos atores e atrizes. 
Coisas da vida.

*O blog Jornalismo B está em campanha de assinatura da sua publicação em papel. Clique aqui e prestigie.

Ricardo Boechat: São Paulo, a Justiça e o escárnio da reintegração de posse na favela do Pinheirinho


Wálter Maierovitch: A juíza e o último escárnio no Pinheirinho

por Wálter Fanganielo Maierovitch, em seu blog  no Terra Magazine via VIOMUNDO
Nos EUA, cerca de 40 estados-federados escolhem, pelo voto, os seus magistrados e os seus promotores de justiça.
Os juízes federais e os procuradores federais norte-americanos são escolhidos pelo presidente da República e entram em função depois de aprovação pelo Senado. Idem com relação aos procuradores.
O sistema tem a lógica democrática, pois o juiz é órgão do poder, cujo detentor é o povo. O sistema Europeu, que me parece melhor, mistura magistrados concursados publicamente e jurados leigos.
No Brasil, os juízes são concursados, exceção aos que ingressam pelo chamado quinto-constitucional (advogados de notório saber e reputação ilibada e membros do Ministério Público), os escolhidos para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e os participantes do Tribunal do Júri, que julgam apenas os crimes dolosos contra a vida.
Mas, uma coisa é certa e incontestável. Qualquer que seja o sistema — americano, europeu ou brasileiro –, um juiz, ao julgar ou dar liminares, atua como representante do povo.
Ontem, um espetáculo grotesco e inusitado foi protagonizado pelo Judiciário no chamado bairro do Pinheirinho. A juíza que concedeu reintegração – com precipitação pois não exauriu a via conciliatória e nem exigiu dos poderes públicos uma responsável solução para alojar os despojados das suas residências –, recebeu, no local e solenemente, o mandado cumprido pela tropa de choque da Polícia Militar.
Essa sua conduta é inusitada, no Judiciário. Como regra, os mandados judiciais cumpridos são comunicados, por ofício protocolado no Fórum. E os juízes os recebem pela mão do escrivão ou já juntados em autos processuais.
Faltou, lógico, um fundo musical. Com a banda Legião Urbana a perguntar: Que país é esse ?
Sim, que país e esse que a Justiça, que decide em nome do cidadão, joga o povo ao léu.
Com efeito. Ontem foi concluída a reintegração na posse, determinada por ordem judicial da 6ª.Vara da comarca de São José dos Campos,  no chamado bairro Pinheirinho, com 1,3 milhão de m2 de área e que foi ocupado por  cerca  6 mil moradores a partir de 2004.
A reintegração deu-se em favor da massa falida da Selecta Comércio e Indústria S/A, uma holding administrada, até a quebra em 2004, pelo mega-especulador Naji Nahas.
Naji Nahas jamais foi condenado pela Justiça brasileira. A propósito de alguns escândalos noticiados pela imprensa, Nahas não foi responsabilizado criminalmente quando acusado de quase quebrar a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Preso preventivamente, beneficiou-se da liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes em favor do banqueiro Daniel Dantas. Também, beneficiou-se da decisão, ainda não definitiva,  do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a Operação Satiagraha: a anulação foi fundada na canhestra conclusão da participação, ainda que burocrática, de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Contra essa decisão anulatória votaram os ministros Gilson Dipp e Laurita Vaz.
Com a reintegração de posse concluída, restará prejudicado, pela perda de objetivo, o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) de suspensão  da operação militar conduzida pela tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo e com cerca de 1.500  famílias sem ter onde ir.
Como se nota, não houve tempo oportuno para ser apreciado, em sede liminar e pelo STF, o pedido de suspensão da reintegração. Em São Paulo, a decisão foi mantida e o ministro presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já acusado de assédio moral a estagiário e de fazer lobby para garantir uma cadeira no STJ para a sua cunhada, entendeu não ter da Justiça federal a competência para suspender a reintegração. Essa decisão de Ari Pargendler foi dada liminarmente, quando a Polícia Militar desalojava, com bombas, balas de borracha e cães, os moradores do Pinheirinho.
Junto com a ação da Polícia Militar, máquinas cuidaram da derrubada de casas de alvenaria e de madeira que abrigaram os antigos moradores e residentes há mais de 8 anos na área.
Num grotesco espetáculo mostrado pelas televisões, a juíza responsável pela decisão de reintegração compareceu ao Pinheirinho para receber, solenemente, a notícia do cumprimento do mandado judicial.
Agora, a área estará pronta para ser vendida e a sobra irá para o bolso dos sócios da Selecta, ou seja, de Naji Nahas. Os créditos trabalhistas, que podem já ter sido negociados por valor irrisódio, serão quitados. Idem os especiais, que irão para os cofres da Prefeitura de São José dos Campos.
O prefeito de São José dos Campos, cuja insensibilidade chegou ao ponto de não se preocupar em alojar as famílias tiradas violentamentemente do Pinheirinho, vai ter um bom caixa para promover o populismo.
Enquanto isso, com o ritmo de “lesma reumática”, o governador Geraldo Alckmin afirma que cuidará de verbas para a locação de casas aos expulsos do Pinheirinho, pois não tem casas populares disponíveis.
Os radicais do PSTU, que apostavam numa tragédia maior, devem estar a contabilizar futuros ganhos eleitorais.
Pano rápido. “QUE PAÍS É ESSE ?”

Globo não engole dois pernambucanos. O que significa “painho”


O jornal O Globo produziu neste domingo uma peça de preconceito.

Um pseudo perfil de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, aquele que fez – com o Nunca Dantes – uma revolução em Pernambuco, cujo símbolo é o porto de Suape.

Quando esteve lá, durante a campanha presidencial de 2010, o ansioso blogueiro assegurou que Campos dava de 10 a 0 naquele que o Globo e seus colonistas consideravam “o mais consistente”, o Padim Pade Cerra.

O título do preconceito do Globo é “Eduardo Campos, o novo painho da política do Nordeste”.

Campos faz no Nordeste, “sorrindo, o que antes o todo poderoso Antonio Carlos Magalhães fazia gritando na Bahia“ – diz o pseudo perfil.

Pergunta O Globo, naquele texto objetivo, isento, que caracteriza o PiG (*): “é um coronel moderno com mais verniz ou um socialista que prefere o Diário Oficial a O Capital ?”

(A autora deste editorial vai longe …

Acaba com um programa na GloboNews, no lugar do “Entre Caspas”.)

Ela sintetiza sua opinião assim, de forma anônima, pelas costas:

“Mas, entre os aliados (quem ? nome, endereço ? Dilma ? – PHA), paira uma desconfiança de que o político mais poderoso do Nordeste vá lhes dar uma rasteira em 2014.”


O emprego da palavra “painho” – que não consta do Houaiss – tem o perfume do preconceito.
Contra as religiões afro-brasileiros.
Ou contra os nordestinos.
Ou contra os dois.
Ou uma alusão direta, frontal a Antonio Carlos Magalhães, que na Bahia também era chamado de “painho”.
Os filhos do Roberto Marinho não gostavam de ACM – forma mais frequente de chamá-lo, na Bahia.
Porque ACM governou o Brasil, em companhia do Dr Roberto e José Sarney.
Era um “presidencialismo tripartite”, cuja legitimidade provinha da Constituição do Ministro do Exércio, Leonidas Pires Gonçalves, que deu posse a Sarney, num Golpe Costitucional.
Quando o Dr Roberto, ACM e Sarney governavam o Brasil, ACM combinava com o Dr Roberto as manchetes do jornal O Globo ou a inclinação da cobertura do jn (foi sempre assim, inclinado) e o Dr Roberto mandava mudar as manchetes dos dois – para desespero dos filhos (eles não tem nome próprio) e do diretor do Globo, Evandro Carlos de Andrade.
Evandro fechava o jornal antes de ir jantar em casa – era o único diretor de jornal que jantava em casa, às 20h – e quando acordava, o jornal era outro.
Quando o Dr Roberto começou “a faltar”, Evandro chegou com um porrete na Globo (tinha sido promovido) e mandou ser “isento” com o painho.
De lá para cá, ACM virou painho na Globo.
Os filhos ingratos nem se lembram dos favores que receberam do Ministro das Comunicações de Sarney.
Nem da NEC, que painho mandou tirar do Mario Garnero (que ficou calado) para entregar ao Dr Roberto.
O painho agora é o Eduardo Campos, que dá de 10 a 0 em todos os jenios do PiG (*).
O PiG (*) não aguenta dois pernambucanos de talento numa geração só.
Lula e Campos é uma dose inaceitável.
O Estadão foi o pioneiro no preconceito: o primeiro a declarar que Campos não passava de um coronel moderno.
Pelo menos disse também que era “moderno”, observou Campos, na entrevista que deu a esse ansioso blogueiro.
E sobre os tucanos de São Paulo ?
Como chamá-los, depois de 17 anos no poder ?
De Marechais de Pinheirinho ?
Ou de coronéis obsoletos ?
Ou nem para coronéis servem ?
Já que se tornaram capitães do mato de Naji Nahas.


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.